terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cristianismo 25

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= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.


Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.


Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.


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Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso portal (http://www.evangelizo.org/) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Livro de Esdras 6,7-8.12b.14-20.

Deixai continuar os trabalhos do templo de Deus e que o governador dos judeus e seus anciãos o reconstruam no seu lugar.
Também ordeno como se deve proceder para com esses anciãos dos judeus a fim de que seja reconstruído o templo de Deus: das receitas reais provenientes dos impostos pagos na outra margem do rio, pague-se integralmente a esses homens para que a obra não sofra interrupção;
E Deus que ali faz habitar o seu nome, destrua todo o rei e todo o povo que levantar a mão para mudar este decreto e destruir a morada de Deus que está em Jerusalém! Eu, Dario, dei esta ordem. Que ela seja pontualmente executada.»
Os anciãos dos judeus prosseguiram com êxito a reconstrução do templo, segundo as profecias de Ageu, o profeta, e de Zacarias, filho de Ido. Terminaram a construção, segundo a ordem do Deus de Israel e segundo a ordem de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, reis da Pérsia.
Concluiu-se o edifício no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado de Dario.
Os filhos de Israel, os sacerdotes, os levitas e os demais repatriados celebraram com júbilo a dedicação do templo de Deus.
Ofereceram para esta dedicação cem touros, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros e doze bodes como vítimas expiatórias pelos pecados de todo o Israel. (por isso eles acham que podem pecar à vontade, pois os animais pagam pelos seus pecados)
Distribuíram os sacerdotes segundo as suas classes e os levitas segundo as suas divisões para celebrarem o culto de Deus em Jerusalém, conforme as prescrições do livro de Moisés.
Os repatriados celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês.
Os sacerdotes e os levitas, sem excepção, purificaram-se e assim todos estavam puros. Imolaram a Páscoa por todos os repatriados, pelos seus irmãos sacerdotes e por eles mesmos.


Livro de Salmos 122(121),1-2.3-4a.4b-5.

Que alegria, quando me disseram: «Vamos para a casa do SENHOR!»
Os nossos pés detêm-se às tuas portas, ó Jerusalém!
Jerusalém, cidade bem construída, harmoniosamente edificada.
Para lá sobem as tribos, as tribos do SENHOR, segundo o costume de Israel, para louvar o nome do SENHOR.
Nela estão os tribunais da justiça, os tribunais da casa de David.



Evangelho segundo S. Lucas 8,19-21.

Sua mãe e seus irmãos vieram ter com Ele, mas não podiam aproximar-se por causa da multidão.
Anunciaram-lhe: «Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.»
Mas Ele respondeu-lhes: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.» (porque sua mãe e irmãos, no início da evangelização de Jesus Cristo, queriam digamos, chamá-lo à razão, isto é, fazer com que Ele deixasse a evangelização e regressasse para casa à sua vida anterior)


Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense Sermão 51, 25-27; PL 194, 1862; SC 339

«A Minha mãe e os Meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática»

«Procurei o repouso em todas as coisas» disse a Sabedoria de Deus; «e permanecerei na herança do Senhor» (Sir 24,12). A herança do Senhor, em sentido universal, é a Igreja; de forma mais especial, é Maria; em sentido particular, é a alma de cada crente. [...] O texto continua: «Então o Criador do universo deu-me as suas ordens e aquele que me criou assentou a minha tenda. E disse-me: 'Habita em Jacob'» (v. 8). Com efeito, procurando por toda a parte o descanso e não o encontrando em parte nenhuma, a Sabedoria de Deus, o Seu Verbo, deu-Se então como herança ao povo judaico a quem, através de Moisés «falou e incumbiu». [...] E Aquele que, por esta segunda criação, criou a Sinagoga, a mãe da Igreja, «repousou na Sua tenda», na tenda da Aliança. Agora, na Igreja, repousa no sacramento do Seu Corpo.

E como também procurou, por assim dizer, entre todas as mulheres Aquela de quem nasceria, escolheu muito especialmente Maria que depois foi chamada «bendita entre todas as mulheres» (Lc 1,28). [...] Jesus Cristo que a criou nova criatura (cf 2Co 5,17), veio descansar no seu seio.

Também a cada alma fiel e predestinada à salvação esta Sabedoria «incumbe e fala» quando quer e como quer. Fá-lo interiormente pela inteligência natural, pela qual «ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9) e pela inspiração da graça [...]; ou seja, quer pela doutrina, quer pela criação (cf Rm 1,20). [...] E a Sabedoria de Deus, o Seu Verbo, criando e formando assim esta alma «em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras» (Ef 2,10), vem repousar na sua consciência.



Carta aos Efésios 4,1-7.11-13.

Eu, prisioneiro no Senhor, exorto-vos, pois a que procedais de um modo digno do chamamento que recebestes;
com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor,
esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança;
um só Senhor, uma só fé, um só baptismo;
um só Deus e Pai de todos que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos.
Mas a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Jesus Cristo.
E foi Ele que a alguns constituiu como Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres
em ordem a preparar os santos para uma actividade de serviço, para a construção do Corpo de Jesus Cristo
até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Jesus Cristo.


Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.

Os céus proclamam a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia passa ao outro esta mensagem e uma noite dá conhecimento à outra noite.
Não são palavras nem discursos cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a Terra e a sua Palavra até aos confins do mundo. Deus fez, lá no alto, uma tenda para o Sol.



Evangelho segundo S. Mateus 9,9-13.

Partindo dali, Jesus Cristo viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» E ele levantou-se e seguiu-o.
Encontrando-se Jesus Cristo à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos.
Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: «Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?»
Jesus Cristo ouviu-os e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa:
Prefiro a misericórdia ao sacrifício porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»


Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino As Obras do Espírito Santo, IV, 14



O cobrador de impostos foi libertado para o Reino de Deus

Mateus, o publicano, recebeu por alimento «o pão da vida e da inteligência» (Sir 15, 3); e dessa mesma inteligência, fez em sua casa um grande banquete para o Senhor Jesus Cristo, pois tinha recebido uma graça abundante, em conformidade com o seu nome [que quer dizer «dom do Senhor»]. Um presságio desse banquete de graças havia sido preparado por Deus: tendo sido chamado enquanto estava no seu posto de cobrança, seguiu a Jesus Cristo e «ofereceu-Lhe, em sua casa, um grande banquete» (Lc 5, 29). Ofereceu-Lhe portanto um banquete, dos grandes – um banquete real, diríamos.

Mateus é de facto o evangelista que nos mostra Jesus Cristo Rei através da Sua família e dos Seus actos. Logo no início da obra, declara que se trata do livro da «Genealogia de Jesus Cristo, filho de David» (Mt 1, 1). Em seguida, comenta como o recém-nascido é adorado pelos magos como rei dos judeus; depois, tecendo o resto da narração com régios feitos e parábolas do reino, termina por fim com as próprias palavras de um Rei que já está coroado pela glória da ressurreição: «Foi-Me dado todo o poder no Céu e na Terra» (28, 18). Se examinarmos bem o conjunto da sua redacção, reconheceremos, portanto, que toda ela respira os mistérios do Reino de Deus. Nada de espantoso há nisto; Mateus tinha sido publicano, lembrava-se de ter sido chamado do serviço público do reino de pecado para a liberdade do Reino de Deus, do Reino de justiça. Como homem verdadeiramente grato para com o grande Rei que o tinha libertado, serviu portanto com fidelidade as leis do Seu Reino.



Livro de Ageu 1,1-8.

No segundo ano do reinado de Dario, no primeiro dia do sexto mês, a palavra do Senhor foi dirigida, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Joçadac, Sumo Sacerdote, nestes termos:
«Eis o que diz o Senhor do universo: Este povo diz: ‘Não chegou ainda o momento de reedificar o templo do Senhor.’»
E a palavra do Senhor foi dirigida por meio do profeta Ageu, nestes termos:
«É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?»
Eis, pois o que declara o Senhor do universo: «Reflecti, no vosso coração, sobre o caminho que tomastes.
Semeastes muito mas recolhestes pouco; comestes mas não vos saciastes; bebestes mas não apagastes a vossa sede; vestistes-vos mas não vos aquecestes. O operário ganhou o seu salário, mas meteu-o em saco roto.»
Assim fala o Senhor do universo: «Reflecti no vosso coração sobre o caminho que tomastes.
Subi à montanha, trazei madeira e reedificai a casa; ela me será agradável e nela serei glorificado – diz o Senhor.


Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.

Cantai ao SENHOR um cântico novo;
louvai-o na assembleia dos fiéis!
Alegre-se Israel no seu criador;
regozije-se o povo de Sião no seu rei!

Louvem o seu nome com danças;
cantem-lhe ao som de harpas e tambores!
O Senhor ama o seu povo
e honra os humildes com a vitória!

Exultem de alegria os fiéis
e cantem jubilosos em seus leitos;
Entoem bem alto os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.



Evangelho segundo S. Lucas 9,7-9.

Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que se passava e andava perplexo, pois alguns diziam que João ressuscitara dos mortos; outros
que Elias aparecera e outros que um dos antigos profetas ressuscitara.
Herodes disse: «A João mandei-o eu decapitar, mas quem é este de quem oiço dizer semelhantes coisas?» E procurava vê-lo.


São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 147

Tal como Herodes, queremos ver a Jesus

O amor não admite não ver aquilo que ama. Não consideraram todos os santos ser pouca coisa aquilo que obtinham quando não viam a Deus? [...] Por isso Moisés ousa dizer: «Se alcancei graça aos Teus olhos, revela-Me o Teu rosto» (Ex 33, 13). E diz o salmista: «Revela-nos o Teu rosto» (Sl 79,4). Não era por isso que os pagãos construíam ídolos? No seio do próprio erro, eles viam com os olhos o que adoravam.

Deus sabia, pois que os mortais se atormentavam no desejo de O ver. O que Ele escolheu para se revelar era grande na Terra e não era o mais pequeno nos céus porque o que, na Terra, Deus fez semelhante a Si não podia ficar sem honra nos céus: «Façamos o ser humano à Nossa imagem e semelhança», diz (Gn 1, 26). [...] Que ninguém pense, pois, que Deus fez mal em vir aos homens por meio de um homem. Ele fez-Se carne entre nós para ser visto por nós.



Livro de Ageu 1,15b.2,1-9.

No segundo ano do rei Dario, no vigésimo primeiro dia do sétimo mês, a palavra do Senhor fez-se ouvir por meio do profeta Ageu, nestes termos:
«Fala ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Salatiel, ao Sumo Sacerdote Josué, filho de Joçadac, e ao resto do povo:
Quem é que resta entre vós que tenha visto este templo na sua glória passada? E como o vedes agora? Não vos parece que não é nada?
Mas agora coragem, Zorobabel! Coragem, Josué, Sumo Sacerdote, filho de Joçadac! Coragem, povo todo do país! Mãos à obra! Pois Eu estou convosco – oráculo do Senhor do universo.
Segundo a aliança que fiz convosco quando saístes do Egipto, o meu espírito permanece no meio de vós. Não temais.
Porque assim fala o Senhor do universo: Ainda um pouco de tempo e Eu abalarei o céu e a Terra, os mares e os continentes.
Sacudirei todas as nações para que afluam os tesouros de todas as nações e encherei de glória este templo – diz o Senhor do universo.
A prata e o ouro me pertencem –diz o Senhor do universo.
O esplendor futuro deste templo será maior que o primeiro – oráculo do Senhor do universo, e neste lugar Eu darei a paz» –diz o Senhor do universo.


Livro de Salmos 43(42),1.2.3.4.

Faz-me justiça, ó Deus,
e defende a minha causa contra a gente sem piedade!
livra-me do homem desleal e perverso.
Livra-me do homem mentiroso e perverso.

Tu, ó Deus, és o meu refúgio:
Porque me rejeitaste?
Porque hei-de andar triste sob a opressão do inimigo?
Envia a tua luz e a tua verdade
para que elas me guiem e conduzam
à tua montanha santa, à tua morada.

Eu irei ao altar de Deus,
ao Deus que é a alegria da minha vida.
Ao som da harpa te louvarei, ó Deus, meu Deus.



Evangelho segundo S. Lucas 9,18-22.

Um dia, Jesus Cristo orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?»
Responderam-lhe: «João Baptista; outros, Elias; outros, um dos antigos profetas ressuscitado.»
Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «O Messias de Deus.»
Ele proibiu-lhes formalmente de o dizerem fosse a quem fosse;
e acrescentou: «O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.»


Papa Bento XVI
Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, 77 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)



«Quem sou Eu para vós?»

Hoje torna-se necessário redescobrir que é preciso reconhecer que um dos efeitos mais graves da secularização há pouco mencionada, é ter relegado a fé cristã para a margem da existência como se fosse inútil para a realização concreta da vida dos homens (e das mulheres); a falência desta maneira de viver «como se Deus não existisse» está agora patente a todos. Hoje torna-se necessário redescobrir que Jesus Cristo não é uma simples convicção privada ou uma doutrina abstracta, mas uma Pessoa real cuja inserção na história é capaz de renovar a vida de todos.

Por isso, a Eucaristia, enquanto fonte e ápice da vida e missão da Igreja, deve traduzir-se em espiritualidade, em vida «segundo o Espírito» (Rm 8,4ss; cf Gal 5,16.25). É significativo que São Paulo, na passagem da Carta aos Romanos onde convida a viver o novo culto espiritual, apele ao mesmo tempo para a necessidade de mudar a própria forma de viver e pensar: «Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito» (12,2). Deste modo, o Apóstolo das Gentes põe em evidência a ligação entre o verdadeiro culto espiritual e a necessidade duma nova maneira de compreender a existência e orientar a vida. Constitui parte integrante da forma eucarística da vida cristã a renovação da mentalidade, pois «assim já não seremos crianças inconstantes, levadas ao sabor de todo o vento de doutrina» (Ef 4,14).



Livro de Zacarias 2,5-9.14-15a.

Então levantei os olhos e tive uma visão: Era um homem que tinha na mão um cordel de medir.
Eu disse-lhe: «Para onde vais?» Ele respondeu-me: «Vou medir Jerusalém para ver qual é a sua largura e qual é o seu comprimento.»
Então o anjo que falava comigo mantinha-se imóvel quando veio ao seu encontro outro anjo
que lhe disse: «Corre, fala àquele jovem e diz-lhe: ‘Jerusalém ficará sem muros por causa da multidão de homens e de animais que haverá no meio dela.
Mas eu serei para ela – oráculo do Senhor – como um muro de fogo à sua volta e serei no meio dela a sua glória.’»
Rejubila e alegra-te, filha de Sião, porque eis que Eu venho para morar no meio de ti – oráculo do Senhor.
Naqueles dias, muitas nações se unirão ao Senhor e serão o meu povo; habitarei no meio de ti e saberás que o Senhor do universo me enviou a ti.


Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.

Povos, escutai a palavra do Senhor!
Levai a notícia às ilhas longínquas e dizei:
'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como o pastor ao seu rebanho.'
Porque o Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos de um mais forte.
Regressarão jubilosos às alturas de Sião
e afluirão aos bens do Senhor.

Então a jovem alegrar-se-á, bailando;
jovens e velhos partilharão do seu júbilo.
Converterei o seu pranto em exultação,
hei-de consolá-los e aliviá-los das suas penas.



Evangelho segundo S. Lucas 9,43b-45.

Naquele tempo, estavam todos admirados com tudo o que Jesus Cristo fazia. Então Ele disse aos seus discípulos :
«Prestai bem atenção ao que vou dizer-vos: O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.»
Eles, porém não entendiam aquela linguagem porque lhes estava velada de modo que não compreendiam e tinham receio de o interrogar a esse respeito.


São Pedro Crisólogo (406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermão 108; PL 52, 499


«Os discípulos não entendiam aquela linguagem»

Escutai o que o Senhor vos pede: «Se ignorais a Minha divindade, reconhecei ao menos a Minha humanidade. Vede em Mim o vosso corpo, os vossos membros, as vossas entranhas, os vossos ossos, o vosso sangue. E se o que pertence a Deus vos inspira temor, não vos agradará o que vos pertence a vós? [...] Mas talvez a enormidade da Minha Paixão, da qual vós sois a causa, vos cubra de vergonha? Não temais. Esta cruz não foi mortal para Mim, mas para a morte. Estes pregos não Me penetram de dores, mas de um amor ainda mais profundo por vós. Estas feridas não provocam gemidos, mas fazem-vos entrar ainda mais no Meu coração. O esquartejar do Meu corpo abre-vos os Meus braços como um refúgio, não aumenta o Meu suplício. O Meu sangue não está perdido por mim, mas guardado para vosso resgate (Mc 10,45).

Vinde pois, voltai par Mim e reconhecei o vosso Pai, vendo que Ele vos paga o mal com o bem, os insultos com o amor e tão grandes feridas com uma tão grande caridade.»



Livro de Ezequiel 18,25-28.

Eis o que diz o Senhor:« Porém vós dizeis: 'O modo de proceder do Senhor não é justo.' Escutai, pois casa de Israel: Então é o meu modo de agir que não é justo? Ou é o vosso que o não é ?
Se o justo se afasta da sua justiça para praticar o mal e morre por causa disto, é por causa do mal que praticou que ele morrerá.
Se o pecador se afasta do pecado que cometeu para praticar o direito e a justiça, ele merece viver.
Se ele se afasta dos pecados que cometeu, viverá certamente, não morrerá.


Livro de Salmos 25(24),4bc-5.6-7.8-9.

Mostra-me, Senhor, os teus caminhos
e ensina-me as tuas veredas.

Dirige-me na tua verdade e ensina-me
porque Tu és o Deus, meu salvador.
Em ti confio sempre.

Lembra-te, Senhor, da tua compaixão
e do teu amor, pois eles existem desde sempre.
Não recordes os meus pecados de juventude
e os meus delitos.
Lembra-te de mim, Senhor,
pelo teu amor e pela tua bondade.

O Senhor é bom e justo;
ensina o caminho aos pecadores,
guia os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer o seu caminho.



Carta aos Filipenses 2,1-11.

Irmãos: Se tem algum valor uma exortação em nome de Jesus Cristo ou um conforto afectuoso ou uma solidariedade no Espírito ou algum afecto e compaixão,
então fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento;
nada façais por ambição, nem por vaidade; mas com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios,
não tendo cada um em mira os próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses dos outros.
Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus:
Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser Filho de Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome
para que, ao nome de Jesus Cristo, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na Terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!” para glória de Deus e Pai.



Evangelho segundo S. Mateus 21,28-32.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo:«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: 'Filho, vai hoje trabalhar na vinha.'
Mas ele respondeu: 'Não quero.’ Mais tarde, porém arrependeu-se e foi.
Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: 'Vou sim, senhor.’ Mas não foi.
Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Responderam eles: «O primeiro.» Jesus Cristo disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus.
João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele.»


Clemente de Alexandria (150 - c.215), teólogo Homilia «Que rico será salvo?», 39-40


«Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus»

As portas estão abertas a todo aquele que, em sinceridade, com o coração, se voltar para Deus e o Pai recebe com alegria um filho que verdadeiramente se arrependa. Qual é o sinal do arrependimento verdadeiro? Não voltar a cair em velhos erros e arrancar do coração, pela raiz, os pecados que nos punham em perigo de morte. Quando estes estiverem apagados, Deus virá habitar-nos. Porque, como diz a Escritura, um pecador que se converte e se arrepende encontrará no Pai e nos anjos do céu uma imensa e incomparável alegria (Lc 15,10). Eis por que o Senhor disse: «Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios» (Os 6,6; Mt 9,13); «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão» (Ez 33,11). «Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã» (Is 1,18).

Só Deus, de facto, pode remir os pecados e não imputar erros, ainda que o Senhor Jesus Cristo nos exorte a perdoar, em cada dia, aos irmãos que se arrependem. E se nós, que somos maus, sabemos dar coisas boas aos outros (Mt 7,11), quanto não será capaz de dar «o Pai das misericórdias» (2 Cor 1,3)? O Pai de toda a consolação, que é bom, cheio de compaixão, de misericórdia e de paciência por natureza, espera os que se convertem. E a verdadeira conversão supõe que deixemos de pecar e que não olhemos mais para trás [...]. Lamentemos amargamente, pois os erros cometidos e peçamos ao Pai que os esqueça. Ele pode, na Sua misericórdia, desfazer o que foi feito e, com o orvalho do Espírito, apagar as nossas faltas passadas.



Livro de Zacarias 8,1-8.

A palavra do Senhor do universo foi-me dirigida de novo nestes termos:
«Assim fala o Senhor do universo: ‘Sinto por Sião um amor ardente que me provoca ciúme e grande cólera.’»
Assim fala o Senhor do universo: «Volto a Sião e vou habitar no meio de Jerusalém. Jerusalém será chamada ‘Cidade Fiel’ e a montanha do Senhor do universo, ‘Montanha Santa’.»
Assim fala o Senhor do universo: «Velhos e velhas sentar-se-ão ainda nas praças de Jerusalém; cada um terá na mão o seu bastão por causa da sua muita idade.
As praças da cidade ficarão cheias de meninos e meninas que brincarão nelas.»
Assim fala o Senhor do universo: «Se isto parece um milagre aos olhos do resto deste povo, acaso será impossível aos meus olhos, naqueles dias?» –oráculo do Senhor do universo.
Assim fala o Senhor do universo: «Eis que Eu salvo o meu povo dos países do Oriente e dos países do Ocidente.
Eu os levarei a habitarem em Jerusalém. Eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus em fidelidade e em justiça.»


Livro de Salmos 102(101),16-18.19-21.29.22-23.

Os povos honrarão, Senhor, o teu nome,
e todos os reis da Terra, a tua majestade.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,

há-de voltar-se para a oração do indigente
e não desprezará as suas súplicas.
Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras
e os que hão-de nascer louvarão o Senhor.

O Senhor observa do alto do seu santuário;
lá do céu, Ele olha para a Terra,
para escutar os gemidos dos cativos
e livrar os condenados à morte.

Os filhos dos teus servos hão-de viver tranquilos
e a sua descendência perdurará na tua presença.
Em Sião será anunciado o nome do SENHOR,

e em Jerusalém, a sua glória,
quando os povos de todas as nações se reunirem
para servirem o Senhor.



Evangelho segundo S. Lucas 9,46-50.

Naquele tempo, veio então ao pensamento dos discípulos qual deles seria o maior.
Conhecendo Jesus Cristo os seus pensamentos, tomou um menino, colocou-o junto de si
e disse-lhes: «Quem acolher este menino em meu nome, é a mim que acolhe e quem me acolher a mim, acolhe aquele que me enviou; pois quem for o mais pequeno entre vós, esse é que é grande.»
João tomou a palavra e disse: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome e impedimo-lo porque ele não te segue juntamente connosco.»
Jesus Cristo disse-lhe: «Não o impeçais, pois quem não é contra vós é por vós.»


Concílio Vaticano II Constituição sobre a Igreja no mundo contemporâneo, « Gaudium et spes », § 92



«Quem não é contra vós é por vós»

Em virtude da sua missão de iluminar o mundo inteiro com a mensagem de Jesus Cristo e de reunir sob um só Espírito todos os homens, (e mulheres) de qualquer nação, raça ou cultura, a Igreja constitui um sinal daquela fraternidade que torna possível e fortalece o diálogo sincero.

Isto exige, em primeiro lugar, que, reconhecendo toda a legítima diversidade, promovamos na própria Igreja a mútua estima, respeito e concórdia, em ordem a estabelecer entre todos os que formam o Povo de Deus, pastores ou fiéis, um diálogo cada vez mais fecundo. Porque o que une entre si os fiéis é bem mais forte do que o que os divide: haja unidade no necessário, liberdade no que é duvidoso e em tudo caridade.
Abraçamos também em espírito os irmãos que ainda não vivem em plena comunhão connosco e as suas comunidades, com os quais estamos unidos na confissão do Pai, Filho e Espírito Santo [...]. Voltamos também o nosso pensamento para todos os que reconhecem Deus e guardam nas suas tradições preciosos elementos religiosos e humanos, desejando que um diálogo franco nos leve a todos a receber com fidelidade os impulsos do Espírito e a segui-los com entusiasmo.

Pela nossa parte, o desejo de um tal diálogo, guiado apenas pelo amor pela verdade e com a necessária prudência, não exclui ninguém; nem aqueles que cultivam os altos valores do espírito humano, sem ainda conhecerem o seu Autor; nem aqueles que se opõem à Igreja e de várias maneiras a perseguem. Como Deus e Pai é o princípio e o fim de todos eles, todos somos chamados a ser irmãos. Por isso, chamados pela mesma vocação humana e divina, podemos e devemos cooperar pacificamente, sem violência nem engano, na edificação do mundo na verdadeira paz.
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