sábado, 17 de setembro de 2011

Cristianismo 23

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= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.


Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.


Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso portal (http://www.evangelizo.org/) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Carta aos Colossenses 2,6-18.

Irmãos: Do mesmo modo que recebestes Cristo Jesus, o Senhor, continuai a caminhar nele:
enraizados e edificados nele, firmes na fé, tal como fostes instruídos, transbordando em louvores.
Olhai que não haja ninguém a enredar-vos com a filosofia, o que é vazio e enganador, fundado na tradição humana ou nos elementos do mundo e não em Jesus Cristo.
Porque é nele que habita realmente toda a plenitude da divindade
e nele vós estais repletos de tudo, Ele que é a cabeça de todo o Poder e Autoridade.
Foi nele que fostes circuncidados com uma circuncisão que não é feita por mão humana: fostes despojados do corpo carnal, pela circuncisão de Jesus Cristo.
Sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que fostes ressuscitados, pela fé que tendes no poder de Deus que o ressuscitou dos mortos.
A vós que estáveis mortos pelas vossas faltas e pela incircuncisão da vossa carne, Deus deu-vos a vida juntamente com Ele: perdoou-nos todas as nossas faltas,
anulou o documento que, com os seus decretos, era contra nós; aboliu-o inteiramente e cravou-o na cruz.
Depois de ter despojado os Poderes e as Autoridades, expô-los publicamente em espectáculo e celebrou o triunfo que na cruz obtivera sobre eles.
Por isso não vos deixeis condenar por ninguém no que toca à comida e à bebida ou a respeito de uma festa, de uma Lua-nova ou de um sábado.
Tudo isto não é mais do que uma sombra das coisas que hão-de vir; a realidade está em Jesus Cristo.
Não vos deixeis inferiorizar por quem quer que seja que se deleite com práticas de humildade ou culto dos anjos. É gente que, dando toda a atenção às suas visões, em vão se gloria com a sua inteligência carnal.


Livro de Salmos 145(144),1-2.8-9.10-11.

Quero exaltar-vos, meu Deus e meu rei,
e bendizer o Vosso nome para sempre.
Quero Bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o Vosso nome para sempre.

O Senhor é clemente e compassivo,
é paciente e cheio de bondade.
o Senhor é bom para com todos
a Sua misericórdia se estende a todas as Suas obras.

Vos agradeçam, Senhor, todas as criaturas
e Vos bendigam os Vossos fiéis.
Proclamem a glória do Vosso reino
e anunciem os Vossos feitos gloriosos.



Evangelho segundo S. Lucas 6,12-19.

Naqueles dias, Jesus Cristo foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus.
Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos:
Simão, a quem chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago, João, Filipe e Bartolomeu;
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelote;
Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.
Descendo com eles, deteve-se num sítio plano, juntamente com numerosos discípulos e uma grande multidão de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sídon,
que acorrera para o ouvir e ser curada dos seus males. Os que eram atormentados por espíritos malignos ficavam curados;
e toda a multidão procurava tocar-lhe, pois emanava dele uma força (aura) que a todos curava.


Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa A Oração da Igreja

«Jesus Cristo foi para o monte fazer oração»

Toda a alma humana é um templo de Deus e só isso abre-nos uma perspectiva vasta e absolutamente nova. A chave para entendermos a oração da Igreja é a vida em oração de Jesus Cristo. Ele participou no serviço divino e na liturgia do Seu povo [...] e conduziu a liturgia da Antiga Aliança até ao seu cumprimento na Nova Aliança.

No entanto, Jesus Cristo não tomou apenas parte no serviço divino público, prescrito pela Lei. Os Evangelhos fazem referência ainda em maior número de vezes à Sua oração solitária no silêncio da noite, nos cimos selvagens das montanhas, nos lugares desertos. Quarenta dias e quarenta noites de oração precederam a vida pública de Jesus Cristo (Mt 4, 1-2). Retirou-Se para a solidão da montanha a fim de rezar antes de escolher os Seus doze Apóstolos e os enviar em missão. Na hora do Monte das Oliveiras preparou-Se para caminhar até ao Gólgota; o lamento que dirigiu ao Pai nessa hora, a mais terrível da Sua vida, é-nos revelado em breves palavras que brilham como estrelas nas nossas próprias horas de Monte das Oliveiras: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice; contudo, não se faça a Minha vontade, mas a Tua» (Lc 22,42). Estas palavras são um clarão que ilumina por instantes a vida mais íntima da alma de Jesus Cristo, o insondável Mistério do Seu ser de Homem-Deus e do Seu diálogo com o Pai, diálogo que durou toda a Sua vida sem jamais ser interrompido.



Carta aos Colossenses 3,1-11.

Irmãos: Portanto, já que fostes ressuscitados com Jesus Cristo, procurai as coisas do alto, onde está o Senhor Jesus Cristo, sentado à direita de Deus.
Aspirai às coisas do alto e não às coisas da Terra.
Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Jesus Cristo em Deus.
Quando Jesus Cristo, a vossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória.
Crucificai os vossos membros no que toca à prática de coisas da Terra: fornicação, impureza, paixão, mau desejo e a ganância, que é uma idolatria.

Estas coisas provocam a ira de Deus sobre os que lhes não resistem.
Entre eles também vós caminhastes outrora, quando vivíeis nessas coisas.
Mas agora rejeitai também vós tudo isso: ira, raiva, maldade, injúria, palavras grosseiras saídas da vossa boca.
Não mintais uns aos outros já que vos despistes do homem velho (totalmente dependente da lei natural que rege todos os animais) com as suas acções
e vos revestistes do homem novo, (homem crente, com o homem celeste em si) aquele que, para chegar ao conhecimento, não cessa de ser renovado à imagem do seu Criador.
Aí não há grego nem judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Jesus Cristo que é tudo e está em todos.


Livro de Salmos 145(144),2-3.10-11.12-13ab.

Quero Bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o Vosso nome para sempre.
O SENHOR é grande e digno de todo o louvor;
a Sua grandeza é insondável.

Vos agradeçam, Senhor, todas as criaturas
e Vos bendigam os vossos fiéis.
Proclamem a glória do Vosso reino
e anunciem os Vossos feitos gloriosos.

Para mostrar aos homens as Vossas proezas
e o esplendor glorioso do Vosso reino.
O Vosso reino é um reino para toda a eternidade
e o Vosso domínio estende-se por todas as gerações.

Evangelho segundo S. Lucas 6,20-26.
Naquele tempo, Jesus Cristo, erguendo os olhos para os discípulos, pôs-se a dizer: «Felizes vós, os pobres de espírito (os que não usurpam as funções de Deus; os que não destroem as criaturas de Deus; os que não se acham donos da verdade e que têm sempre razão; mas têm a graça de raciocinar e inteligência, dons de Deus), porque vosso é o Reino de Deus.
Felizes vós, os que agora tendes fome (porque vos privam de tudo por serdes cristãos), porque sereis saciados. Felizes vós, os que agora chorais, porque haveis de rir.
Felizes sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos expulsarem, vos insultarem e rejeitarem o vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem.
Alegrai-vos e exultai nesse dia, pois a vossa recompensa será grande no Céu. Era precisamente assim que os pais deles tratavam os profetas».
«Mas ai de vós, os ricos (que vos negastes e a vossa crença), porque recebestes a vossa consolação!
Ai de vós, os que estais agora fartos, porque haveis de ter fome! Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis!
Ai de vós quando todos disserem bem de vós! Era precisamente assim que os pais deles tratavam os falsos profetas».


Beato Guerric d'Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense Sermão para o dia de Todos os Santos, 6-7; SC 202
«Felizes, vós os pobres [...] ai de vós, os ricos»
É com razão que o Senhor, proclamando a beatitude dos pobres, não diz: «O Reino dos céus será», mas: «é vosso». [...] Estão próximos do Reino de Deus os que já possuem e trazem no seu coração o Rei de Quem se disse que servi-Lo é reinar [...]. Os outros que se guerreiem para partilharem a herança deste mundo: «Senhor, minha herança e meu cálice» (Sl 15,5). Combatam entre si até que sejam os mais miseráveis: não lhes desejo nada do que procuram porque eu «no Senhor encontro a minha alegria» (Sl 103,34).

Tu, herança gloriosa dos pobres! Bem-aventurada riqueza dos que nada têm! Não só nos dás tudo quanto precisamos como ainda, cheia de glória, transbordas de alegria porque «uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço» (Lc 6,38). […]

Que a vossa alma [...] se glorifique na sua humildade, vós os pobres, e que olhe com desdém toda a grandeza deste mundo. [...] Estão-vos preparados bens eternos e vós preferis as coisas efémeras, semelhantes a um sonho? [...] Como são infelizes aqueles que a bem-aventurada pobreza torna dignos de serem honrados pelo céu, admirados pelo mundo e temidos pelo inferno e que continuamente, na cegueira do seu espírito, olham a pobreza como uma miséria, a humildade como uma infâmia; àqueles que desejam enriquecer e caem nas armadilhas do diabo, então que tudo lhes pertença! [...] Quanto a vós, os que tendes por amiga a pobreza e encontrais suave a humildade de coração, a Verdade eterna dar-vos-á a certeza de possuirdes o Reino dos céus; Ele guarda fielmente para vós este Reino que vos está reservado.



Livro de Miqueias 5,1-4a.

Eis o que diz o Senhor: «Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre as famílias de Judá, é de ti que me há-de sair aquele que governará em Israel. As suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias de um passado longínquo.
Por isso Deus abandonará o seu povo até ao tempo em que der à luz aquela que há-de dar à luz e em que o resto dos seus irmãos há-de voltar para junto dos filhos de Israel.
Ele permanecerá firme e apascentará o seu rebanho com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor, seu Deus. Estarão tranquilos porque ele será grande até aos confins da Terra.
Ele próprio será a paz. Se a Assíria vier ao nosso país e calcar aos pés os nossos palácios, opor-lhe-emos sete pastores e oito governadores de homens.


Livro de Salmos 13(12),6ab.6cd.

Eu, porém, confiei na Tua misericórdia;
o meu coração alegra-se com a Tua salvação.
Cantarei ao SENHOR
pelo bem que Ele me fez.



Evangelho segundo S. Mateus 1,1-16.18-23.

Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão:
Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos;
Judá gerou, de Tamar, Peres e Zera; Peres gerou Hesron; Hesron gerou Rame;
Rame gerou Aminadab; Aminadab gerou Nachon; Nachon gerou Salmon;
Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé;
Jessé gerou o rei David. David, da mulher de Urias, gerou Salomão;
Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa;
Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Uzias;
Uzias gerou Jotam; Jotam gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;
Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias;
Josias gerou Jeconias e seus irmãos, na época da deportação para Babilónia.

Depois da deportação para Babilónia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;
Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azur;
Azur gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;
Eliud gerou Eleázar; Eleázar gerou Matan; Matan gerou Jacob.
Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.
Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo.
José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.
Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta:
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco.



São Pedro Damião (1007-1072), eremita depois bispo, doutor da Igreja

«A Virgem Maria que foi para o mundo inteiro esperança e aurora da salvação» (oração depois da comunhão)

«Quem é essa?» pergunta o Espírito Santo quando Maria vem ao mundo. «Quem é essa que desponta como a aurora, bela como a Lua, fulgurante como o Sol» (Ct 6,10). […]

«Desponta como a aurora.» No brilho do meio-dia, o nosso primeiro pai foi feito à imagem e semelhança do seu Criador (Gn 1,26). Haverá coisa mais gloriosa para o concebido que assemelhar-se ao Criador? [...] Ele deu-lhe a imagem eterna; faltava a semelhança: era necessário que o homem se tornasse semelhante ao Seu Criador. No entanto, ele rejeitou a honra de tal privilégio [...] e entregou-se à morte nas trevas com toda a sua descendência. As trevas cobriram toda a Terra até vir a Virgem. Não havia ninguém que escapasse dessas trevas, ninguém que as dissipasse. [...] Mas com a Virgem desponta a aurora: Maria anuncia a verdadeira luz; pelo seu nascimento, fez brilhar a mais fulgurante das manhãs. Ela é a estrela da manhã. [...] Ela é esta aurora que segue – ou antes, da qual nasce – o Sol de justiça (Ml 3,20), o Único que a supera em esplendor. […]

«Teu é o dia» em que Adão foi criado; «tua é a noite» (Sl 73,16) onde ele foi expulso da Tua luz. Foste Tu que criaste a aurora, ou seja, a Virgem Maria e o Sol, este Sol de justiça que Se ergueu do seu seio virginal. Como a aurora anuncia o fim da noite e marca o início do dia assim a Virgem dissipou a noite sem fim. E dia após dia, dá à Terra Aquele que gerou na sua virgindade.



1ª Carta a Timóteo 1,1-2.12-14.

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança,
a Timóteo, verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Agradeço e louvo Aquele que me confortou, Cristo Jesus Nosso Senhor, por me ter considerado digno de confiança, pondo-me ao seu serviço,
a mim que antes fora blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei misericórdia porque agi por ignorância, sem ter fé ainda.
E a graça de Nosso Senhor manifestou-se em mim com superabundância, juntamente com a fé e o amor que está em Cristo Jesus.


Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.11.

Defende-me, ó Deus, porque em Ti me refugio.
Digo ao SENHOR: «Tu és o meu Deus.»
SENHOR, minha herança e meu cálice,
a minha sorte está nas Tuas mãos.

Bendirei o SENHOR porque Ele me aconselha;
até durante a noite a minha consciência me adverte.
Tenho sempre o SENHOR diante dos meus olhos;
com Ele a meu lado, jamais vacilarei.

Hás-de ensinar-me o caminho da vida,
saciar-me de alegria na Tua presença,
e de delícias eternas, à Tua direita.



Evangelho segundo S. Lucas 6,39-42.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos dícipulos ainda esta parábola: «Um cego pode guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova?
Não está o discípulo acima do mestre, mas o discípulo bem formado será como o mestre.
Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão e não reparas na trave que está na tua própria vista?
Como podes dizer ao teu irmão: 'Irmão, deixa-me tirar o argueiro da tua vista', tu que não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista (corrige-te primeiro dos teus defeitos e depois já estarás em condições para ajudar o teu irmão a corrigir os dele) e então verás para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»


São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e doutor da Igreja Comentário sobre o evangelho de São Lucas, 6; PG 72, 601-604



«O discípulo bem formado será como o seu mestre»

«O discípulo não está acima do mestre.» Porque te pões a julgar, se o Mestre não julga ainda? Pois Ele não veio para julgar o mundo, mas para perdoar. Entendida neste sentido, a palavra de Jesus Cristo significa: «Se Eu não julgo, não julgues tu também, que és Meu discípulo. Pode acontecer que sejas culpado de erros mais graves do que os daquele a quem julgas. Por que vergonha passarás quando disso te aperceberes!»

O Senhor dá-nos novamente este ensinamento na parábola onde diz: «Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão?» Ele convence-nos, com argumentos irrefutáveis, a que não queiramos julgar os outros, mas antes a que escrutemos o nosso coração. Pede-nos em seguida que procuremos libertar-nos das paixões que nele temos instaladas, pedindo esta graça a Deus (só Deus tem graças para dar). É Ele, com efeito, quem cura os que têm o coração despedaçado e nos liberta das doenças espirituais. Pois se os pecados que te atormentam são maiores e mais graves que os dos outros, porque os reprovas sem te preocupares com os teus ?

Todos os que quiserem viver em piedade e, sobretudo, os que têm por incumbência instruir os outros, tirarão necessariamente proveito deste preceito. Se forem virtuosos e sóbrios, dando exemplo da vida evangélica com as suas acções, repreenderão com brandura os que não estiverem ainda resolvidos a assim agir.



1ª Carta a Timóteo 2,1-8.

Caríssimo: Recomendo, pois antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e acções de graças por todos os homens,
pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade a fim de que levemos uma vida serena e tranquila, com toda a piedade e dignidade.
Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,
que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade.
Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem: Cristo Jesus
que se entregou a si mesmo como resgate por todos. Tal é o testemunho dado para os tempos estabelecidos.
Foi para isto que fui constituído arauto e apóstolo – digo a verdade, não minto – mestre das nações, na fé e na verdade.
Quero, pois que os homens orem em todo o lugar, erguendo as mãos puras, sem ira nem altercação.


Livro de Salmos 28(27),2.7.8-9.

Ouve o grito das minhas súplicas
quando Te invoco,
quando ergo as minhas mãos
para o teu santuário.

O SENHOR é a minha força e o meu escudo;
nele confiou o meu coração e Ele socorreu-me;
por isso hei-de louvá-lo
de todo o coração.

O SENHOR é a força do seu povo,
a fortaleza que salva o seu ungido.
Salva o teu povo, SENHOR, abençoa a tua herança,
apascenta-o e guia-o para sempre.



Evangelho segundo S. Lucas 7,1-10.

Naquele tempo, quando Jesus Cristo acabou de falar ao povo, entrou em Cafarnaúm.
Ora um centurião tinha um servo a quem dedicava muita afeição e que estava doente, quase a morrer.
Ouvindo falar de Jesus Cristo, enviou-lhe alguns judeus de relevo para lhe pedir que viesse salvar-lhe o servo.
Chegados junto de Jesus Cristo, suplicaram-lhe insistentemente: «Ele merece que lhe faças isso,
pois ama o nosso povo e foi ele quem nos construiu a sinagoga.»
Jesus Cristo acompanhou-os. Não estavam já longe da casa quando o centurião lhe mandou dizer por uns amigos: «Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu tecto pelo que
nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado.
Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens e digo a um: 'Vai' e ele vai; e a outro: 'Vem' e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto' e ele faz.»
Ouvindo estas palavras, Jesus Cristo sentiu admiração por ele e disse à multidão que o seguia: «Digo-vos: nem em Israel encontrei tão grande fé.»
E de regresso a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde.


Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África do Norte) e doutor da Igreja Sermão 62



«Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado»

Como é que o centurião obteve a graça da cura do seu servo? «Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens e digo a um: 'Vai' e ele vai; e a outro: 'Vem' e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto' e ele faz.» Tenho poder sobre os meus subordinados mas eu também estou submetido a uma autoridade superior. Se, pois, embora subordinado, tenho, apesar de tudo, o poder de comandar, que não poderás fazer Tu a Quem se submetem todas as potestades? Este homem pertencia ao povo pagão, pois a nação judaica estava então ocupada pelos exércitos do império romano. Era, portanto, na Judeia que ele comandava os soldados na qualidade de centurião [...].

Mas Nosso Senhor, embora estivesse no meio do povo hebraico, declarava já que a Igreja se espalharia por toda a Terra para onde Ele viria a enviar todos os apóstolos (cf Mt 8,11). E com efeito, os pagãos acreditaram n'Ele sem O terem visto [...]. O Senhor não entrou fisicamente na casa do centurião. Embora ausente de corpo, estava presente pela Sua majestade e curou esta casa e a sua fé. Do mesmo modo, o Senhor só estava fisicamente presente no meio do povo hebraico; os outros povos não O viram nascer de uma Virgem, nem sofrer, nem caminhar, nem sujeitar-Se às condições da natureza humana, nem fazer maravilhas divinas. Ele não fez nada disso entre os pagãos e, no entanto, entre eles, realizou-se o que Ele tinha dito a seu respeito: «Povos desconhecidos prestaram-Me vassalagem». Como é que O serviram se não O conheciam? O salmo continua: «Mal ouviram falar de Mim, logo Me obedeceram e os estrangeiros Me cortejaram» (Sl 17,45).



Livro de Eclesiástico 27,30.28,1-7.

A ira e o furor são duas coisas execráveis; só o homem pecador os nutre no coração.
Aquele que se vinga, sofrerá a vingança do Senhor que lhe pedirá contas rigorosas dos seus pecados.
Perdoa ao teu próximo o mal que te fez e os teus pecados, se o pedires na tua oração, serão perdoados.
Um homem guarda rancor contra outro homem e pede a Deus que o cure?
Não tem compaixão do seu semelhante e pede o perdão dos seus pecados?
Ele, que é um simples mortal, guarda rancor; quem lhe alcançará o perdão dos seus pecados?
Lembra-te do teu fim e deixa-te de inimizades; pensa na corrupção e na morte e guarda os mandamentos.
Lembra-te dos mandamentos e não te ires contra o próximo, lembra-te da aliança com o Altíssimo e não faças caso do erro do teu próximo.


Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.9-10.11-12.

Bendiz, ó minha alma, o SENHOR,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o SENHOR,
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.

Não está sempre a repreender-nos,
nem a sua ira dura para sempre.
Não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas.

Como é grande a distância dos céus à Terra,
assim são grandes os seus favores para os que O adoram.



Carta aos Romanos 14,7-9.

Irmãos, de facto, nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum morre para si mesmo.
Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; e se morremos, é para o Senhor que morremos. Ou seja, quer vivamos quer morramos, é ao Senhor que pertencemos.
Pois foi para isto que Jesus Cristo morreu e voltou à vida: para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos.

Evangelho segundo S. Mateus 18,21-35.

Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus Cristo e perguntou-Lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?»
Jesus Cristo respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Por isso o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos.
Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens a fim de pagar a dívida.
O servo lançou-se então aos seus pés, dizendo: 'Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’
Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: 'Paga o que me deves!’
O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: 'Concede-me um prazo que eu te pagarei.’
Mas ele não concordou e mandou-o prender até que pagasse tudo quanto lhe devia.
Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor.
O senhor mandou-o então chamar e disse-lhe: 'Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias porque assim mo suplicaste;
não devias também ter piedade do teu companheiro como eu tive de ti?’
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.»


Beato João Paulo II
Encíclica «Dives in misericordia», § 14



«Não devias também ter piedade do teu companheiro?»

Em todas as fases da história, mas especialmente na época actual, a Igreja deve considerar como um dos seus principais deveres proclamar e introduzir na vida o mistério da misericórdia, revelado no mais alto grau em Jesus Cristo. Este mistério é, não só para a própria Igreja como comunidade dos fiéis, mas também, em certo sentido, para todos os homens (e mulheres), fonte de vida diferente daquela que o homem é capaz de construir quando exposto às forças prepotentes da tríplice concupiscência que nele operam. É precisamente em nome deste mistério que Jesus Cristo nos ensina a perdoar sempre. Quantas vezes repetimos as palavras da oração que Ele próprio nos ensinou, pedindo: «Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido» (Mt 6,12), isto é, aos que são culpados em relação a nós!

É realmente difícil expressar o valor profundo da atitude que tais palavras designam e inculcam. Quantas coisas dizem a cada homem acerca do seu semelhante e também acerca de si próprio! A consciência de sermos devedores uns para com os outros anda a par com o apelo à solidariedade fraterna que São Paulo exprimiu concisamente, convidando-nos a suportar-nos «uns aos outros com caridade» (Ef 4,2). Que lição de humildade não está encerrada aqui em relação ao homem, ao próximo e também a nós mesmos! Que escola de boa vontade para a vida comum de cada dia nas várias condições da nossa existência!



1ª Carta a Timóteo 1,15-17.

Caríssimo: Eis uma palavra digna de fé e de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro.
E justamente por isso alcancei misericórdia para que, em mim primeiramente, Cristo Jesus mostrasse toda a sua magnanimidade como exemplo para aqueles que haviam de crer nele para a vida eterna.
Ao rei dos séculos, ao Deus incorruptível, invisível e único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Ámen.


Livro de Salmos 113(112),1-2.3-4.5a.6-7.

Louvai, servos do SENHOR,
louvai o nome do SENHOR.
Bendito seja o nome do SENHOR,
agora e para sempre.

Desde o nascer ao pôr-do-sol,
seja louvado o nome do SENHOR.
O SENHOR reina sobre todas as nações,
a sua majestade está acima dos céus.

Quem é como o SENHOR, nosso Deus,
que Se inclina, lá do alto, para observar o céu e a Terra?
Ele levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria
para o fazer sentar com os grandes do seu povo.



Evangelho segundo S. Lucas 6,43-49.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Não há árvore boa que dê mau fruto nem árvore má que dê bom fruto.
Cada árvore conhece-se pelo seu fruto; (as pessoas conhecem-se pelas obras que praticam e como as praticam) não se colhem figos dos espinhos, nem uvas dos abrolhos.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom e o mau, do mau tesouro tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração.»
«Porque me chamais 'Senhor, Senhor' e não fazeis o que Eu digo?
Vou mostrar-vos a quem é semelhante todo aquele que vem ter comigo, escuta as minhas palavras e as põe em prática.
É semelhante a um homem que edificou uma casa: cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio uma inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa mas não a abalou por ter sido bem edificada.

Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra, sem alicerces. A torrente arremessou-se contra ela e a casa imediatamente se desmoronou. E foi grande a sua ruína!»


São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra e doutor da Igreja
Introdução à vida devota, I, cap. 3

«Cada árvore conhece-se pelo seu fruto»

Na criação, Deus mandou que as plantas dessem os seus frutos, cada uma «segundo as suas espécies» (Gn 1,11): da mesma maneira, ordenou aos cristãos que são as plantas vivas da sua Igreja, que produzissem frutos de devoção, cada um segundo a sua qualidade e vocação. A devoção, a vida cristã, deve ser exercida de formas diferentes pelo fidalgo, pelo artesão, pelo criado, pelo príncipe, pela viúva, pela jovem e pela mulher casada e não só, mas também é preciso acomodar a prática da devoção às forças, às actividades e aos deveres de cada um, em particular. [...] Seria por isso que o bispo preferia ser solitário como os monges? E se os casados não quisessem trabalhar como os capuchinhos, se o artesão estivesse todo o dia na igreja como o religioso e o religioso constantemente exposto a todo o tipo de encontros para o serviço do próximo como o bispo? Tal não seria ridículo, desregrado e insuportável? Este erro, no entanto, é muito frequente. […]

Não, a devoção em nada prejudica quando é verdadeira; pelo contrário, tudo aperfeiçoa. [...] «A abelha, diz Aristóteles, tira o mel das flores sem as estragar», deixando-as inteiras e frescas como as encontrou. A verdadeira devoção faz ainda melhor, pois não só não prejudica nenhum tipo de vocação nem actividade, mas, pelo contrário, honra-as e embeleza-as. [...] Com ela, cuidar da família torna-se mais pacífico, o amor do marido e da mulher mais sincero, o serviço do príncipe mais fiel e todos os tipos de ocupação mais suaves e amáveis.

É não só um erro, mas também uma heresia, querer banir a devoção das companhias de soldados, das lojas dos artesãos, da corte dos príncipes, do lar dos casais. [...] Onde quer que estejamos, podemos e devemos aspirar à perfeição.
mailto:maria.c.figueiras.portugal@gmail.com


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