terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cristianismo 25

Os meus blogues








http://www.institutosacarneiro.pt/ “Europa” - Maria de Portugal

http://www.psd.pt/ Homepage (rodapé) - “Povo Livre” - salvar (=guardar)






-----------------------------------------------------

= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.


Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.


Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.


Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso portal (http://www.evangelizo.org/) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Livro de Esdras 6,7-8.12b.14-20.

Deixai continuar os trabalhos do templo de Deus e que o governador dos judeus e seus anciãos o reconstruam no seu lugar.
Também ordeno como se deve proceder para com esses anciãos dos judeus a fim de que seja reconstruído o templo de Deus: das receitas reais provenientes dos impostos pagos na outra margem do rio, pague-se integralmente a esses homens para que a obra não sofra interrupção;
E Deus que ali faz habitar o seu nome, destrua todo o rei e todo o povo que levantar a mão para mudar este decreto e destruir a morada de Deus que está em Jerusalém! Eu, Dario, dei esta ordem. Que ela seja pontualmente executada.»
Os anciãos dos judeus prosseguiram com êxito a reconstrução do templo, segundo as profecias de Ageu, o profeta, e de Zacarias, filho de Ido. Terminaram a construção, segundo a ordem do Deus de Israel e segundo a ordem de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, reis da Pérsia.
Concluiu-se o edifício no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado de Dario.
Os filhos de Israel, os sacerdotes, os levitas e os demais repatriados celebraram com júbilo a dedicação do templo de Deus.
Ofereceram para esta dedicação cem touros, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros e doze bodes como vítimas expiatórias pelos pecados de todo o Israel. (por isso eles acham que podem pecar à vontade, pois os animais pagam pelos seus pecados)
Distribuíram os sacerdotes segundo as suas classes e os levitas segundo as suas divisões para celebrarem o culto de Deus em Jerusalém, conforme as prescrições do livro de Moisés.
Os repatriados celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês.
Os sacerdotes e os levitas, sem excepção, purificaram-se e assim todos estavam puros. Imolaram a Páscoa por todos os repatriados, pelos seus irmãos sacerdotes e por eles mesmos.


Livro de Salmos 122(121),1-2.3-4a.4b-5.

Que alegria, quando me disseram: «Vamos para a casa do SENHOR!»
Os nossos pés detêm-se às tuas portas, ó Jerusalém!
Jerusalém, cidade bem construída, harmoniosamente edificada.
Para lá sobem as tribos, as tribos do SENHOR, segundo o costume de Israel, para louvar o nome do SENHOR.
Nela estão os tribunais da justiça, os tribunais da casa de David.



Evangelho segundo S. Lucas 8,19-21.

Sua mãe e seus irmãos vieram ter com Ele, mas não podiam aproximar-se por causa da multidão.
Anunciaram-lhe: «Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.»
Mas Ele respondeu-lhes: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.» (porque sua mãe e irmãos, no início da evangelização de Jesus Cristo, queriam digamos, chamá-lo à razão, isto é, fazer com que Ele deixasse a evangelização e regressasse para casa à sua vida anterior)


Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense Sermão 51, 25-27; PL 194, 1862; SC 339

«A Minha mãe e os Meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática»

«Procurei o repouso em todas as coisas» disse a Sabedoria de Deus; «e permanecerei na herança do Senhor» (Sir 24,12). A herança do Senhor, em sentido universal, é a Igreja; de forma mais especial, é Maria; em sentido particular, é a alma de cada crente. [...] O texto continua: «Então o Criador do universo deu-me as suas ordens e aquele que me criou assentou a minha tenda. E disse-me: 'Habita em Jacob'» (v. 8). Com efeito, procurando por toda a parte o descanso e não o encontrando em parte nenhuma, a Sabedoria de Deus, o Seu Verbo, deu-Se então como herança ao povo judaico a quem, através de Moisés «falou e incumbiu». [...] E Aquele que, por esta segunda criação, criou a Sinagoga, a mãe da Igreja, «repousou na Sua tenda», na tenda da Aliança. Agora, na Igreja, repousa no sacramento do Seu Corpo.

E como também procurou, por assim dizer, entre todas as mulheres Aquela de quem nasceria, escolheu muito especialmente Maria que depois foi chamada «bendita entre todas as mulheres» (Lc 1,28). [...] Jesus Cristo que a criou nova criatura (cf 2Co 5,17), veio descansar no seu seio.

Também a cada alma fiel e predestinada à salvação esta Sabedoria «incumbe e fala» quando quer e como quer. Fá-lo interiormente pela inteligência natural, pela qual «ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9) e pela inspiração da graça [...]; ou seja, quer pela doutrina, quer pela criação (cf Rm 1,20). [...] E a Sabedoria de Deus, o Seu Verbo, criando e formando assim esta alma «em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras» (Ef 2,10), vem repousar na sua consciência.



Carta aos Efésios 4,1-7.11-13.

Eu, prisioneiro no Senhor, exorto-vos, pois a que procedais de um modo digno do chamamento que recebestes;
com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor,
esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança;
um só Senhor, uma só fé, um só baptismo;
um só Deus e Pai de todos que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos.
Mas a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Jesus Cristo.
E foi Ele que a alguns constituiu como Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres
em ordem a preparar os santos para uma actividade de serviço, para a construção do Corpo de Jesus Cristo
até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Jesus Cristo.


Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.

Os céus proclamam a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia passa ao outro esta mensagem e uma noite dá conhecimento à outra noite.
Não são palavras nem discursos cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a Terra e a sua Palavra até aos confins do mundo. Deus fez, lá no alto, uma tenda para o Sol.



Evangelho segundo S. Mateus 9,9-13.

Partindo dali, Jesus Cristo viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» E ele levantou-se e seguiu-o.
Encontrando-se Jesus Cristo à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos.
Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: «Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?»
Jesus Cristo ouviu-os e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa:
Prefiro a misericórdia ao sacrifício porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»


Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino As Obras do Espírito Santo, IV, 14



O cobrador de impostos foi libertado para o Reino de Deus

Mateus, o publicano, recebeu por alimento «o pão da vida e da inteligência» (Sir 15, 3); e dessa mesma inteligência, fez em sua casa um grande banquete para o Senhor Jesus Cristo, pois tinha recebido uma graça abundante, em conformidade com o seu nome [que quer dizer «dom do Senhor»]. Um presságio desse banquete de graças havia sido preparado por Deus: tendo sido chamado enquanto estava no seu posto de cobrança, seguiu a Jesus Cristo e «ofereceu-Lhe, em sua casa, um grande banquete» (Lc 5, 29). Ofereceu-Lhe portanto um banquete, dos grandes – um banquete real, diríamos.

Mateus é de facto o evangelista que nos mostra Jesus Cristo Rei através da Sua família e dos Seus actos. Logo no início da obra, declara que se trata do livro da «Genealogia de Jesus Cristo, filho de David» (Mt 1, 1). Em seguida, comenta como o recém-nascido é adorado pelos magos como rei dos judeus; depois, tecendo o resto da narração com régios feitos e parábolas do reino, termina por fim com as próprias palavras de um Rei que já está coroado pela glória da ressurreição: «Foi-Me dado todo o poder no Céu e na Terra» (28, 18). Se examinarmos bem o conjunto da sua redacção, reconheceremos, portanto, que toda ela respira os mistérios do Reino de Deus. Nada de espantoso há nisto; Mateus tinha sido publicano, lembrava-se de ter sido chamado do serviço público do reino de pecado para a liberdade do Reino de Deus, do Reino de justiça. Como homem verdadeiramente grato para com o grande Rei que o tinha libertado, serviu portanto com fidelidade as leis do Seu Reino.



Livro de Ageu 1,1-8.

No segundo ano do reinado de Dario, no primeiro dia do sexto mês, a palavra do Senhor foi dirigida, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Joçadac, Sumo Sacerdote, nestes termos:
«Eis o que diz o Senhor do universo: Este povo diz: ‘Não chegou ainda o momento de reedificar o templo do Senhor.’»
E a palavra do Senhor foi dirigida por meio do profeta Ageu, nestes termos:
«É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?»
Eis, pois o que declara o Senhor do universo: «Reflecti, no vosso coração, sobre o caminho que tomastes.
Semeastes muito mas recolhestes pouco; comestes mas não vos saciastes; bebestes mas não apagastes a vossa sede; vestistes-vos mas não vos aquecestes. O operário ganhou o seu salário, mas meteu-o em saco roto.»
Assim fala o Senhor do universo: «Reflecti no vosso coração sobre o caminho que tomastes.
Subi à montanha, trazei madeira e reedificai a casa; ela me será agradável e nela serei glorificado – diz o Senhor.


Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.

Cantai ao SENHOR um cântico novo;
louvai-o na assembleia dos fiéis!
Alegre-se Israel no seu criador;
regozije-se o povo de Sião no seu rei!

Louvem o seu nome com danças;
cantem-lhe ao som de harpas e tambores!
O Senhor ama o seu povo
e honra os humildes com a vitória!

Exultem de alegria os fiéis
e cantem jubilosos em seus leitos;
Entoem bem alto os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.



Evangelho segundo S. Lucas 9,7-9.

Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que se passava e andava perplexo, pois alguns diziam que João ressuscitara dos mortos; outros
que Elias aparecera e outros que um dos antigos profetas ressuscitara.
Herodes disse: «A João mandei-o eu decapitar, mas quem é este de quem oiço dizer semelhantes coisas?» E procurava vê-lo.


São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 147

Tal como Herodes, queremos ver a Jesus

O amor não admite não ver aquilo que ama. Não consideraram todos os santos ser pouca coisa aquilo que obtinham quando não viam a Deus? [...] Por isso Moisés ousa dizer: «Se alcancei graça aos Teus olhos, revela-Me o Teu rosto» (Ex 33, 13). E diz o salmista: «Revela-nos o Teu rosto» (Sl 79,4). Não era por isso que os pagãos construíam ídolos? No seio do próprio erro, eles viam com os olhos o que adoravam.

Deus sabia, pois que os mortais se atormentavam no desejo de O ver. O que Ele escolheu para se revelar era grande na Terra e não era o mais pequeno nos céus porque o que, na Terra, Deus fez semelhante a Si não podia ficar sem honra nos céus: «Façamos o ser humano à Nossa imagem e semelhança», diz (Gn 1, 26). [...] Que ninguém pense, pois, que Deus fez mal em vir aos homens por meio de um homem. Ele fez-Se carne entre nós para ser visto por nós.



Livro de Ageu 1,15b.2,1-9.

No segundo ano do rei Dario, no vigésimo primeiro dia do sétimo mês, a palavra do Senhor fez-se ouvir por meio do profeta Ageu, nestes termos:
«Fala ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Salatiel, ao Sumo Sacerdote Josué, filho de Joçadac, e ao resto do povo:
Quem é que resta entre vós que tenha visto este templo na sua glória passada? E como o vedes agora? Não vos parece que não é nada?
Mas agora coragem, Zorobabel! Coragem, Josué, Sumo Sacerdote, filho de Joçadac! Coragem, povo todo do país! Mãos à obra! Pois Eu estou convosco – oráculo do Senhor do universo.
Segundo a aliança que fiz convosco quando saístes do Egipto, o meu espírito permanece no meio de vós. Não temais.
Porque assim fala o Senhor do universo: Ainda um pouco de tempo e Eu abalarei o céu e a Terra, os mares e os continentes.
Sacudirei todas as nações para que afluam os tesouros de todas as nações e encherei de glória este templo – diz o Senhor do universo.
A prata e o ouro me pertencem –diz o Senhor do universo.
O esplendor futuro deste templo será maior que o primeiro – oráculo do Senhor do universo, e neste lugar Eu darei a paz» –diz o Senhor do universo.


Livro de Salmos 43(42),1.2.3.4.

Faz-me justiça, ó Deus,
e defende a minha causa contra a gente sem piedade!
livra-me do homem desleal e perverso.
Livra-me do homem mentiroso e perverso.

Tu, ó Deus, és o meu refúgio:
Porque me rejeitaste?
Porque hei-de andar triste sob a opressão do inimigo?
Envia a tua luz e a tua verdade
para que elas me guiem e conduzam
à tua montanha santa, à tua morada.

Eu irei ao altar de Deus,
ao Deus que é a alegria da minha vida.
Ao som da harpa te louvarei, ó Deus, meu Deus.



Evangelho segundo S. Lucas 9,18-22.

Um dia, Jesus Cristo orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?»
Responderam-lhe: «João Baptista; outros, Elias; outros, um dos antigos profetas ressuscitado.»
Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «O Messias de Deus.»
Ele proibiu-lhes formalmente de o dizerem fosse a quem fosse;
e acrescentou: «O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.»


Papa Bento XVI
Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, 77 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)



«Quem sou Eu para vós?»

Hoje torna-se necessário redescobrir que é preciso reconhecer que um dos efeitos mais graves da secularização há pouco mencionada, é ter relegado a fé cristã para a margem da existência como se fosse inútil para a realização concreta da vida dos homens (e das mulheres); a falência desta maneira de viver «como se Deus não existisse» está agora patente a todos. Hoje torna-se necessário redescobrir que Jesus Cristo não é uma simples convicção privada ou uma doutrina abstracta, mas uma Pessoa real cuja inserção na história é capaz de renovar a vida de todos.

Por isso, a Eucaristia, enquanto fonte e ápice da vida e missão da Igreja, deve traduzir-se em espiritualidade, em vida «segundo o Espírito» (Rm 8,4ss; cf Gal 5,16.25). É significativo que São Paulo, na passagem da Carta aos Romanos onde convida a viver o novo culto espiritual, apele ao mesmo tempo para a necessidade de mudar a própria forma de viver e pensar: «Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito» (12,2). Deste modo, o Apóstolo das Gentes põe em evidência a ligação entre o verdadeiro culto espiritual e a necessidade duma nova maneira de compreender a existência e orientar a vida. Constitui parte integrante da forma eucarística da vida cristã a renovação da mentalidade, pois «assim já não seremos crianças inconstantes, levadas ao sabor de todo o vento de doutrina» (Ef 4,14).



Livro de Zacarias 2,5-9.14-15a.

Então levantei os olhos e tive uma visão: Era um homem que tinha na mão um cordel de medir.
Eu disse-lhe: «Para onde vais?» Ele respondeu-me: «Vou medir Jerusalém para ver qual é a sua largura e qual é o seu comprimento.»
Então o anjo que falava comigo mantinha-se imóvel quando veio ao seu encontro outro anjo
que lhe disse: «Corre, fala àquele jovem e diz-lhe: ‘Jerusalém ficará sem muros por causa da multidão de homens e de animais que haverá no meio dela.
Mas eu serei para ela – oráculo do Senhor – como um muro de fogo à sua volta e serei no meio dela a sua glória.’»
Rejubila e alegra-te, filha de Sião, porque eis que Eu venho para morar no meio de ti – oráculo do Senhor.
Naqueles dias, muitas nações se unirão ao Senhor e serão o meu povo; habitarei no meio de ti e saberás que o Senhor do universo me enviou a ti.


Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.

Povos, escutai a palavra do Senhor!
Levai a notícia às ilhas longínquas e dizei:
'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como o pastor ao seu rebanho.'
Porque o Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos de um mais forte.
Regressarão jubilosos às alturas de Sião
e afluirão aos bens do Senhor.

Então a jovem alegrar-se-á, bailando;
jovens e velhos partilharão do seu júbilo.
Converterei o seu pranto em exultação,
hei-de consolá-los e aliviá-los das suas penas.



Evangelho segundo S. Lucas 9,43b-45.

Naquele tempo, estavam todos admirados com tudo o que Jesus Cristo fazia. Então Ele disse aos seus discípulos :
«Prestai bem atenção ao que vou dizer-vos: O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.»
Eles, porém não entendiam aquela linguagem porque lhes estava velada de modo que não compreendiam e tinham receio de o interrogar a esse respeito.


São Pedro Crisólogo (406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermão 108; PL 52, 499


«Os discípulos não entendiam aquela linguagem»

Escutai o que o Senhor vos pede: «Se ignorais a Minha divindade, reconhecei ao menos a Minha humanidade. Vede em Mim o vosso corpo, os vossos membros, as vossas entranhas, os vossos ossos, o vosso sangue. E se o que pertence a Deus vos inspira temor, não vos agradará o que vos pertence a vós? [...] Mas talvez a enormidade da Minha Paixão, da qual vós sois a causa, vos cubra de vergonha? Não temais. Esta cruz não foi mortal para Mim, mas para a morte. Estes pregos não Me penetram de dores, mas de um amor ainda mais profundo por vós. Estas feridas não provocam gemidos, mas fazem-vos entrar ainda mais no Meu coração. O esquartejar do Meu corpo abre-vos os Meus braços como um refúgio, não aumenta o Meu suplício. O Meu sangue não está perdido por mim, mas guardado para vosso resgate (Mc 10,45).

Vinde pois, voltai par Mim e reconhecei o vosso Pai, vendo que Ele vos paga o mal com o bem, os insultos com o amor e tão grandes feridas com uma tão grande caridade.»



Livro de Ezequiel 18,25-28.

Eis o que diz o Senhor:« Porém vós dizeis: 'O modo de proceder do Senhor não é justo.' Escutai, pois casa de Israel: Então é o meu modo de agir que não é justo? Ou é o vosso que o não é ?
Se o justo se afasta da sua justiça para praticar o mal e morre por causa disto, é por causa do mal que praticou que ele morrerá.
Se o pecador se afasta do pecado que cometeu para praticar o direito e a justiça, ele merece viver.
Se ele se afasta dos pecados que cometeu, viverá certamente, não morrerá.


Livro de Salmos 25(24),4bc-5.6-7.8-9.

Mostra-me, Senhor, os teus caminhos
e ensina-me as tuas veredas.

Dirige-me na tua verdade e ensina-me
porque Tu és o Deus, meu salvador.
Em ti confio sempre.

Lembra-te, Senhor, da tua compaixão
e do teu amor, pois eles existem desde sempre.
Não recordes os meus pecados de juventude
e os meus delitos.
Lembra-te de mim, Senhor,
pelo teu amor e pela tua bondade.

O Senhor é bom e justo;
ensina o caminho aos pecadores,
guia os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer o seu caminho.



Carta aos Filipenses 2,1-11.

Irmãos: Se tem algum valor uma exortação em nome de Jesus Cristo ou um conforto afectuoso ou uma solidariedade no Espírito ou algum afecto e compaixão,
então fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento;
nada façais por ambição, nem por vaidade; mas com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios,
não tendo cada um em mira os próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses dos outros.
Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus:
Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser Filho de Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome
para que, ao nome de Jesus Cristo, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na Terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!” para glória de Deus e Pai.



Evangelho segundo S. Mateus 21,28-32.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo:«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: 'Filho, vai hoje trabalhar na vinha.'
Mas ele respondeu: 'Não quero.’ Mais tarde, porém arrependeu-se e foi.
Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: 'Vou sim, senhor.’ Mas não foi.
Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Responderam eles: «O primeiro.» Jesus Cristo disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus.
João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele.»


Clemente de Alexandria (150 - c.215), teólogo Homilia «Que rico será salvo?», 39-40


«Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus»

As portas estão abertas a todo aquele que, em sinceridade, com o coração, se voltar para Deus e o Pai recebe com alegria um filho que verdadeiramente se arrependa. Qual é o sinal do arrependimento verdadeiro? Não voltar a cair em velhos erros e arrancar do coração, pela raiz, os pecados que nos punham em perigo de morte. Quando estes estiverem apagados, Deus virá habitar-nos. Porque, como diz a Escritura, um pecador que se converte e se arrepende encontrará no Pai e nos anjos do céu uma imensa e incomparável alegria (Lc 15,10). Eis por que o Senhor disse: «Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios» (Os 6,6; Mt 9,13); «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão» (Ez 33,11). «Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã» (Is 1,18).

Só Deus, de facto, pode remir os pecados e não imputar erros, ainda que o Senhor Jesus Cristo nos exorte a perdoar, em cada dia, aos irmãos que se arrependem. E se nós, que somos maus, sabemos dar coisas boas aos outros (Mt 7,11), quanto não será capaz de dar «o Pai das misericórdias» (2 Cor 1,3)? O Pai de toda a consolação, que é bom, cheio de compaixão, de misericórdia e de paciência por natureza, espera os que se convertem. E a verdadeira conversão supõe que deixemos de pecar e que não olhemos mais para trás [...]. Lamentemos amargamente, pois os erros cometidos e peçamos ao Pai que os esqueça. Ele pode, na Sua misericórdia, desfazer o que foi feito e, com o orvalho do Espírito, apagar as nossas faltas passadas.



Livro de Zacarias 8,1-8.

A palavra do Senhor do universo foi-me dirigida de novo nestes termos:
«Assim fala o Senhor do universo: ‘Sinto por Sião um amor ardente que me provoca ciúme e grande cólera.’»
Assim fala o Senhor do universo: «Volto a Sião e vou habitar no meio de Jerusalém. Jerusalém será chamada ‘Cidade Fiel’ e a montanha do Senhor do universo, ‘Montanha Santa’.»
Assim fala o Senhor do universo: «Velhos e velhas sentar-se-ão ainda nas praças de Jerusalém; cada um terá na mão o seu bastão por causa da sua muita idade.
As praças da cidade ficarão cheias de meninos e meninas que brincarão nelas.»
Assim fala o Senhor do universo: «Se isto parece um milagre aos olhos do resto deste povo, acaso será impossível aos meus olhos, naqueles dias?» –oráculo do Senhor do universo.
Assim fala o Senhor do universo: «Eis que Eu salvo o meu povo dos países do Oriente e dos países do Ocidente.
Eu os levarei a habitarem em Jerusalém. Eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus em fidelidade e em justiça.»


Livro de Salmos 102(101),16-18.19-21.29.22-23.

Os povos honrarão, Senhor, o teu nome,
e todos os reis da Terra, a tua majestade.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,

há-de voltar-se para a oração do indigente
e não desprezará as suas súplicas.
Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras
e os que hão-de nascer louvarão o Senhor.

O Senhor observa do alto do seu santuário;
lá do céu, Ele olha para a Terra,
para escutar os gemidos dos cativos
e livrar os condenados à morte.

Os filhos dos teus servos hão-de viver tranquilos
e a sua descendência perdurará na tua presença.
Em Sião será anunciado o nome do SENHOR,

e em Jerusalém, a sua glória,
quando os povos de todas as nações se reunirem
para servirem o Senhor.



Evangelho segundo S. Lucas 9,46-50.

Naquele tempo, veio então ao pensamento dos discípulos qual deles seria o maior.
Conhecendo Jesus Cristo os seus pensamentos, tomou um menino, colocou-o junto de si
e disse-lhes: «Quem acolher este menino em meu nome, é a mim que acolhe e quem me acolher a mim, acolhe aquele que me enviou; pois quem for o mais pequeno entre vós, esse é que é grande.»
João tomou a palavra e disse: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome e impedimo-lo porque ele não te segue juntamente connosco.»
Jesus Cristo disse-lhe: «Não o impeçais, pois quem não é contra vós é por vós.»


Concílio Vaticano II Constituição sobre a Igreja no mundo contemporâneo, « Gaudium et spes », § 92



«Quem não é contra vós é por vós»

Em virtude da sua missão de iluminar o mundo inteiro com a mensagem de Jesus Cristo e de reunir sob um só Espírito todos os homens, (e mulheres) de qualquer nação, raça ou cultura, a Igreja constitui um sinal daquela fraternidade que torna possível e fortalece o diálogo sincero.

Isto exige, em primeiro lugar, que, reconhecendo toda a legítima diversidade, promovamos na própria Igreja a mútua estima, respeito e concórdia, em ordem a estabelecer entre todos os que formam o Povo de Deus, pastores ou fiéis, um diálogo cada vez mais fecundo. Porque o que une entre si os fiéis é bem mais forte do que o que os divide: haja unidade no necessário, liberdade no que é duvidoso e em tudo caridade.
Abraçamos também em espírito os irmãos que ainda não vivem em plena comunhão connosco e as suas comunidades, com os quais estamos unidos na confissão do Pai, Filho e Espírito Santo [...]. Voltamos também o nosso pensamento para todos os que reconhecem Deus e guardam nas suas tradições preciosos elementos religiosos e humanos, desejando que um diálogo franco nos leve a todos a receber com fidelidade os impulsos do Espírito e a segui-los com entusiasmo.

Pela nossa parte, o desejo de um tal diálogo, guiado apenas pelo amor pela verdade e com a necessária prudência, não exclui ninguém; nem aqueles que cultivam os altos valores do espírito humano, sem ainda conhecerem o seu Autor; nem aqueles que se opõem à Igreja e de várias maneiras a perseguem. Como Deus e Pai é o princípio e o fim de todos eles, todos somos chamados a ser irmãos. Por isso, chamados pela mesma vocação humana e divina, podemos e devemos cooperar pacificamente, sem violência nem engano, na edificação do mundo na verdadeira paz.
mailto:maria.c.figueiras.portugal@gmail.com


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cristianismo 24

Os meus blogues para Recordar
Conviver e Acreditar
Lagos no coração
Problemas do Português
Cristianismo
...........................................................
http://www.institutosacarneiro.pt/ “Europa” - Maria de Portugal
http://www.psd.pt/ Homepage (rodapé) - “Povo Livre” - salvar (=guardar)
chiadoeditora@gmail.com
foreignrights.chiado@gmail.com
http://www.radiosim.com/
http://www.antena2.rdp.pt/
http://www.custodiosdemaria.pt/ (terço + livrinho das orações do terço)
-----------------------------------------------------

= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.


Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.


Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.


Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso portal (http://www.evangelizo.org/) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

1ª Carta a Timóteo 3,1-13.

Caríssimo: É digna de fé esta palavra: se alguém aspira ao episcopado, deseja um excelente ofício.
Mas é necessário que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, ponderado, de bons costumes, hospitaleiro, capaz de ensinar;
que não seja dado ao vinho, nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado;
que governe bem a própria casa, mantendo os filhos submissos, com toda a dignidade
.
Pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará ele da igreja de Deus?
Que não seja neófito para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação do diabo.
Mas é necessário também que ele goze de boa reputação entre os de fora, para não cair no descrédito e nas ciladas do diabo.
Do mesmo modo, os diáconos sejam pessoas dignas, sem duplicidade, não inclinados ao excesso de vinho, nem ávidos de lucros desonestos.
Guardem o mistério da fé numa consciência pura.
Sejam também eles, primeiro, postos à prova e só depois, se forem irrepreensíveis, exerçam o diaconado.
Do mesmo modo, as mulheres sejam dignas, não maldizentes, sóbrias, fiéis em tudo.
Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, capazes de dirigir bem os filhos e a própria casa.
Pois aqueles que cumprirem bem o diaconado adquirem para si uma posição honrosa e autoridade em questões de fé, em Cristo Jesus.


Livro de Salmos 101(100),1-2ab.2cd-3ab.5.6.

Quero cantar o amor e a justiça
para Ti, Senhor, hei-de cantar.
Quero seguir pelos caminhos da honestidade:
quando virás ao meu encontro?

Procederei honestamente
com os da minha casa.
Não porei diante dos meus olhos
acções iníquas.

Hei-de reduzir ao silêncio
o que, às ocultas, calunia o seu semelhante.
Não hei-de tolerar
o arrogante e orgulhoso de coração.

Os meus olhos procurarão gente fiel do meu país,
para viver junto de mim.
Só aquele que segue pelo caminho honrado
poderá estar ao meu serviço.


Evangelho segundo S. Lucas 7,11-17.
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus Cristo para uma cidade chamada Naim, indo com Ele os seus discípulos e uma grande multidão.
Quando estavam perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe que era viúva e a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade.
Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: «Não chores
Aproximando-se, tocou no caixão e os que o transportavam, pararam. Disse então: «Jovem, Eu te ordeno: Levanta-te!»
O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus Cristo entregou-o à sua mãe.
O temor apoderou-se de todos e davam glória a Deus, dizendo: «Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!»
E a fama deste milagre espalhou-se pela Judeia e por toda a região.



São Fulgêncio de Ruspe (467-532), bispo na África do Norte O perdão dos pecados; CCL 91A, 693

«Eu te ordeno: Levanta-te!»

«Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta, pois ela há-de soar, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.» Ao dizer «nós», São Paulo fala daqueles que receberão o dom da transformação futura, isto é, dos seus companheiros na comunhão da Igreja e numa vida recta. E sugere a natureza desta transformação quando prossegue: «É necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade e que este corpo mortal se revista de imortalidade» (1Cor 15,52-53). Para recebermos esta transformação como recompensa justa, ela tem de seja precedida pela transformação que provém da abundância da graça. […]

Na vida actual, é pois a graça que age para que a justificação, através da qual ressuscitamos espiritualmente, inicie essa transformação e, em seguida, aquando da ressurreição do corpo que completa a transformação dos homens justificados, a glorificação será perfeita. [...] Em primeiro lugar, a graça da justificação e, em seguida, a da glorificação transforma-os de tal modo que a glorificação permanece neles imutável e eterna.

Com efeito, eles ficam transformados na Terra por esta primeira ressurreição que os ilumina para que se convertam. Através dela, passam da morte para a vida, do pecado para a justiça, da descrença para a fé, de uma conduta incorrecta para uma vida santa. É por isso que a segunda morte não tem poder sobre eles. Diz o Apocalipse: «Felizes os que participam na primeira ressurreição: a segunda morte não tem poder sobre eles» (20,6). [...] E é também por isso que nos devemos apressar a participar na primeira ressurreição, se não quisermos ser condenados ao castigo da segunda morte. Aqueles que, transformados nesta vida pelo seu respeito a Deus, passam de uma vida má para uma vida boa, passam da morte para a vida; seguidamente, a sua vida de miséria ficará transformada numa vida de glória.



Livro de Números 21,4b-9.

Naqueles dias, o povo de Israel partiu do monte Hor pelo caminho do Mar dos Juncos para contornar a terra de Edom, mas cansou-se na caminhada.
O povo falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizestes sair do Egipto? Foi para morrer no deserto, onde não há pão nem água, estando enjoados com este pão levíssimo?»
Mas o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes que mordiam o povo e por isso morreu muita gente de Israel.
O povo foi ter com Moisés e disse-lhe: «Pecámos ao protestarmos contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor para que afaste de nós as serpentes.» E Moisés intercedeu pelo povo.
O Senhor disse a Moisés: «Faz para ti uma serpente abrasadora e coloca-a num poste. Sucederá que todo aquele que tiver sido mordido, se olhar para ela, ficará vivo.»
Moisés fez, pois uma serpente de bronze e fixou-a sobre um poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze e vivia.


Livro de Salmos 78(77),1-2.34-35.36-37.38.

Escuta, meu povo, os meus ensinamentos;
presta atenção às minhas palavras.
Vou abrir a minha boca em parábolas
e revelar os enigmas de outros tempos.

Quando os castigava, eles procuravam-no,
convertiam-se e voltavam-se para Deus.
Recordavam-se então que Deus era o seu protector,
que o Altíssimo era o seu libertador.

Mas logo O enganavam com a boca e lhe mentiam com a língua.
Os seus corações não eram leais com Ele,
nem fiéis à sua aliança.
Mas Deus, que é misericordioso, perdoava-lhes os pecados
e não os destruía.
Muitas vezes conteve a sua cólera
e não executava toda a sua ira.



Evangelho segundo S. João 3,13-17.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem.
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto
a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.


Homília grega do século IV
Sobre
a santa Páscoa (inspirada numa homília perdida de Hipólito)



«Ninguém subiu ao Céu a não ser Aquele que desceu do Céu»

Para mim, a árvore da cruz é a da salvação eterna. Alimenta-me e faço dela o meu banquete. Agarro-me através das suas raízes e, através dos seus ramos, expando-me; o seu orvalho purifica-me e o seu sopro, como um vento delicioso, torna-me fecundo. Ergui a minha tenda à sua sombra e, fugindo aos grandes calores, aí encontro um refúgio de frescura. É através das suas flores que floresço e os seus frutos são as minhas delícias; esses frutos que me estavam reservados desde as origens e com os quais me consolo sem limite. [...] Quando tremo face a Deus, esta árvore protege-me; quando vacilo, ela é o meu apoio; é o preço dos meus combates e o troféu das minhas vitórias. É para mim, o caminho estreito, o sendeiro escarpado, a escada de Jacob percorrida pelos anjos, no cimo da qual o Senhor está verdadeiramente apoiado (cf. Mt 7,14; Gn 28,12).

Esta árvore de dimensões celestes eleva-se da Terra até aos céus, como planta imortal, fixada a meio caminho entre o céu e a Terra. Sustentáculo de todas as coisas, apoio do universo, suporte do mundo habitado, abraça o cosmos e reúne os vários elementos da natureza humana. Ela própria é edificada com as cavilhas invisíveis do Espírito para não vacilar ao ajustar-se ao divino. Tocando no seu topo o alto dos céus, firmando a terra com os seus pés e envolvendo por todos os lados, com os seus imensos braços, os espaços inumeráveis da atmosfera, ela é em si mesma completa em tudo e em todo o lado. […]

Pouco faltaria para que o universo fosse aniquilado, dissolvido pelo terror perante a Paixão, se o grande Jesus Cristo não lhe tivesse infundido o Espírito divino, dizendo: «Pai, nas Tuas mãos entrego o meu Espírito» (Lc 23,46). [...] Tudo estava vacilante mas, quando o Espírito divino Se elevou, o universo foi de certa forma reanimado, vivificado e reencontrou uma estabilidade firme. Deus preenchia tudo em todo o lado e a crucifixão estendia-se através de todas as coisas.



Carta aos Hebreus 5,7-9.

Nos dias da sua vida terrena, Jesus Cristo apresentou orações e súplicas Àquele que o podia salvar da morte, com grande clamor e lágrimas, e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna.


Livro de Salmos 31(30),2-3a.3bc-4.5-6.15-16.20.

Em ti, Senhor, me refugio; que eu nunca seja confundido.
Salva-me pela tua justiça.
Inclina para mim os teus ouvidos;
apressa-te a libertar-me.

Sê para mim uma rocha de refúgio,
uma fortaleza que me salve.
Tu és o meu rochedo e a minha fortaleza;
por amor do teu nome, guia-me e conduz-me.

Livra-me da cilada que me armaram
porque Tu és o meu refúgio.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
Senhor, Deus fiel, salva-me.

Mas eu confio em ti, Senhor;
e digo: "Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.

Como é grande, Senhor, a bondade
que reservas para os que te são fiéis!
Tu a concedes, à vista de todos,
àqueles que em ti confiam.



Evangelho segundo S. João 19,25-27.

Naquele tempo, junto à cruz de Jesus Cristo estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
Então Jesus Cristo, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava (S. João Evangelista), disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!»
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.


Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Poesia «
Porque te amo, Maria»

«Mulher, eis o teu filho!»

Num dia em que os pecadores escutam a doutrina
D'Aquele que os queria receber no céu
Encontro-te com eles, Maria, na colina;
Alguém disse a Jesus que tu querias vê-Lo.
Então o teu divino Filho, em frente de toda a multidão,
Do Seu amor por nós mostra a imensidão;
Ele diz: «Quem é a Minha mãe e quem são os Meus irmãos?» e
«Quem é meu irmão, minha irmã e minha mãe,
Senão aquele que faz a Minha vontade?» (cf Mt 12,48-50).

Ó Virgem Imaculada, das mães a mais terna,
Ao escutar Jesus, não te entristeces,
Mas alegras-te por Ele nos fazer entender
que a nossa alma se torna aqui na terra a Sua família.
Sim, alegras-te por Ele nos dar a Sua vida,
Os tesouros infinitos da Sua divindade!
Como poderia não te amar, ó minha mãe querida,
Vendo tanto amor e tanta humildade. [...]

Tu amas-nos verdadeiramente como Jesus nos ama
E, por nós, consentes em afastar-te d'Ele.
Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo;
Quiseste prová-lo permanecendo como nosso apoio.
O Salvador conhecia a tua imensa ternura,
Sabia dos segredos do teu coração maternal.
Refúgio dos pecadores, foi a ti que Ele nos entregou
Quando deixou a Sua cruz para nos esperar no céu. [...]

A casa de São João tornou-se o teu único abrigo;
O filho de Zebedeu vai substituir Jesus.
É o ultimo detalhe que nos dá o Evangelho,
Da Rainha dos Céus não me fala mais.
Mas o seu profundo silêncio, ó minha Mãe querida,
Não mostra que o próprio Verbo eterno
Quer ser Ele a cantar os segredos da tua vida
Para encantar os filhos, todos os eleitos do céu?

Em breve irei ouvir essa suave harmonia;
Em breve, no céu tão belo, te verei.
Tu, que me vieste sorrir na manhã da minha vida,
Vem sorrir-me uma vez mais [...] Mãe, eis chegada a noite!
Já não temo o esplendor da tua suprema glória;
Contigo sofri e quero agora
Cantar no teu regaço, Virgem, porque te amo
E dizer, para todo o sempre, que sou tua filha!



1ª Carta a Timóteo 6,2c-12.

Caríssimo. Eis o que deves ensinar e recomendar:
Se alguém ensinar outra doutrina e não aderir às sãs palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo e ao ensinamento conforme à piedade,
é um obcecado pelo orgulho, um ignorante, um espírito doentio dado a querelas e contendas de palavras. Daí nascem invejas, rixas, injúrias, suspeitas maldosas,
altercações entre homens de espírito corrompido e desprovidos de verdade, que julgam ser a piedade uma fonte de lucro.
A piedade é, realmente, uma grande fonte de lucro para quem se contenta com o que tem.
Pois nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele.
Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isso.
Mas os que querem enriquecer, caem na tentação, na armadilha e em múltiplos desejos insensatos e nocivos que precipitam os homens na ruína e na perdição.
Porque a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro. Arrastados por ele, muitos se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições.
Mas tu, ó homem de Deus, foge dessas coisas. Procura antes a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão.
Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna para a qual foste chamado e da qual fizeste uma bela profissão na presença de muitas testemunhas.


Livro de Salmos 49(48),6-7.8-10.17-18.19-20.

Porque hei-de temer os dias maus
quando me cercar a maldade dos meus inimigos?
Eles confiam na sua opulência
e vangloriam-se nas suas riquezas.

Infelizmente o homem não consegue escapar
nem pagar a Deus o seu resgate.
O resgate da sua vida é muito caro
e nunca se pagaria o suficiente,

nunca chegaria para poder viver para sempre,
sem chegar a ver a sepultura.
Não te preocupes, se alguém enriquece
e se aumenta a fortuna da sua casa.

Quando morrer, nada levará consigo,
a sua fortuna não há-de acompanhá-lo.
Ainda que em vida o tenham lisonjeado:
"Serás famoso porque és um homem rico"

há-de juntar-se na morte aos antepassados,
que jamais verão a luz (/dia celeste) (porque se negou a Deus).



Evangelho segundo S. Lucas 8,1-3.

Naqueles dias, Jesus Cristo ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Acompanhavam-no os Doze
e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios;
Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens.


Papa Bento XVI
Audiência geral de 14/02/07 (trad. © Libreria Editrice Vaticana) (rev.)

Acompanhavam-No os Doze e algumas mulheres

Também no âmbito da Igreja primitiva a presença feminina não é de modo algum secundária. [...] Devemos a São Paulo uma mais ampla documentação sobre a dignidade e sobre o papel eclesial da mulher. Ele parte do princípio fundamental segundo o qual, para os baptizados, não só «não há judeu nem grego, não há escravo nem livre», mas também «não há homem nem mulher». O motivo é que «todos somos um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28), ou seja, estamos todos irmanados pela mesma dignidade de fundo, embora cada um tenha funções específicas (cf 1 Cor 12,27-30). O Apóstolo admite como algo normal que na comunidade cristã a mulher possa «profetizar» (1 Cor 11,5), isto é, pronunciar-se abertamente sob o influxo do Espírito, contanto que isto seja para a edificação da comunidade e feito de modo digno. […]

Já encontrámos a figura de Prisca ou Priscila, esposa de Áquila, que em dois casos é surpreendentemente mencionada antes do marido (cf Act 18,18; Rom 16,3); de qualquer maneira, ambos são explicitamente qualificados por Paulo como seus «colaboradores» (Rom 16,3). [...] É necessário reconhecer também que a breve Carta a Filémon é na realidade endereçada por Paulo também a uma mulher chamada «Ápia» (cf Film 1,2). [...] Na comunidade de Colossos, ela devia ocupar um lugar de relevo; de qualquer forma, é a única mulher mencionada por Paulo entre os destinatários de uma carta sua. Noutro lugar, o Apóstolo menciona uma certa «Febe», qualificada como diákonos da Igreja de Cêncreas (cf Rom 16,1-2). [...] Embora o título não tenha, naquele tempo, um específico valor ministerial de tipo hierárquico, ele expressa um autêntico exercício de responsabilidade desta mulher em favor daquela comunidade cristã. [...] No mesmo contexto epistolar, o Apóstolo recorda com traços de delicadeza outros nomes de mulheres: uma certa Maria, depois Trifena, Trifosa e a «querida» Pérside, além de Júlia (Rom 16, 6.12a.12b.15). [...] Depois, na Igreja de Filipos, deviam distinguir-se duas mulheres chamadas «Evódia e Síntique» (Fil 4,2): a exortação que Paulo faz à concórdia recíproca deixa entender que as duas mulheres tinham uma função importante no interior daquela comunidade. Em síntese, a história do cristianismo teria tido um desenvolvimento muito diferente, se não fosse o generoso contributo de muitas mulheres.



1ª Carta a Timóteo 6,13-16.

Caríssimo: Na presença de Deus que dá a vida a todas as coisas e de Jesus Cristo, que deu testemunho perante Pôncio Pilatos numa bela profissão de fé,
recomendo-te que guardes o mandato, sem mancha nem culpa, até à manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Esta manifestação será feita nos tempos estabelecidos, pelo bem-aventurado e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores,
o único que possui a imortalidade, que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele, honra e poder eterno! Ámen!


Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.

Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi ao SENHOR com alegria,
vinde à sua presença com cânticos de júbilo!
Sabei que o SENHOR é Deus;
foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-lhe,
somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho.

Entrai pelas suas portas em acção de graças;
entrai nos seus átrios com hinos de louvor;
glorificai-O e bendizei o seu nome.
O SENHOR é bom!
O seu amor é eterno!
É eterna a sua fidelidade!



Evangelho segundo S. Lucas 8,4-15.

Naquele tempo, como estivesse reunida uma grande multidão e de todas as cidades viessem ter com Ele (Jesus Cristo), disse esta parábola:
«Saiu o semeador para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, foi pisada e as aves do céu comeram-na.
Outra caiu sobre a rocha e, depois de ter germinado, secou por falta de humidade.
Outra caiu no meio de espinhos e os espinhos, crescendo com ela, sufocaram-na.
Uma outra caiu em boa terra e, uma vez nascida, deu fruto centuplicado.» Dizendo isto, clamava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça!»
Os discípulos perguntaram-lhe o significado desta parábola.
Disse-lhes: «A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus; mas aos outros fala-se-lhes em parábolas a fim de que, vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam.»
«O significado da parábola é este: a semente é a Palavra de Deus.
Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas em seguida vem o diabo e tira-lhes a palavra do coração para não se salvarem, acreditando.
Os que estão sobre a rocha são os que, ao ouvirem, recebem a palavra com alegria; mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se na hora da provação.
A que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, indo pelo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, pela riqueza, pelos prazeres da vida e não chegam a dar fruto.
E a que caiu em terra boa são aqueles que, tendo ouvido a palavra, com um coração bom e virtuoso, conservam-na e dão fruto com a sua perseverança.»


Santo Amadeu de Lausanne (1108-1159), monge cisterciense, mais tarde bispo Homilias Marianas, n.º 6, SC 72

«Deu fruto centuplicado»

Lançado à terra, morreu e deu muito fruto (Jo 12, 24). Deixou-Se lançar como a semente para recolher, em colheita, o género humano. Feliz o ventre de Maria, onde uma tal semente germinou! Feliz aquela a quem foi dito: «O teu ventre é monte de trigo, todo cercado de lírios» (Ct 7, 3). Com efeito, não será monte de trigo esse ventre da Virgem que se dilatou pela acção d'Aquele que nele foi lançado e no qual cresceu toda a colheita dos resgatados? Sim, mortos para o pecado desde a fonte baptismal pelo banho da regeneração, renascemos em Jesus Cristo a fim de vivermos n'Aquele que por nós morreu. Por isso diz o Apóstolo Paulo: «Todos os que fostes baptizados em Jesus Cristo, revestistes-vos de Jesus Cristo» (Gl 3, 27). De um só grão nascido da Virgem Maria provém assim uma colheita inumerável.

Por isso se chama monte de trigo, não tanto por causa do número de resgatados, mas pela força da semente e da eficácia do semeador mais do que pela multiplicidade dos recolhidos. [...] Ele é teu filho, Maria! Foi Ele Quem ao terceiro dia por ti ressuscitou dos mortos e na tua carne subiu acima dos céus para reconciliar todas as coisas. Por isso, ó bem-aventurada!, és a detentora de toda a alegria, pois recebeste em partilha o fruto da tua vontade e a coroa da tua cabeça. [...] Alegra-te e exulta, pois Aquele que é a tua glória ressuscitou. Tu que te alegraste com a Sua concepção e te afligiste na Sua Paixão, rejubila agora com a Sua Ressurreição e ninguém poderá tirar-te a tua alegria porque Jesus Cristo ressuscitado já não morrerá mais, a morte não tem poder algum sobre Ele (Rm 6, 9).



Livro de Isaías 55,6-9.

Buscai o Senhor, enquanto se pode encontrar; invocai-o, enquanto está perto.
Deixe o ímpio os seus caminhos e o criminoso os seus projectos. Volte-se para o SENHOR, que terá piedade dele, para o nosso Deus, que é generoso em perdoar.
Os meus planos não são os vossos planos, os vossos caminhos não são os meus caminhos, oráculo do SENHOR.
Tanto quanto os céus estão acima da Terra, assim os meus caminhos são mais altos que os vossos e os meus planos, mais altos que os vossos planos.


Livro de Salmos 145(144),2-3.8-9.17-18.

quero Bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o vosso nome para sempre.
O SENHOR é grande e digno de todo o louvor;
a sua grandeza é insondável.

O Senhor é clemente e compassivo,
é paciente e cheio de bondade.
o Senhor é bom para com todos
a sua misericórdia se estende a todas as suas obras.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e misericordioso em todas as suas obras.
O Senhor está perto de todos os que O invocam,
dos que O invocam sinceramente.



Carta aos Filipenses 1,20c-24.27a.

Irmãos: Jesus Cristo será engrandecido no meu corpo, quer pela vida quer pela morte.
É que, para mim, viver é Jesus Cristo e morrer, um lucro.
Se, entretanto, eu viver corporalmente, isso permitirá que dê fruto a obra que realizo. Que escolher então? Não sei.
Estou pressionado dos dois lados: tenho o desejo de partir e estar com Jesus Cristo, já que isso seria muitíssimo melhor;
mas continuar a viver é mais necessário por causa de vós.
Só isto é necessário: comportai-vos em comunidade de um modo digno do Evangelho de Jesus Cristo para que – quer eu vá ter convosco, quer esteja ausente – ouça dizer isto de vós: que permaneceis firmes num só espírito, lutando juntos, numa só alma, pela fé no Evangelho.



Evangelho segundo S. Mateus 20,1-16a.

Naquele tempo, disse Jesus Crito aos seus discípulos a seguinte parábola: «Com efeito, o Reino do Céu é semelhante a um proprietário que saiu ao romper da manhã a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha.

Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para a sua vinha.
Saiu depois pelas nove horas, viu outros na praça que estavam sem trabalho e disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.’
E eles foram. Saiu de novo por volta do meio-dia e das três da tarde e fez o mesmo.
Saindo pelas cinco da tarde, encontrou ainda outros que ali estavam e disse-lhes: 'Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’
Responderam-lhe: 'É que ninguém nos contratou.’ Ele disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha.’
Ao entardecer, o dono da vinha disse ao capataz: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros.’
Vieram os das cinco da tarde e receberam um denário cada um.
Vieram, por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas receberam, também eles, um denário cada um.
Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo:
'Estes últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.’
O proprietário respondeu a um deles: 'Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos?
Leva então o que te é devido e segue o teu caminho, pois eu quero dar a este último tanto como a ti.
Ou não me será permitido dispor dos meus bens como eu entender? Será que tens inveja por eu ser bom?’
Assim os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»


São Gregório Magno (c. 540-604), papa e doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho, n°19

«Ide também para a minha vinha»

O Senhor não pára, em tempo algum, de enviar trabalhadores para cultivar a Sua vinha [...]: através dos patriarcas, dos doutores da Lei e dos profetas e, finalmente, através dos apóstolos, Ele procurava, por assim dizer, que a Sua vinha fosse cultivada por intermédio dos Seus trabalhadores. Todos aqueles que, a uma fé firme, acrescentaram boas obras, foram os trabalhadores dessa vinha [...].

Os trabalhadores contratados desde o nascer do dia, da hora terceira, da sexta e da nona designam portanto o antigo povo hebreu que, aplicando-se [...], desde o começo do mundo, a prestar culto a Deus com fé firme, não parou, por assim dizer, de se empenhar na cultura da vinha. Mas à décima-primeira hora os pagãos foram chamados, tendo-lhes sido dirigidas estas palavras: «Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?» De facto, ao longo de todo aquele lapso de tempo por que o mundo passou, os pagãos tinham negligenciado o trabalho que leva à vida eterna e ali estavam, daquela maneira, o dia inteiro sem nada fazer. Mas reparai bem, irmãos, o que respondem à pergunta que lhes é feita: «É que ninguém nos contratou.» De facto, patriarca algum ou profeta se acercara deles. E que quererão estas palavras dizer: «Ninguém nos contratou para trabalhar» a não ser: «Ninguém nos pregou os caminhos da vida»?

Mas nós, que invocaremos então em desculpa própria, se nos abstivermos de realizar boas obras? Pensai bem: recebemos a fé ao sair do seio de nossa mãe, escutámos as palavras de vida desde o berço e fomos alimentados ao peito da Santa Igreja, dela bebendo, ao mesmo tempo que o leite materno, o néctar da doutrina celeste.



Livro de Esdras 1,1-6.

No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor pronunciada por Jeremias, o Senhor inspirou Ciro, rei da Pérsia, o qual mandou publicar em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, o seguinte decreto:
«Assim fala Ciro, rei da Pérsia: ‘O Senhor, Deus do céu, deu-me todos os reinos da Terra e encarregou-me de lhe construir um templo em Jerusalém, cidade de Judá.
Quem de vós pertence ao seu povo? Que o seu Deus esteja com ele. Suba a Jerusalém que fica na terra de Judá, e construa o templo do Senhor, Deus de Israel, o Deus que reside em Jerusalém.
Todos os sobreviventes, onde quer que habitem, sejam providos pelos habitantes das localidades onde se encontram, de prata, ouro, cereais, gado e ofertas voluntárias para o templo do Deus que reside em Jerusalém.’»
Assim os chefes das famílias de Judá e de Benjamim, os sacerdotes e levitas e todos aqueles a quem Deus movera os corações, prepararam-se para ir reedificar o templo do Senhor que está em Jerusalém.
Todos os que viviam nas redondezas ajudaram-nos, dando-lhes prata, ouro, bens diversos, gado, cereais e coisas preciosas, além de outras ofertas voluntárias.


Livro de Salmos 126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.

Quando o SENHOR mudou o destino de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
A nossa boca encheu-se de sorrisos
e a nossa língua de canções.

Dizia-se então entre os pagãos:
«O SENHOR fez por eles grandes coisas!»
Sim, o SENHOR fez por nós grandes coisas;
por isso, exultamos de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Aqueles que semeiam com lágrimas,
vão recolher com alegria.

À ida vão a chorar,
carregando e lançando as sementes;
no regresso cantam de alegria,
transportando os feixes de espigas.



Evangelho segundo S. Lucas 8,16-18.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «Ninguém acende uma candeia para a cobrir com um vaso ou para a esconder debaixo da cama; mas coloca-a no candelabro para que vejam a luz, aqueles que entram.
Porque não há coisa oculta que não venha a manifestar-se, nem escondida que não se saiba e venha à luz.
Vede, pois como ouvis porque àquele que tiver (fé), ser-lhe-á dado (tudo o que necessitar); mas àquele que não tiver (fé), ser-lhe-á tirado (os bens) mesmo o que julga possuir (porque escolheu as trevas onde só há morte, destruição, anulação porque ausência de Deus).»


São Máximo, o Confessor (c. 580-662), monge e teólogo Pergunta 63 a Talássio; PG 90, 667ss.

«Uma lâmpada para os meus passos é a Tua palavra, uma luz no meu caminho» (Sl 118,105)

A lâmpada no lampadário é Nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira luz do Pai «que ilumina todo o homem que vem a este mundo» (Jo 1,9). Dito de outra forma, é a Sabedoria e a Palavra do Pai; tendo aceitado a nossa carne, tornou-Se realmente e foi chamado a «luz» do mundo. É celebrado e exaltado na Igreja pela nossa fé e pela nossa piedade. Torna-Se assim visível para todas as nações e brilha para «todos os da casa», isto é, para o mundo inteiro, de acordo com as Suas palavras: «Não se acende uma candeia para a pôr debaixo de um vaso, mas no candelabro onde brilhe para todos os da casa» (Mt 5,15).

Como se vê, Jesus Cristo designa-Se a Si mesmo como lâmpada. Sendo Filho de Deus por natureza, tornou-Se carne no plano da salvação, uma luz escondida na carne como debaixo de um vaso. [...] Era nisto que David pensava quando dizia: «Uma lâmpada para os meus passos é a Tua palavra, uma luz no meu caminho» (Sl 118,105). Porque faz desaparecer as trevas da ignorância e do mal entre os homens, o meu Salvador e Filho de Deus é chamado lâmpada na Sagrada Escritura. Porque é o único a poder aniquilar as trevas da ignorância e a dissipar a escuridão do pecado, tornou-Se para todos caminho de salvação. Conduz para junto do Pai aqueles que, pelo conhecimento e pela virtude, avançam com Ele pelo caminho dos mandamentos como por um caminho de justiça.

O lampadário é a Santa Igreja porque o Verbo de Deus brilha por causa da sua pregação. É deste modo que os raios da sua verdade podem iluminar o mundo inteiro. [...] Mas com uma condição: não a esconder sob a letra da lei. Todo aquele que fica preso apenas à letra da Escritura vive segundo a carne: põe a lâmpada debaixo do vaso. Pelo contrário, colocada no lampadário, a Igreja ilumina todos os homens (e mulheres).
mailto:maria.c.figueiras.portugal@gmail.com