segunda-feira, 7 de março de 2011

Cristianismo 7

Os meus blogues


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= CRISTIANISMO =


Eis-nos de volta ao tempo comum, o tempo da nossa caminhada.
Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo”, recorda-nos hoje S. Marcos. E acrescenta: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
Há quase dez anos (faltam poucos meses) que este serviço se dedica a divulgar o Evangelho do dia, num apelo à conversão. Um a um, de boca a orelha, de computador a computador, os nossos leitores têm assumido o papel de arautos, de transmissores da Boa Nova. Mas, como diria o nosso saudoso Papa João Paulo II, “Isso não chega”. É preciso ir mais longe, a mais computadores, a mais orelhas, a mais corações.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (http://www.evangelizo.org/) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
O serviço está agora disponível em 10 línguas: português, espanhol, francês, inglês, alemão, neerlandês, italiano, polaco, árabe e arménio.
Livro de Génesis 3,9-24.
Mas o Senhor Deus chamou o homem e disse-lhe: «Onde estás?» Ele respondeu: «Ouvi a tua voz no jardim e, cheio de medo, escondi-me porque estou nu.» O Senhor Deus perguntou: «Quem te disse que estás nu? Comeste, porventura, da árvore da qual te proibi comer?» O homem respondeu: «Foi a mulher que trouxeste para junto de mim que me ofereceu da árvore e eu comi.» O Senhor Deus perguntou à mulher: «Por que fizeste isso?» A mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi.» Então o Senhor Deus disse à serpente: «Por teres feito isto, serás maldita entre todos os animais domésticos e entre os animais selvagens. Rastejarás sobre o teu ventre, alimentar-te-ás de terra todos os dias da tua vida. Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar.» Depois disse à mulher: «Aumentarei os sofrimentos da tua gravidez, entre dores darás à luz os filhos. Procurarás apaixonadamente o teu marido, mas ele te dominará.» A seguir disse ao homem: «Porque atendeste à voz da tua mulher e comeste o fruto da árvore a respeito da qual Eu te tinha ordenado: ‘Não comas dela’, maldita seja a terra por tua causa. E dela só arrancarás alimento à custa de penoso trabalho todos os dias da tua vida. Produzir-te-á espinhos e abrolhos e comerás a erva dos campos. Comerás o pão com o suor do teu rosto até que voltes à terra de onde foste tirado (Terra Celeste) porque tu és pó e ao pó voltarás.» Adão pôs à sua mulher o nome de Eva porque ela seria mãe de todos os viventes. O Senhor Deus fez a Adão e à sua mulher túnicas de peles e vestiu-os. O Senhor Deus disse: «Eis que o homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós. Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre.» O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden a fim de cultivar a terra, da qual fora tirado. Depois de ter expulsado o homem, colocou, a oriente do jardim do Éden, os querubins com a espada flamejante para guardar o caminho da árvore da Vida.


Livro de Salmos 90,2.3-4.5-6.12-13.
Antes de surgirem as montanhas,
antes de nascerem a Terra e o mundo,
desde sempre e para sempre Tu és Deus.

Tu podes reduzir o homem ao pó, dizendo
apenas: "Voltai ao pó, seres humanos!"
Mil anos, diante de Ti, são como o dia de ontem
que passou ou como uma vigília da noite.

Tu os arrebatas como um sonho
ou como a erva que de manhã verdeja,
como a erva que de manhã brota vicejante,
mas à tarde está murcha e seca.

Ensina-nos a contar assim os nossos dias
para podermos chegar ao coração da sabedoria.
Volta, SENHOR! Até quando...?
Tem compaixão dos teus servos.


Evangelho segundo S. Marcos 8,1-10.
Naqueles dias, havia outra vez uma grande multidão e não tinham que comer. Jesus Cristo chamou os discípulos e disse: «Tenho compaixão desta multidão. Há já três dias que permanecem junto de mim e não têm que comer. Se os mandar embora em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho e alguns vieram de longe.» Os discípulos responderam-lhe: «Como poderá alguém saciá-los de pão, aqui no deserto?» Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes?» Disseram: «Sete.» Ordenou que a multidão se sentasse no chão e, tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e dava-os aos seus discípulos para eles os distribuírem à multidão. Havia também alguns peixinhos. Jesus Cristo abençoou-os e mandou que os distribuíssem igualmente. Comeram até ficarem satisfeitos e houve sete cestos de sobras. Ora eram cerca de quatro mil. Despediu-os e, subindo logo para o barco com os discípulos, foi para os lados de Dalmanuta.


Santo Ambrósio (c. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja Comentário sobre o Evangelho de São Lucas, VI, 73-88
(a partir da trad. SC 45, pp. 254 ss. rev.)

«Se os mandar embora em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho»
Senhor Jesus Cristo, sei bem que não queres deixar em jejum estas pessoas que estão aqui comigo, mas antes alimentá-las com os alimentos que distribuis; deste modo, fortalecidas com o Teu alimento, não recearão desfalecer de fome. Sei bem que também não nos queres mandar embora em jejum. [...] Tu o disseste: não queres que eles desfaleçam no caminho, isto é, que desfaleçam no decurso desta vida antes de chegarem ao fim do percurso, antes de chegarem ao Pai e perceberem que Tu provéns do Pai. [...]
O Senhor tem piedade para que ninguém desfaleça no caminho. [...] Assim como faz chover tanto sobre os justos como sobre os injustos (Mt 5, 45) também alimenta tanto os justos como os injustos. Não foi graças à força do alimento que o santo profeta Elias, quase a desfalecer, conseguiu caminhar quarenta dias? (1R 19, 8) Foi um anjo que lhe deu esse alimento; mas a vós, é o próprio Jesus Cristo que vos alimenta. Se conservardes o alimento assim recebido, caminhareis, não quarenta dias e quarenta noites [...], mas durante quarenta anos, desde a vossa saída dos confins do Egipto até à vossa chegada à terra da abundância, à terra onde correm o leite e o mel (Ex 3, 8). [...]
Jesus Cristo partilha os víveres e quer, sem dúvida alguma, dá-los a todos. Não os recusa a ninguém, pois dá-os a todos. Porém, quando parte os pães e os dá aos discípulos, se não estenderdes as mãos para receber o vosso alimento, desfalecereis no caminho. [...] Este pão que Jesus Cristo parte, é o mistério da palavra de Deus: quando é distribuída, aumenta. A partir somente de algumas palavras, Jesus Cristo forneceu a todos os povos um alimento superabundante. Ele deu-nos os Seus discursos como pães e, enquanto os saboreamos, eles multiplicam-se na nossa boca. [...] Quando as multidões os comem, os pedaços tornam a aumentar, multiplicando-se. Tanto assim é que, no fim, os restos são ainda mais abundantes do que os pães que foram partilhados.


Livro de Eclesiástico 15,15-20.
Se quiseres, observarás os mandamentos; ser-lhes fiel será questão da tua boa vontade. Ele pôs diante de ti o fogo e a água; estende a mão para o que quiseres. Diante do homem estão a vida e a morte; o que ele escolher, isso lhe será dado, pois é grande a sabedoria do Senhor. Ele é forte e poderoso e vê todas as coisas. Os olhos do Senhor estão sobre os que O adoram, Ele conhece as acções de cada homem (e mulher). A ninguém Ele deu ordem para fazer o mal e a ninguém deu permissão de pecar.


Livro de Salmos 119(118),1-2.4-5.17-18.33-34.
Felizes os que seguem o caminho da rectidão
e vivem segundo a lei do SENHOR.
Felizes os que cumprem os Seus preceitos
e O procuram com todo o coração.

Promulgaste os Teus preceitos
para se cumprirem fielmente.
Oxalá os meus passos sejam firmes
no cumprimento dos Teus decretos.

Concede ao Teu servo uma longa vida
e eu cumprirei as Tuas palavras.
Abre os meus olhos para que eu veja
as maravilhas da Tua Lei.

Ensina-me, SENHOR, o caminho das Tuas Leis
e eu hei-de cumpri-las com fidelidade.
Dá-me entendimento para cumprir a Tua Lei;
hei-de obedecer-lhe de todo o coração.


1ª Carta aos Coríntios 2,6-10.
E no entanto, é de sabedoria que nós falamos entre os perfeitos; sabedoria que não é deste mundo, nem dos chefes deste mundo, votados à destruição. Ensinamos a sabedoria de Deus, mistério que permaneceu oculto e que Deus, antes dos séculos, predestinou para nossa glória. Nenhum dos chefes deste mundo a conheceu, pois se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da Glória. Mas como está escrito: O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem (e da mulher) não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que O adoram. A nós, porém, Deus o revelou por meio do Seu Espírito. Pois o Espírito de Deus tudo penetra até as profundidades de Deus.


Evangelho segundo S. Mateus 5,17-37.
«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a Terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos e ensinar assim aos homens (e mulheres), será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino do Céu porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu.» «Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás. Aquele que matar terá de responder em juízo. Eu, porém, digo-vos: Quem se irritar contra o seu irmão, será réu perante o tribunal (celeste); quem lhe chamar 'imbecil’ será réu diante do Conselho (Celeste); e quem lhe chamar 'louco’ será réu da Geena do fogo (lava). Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua oferta. Com o teu adversário mostra-te conciliador, enquanto caminhardes juntos (=viverem cá na Terra), para não acontecer que ele te entregue ao juiz e este à guarda e te mandem para a prisão (celeste). Em verdade te digo: Não sairás de lá até que pagues o último centavo (todas as ofensas ao próximo).» «Ouvistes o que foi dito: Não cometerás adultério. Eu, porém, digo-vos que todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração. Portanto, se a tua vista direita for para ti origem de pecado, arranca-a e lança-a fora, pois é melhor perder-se um dos teus órgãos do que todo o teu corpo ser lançado à Geena. E se a tua mão direita for para ti origem de pecado, corta-a e lança-a fora porque é melhor perder-se um só dos teus membros do que todo o teu corpo ser lançado à Geena. (Estas decisões só cabem a Deus e a quem Ele delegar – ser celeste)» «Também foi dito: Aquele que se divorciar da sua mulher, dê-lhe documento de divórcio. Eu, porém, digo-vos: Aquele que se divorciar da sua mulher excepto em caso de união ilegal expõe-na a adultério, e quem casar com a divorciada comete adultério.» «Do mesmo modo, ouvistes o que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás diante do Senhor os teus juramentos. Eu, porém, digo-vos: Não jureis de maneira nenhuma: nem pelo Céu, que é o trono de Deus, nem pela Terra, que é o estrado dos seus pés, nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei. Não jures pela tua cabeça porque não tens poder de tornar um só dos teus cabelos branco ou preto. Seja este o vosso modo de falar: Sim, sim; não, não. Tudo o que for além disto procede do espírito do mal.»


Santo Ireneu de Lyon (c. 130-v. 208), bispo, teólogo e mártir Contra as heresias IV, 13, 3 (a partir da trad. SC 100, p. 525s rev)

A Lei enraizada nos nossos corações
Há certos preceitos naturais da Lei que são já de justiça; mesmo antes da dádiva da Lei a Moisés, os homens observavam esses preceitos, eram justificados pela sua fé e agradavam a Deus. O Senhor não aboliu esses preceitos, antes os alargou e os cumpriu como provam as seguintes palavras: «Foi dito aos antigos: não cometerás adultério. Mas eu digo-vos: todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração». E ainda «Foi dito: não matarás. Eu, porém, digo-vos: quem se irritar contra o seu irmão sem motivo será réu perante o tribunal» (Mt 5, 21ss.). [...] E por aí adiante. Nenhum destes preceitos implica a contradição nem a abolição dos anteriores, mas o seu cumprimento e o seu alargamento. Como o próprio Senhor o diz: «Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu» (Mt 5, 20).
Em que consistia essa superação? Em primeiro lugar, em crer, não apenas no Pai, mas também no Seu Filho doravante manifestado, pois é Ele que leva o homem à comunhão e à união com Deus. Em seguida, não apenas em dizer, mas em fazer – pois «eles diziam e não faziam» (Mt 23, 3) — e em evitar, não apenas actos maus, mas também o facto de os desejar. Com este ensinamento, Ele não contradizia a Lei, antes a cumpria e enraizava em nós os preceitos da Lei. [...] O preceito de nos abstermos, não só dos actos proibidos pela Lei, mas também do desejo de os praticar não provém de alguém que contradiz e abole a Lei; mas sim d'Aquele que a cumpre e alarga.


Livro de Génesis 4,1-15.25.
Adão conheceu Eva, sua mulher. Ela concebeu e deu à luz Caim e disse: «Gerei um homem com o auxílio do Senhor.» Depois deu também à luz Abel, irmão de Caim. Abel foi pastor e Caim, lavrador. Ao fim de algum tempo, Caim apresentou ao Senhor uma oferta de frutos da terra. Por seu lado, Abel ofereceu primogénitos do seu rebanho e as suas gorduras. O Senhor olhou com agrado para Abel e para a sua oferta, mas não olhou com agrado para Caim nem para a sua oferta (não pela sua oferta, mas pelo que se passava no seu coração. A oferta em si não interessa a Deus, não precisa dela). Caim ficou muito irritado e andava de rosto abatido. O Senhor disse a Caim: «Porque estás zangado e de rosto abatido? Se procederes bem, certamente voltarás a erguer o rosto; se procederes mal, o pecado deitar-se-á à tua porta e andará a espreitar-te. Cuidado, pois ele tem muita inclinação para ti, mas deves dominá-lo.» Entretanto, Caim disse a Abel, seu irmão: «Vamos ao campo.» Porém, logo que chegaram ao campo, Caim lançou-se sobre o irmão e matou-o. O Senhor disse a Caim: «Onde está o teu irmão Abel?» Caim respondeu: «Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?» O Senhor replicou: «Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra até mim. De futuro, serás amaldiçoado pela terra que, por causa de ti, abriu a boca para beber o sangue do teu irmão. Quando a cultivares, não voltará a dar-te os seus frutos. Serás vagabundo e fugitivo sobre a Terra.» Caim disse ao Senhor: «A minha culpa é excessivamente grande para ser suportada. Expulsas-me hoje desta terra; obrigado a ocultar-me longe da tua face (Caim não O via), terei de andar fugitivo e vagabundo pela terra e o primeiro a encontrar-me, matar-me-á.» O Senhor respondeu: «Não! Se alguém matar Caim, será castigado sete vezes mais.» E o Senhor marcou-o com um sinal a fim de nunca ser morto por quem o viesse a encontrar. Adão conheceu de novo a sua mulher que teve um filho e deu-lhe o nome de Set, dizendo: «Porque Deus concedeu-me outro no lugar de Abel, morto por Caim.»


Livro de Salmos 50,1.8.16-17.20-21.
O SENHOR Deus falou
e convocou os habitantes da Terra
desde o nascente até ao poente.

Não te repreendo por causa dos teus sacrifícios;
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Ao pecador, Deus declara: "Porque andas sempre a falar
da Minha Lei e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os Meus ensinamentos
e rejeitas as Minhas palavras?

Sentas-te a falar contra o teu irmão
e difamas o filho da tua própria mãe.
Tens feito tudo isto. Poderei Eu calar-me?
Pensavas que Eu era igual a ti?
Vou chamar-te a julgamento (...)


Evangelho segundo S. Marcos 8,11-13.
Apareceram os fariseus e começaram a discutir com Ele, pedindo-lhe um sinal do céu para o pôr à prova. Jesus Cristo, suspirando profundamente, disse: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: sinal algum será concedido a esta geração.» E, deixando-os, embarcou de novo e foi para a outra margem.


Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997),
fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade A Simple Path
(a partir da trad. Un Chemin tout simple, Plon Mame 1995, p. 65 rev.)

«Pediram-Lhe um sinal do céu para O pôr à prova.»
Deus está em toda a parte, em tudo e sem Ele não podemos existir. Nunca duvidei da Sua existência, nem por um instante, mas sei que há quem duvide. Se não acreditais em Deus, podeis ajudar os outros com actos inspirados pelo amor e o fruto dessas obras serão as graças suplementares que descerão sobre a vossa alma (vós). Começareis então a desabrochar lentamente e aspirareis à alegria de adorar Deus. [...]
Eu sigo o caminho de Jesus Cristo: Jesus é o meu único Amor, Jesus é o  meu Tudo em tudo, Jesus Cristo é tudo para mim. É esta a razão pela qual não tenho medo. Faço o meu trabalho com Jesus Cristo, faço-o por Ele e dedicando-Lho; é por isso que os resultados são Seus, não são meus. Se tendes necessidade de um guia, basta-vos voltar os olhos para Jesus Cristo. Deveis confiar n'Ele e contar inteiramente com Ele. Desse modo, dissipam-se as dúvidas e invade-vos a segurança. Mas Jesus Cristo disse: «Se não vos tornardes como crianças, não podeis vir a Mim» (Mt 18, 3).


Livro de Génesis 6,5-8.7,1-5.10.
O Senhor reconheceu que a maldade dos homens (e mulheres) era grande na Terra, que todos os seus pensamentos e desejos tendiam sempre e unicamente para o mal. O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem (e a mulher) sobre a Terra e o seu coração sofreu amargamente. E o Senhor disse: «Eliminarei da face da Terra o homem que Eu criei e, juntamente com o homem, os animais domésticos, os répteis e as aves dos céus, pois estou arrependido de os ter feito.» Noé, porém, era agradável aos olhos do Senhor. O Senhor disse, depois a Noé: «Entra na arca, tu e toda a tua família porque só a ti reconheci como justo nesta geração. De todos os animais puros levarás contigo sete pares, o macho e a fêmea; dos animais que não são puros levarás um par, o macho e a sua fêmea; das aves do céu, também sete pares, macho e fêmea a fim de conservares a sua raça viva sobre a Terra porque dentro de sete dias, vou mandar chuva sobre a Terra, durante quarenta dias e quarenta noites e exterminarei na superfície de toda a Terra todos os seres que Eu criei.» E Noé cumpriu tudo quanto o Senhor lhe ordenara. Ao cabo de sete dias, as águas do dilúvio submergiram a Terra.


Livro de Salmos 29(28),1-2.3-4.9-10.
Filhos de Deus, prestai ao SENHOR,
prestai ao SENHOR glória e honra.
Prestai ao Senhor a glória do Seu nome,
adorai o SENHOR no Seu átrio sagrado.

A voz do SENHOR ressoa sobre as águas,
o Deus glorioso faz ecoar o Seu trovão,
o SENHOR está sobre a vastidão das águas.
A voz do SENHOR é poderosa, a voz do
SENHOR é cheia de majestade.

A voz do SENHOR retorce os carvalhos,
despoja as árvores dos bosques.
No Seu santuário todos exclamam: "Glória!"
Para além do dilúvio, está sentado o SENHOR;
o SENHOR está sentado como Rei Eterno.


Evangelho segundo S. Marcos 8,14-21.
Os discípulos tinham-se esquecido de levar pães e só traziam um pão no barco. Jesus Cristo começou a avisá-los, dizendo: «Olhai: tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.» E eles discorriam entre si: «Não temos pão.» Mas Ele, percebendo-o, disse: «Porque estais a discorrer que não tendes pão? Ainda não entendestes nem compreendestes? Tendes o vosso coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis? E não vos lembrais de quantos cestos cheios de pedaços recolhestes, quando parti os cinco pães para aqueles cinco mil?» Responderam: «Doze.» «E quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de bocados recolhestes?» Responderam: «Sete.» Disse-lhes então: «Ainda não compreendeis?»


São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja A Subida ao Monte Carmelo, II, 3 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 637 rev.)

«Não vedes? Ainda não compreendeis?»
Dizem os teólogos que a fé é um hábito da alma ao mesmo tempo seguro e obscuro (ainda não tinham conseguido ganhar o dom do discernimento; essa porta estava-lhes ainda vedada). E é obscuro porque nos propõe verdades reveladas sobre o próprio Deus que ultrapassam qualquer luz natural e excedem toda a compreensão humana, seja ela qual for. Daí decorre que a luz excessiva dada pela fé se transforma para a alma em profundas trevas. Como sabemos, qualquer força superior supera e enfraquece uma que lhe seja inferior; desse modo, o sol eclipsa todas as luzes restantes ao ponto de, quando ele resplandece, todas as outras não parecerem propriamente luzes. Para além do mais, quando está no zénite, o seu brilho ultrapassa por completo a nossa capacidade visual até nos ofuscar em vez de nos fazer ver, devido a tornar-se excessivo e desproporcionado à nossa visão. O mesmo se passa com a luz da fé que pelo seu prodigioso excesso abate e enfraquece a luz do intelecto.
Tomemos outro exemplo: suponhamos uma pessoa cega de nascença que, por isso mesmo, não conhece as cores. Ao esforçarmo-nos por fazer-lhe compreender o branco ou o amarelo, bem podemos dar explicação atrás de explicação que ela não retirará delas qualquer conhecimento directo porque nunca viu as cores, cujo nome será a única coisa que ela reterá no espírito, através do ouvido. O mesmo se passa com a fé em relação à alma: a fé diz-nos coisas que nunca vimos nem conhecemos e a respeito das quais não possuímos a mais pequena réstia de conhecimento natural, mas retemo-las através do ouvido, crendo no que nos é ensinado e ofuscando em nós a luz natural. Com efeito, como nos diz São Paulo, «a fé surge da pregação» (Rom 10, 17). É como se ele nos dissesse: a fé não é uma ciência que reconhecemos pelos sentidos, mas um consentimento da alma que entra em nós pelo ouvido. Torna-se então evidente que a fé é para a alma (nós, ser completo) uma noite escuríssima, mas é precisamente com a sua escuridão que ela ilumina: quanto mais a mergulha nas trevas, mais lhe faz brilhar a sua luz. Assim sendo, é ofuscando que ela alumia, segundo as palavras de Isaías: «se não acreditardes, não compreendereis» (7, 9).


Livro de Génesis 8,6-13.20-22.
Decorridos quarenta dias, Noé abriu a janela que havia feito na arca e soltou o corvo, que saiu repetidas vezes, enquanto iam secando as águas sobre a Terra. Depois soltou a pomba a fim de verificar se as águas tinham diminuído à superfície da Terra, mas, não tendo encontrado sítio para poisar, a pomba regressou à arca para junto dele, pois as águas cobriam ainda a superfície da Terra. Estendeu a mão, agarrou a pomba e meteu-a na arca. Aguardou mais sete dias; depois soltou novamente a pomba que voltou para junto dele, à tarde, trazendo no bico uma folha verde de oliveira. Noé soube, então, que as águas sobre a Terra tinham baixado. Aguardou ainda outros sete dias; depois tornou a soltar a pomba, mas, desta vez, ela não regressou mais para junto dele. No ano seiscentos e um (que calendário? Judaico? Cristão?), no primeiro dia do primeiro mês, as águas começaram a secar sobre a Terra. Noé abriu o tecto da arca e viu que a superfície da terra estava seca. Noé construiu um altar ao Senhor e, de todos os animais puros e de todas as aves puras, ofereceu holocaustos no altar. O Senhor sentiu o agradável odor e disse no seu coração: «De futuro, não amaldiçoarei mais a Terra por causa do homem, pois as tendências do coração humano são más, desde a juventude e não voltarei a castigar os seres vivos, como fiz. Enquanto subsistir a Terra, haverá sempre a sementeira e a colheita, o frio e o calor, o Verão e o Inverno, o dia e a noite.»


Livro de Salmos 116(115),12-13.14-15.18-19.
Como retribuirei ao SENHOR todos os Seus benefícios para comigo?
Elevarei o cálice da salvação, invocando o nome do SENHOR.
Cumprirei as minhas promessas feitas ao SENHOR
na presença de todo o Seu povo.

Cumprirei as minhas promessas feitas ao SENHOR
na presença de todo o Seu povo,
nos átrios da casa do SENHOR,
no meio de ti, Jerusalém!


Evangelho segundo S. Marcos 8,22-26.
Chegaram a Betsaida e trouxeram-lhe um cego, pedindo-lhe que o tocasse. Jesus Cristo tomou-o pela mão e conduziu-o para fora da aldeia. Deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou: «Vês alguma coisa?» Ele ergueu os olhos e respondeu: «Vejo os homens; vejo-os como árvores a andar.» Em seguida, Jesus Cristo impôs-lhe outra vez as mãos sobre os olhos e ele viu perfeitamente; ficou restabelecido e distinguia tudo com nitidez. Jesus Cristo mandou-o para casa, dizendo: «Nem sequer entres na aldeia.»


São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de Marcos, n°8, 235
(a partir da trad. SC 494, p. 143)

«Abre os meus olhos [...] às maravilhas da Tua lei» [Sl 119 (118), 18]
Jesus Cristo tomou-o pela mão e conduziu-o para fora da aldeia. Deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou-lhe: «Vês alguma coisa?» O conhecimento é sempre progressivo. [...] Só à custa de muito tempo e de uma longa aprendizagem é que podemos atingir um conhecimento perfeito. Primeiro saem as sujidades, a cegueira desaparece e é assim que vem a luz. A saliva do Senhor é um ensinamento perfeito; para ensinar de forma perfeita, ela provém da boca do Senhor; a saliva do Senhor provém, por assim dizer, da Sua substância e o conhecimento, sendo a Palavra que provém da Sua boca, é um remédio. [...]
«Vejo os homens; vejo-os como árvores a andar»; ainda vejo sombras, ainda não vejo a verdade. Eis o sentido desta palavra: vejo qualquer coisa na Lei, mas ainda não tenho a percepção da luminosidade radiosa do Evangelho. [...] «Jesus Cristo impôs-lhe outra vez as mãos sobre os olhos e ele viu perfeitamente; [...] e distinguia tudo com nitidez». Via, digo eu, tudo o que nós vemos: via o mistério da Trindade, via todos os mistérios sagrados que estão no Evangelho. [...] Nós também os vemos porque acreditamos em Jesus Cristo, que é a verdadeira luz.


Livro de Génesis 9,1-13.
Deus abençoou Noé e os seus filhos e disse-lhes: «Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a Terra. Sereis temidos e respeitados por todos os animais da terra, por todas as aves do céu, por tudo quanto rasteja sobre a terra e por todos os peixes do mar; ponho-os à vossa disposição. Tudo o que se move e tem vida servir-vos-á de alimento; dou-vos tudo isso como já vos tinha dado as plantas verdes. Porém, não comereis a carne com a sua vida, o sangue. Ficai também a saber que pedirei contas do vosso sangue a todos os animais, por causa das vossas vidas e ao homem, igualmente, pedirei contas da vida do homem, seu irmão. A quem derramar o sangue do homem, pela mão do homem será derramado o seu porque Deus fez o homem à sua imagem (semelhança). Quanto a vós, sede fecundos e multiplicai-vos; espalhai-vos pela Terra e multiplicai-vos sobre ela.» A seguir Deus disse a Noé e a seus filhos: «Vou estabelecer a minha aliança convosco, com a vossa descendência futura e com os demais seres vivos que vos rodeiam: as aves, os animais domésticos, todos os animais selvagens que estão convosco, todos aqueles que saíram da arca. Estabeleço convosco esta aliança: não mais criatura alguma será exterminada pelas águas do dilúvio e não haverá jamais outro dilúvio para destruir a Terra.» E Deus acrescentou: «Este é o sinal da aliança que faço convosco, com todos os seres vivos que vos rodeiam e com as demais gerações futuras: coloquei o Meu arco nas nuvens (o Arco da Velha Aliança que se vê no céu após ter chovido) para que seja o sinal da aliança entre mim e a (e todos os seres vivos da) Terra.


Livro de Salmos 102(101),16-18.19-21.29.22-23.
Os povos honrarão, SENHOR, o Teu nome
e todos os reis da terra, a Tua majestade.

Quando o SENHOR reconstruir Sião
e manifestar a Sua glória,
há-de voltar-se para a oração do indigente
e não desprezará as suas súplicas.

Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras
e os que hão-de nascer louvarão o SENHOR.

O SENHOR observa do alto do Seu santuário (a Sua Casa);
lá do céu, Ele olha para a Terra,
para escutar os gemidos dos cativos
e livrar os condenados à morte.

Os filhos dos Teus servos hão-de viver tranquilos
e a sua descendência perdurará na Tua presença.

Em Sião será anunciado o nome do SENHOR,
e em Jerusalém, a Sua glória,
quando os povos de todas as nações se reunirem
para servirem o SENHOR.


Evangelho segundo S. Marcos 8,27-33.
Jesus Cristo partiu com os discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe. No caminho, fez aos discípulos esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?» Disseram-lhe: «João Baptista; outros, Elias e outros, que és um dos profetas.» «E vós, quem dizeis que Eu sou?» perguntou-lhes. Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias.» Ordenou-lhes, então, que não dissessem isto a ninguém. Começou depois a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei e ser morto e ressuscitar depois de três dias. E dizia claramente estas coisas. Pedro, desviando-se com Ele um pouco, começou a repreendê-lo. Mas Jesus Cristo, voltando-se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo-lhe: «Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.»


São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia
e depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, n° 54

«Os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.»
Pedro considera os sofrimentos e a morte de Jesus Cristo de um ponto de vista puramente natural e humano e esta morte parece-lhe indigna do Filho de Deus, vergonhosa para a Sua glória. Jesus Cristo repreende-o e parece dizer-lhe: «Não, o sofrimento e a morte não são indignos de Mim. As ideias mundanas baralham e confundem a tua capacidade de ajuizar. Afasta essas ideias humanas; ouve as Minhas palavras do ponto de vista dos desígnios do meu Pai e compreenderás que esta morte é a única que convém à Minha glória. Julgas que é uma vergonha para Mim sofrer? Pois quero que saibas que é vontade do diabo que Eu não cumpra assim o plano da salvação.» [...]
Que ninguém core devido aos sinais da nossa salvação, que são tão dignos de veneração e de adoração; a cruz de Jesus Cristo é a fonte de todo o bem. É através dela que nós vivemos, que somos regenerados e salvos. Carreguemos a (nossa) cruz como uma coroa de glória. Ela põe a sua marca em tudo o que nos conduz à salvação: quando somos regenerados pelas águas do baptismo, a cruz lá está; quando nos aproximamos do altar para receber o Corpo e o Sangue do Salvador, lá está; quando impomos as mãos sobre os eleitos do Senhor, lá está. O que quer que façamos, ela aparece, como sinal de vitória para nós. Eis a razão porque a pomos nas nossas casas, nas nossas paredes, nas nossas portas porque fazemos esse sinal na testa e no peito; porque a trazemos no coração. Pois ela é o símbolo da nossa redenção e da nossa libertação e da misericórdia infinita de Nosso Senhor.


Livro de Génesis 11,1-9.
Em toda a Terra, havia somente uma língua e empregavam-se as mesmas palavras. Emigrando do oriente, os homens encontraram uma planície na terra de Chinear e nela se fixaram. Disseram uns para os outros: «Vamos fazer tijolos e cozamo-los ao fogo.» Utilizaram o tijolo em vez da pedra e o betume serviu-lhes de argamassa. Depois disseram: «Vamos construir uma cidade e uma torre, cujo cimo atinja os céus. Assim havemos de tornar-nos famosos para evitar que nos dispersemos por toda a superfície da Terra.» O Senhor, porém, desceu a fim de ver a cidade e a torre que os homens estavam a edificar. E o Senhor disse: «Eles constituem apenas um povo e falam uma única língua. Se principiaram desta maneira, coisa nenhuma os impedirá, de futuro, de realizarem todos os seus projectos. Vamos, pois, descer e confundir de tal modo a linguagem deles que não consigam compreender-se uns aos outros.» E o Senhor dispersou-os dali por toda a superfície da Terra e suspenderam a construção da cidade. Por isso lhe foi dado o nome de Babel, visto ter sido lá que o Senhor confundiu a linguagem de todos os habitantes da Terra e foi também dali que o Senhor os dispersou por toda a Terra.


Livro de Salmos 33(32),10-11.12-13.14-15.
O SENHOR desfez os planos das nações,
frustrou os projectos dos povos.
Só o plano do SENHOR permanece para sempre
e os desígnios do seu coração, por todas as idades.

Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, o povo
que Ele escolheu para sua herança.
Do céu, o SENHOR contempla e vê toda a humanidade;
do trono em que está sentado, observa
todos os habitantes da Terra.
Ele formou o coração de cada homem (e mulher)
e discerne todas as suas obras.


Evangelho segundo S. Marcos 8,34-38.9,1.
Chamando a si a multidão juntamente com os discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz (aceite-a sem revolta) e siga-me. Na verdade, quem quiser salvar a sua vida (terrena), há-de perdê-la (corpo celeste); mas, quem perder a sua vida (terrena) por causa de mim e do Evangelho, há-de salvá-la (corpo celeste). Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida (corpo celeste)? Ou que pode o homem dar em troca da sua vida? Pois quem se envergonhar de mim e das minhas palavras entre esta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem (Jesus Cristo) se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.» Disse-lhes também: «Em verdade vos digo que alguns dos aqui presentes não experimentarão a morte sem terem visto o Reino de Deus chegar em todo o seu poder (ressurreição e ascensão de Jesus Cristo).»


Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte)
e Doutor da Igreja Sermão 96, 9 (a partir da trad. Brésard, 2000 ans B, p. 248)

«Segue-Me» (Mt 9, 9)
Neste mundo, quer dizer, na Igreja, que toda ela segue Jesus Cristo, Este diz a todos: «Quem quiser vir após Mim, renuncie a si mesmo». Porque esta ordem não se destina às virgens, com exclusão das mulheres casadas; às viúvas, com exclusão das esposas; aos monges, com exclusão dos esposos; aos clérigos, com exclusão dos laicos. É toda a Igreja, todo o Corpo de Jesus Cristo, todos os seus membros, diferenciados e repartidos segundo as suas tarefas próprias, que deve seguir Jesus Cristo. Que toda ela O siga, ela que é única, ela que é a pomba, ela que é a (Sua Família) (Ct 6, 9); que ela O siga, ela que foi resgatada e enriquecida com o sangue do Esposo. A pureza das virgens tem aqui o seu lugar; a continência das viúvas tem aqui o seu lugar; a castidade (continência) conjugal tem aqui o seu lugar. [...]
Que sigam Jesus Cristo, estes membros que têm o seu lugar, cada um segundo a sua categoria, cada um segundo a sua classificação, cada um à sua maneira. Que renunciem a si mesmos, quer dizer, que não se apoiem em si próprios; que levem a sua cruz, quer dizer, que suportem no mundo, por Jesus Cristo, tudo o que o mundo lhes infligir. Que O amem, a Ele, o Único que não desilude, o Único que não está enganado, o Único que não Se engana. Que O amem porque o que Ele promete é verdadeiro, mas porque Ele não o dá agora, a fé vacila; pois continua, persevera, suporta, aceita o atraso e terás levado a tua cruz.


Carta aos Hebreus 11,1-7.
Ora a fé é garantia das coisas que se esperam e certeza daquelas que não se vêem. Foi por ela que os antigos foram aprovados. Pela fé, sabemos que o mundo foi organizado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê provém de coisas não visíveis. Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício maior que o de Caim; com base nela, foi declarado justo porque Deus aceitou os seus dons e, por meio dela, fala ainda depois da morte. Pela fé, Henoc foi arrebatado para não ver a morte e não foi encontrado porque Deus o tinha levado (como o rei D. Sebastião de Portugal). Porém, antes de ser levado, obtivera o testemunho de que tinha agradado a Deus. Ora sem a fé é impossível agradar-lhe e quem se aproxima de Deus, tem de acreditar que Ele existe e recompensa aqueles que O procuram. Pela fé, Noé, avisado acerca de coisas que ainda se não viam e, tomando o aviso a sério, construiu uma Arca para salvar a sua família; por essa fé, condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que se obtém pela fé.


Livro de Salmos 145(144),2-3.4-5.10-11.
Todos os dias Te bendirei;
louvarei o Teu nome para sempre.
O SENHOR é grande e digno de todo o louvor;
a Sua grandeza é insondável.

Cada geração contará à seguinte o louvor das Tuas obras
e todos proclamarão as Tuas proezas.
Anunciarão o esplendor da Tua majestade
e eu meditarei sobre as Tuas maravilhas.

Louvem-te, SENHOR, todas as Tuas criaturas;
todos os Teus fiéis Te bendigam.
Dêem a conhecer a glória do Teu reino
e anunciem os Teus feitos poderosos.


Evangelho segundo S. Marcos 9,2-13.
Seis dias depois, Jesus Cristo tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a um monte elevado. E transfigurou-se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que lavadeira alguma da Terra as poderia branquear assim. Apareceu-lhes Elias, juntamente com Moisés e ambos falavam com Ele. Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus Cristo: «Mestre, bom é estarmos aqui; façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias.» Não sabia que dizer, pois estavam assombrados. Formou-se, então, uma nuvem(o Pai - Misericordioso) que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o.» De repente, olhando em redor, já não viram ninguém a não ser só Jesus Cristo com eles. Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos. Eles guardaram a recomendação, discutindo uns com os outros o que seria ressuscitar de entre os mortos. E fizeram-lhe esta pergunta: «Porque afirmam os doutores da Lei que primeiro há-de vir Elias?» Jesus Cristo respondeu-lhes: «Sim; Elias, vindo primeiro, restabelecerá todas as coisas; porém, não dizem as Escrituras que o Filho do Homem tem de padecer muito e ser desprezado? Pois bem, digo-vos que Elias já veio (João Batista) e fizeram dele tudo o que quiseram, conforme está escrito.»


Autor sírio anónimo Homilia incorrectamente atribuída a Santo Efrém
(a partir da trad. L'Année en fêtes, Migne 2000, p. 475 rev.)

«Este é o Meu Filho muito amado»
Jesus Cristo levou Pedro, Tiago e João a um monte e mostrou-lhes, antes da Sua ressurreição, a glória da Sua divindade; deste modo, quando Ele ressuscitasse dos mortos na glória da Sua natureza divina, eles reconheceriam que Ele não recebera esta glória como recompensa dos Seus padecimentos, pois não precisava disso, mas que ela Lhe pertencia desde muito antes dos séculos, junto do Pai e com o Pai. Foi isso que Ele próprio disse ao aproximar-se a sua Paixão voluntária: «Pai, glorifica-Me com a glória que Eu tinha junto de Ti antes de o mundo ter sido criado» (Jo 17, 5). Foi esta glória da Sua divindade, misteriosamente oculta na Sua humanidade, que Ele revelou aos Seus apóstolos na montanha. Estes [...] viram dois sóis, um que resplandecia no céu como habitualmente e outro que resplandecia de maneira estranha; um que iluminava o mundo do alto do firmamento e outro que brilhava somente para eles, com o rosto virado para eles. [...]
Então apareceram Moisés e Elias [...] e deram graças pelo facto de as suas palavras, como as de todos os profetas, terem sido concretizadas pela Sua vinda. E adoraram-No pela salvação que Ele operava a favor do mundo inteiro e pela concretização do mistério que eles haviam sido encarregados de anunciar. Deste modo, os apóstolos e os profetas sentiram-se inundados de alegria no cimo dessa montanha. Os profetas alegraram-se por ver a Sua humanidade que não haviam podido conhecer anteriormente; os apóstolos alegraram-se por ver a glória da Sua divindade que ainda não conheciam e por ouvir a voz do Pai dar testemunho do Seu Filho. Por ela e pela glória da Sua divindade que resplandecia do Seu corpo, descobriram a Sua encarnação que até então desconheciam.


Livro de Levítico 19,1-2.17-18.
O Senhor disse a Moisés: «Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo (e Ele só pode estar com os santos). Não odiarás o teu próximo no teu coração; mas repreende o teu compatriota para não caíres em pecado por causa dele. Não te vingarás nem guardarás rancor aos filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.


Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.8.10.12-13.
Bendiz, ó minha alma, o SENHOR
e todo o meu ser louve o Seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o SENHOR
e não esqueças nenhum dos Seus benefícios.

Ele que perdoa as tuas culpas
e cura todas as tuas enfermidades.
Ele que resgata a tua vida do túmulo
e te enche de graça e de ternura.

O SENHOR é misericordioso e compassivo,
é paciente e cheio de amor.
Não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas.

Como o Oriente está afastado do Ocidente
assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
Como um pai se compadece dos filhos,
assim o SENHOR se compadece dos que O louvam.


1ª Carta aos Coríntios 3,16-23.
Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós. Ninguém se engane a si mesmo: se algum de entre vós se julga sábio à maneira deste mundo, torne-se louco para ser sábio porque a sabedoria (as regras) deste mundo é loucura diante de Deus. Com efeito, está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E ainda: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios e sabe que são fúteis. Portanto, ninguém se glorie nos homens, pois tudo é vosso: Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, o presente ou o futuro. Tudo é vosso (3), mas vós sois de Jesus Cristo (2) e Jesus Cristo é de Deus (1).


Evangelho segundo S. Mateus 5,38-48.
«Ouvistes o que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos: Não oponhais resistência ao mau. Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém quiser litigar contigo para te tirar a túnica, dá-lhe também a capa. E se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, caminha com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas a quem te pedir emprestado.» «Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem (se se responder com mal, seremos expulsos do Bem e dos Afectos bons; mas Deus tem seres celestes por nós). Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.» (Então Deus é Santo e o Pai é Perfeito)


Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense Le Miroir de la charité, III, 5 (a partir da trad. Orval/do breviário)

«Amai os vossos inimigos»
Não há nada que nos encoraje mais a amar os nossos inimigos, naquilo que consiste a perfeição do amor fraterno, do que a consideração e a gratidão pela admirável paciência do «mais belo dos filhos dos homens» (Sl 45 (44), 3): Ele ofereceu a Sua bela face aos ímpios para que a cobrissem de escarros; permitiu-lhes vendarem-Lhe aqueles olhos que, de um só relance, governam o Universo; expôs as Suas costas ao chicote, submeteu aos picos dos espinhos a Sua fronte, diante da qual deviam tremer príncipes e poderosos; entregou-Se às afrontas e às injúrias e, por fim, suportou com mansidão a cruz, os cravos, a lança, o fel, o vinagre, mantendo, no meio disso tudo, toda a doçura e serenidade: «Como um cordeiro levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador, não abriu a boca» (Is 53,7).
Ao ouvir as admiráveis palavras «Pai, perdoa-lhes» (Lc 23, 34), cheias de doçura, de amor e de imperturbável serenidade, o que poderíamos nós acrescentar à bondade e à caridade dessa oração?
E, no entanto, o Senhor acrescentou algo. Não Se contentou em rezar; quis desculpar: «Pai ─ diz Ele ─ perdoa-lhes porque não sabem o que fazem»; são, sem dúvida, grandes pecadores, mas não têm disso consciência; por isso, Pai, perdoa-lhes; crucificam, mas não sabem a Quem crucificam. [...] Pensam tratar-se dum transgressor da Lei, de um usurpador da Divindade, de um sedutor do Povo; escondi-lhes o Meu rosto; não reconheceram a Minha majestade; por isso, «Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem».
Se quiser aprender a amar, que o homem não se deixe arrastar pelos impulsos da sua carne, mas dirija todo o seu afecto para a dulcíssima paciência da carne do Senhor; se quiser encontrar descanso mais perfeito e mais feliz nas delícias da caridade fraterna, que aperte também os inimigos nos braços do verdadeiro amor e, para que este fogo divino não diminua por causa das injúrias, que tenha sempre os olhos do espírito na serena paciência do seu Senhor e bem-amado Salvador.


Livro de Eclesiástico 1,1-10.
Toda a sabedoria vem do Senhor e permanece junto d'Ele para sempre. A areia dos mares, as gotas da chuva, os dias da eternidade, quem os poderá contar? A altura do céu, a extensão da Terra, o abismo e a sabedoria, quem os poderá medir? A sabedoria foi criada antes de todas as coisas e a luz da inteligência, desde a eternidade. A fonte da sabedoria é a palavra de Deus nos céus; os seus caminhos são os mandamentos eternos. A quem foi revelada a raiz da sabedoria e quem pode discernir os seus planos? A quem foi manifestada a ciência da sabedoria? E quem pode compreender a riqueza dos seus caminhos? Só há um sábio, sumamente poderoso: o que está sentado no seu trono. Foi o Senhor quem a criou, quem a viu e a mediu e a difundiu sobre todas as suas obras e por todos os homens (e mulheres), segundo a sua liberalidade e a comunicou àqueles que O amam. O amor do Senhor é uma sabedoria gloriosa. Ele a comunica àqueles a quem se revela para que o vejam.


Livro de Salmos 93,1.2.5.
O SENHOR é rei, vestido de majestade;
revestido e cingido de poder está o SENHOR.
Firmou o universo que não vacilará.

O Teu trono, SENHOR, está firme desde sempre;
e Tu existes desde a eternidade.
São dignos de fé os Teus testemunhos,
a Tua casa está adornada de santidade
por todo o sempre, ó SENHOR!


Evangelho segundo S. Marcos 9,14-29.
Jesus Cristo ia ter com os seus discípulos quando viu em torno deles uma grande multidão e uns doutores da Lei a discutirem com eles. Assim que viu Jesus Cristo, toda a multidão ficou surpreendida e acorreu a saudá-lo. Ele perguntou: «Que estais a discutir uns com os outros?» Alguém de entre a multidão disse-lhe: «Mestre, trouxe-te o meu filho que tem um espírito mudo. Quando se apodera dele, atira-o ao chão e ele põe-se a espumar, a ranger os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram.» Disse Jesus Cristo: «Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar? (Jesus Cristo estava a ficar saturado porque Ele tinha vindo para converter para o Bem e os Afectos Bons e eles usavam-n'O para se curarem dos seus males e continuarem a fazer toda a espécie de mal a que estavam habituados) Trazei-mo cá.» E levaram-lho. Ao ver Jesus Cristo, logo o espírito sacudiu violentamente o jovem e este, caindo por terra, começou a estrebuchar, deitando espuma pela boca. Jesus Cristo perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?» Respondeu: «Desde a infância e muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas, se podes alguma coisa, socorre-nos, tem compaixão de nós.» «Se podes...! Tudo é possível a quem crê», disse-lhe Jesus Cristo. Imediatamente o pai do jovem disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!» Vendo Jesus Cristo que acorria muita gente, ameaçou o espírito maligno, dizendo: «Espírito mudo e surdo, ordeno-te: sai do jovem e não voltes a entrar nele.» Dando um grande grito e sacudindo-o violentamente, saiu. O jovem ficou como morto, a ponto de a maioria dizer que tinha morrido. Mas, tomando-o pela mão, Jesus Cristo levantou-o e ele pôs-se de pé. Quando Jesus Cristo entrou em casa, os discípulos perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não pudemos expulsá-lo?» Respondeu: «Esta casta de espíritos só pode ser expulsa à força de oração.»


Bem-aventurado Charles de Foucauld (1858-1916),
eremita e missionário no Saara Méditations sur l'Évangile au sujet des principales vertus
(trad. de Œuvres spirituelles, Seuil 1958, p. 161)

«Tudo é possível a quem crê»
«Se tiverdes fé como um grão de mostarda [...],  nada vos será impossível» (Mt 17, 20). Podemos tudo através da oração: se não recebemos o que pedimos é porque não tivemos fé(1) ou porque rezámos pouco(2) ou porque seria prejudicial para nós que o nosso pedido fosse atendido(3) ou então porque Deus nos dá qualquer coisa melhor do que aquela que Lhe pedimos(4). Mas nunca deixamos de receber o que pedimos por a coisa ser demasiado difícil de obter: «Nada nos é impossível».
Não hesitemos em pedir a Deus mesmo as coisas mais difíceis, tais como a conversão de grandes pecadores, de povos inteiros. Peçamos-lho (e damos do que temos para recompensar e ser possível realizar o nosso pedido. Eles não são nossos escravos, precisam de ser compensados), por difícil que seja, com a fé de que Deus nos ama apaixonadamente e que, quanto maior é um dom, mais aquele que ama apaixonadamente gosta de o fazer; mas peçamos com fé, com insistência, constância, com amor, com boa vontade. E tenhamos a certeza de que, se pedirmos assim e com suficiente constância, seremos atendidos, receberemos a graça pedida ou uma melhor. Peçamos, pois audaciosamente a Nosso Senhor as coisas mais impossíveis de obter quando são para Sua glória e estejamos certos de que o Seu coração no-las concederá por muito que pareçam humanamente impossíveis: porque dar o que é impossível a quem O ama é doce ao Seu coração. E quanto nos ama Ele!


1ª Carta de S. Pedro 5,1-4.
Aos presbíteros que há entre vós, eu – presbítero como eles e que fui testemunha dos padecimentos de Jesus Cristo e também participante da glória que se há-de manifestar – dirijo-vos esta exortação: Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o não à força, mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho espírito de lucro, mas com zelo; não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como modelos do rebanho. E quando o supremo Pastor se manifestar, então recebereis a coroa imperecível da glória.


Livro de Salmos 23(22),1-3.4.5.6.
O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar
e conduz-me às águas refrescantes.
Reconforta a minha alma e guia-me por
caminhos rectos, por amor do Seu nome.

Ainda que atravesse vales tenebrosos,
de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo.
A tua vara e o teu cajado dão-me confiança.

Preparas a mesa para mim à vista dos meus inimigos;
ungiste com óleo a minha cabeça; a minha taça transbordou.
Na verdade, a Tua bondade e o Teu amor
hão-de acompanhar-me todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do SENHOR para todo o sempre.


Evangelho segundo S. Mateus 16,13-19.
Ao chegar à região de Cesareia de Filipe, Jesus Cristo fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas.» Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo.» Jesus Cristo disse-lhe em resposta: «És feliz, Simão, filho de Jonas porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu. Também Eu te digo: Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na Terra, ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na Terra, será desligado no Céu.»


Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», § 22

«Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja»
Assim como, por instituição do Senhor, São Pedro e os restantes Apóstolos formam um colégio apostólico assim, de igual modo, estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos. A natureza colegial da ordem episcopal, claramente comprovada pelos Concílios ecuménicos celebrados no decurso dos séculos, manifesta-se já na disciplina primitiva, segundo a qual os Bispos de todo o orbe comunicavam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e da paz e também na reunião de Concílios, nos quais se decidiram em comum coisas importantes, depois de ponderada a decisão pelo parecer de muitos; o mesmo é claramente demonstrado pelos Concílios Ecuménicos, celebrados no decurso dos séculos. E o uso já muito antigo de chamar vários Bispos a participarem na elevação do novo eleito ao ministério do sumo sacerdócio insinua-a já também. É, pois em virtude da sagração episcopal e pela comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio que alguém é constituído membro do corpo episcopal.
Porém, o colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, entendido com sua cabeça, permanecendo inteiro o poder do seu primado sobre todos, quer pastores quer fiéis. Pois o Romano Pontífice, em virtude do seu cargo de vigário de Jesus Cristo e pastor de toda a Igreja, tem nela pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente. A Ordem dos Bispos, que sucede ao colégio dos Apóstolos no magistério e no governo pastoral e, mais ainda, na qual o corpo apostólico se continua perpetuamente, é também, juntamente com o Romano Pontífice, sua cabeça e nunca sem a cabeça, sujeito do supremo e pleno poder sobre toda a Igreja, poder este que não se pode exercer senão com o consentimento do Romano Pontífice. Só a Simão colocou o Senhor como pedra e clavário da Igreja (cfr. Mt. 16, 18-19) e o constituiu pastor de todo o Seu rebanho (cfr. Jo. 21, 15 ss.); mas é sabido que o encargo de ligar e desligar conferido a Pedro (Mt. 16,19) foi também atribuído ao colégio dos Apóstolos unido à sua cabeça (Mt. 18,18; 28, 16-20). Este colégio, enquanto composto por muitos, exprime a variedade e universalidade do Povo de Deus e, enquanto reunido sob uma só cabeça, revela a unidade do redil de Jesus Cristo.


Livro de Eclesiástico 4,11-19.
A sabedoria engrandece os seus filhos, toma sob a sua protecção aqueles que a buscam. Aquele que a ama, ama a vida e os que madrugam por ela ficarão cheios de alegria. Aquele que a possuir, terá a glória por herança e o Senhor abençoará o lugar onde ele entrar. Os que a servem prestam culto ao Santo e os que a amam são amados pelo Senhor. Aquele que a ouve julgará as nações e o que lhe presta atenção, permanecerá em segurança. O que nela confia, há-de recebê-la em herança e a sua posteridade beneficiará da sua posse. Ao princípio, ela poderá conduzi-lo por caminhos sinuosos; incutir-lhe-á temor e tremor, atormentá-lo-á com a sua disciplina; antes de confiar nele, pô-lo-á à prova com os seus preceitos. Então virá a ele pelo caminho direito, fá-lo-á feliz e desvendar-lhe-á os seus segredos. Porém, se ele se transviar, ela há-de abandoná-lo e entregá-lo-á nas mãos da desgraça.


Livro de Salmos 119,165.168.171.172.174.175.
Os que amam a Tua lei gozam de grande paz;
não há nada que os perturbe.
Observo os Teus preceitos e as Tuas leis,
pois Tu conheces todos os meus caminhos.

Os meus lábios anunciam os Teus louvores
porque me ensinas os Teus preceitos.
Que a minha língua proclame a Tua Palavra
porque todos os Teus mandamentos são justos.

Eu suspiro, SENHOR, pela Tua ajuda;
a Tua Lei faz as minhas delícias.
Viva eu sempre para Te louvar;
que os Teus decretos me ajudem.


Evangelho segundo S. Marcos 9,38-40.
Disse-lhe João: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em Teu nome, alguém que não nos segue e quisemos impedi-lo porque não nos segue.» Jesus Cristo disse-lhes: «Não o impeçais porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim. Quem não é contra nós é por nós.


Pio XII, Papa entre 1939 e 1958 Encíclica «Mystici Corporis Christi», nº 94

«Quisemos impedi-lo porque não nos segue»
Imitemos a vastidão daquele amor do próprio Jesus Cristo, modelo supremo de Amor pela Igreja. É certo que esposa (Família) de Jesus Cristo é só a Igreja; contudo, o amor do divino Esposo é tão vasto que a ninguém exclui e, na Sua esposa (Família), abraça a todo o género humano; pois que o Salvador derramou o Seu sangue na cruz para conciliar com Deus a todos os homens (e mulheres) de todas as nações e estirpes e para os reunir num só corpo. Por conseguinte, o verdadeiro amor da Igreja exige, não só que sejamos todos, no mesmo corpo, membros uns dos outros cheios de mútua solicitude (cf. R m 12, 5; 1Cor 12, 25), membros que se alegrem com os que se alegram e sofram com os que sofrem (cf. lCor 12, 26), mas que também nos outros homens (e mulheres), ainda não incorporados connosco na Igreja, reconheçamos outros tantos irmãos de Jesus Cristo segundo a carne, chamados como nós para a mesma salvação eterna.
É verdade que hoje não faltam – e é um grande mal – os que vão exaltando a rivalidade, o ódio, o rancor, como coisas que elevam e nobilitam a dignidade e o valor do homem (humano). Nós, porém, que magoados vemos os funestos frutos de tal doutrina, sigamos o nosso Rei pacífico que nos ensinou a amar os que não são da mesma nação ou mesma estirpe (cf. Lc 10, 33-37) e até os próprios inimigos (cf. Lc 6, 27-35; Mt 5, 44-48). Nós, compenetrados dos suavíssimos sentimentos do Apóstolo das gentes, com ele cantemos o comprimento, a largura, a sublimidade, a profundeza da caridade de Jesus Cristo (cf. Ef 3, 18) que nem a diversidade de nacionalidade ou de costumes pode quebrar, nem a vastidão imensa do oceano diminuir, nem as guerras, justas ou injustas, arrefecer.


Livro de Eclesiástico 5,1-8.
Não te fies nas tuas riquezas e não digas: «Tenho suficiente para mim.» Não sigas os teus desejos e a tua força, indo atrás das paixões do coração. Não digas: «Quem terá poder sobre mim?» porque o Senhor te punirá certamente. Não digas: «Pequei e que me aconteceu de mal?» porque o Senhor é lento em castigar (“há um tempo para semear e outro tempo para colher”). Não vivas confiado no perdão, acumulando pecado sobre pecado. Não digas: «A misericórdia do Senhor é grande, Ele terá compaixão da multidão dos meus pecados!» porque nele a misericórdia e a ira caminham juntas e o seu furor cairá sobre os pecadores. Não tardes em te converter ao Senhor, não adies, de dia para dia, porque a ira do Senhor virá de repente e Ele te fará perecer no dia do castigo. Não confies em riquezas injustas, pois de nada te servirão no dia da desventura.


Livro de Salmos 1,1-2.3-4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
nem toma parte na reunião dos libertinos;
antes põe o seu enlevo na Lei do SENHOR
e nela medita dia e noite.

É como a árvore plantada à beira da água corrente:
dá fruto na estação própria e a sua folhagem não murcha;
em tudo o que faz é bem sucedido.

Mas os ímpios não são assim!
São como a palha que o vento leva.
O SENHOR conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios conduz à perdição.


Evangelho segundo S. Marcos 9,41-50.
Sim, seja quem for que vos der a beber um copo de água por serdes de Jesus Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.» «E se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para ele atarem-lhe ao pescoço uma dessas mós que são giradas pelos jumentos e lançarem-no ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de queda, corta-a; mais vale entrares mutilado na vida do que, com as duas mãos, ires para a Geena (lava), para o fogo que não se apaga, onde o verme não morre e o fogo não se apaga. Se o teu pé é para ti ocasião de queda, corta-o; mais vale entrares coxo na vida do que, com os dois pés, seres lançado à Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de queda, arranca-o; mais vale entrares com um só no Reino de Deus do que, com os dois olhos, seres lançado à Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga. Todos serão salgados com fogo. O sal é coisa boa; mas, se o sal ficar insosso, com que haveis de o temperar? Tende sal (=fé) em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.»


Paulo VI, Papa de 1963-1978 Constituição apostólica «Paenitemini»
(a partir da trad. DC, nº 1466 6/3/1966, p. 387 Libreria Editrice Vaticana)

O sal da penitência
Todo o cristão deve seguir o Mestre renunciando a si mesmo, levando a sua cruz e participando nos sofrimentos de Jesus Cristo (Mt 16, 24). Assim, transfigurado à imagem da Sua morte, torna-se capaz de meditar na glória da ressurreição. Seguirá igualmente o Mestre não vivendo já para si mesmo, mas para Aquele que o amou e Se deu a si mesmo por ele e também pelos seus irmãos, completando «na sua carne o que falta aos padecimentos de Jesus Cristo pelo seu corpo que é a Igreja» (Gal 2, 20; Col 1, 24).
Por outro lado, estando a Igreja intimamente ligada a Jesus Cristo, a penitência de cada cristão tem igualmente uma relação própria e íntima com toda a comunidade eclesial. Com efeito, é apenas no seio da Igreja que, pelo baptismo, ele recebe o dom fundamental da metanóia, quer dizer da mudança e da renovação do homem todo; mas este dom é restaurado e fortalecido pelo sacramento da penitência nos membros do Corpo de Jesus Cristo que caíram em pecado. «Os que se aproximam do sacramento da penitência recebem da misericórdia de Deus o perdão da ofensa que Lhe fizeram, ao mesmo tempo que são reconciliados com a Igreja que foi ferida pelo seu pecado e que, pela caridade, o exemplo e as orações, trabalha pela sua conversão» (Vaticano II: LG 11). É na Igreja que a pequena obra da penitência imposta a cada penitente no sacramento participa de uma maneira especial na expiação infinita de Jesus Cristo.


Livro de Eclesiástico 6,5-17.
Palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis. Procura estar de bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um entre mil. Se queres ter um amigo, põe-no primeiro à prova, não confies nele muito depressa. Com efeito, há amigos de ocasião que não são fiéis no dia da tribulação. Há amigo que se torna inimigo que desvendará as tuas fraquezas para tua vergonha. Há amigo que só o é para a mesa e que deixará de o ser no dia da desgraça; na tua prosperidade mostra-se igual a ti, dirigindo-se com à vontade aos teus servos; mas, se te colhe o infortúnio, volta-se contra ti e oculta-se da tua presença. Afasta-te daqueles que são teus inimigos e está alerta com os teus amigos. Um amigo fiel é uma poderosa protecção; quem o encontrou, descobriu um tesouro. Nada se pode comparar a um amigo fiel e nada se iguala ao seu valor. Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que adoram o Senhor, acharão tal amigo. O que adora o Senhor terá também boas amizades porque o seu amigo será semelhante a ele.


Livro de Salmos 119,12.16.18.27.34.35.
Bendito sejas, SENHOR! Ensina-me as Tuas leis.
Hei-de alegrar-me com as Tuas leis;
não esquecerei as Tuas palavras.

Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da Tua lei.
Faz-me compreender o caminho dos Teus preceitos
para meditar nas Tuas maravilhas.

Dá-me entendimento para cumprir a Tua lei;
hei-de obedecer-lhe de todo o coração.
Conduz-me pela senda dos Teus mandamentos
porque neles estão as minhas delícias.


Evangelho segundo S. Marcos 10,1-12.
Saindo dali, foi para a região da Judeia, para além do Jordão. As multidões agruparam-se outra vez à volta d'Ele e outra vez as ensinava como era seu costume. Aproximaram-se uns fariseus e perguntaram-lhe para o experimentar, se era lícito ao marido divorciar-se da mulher. Ele respondeu-lhes: «Que vos ordenou Moisés?» Disseram: «Moisés mandou escrever um documento de repúdio e divorciar-se dela.» Jesus Cristo retorquiu: «Devido à dureza do vosso coração é que ele vos deixou esse preceito, mas desde o princípio da criação, Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher e serão os dois um só. Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» De regresso a casa, de novo os discípulos o interrogaram acerca disto. Jesus Cristo disse: «Quem se divorciar da sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar do seu marido e casar com outro, comete adultério.»


São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia,
depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja Homilia 20 sobre a Carta aos Efésios, 4, 8, 9: PG 62, 140ss.
(a partir da trad. Orval)

«O homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, e serão os dois um só.»
O que deves dizer à tua mulher (esposa)? Diz-lhe com muita ternura: «Escolhi-te, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. A existência presente nada é; por essa razão, as minhas orações, as minhas recomendações e todas as minhas acções destinam-se a fazer que nos seja dado passar esta vida de tal maneira que voltemos a reunir-nos na vida futura sem qualquer receio de separação. O tempo que vivemos é breve e frágil. Se nos for dado agradar a Deus durante esta vida, estaremos para sempre com Jesus Cristo e um com o outro, numa felicidade sem limites. O teu amor arrebata-me mais do que tudo e não conhecerei infelicidade tão insuportável como a de estar separado de ti. Mesmo que tivesse de perder tudo, de ser pobre que nem um mendigo, de passar pelos maiores perigos e de sofrer fosse o que fosse, tudo isso seria suportável desde que o teu afecto por mim não diminuísse. Só com base neste amor desejo ter filhos.»
E convém que adeqúes o teu comportamento às palavras. [...] Mostra à tua mulher (esposa) que aprecias viver com ela e que, por causa dela, preferes estar em casa do que na rua. Prefere-a a todos os teus amigos e mesmo aos filhos que ela te deu e que estes sejam amados por ti por causa dela. [...]
Fazei as vossas orações em comum. Ide à igreja e, ao regressar a casa, contai um ao outro o que foi dito e o que foi lido. [...] Aprendei a louvar a Deus e tudo o resto decorrerá daqui e a vossa casa encher-se-á de inúmeros bens. Aspiremos aos bens incorruptíveis que os outros não nos faltarão. Procurai primeiro o Reino de Deus e o resto ser-vos-á dado por acréscimo, diz-nos o evangelho (Mt 6, 33).