sábado, 22 de janeiro de 2011

Cristianismo 3

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Lagos no coração-3
Lagos no coração
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Cristianismo
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2010 superou 2009, para mim e 2011 tem expectativas de superar 2010 o que me deixa muito feliz. Tenho praticamente publicado o meu primeiro livro – Século XV – Lagos Henriquina e pós-Henriquina que tenho divulgado em vários portais. Este livro tem preço de venda – 12€ e uma edição de 550 exemplares e é a chiadoeditora@gmail.com que devem contactar. Conto convosco para que esgote num instante. Modéstia aparte sei que é um trabalho excelente e com bastante nova informação que vai muito para além da história de Lagos, sendo Lagos apenas o átomo da vida nacional e internacional que perpassa os anos quatrocentos até à revolução industrial que estabelece um novo patamar na história universal, no século XIX.
Partindo de LAGOS, é um novo patamar que se escreve na história universal – os Descobrimentos e o início da era do comércio internacional – que vão modificar o mundo, mas foi em LAGOS que tudo começou!
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From Chiado Editora site:
“Dear International Colleagues, Welcome to our Foreign Rights page. Feel free to browse our online catalogues by categories of your interest. You can access additional information for each of our publications by clicking on its title.If you are interested in considering any of our books for translation, please do not hesitate to send us any translation query to the e-mail: foreignrights.chiado@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar. We look forward to working with you.Kind regards,
Your Foreign Right Team”
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= CRISTIANISMO =
Eis-nos de volta ao tempo comum, o tempo da nossa caminhada.
“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo”, recorda-nos hoje S. Marcos. E acrescenta: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
Há quase dez anos (faltam poucos meses) que este serviço se dedica a divulgar o Evangelho do dia, num apelo à conversão. Um a um, de boca a orelha, de computador a computador, os nossos leitores têm assumido o papel de arautos, de transmissores da Boa Nova. Mas, como diria o nosso saudoso Papa João Paulo II, “Isso não chega”. É preciso ir mais longe, a mais computadores, a mais orelhas, a mais corações.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: www.evangelhoquotidiano.org; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
O serviço está agora disponível em 10 línguas: português, espanhol, francês, inglês, alemão, neerlandês, italiano, polaco, árabe e arménio.
Carta aos Hebreus 3,7-14.
Por isso, como diz o Espírito Santo: Hoje, se escutardes a sua voz, não endureçais os vossos corações como no tempo da revolta, no dia da tentação no deserto, quando os vossos pais Me tentaram, pondo-me à prova, depois de verem as Minhas obras, durante quarenta anos. Por isso me indignei contra esta geração e disse: ‘Erram sempre no seu coração; não conheceram os Meus caminhos.’ Assim, jurei na minha ira: ‘Não entrarão no Meu repouso.’ Tende cuidado, irmãos, que não haja em nenhum de vós um coração mau a ponto de a incredulidade o afastar do Deus Vivo. Exortai-vos, antes, uns aos outros, cada dia, enquanto dura a proclamação do «hoje» a fim de que não se endureça nenhum de vós, enganado pelo pecado. De facto, tornamo-nos companheiros de Jesus Cristo desde que mantenhamos firme até ao fim a confiança inicial.
Livro de Salmos 95(94),6-7.8-9.10-11.
Vinde, prostremo-nos por terra, ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou.Ele é o nosso Deus e nós somos o Seu povo, as ovelhas por Ele conduzidas. Oxalá ouvísseis hoje a Sua voz:"Não endureçais os vossos corações como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto,quando os vossos pais Me provocaram e Me puseram à prova, apesar de terem visto as Minhas obras.Durante quarenta anos essa geração desgostou-me e Eu disse: 'É um povo de coração transviado que não compreendeu os meus caminhos!'Então jurei na minha ira: 'Não entrarão no lugar do meu repouso'."
Evangelho segundo S. Marcos 1,40-45.
Um leproso veio ter com Ele, caiu de joelhos e suplicou: «Se quiseres, podes purificar-me.» Compadecido, Jesus Cristo estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero, fica purificado.» Imediatamente a lepra deixou-o e ficou purificado. E logo o despediu, dizendo-lhe em tom severo: «Livra-te de falar disto a alguém; vai, antes, mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que foi estabelecido por Moisés a fim de lhes servir de testemunho.» Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus Cristo não poder entrar abertamente numa cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com Ele.
Odes de Salomão (texto cristão hebraico do começo do século II) Nos. 21 et 25 (a partir da trad. Hamman, DDB 1981, pp. 43, 48)
Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido
Ergui os braços para o céu, em direcção à graça do Senhor. Ele lançou as correntes para longe de mim. O meu protector elevou-me segundo a Sua graça e a Sua salvação. Libertei-me da obscuridade e revesti-me da luz; os meus membros já não sentem aflição, nem angústia, nem dor. O pensamento do Senhor socorreu-me; a Sua luz exaltou-me; caminhei na Sua presença; aproximar-me-ei d'Ele louvando-O e glorificando-O. O meu coração transbordou, invadiu a minha boca, brotou dos meus lábios. A alegria do Senhor e o Seu louvor fazem desabrochar o meu rosto. Aleluia! Escapei das minhas correntes e fugi para Ti, oh meu Deus! Tu foste o meu caminho, a minha salvação e o meu auxílio. Detiveste aqueles que se erguiam contra mim e eles desapareceram. O Teu rosto estava comigo e a Tua graça salvou-me. Fui desprezado e rejeitado aos olhos da multidão. Mas Tu deste-me força e ajuda. Colocaste a luz à minha direita e à minha esquerda. Que tudo em mim seja apenas luz! Vesti as vestes do Teu Espírito, e Tu removeste de mim as vestes de pele (Gn 3, 21). A Tua direita elevou-me e afastou a doença para longe de mim. A Tua verdade tornou-me robusto e a Tua justiça santificou-me. Fui justificado pelo Teu amor tão doce e repousarei em Ti pelos séculos dos séculos. Aleluia!
Carta aos Hebreus 4,1-5.11.
Temamos, pois que, permanecendo a promessa de entrar no seu repouso, algum de vós seja considerado excluído. Porque a nós como a eles, foi anunciada a Boa-Nova; porém a eles, a Palavra escutada não valeu de nada, pois não permaneceram unidos na fé aos que a tinham escutado. Quanto a nós, os que acreditámos, entraremos no descanso como Ele disse: Tal como jurei na minha ira, não entrarão no meu repouso. No entanto, as suas obras estavam realizadas desde a fundação do mundo, pois diz-se em qualquer parte, a propósito do sétimo dia: Deus repousou no sétimo dia, de todas as suas obras e ainda, neste passo: Não entrarão no meu repouso. Apressemo-nos, então, a entrar nesse repouso para que ninguém caia no mesmo tipo de desobediência.
Livro de Salmos 78,3.4.6-7.8.
O que ouvimos e aprendemos e os nossos antepassados nos transmitiram,não o ocultaremos aos seus descendentes; tudo contaremos às gerações vindouras: as glórias do SENHOR para que as gerações futuras a conhecessem e os filhos que haviam de nascer a contassem aos seus própriospara que pusessem em Deus a sua confiança e não esquecessem as suas obras, mas obedecessem aos seus Para que não fossem como os seus pais, uma geração rebelde e desobediente, uma raça de coração inconstante
Evangelho segundo S. Marcos 2,1-12.
Dias depois, tendo Jesus Cristo voltado a Cafarnaúm, ouviu-se dizer que estava em casa. Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar e anunciava-lhes a Palavra. Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens. Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico. Vendo Jesus Cristo a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.» Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações: «Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?» Jesus Cristo percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações? Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’? Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na Terra poder para perdoar os pecados, Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.» Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»
Santo Hilário (c. 315-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja Comentário ao Evangelho de São Mateus 8, 5
(a partir da trad. SC 254, p. 199, rev.)
«Levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»
[No Evangelho de São Mateus, Jesus Cristo acabara de curar dois estrangeiros, em território pagão.] Neste paralítico, é a totalidade dos pagãos que se apresenta a Jesus Cristo para ser curada. Mas mesmo os termos dessa cura devem ser analisados: o que Ele diz ao paralítico não é «Fica curado», nem «Levanta-te e anda», mas «Filho, tem confiança, os teus pecados estão perdoados» (Mt 9, 2). Num só homem, Adão, foram os pecados transmitidos a todos os povos. É por isso que aquele a quem se chama filho se apresenta para ser curado [...] porque esse filho é a primeira obra de Deus [...] que agora recebe a misericórdia que provém do perdão da primeira desobediência. Com efeito, não vemos que este paralítico tenha cometido pecado; de resto, o Senhor diz noutro sítio que a cegueira de nascença não é contraída por causa do pecado próprio ou hereditário (Jo 9, 3).
Ninguém a não ser Deus pode realizar a remissão dos pecados, por isso Aquele que os remiu é Deus. E para que possamos perceber que assumiu a nossa carne para redimir as almas dos seus pecados e lhes obter a ressurreição, diz-lhes: «Para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados», diz Ele ao paralítico, «levanta-te e pega no teu catre.» Ter-Lhe-ia sido suficiente dizer «Levanta-te», mas acrescentou: «Pega no teu catre e vai para tua casa.» Primeiro concedeu a remissão dos pecados, depois mostrou o poder da ressurreição, a seguir, ao fazer remover o leito, demonstrou que a fragilidade e a dor não mais atingiriam os corpos. Por último, ao mandar este homem curado para sua casa, ensinou que os fiéis devem encontrar o caminho que leva ao Paraíso, o caminho que Adão, pai de todos os homens, abandonara quando foi desfeito pela mancha do pecado.
Carta aos Hebreus 4,12-16.
Na verdade, a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articulações e das medulas e discerne os sentimentos e intenções do coração. Não há nenhuma criatura oculta diante dele, mas todas as coisas estão a nu e a descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas. Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus Cristo, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos. De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado. Aproximemo-nos, então, com grande confiança, do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Livro de Salmos 19,8.9.10.15.
A lei do SENHOR é perfeita, reconforta o espírito;
as ordens do SENHOR são firmes,
dão sabedoria ao homem simples.
Os mandamentos do SENHOR são rectos, alegram o coração;
os preceitos do SENHOR são claros, iluminam os olhos.
O Amor do SENHOR é puro, permanece para sempre.
As sentenças do SENHOR são verdadeiras, todas elas são justas.
Aceita, com bondade, as palavras da minha boca
e estejam na Tua presença os murmúrios do meu coração,
ó SENHOR, meu refúgio e meu libertador.
Evangelho segundo S. Marcos 2,13-17.
Jesus Cristo saiu de novo para a beira-mar. Toda a multidão ia ao seu encontro e Ele ensinava-os. Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança e disse-lhe: «Segue-me.» E levantando-se, ele seguiu Jesus Cristo. Depois, quando se encontrava à mesa em casa dele, muitos cobradores de impostos e pecadores também se puseram à mesma mesa com Jesus Cristo e os seus discípulos, pois eram muitos os que O seguiam. Mas os doutores da Lei, do partido dos fariseus, vendo-o comer com pecadores e cobradores de impostos, disseram aos discípulos: «Porque é que Ele come com cobradores de impostos e pecadores?» Jesus Cristo ouviu isto e respondeu: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Africa do Norte)
e Doutor da Igreja Confissões, X, 27
E, levantando-se, ele seguiu Jesus Cristo.
Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu Te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das Tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava Contigo. Retinham-me longe de Ti as Tuas criaturas que não existiriam se em Ti não existissem. Tu me chamaste, o Teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e Tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste a Tua fragrância e, respirando-a, suspirei por Ti. Eu Te saboreei e agora tenho fome e sede de Ti. Tu me tocaste e agora estou ardendo no desejo da Tua paz.
Quando estiver unido a Ti com todo o meu ser, não mais sentirei dor ou cansaço. A minha vida será verdadeiramente vida, toda plena de Ti. Tu alivias aqueles a quem plenamente satisfazes. Não estando ainda repleto de Ti, sou um peso para mim mesmo. As minhas alegrias que deveriam ser choradas, contrastam em mim com as tristezas que deveriam causar-me júbilo e ignoro de que lado está a vitória. Falsas tristezas pelejam em mim contra as verdadeiras alegrias e não sei quem vencerá. Ai de mim! «Tem piedade de mim, Senhor!» (Sl 30, 10). Ai de mim! Vês que não escondo as minhas chagas. Tu és o médico, eu sou o enfermo. Tu és misericordioso e eu sou miserável.
Livro de Isaías 49,3.5-6.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.» E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacob e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força. Disse-me: «Não basta que sejas meu servo só para restaurares as tribos de Jacob e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações para que a minha salvação chegue até aos confins da Terra.»
Livro de Salmos 40,2.4.7-8.9.10.
Invoquei o SENHOR com toda a confiança;
Ele inclinou-se para mim e ouviu o meu clamor.
Ele pôs nos meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.
Muitos, ao verem isto, hão de comover-se,
hão-de pôr a sua confiança no SENHOR.
Não quiseste sacrifícios nem oblações,
mas abriste-me os ouvidos para escutar;
não pediste holocaustos nem vítimas.
Então eu disse: "Aqui estou! No Livro
da Lei está escrito aquilo que devo fazer."
Esse é o meu desejo, ó meu Deus;
a Tua Lei está dentro do meu coração.
Anunciei a Tua justiça na grande assembleia;
Tu bem sabes, SENHOR, que não fechei os meus lábios.
1ª Carta aos Coríntios 1,1-3.
Paulo, chamado por vontade de Deus a ser apóstolo de Cristo Jesus, e Sóstenes, nosso irmão, à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos, com todos os que em qualquer lugar invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: graça e paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Evangelho segundo S. João 1,29-34.
No dia seguinte, ao ver Jesus Cristo, que se dirigia para ele, exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! É aquele de quem eu disse: 'Depois de mim vem um homem que me passou à frente porque existia antes de mim.' Eu não o conhecia bem; mas foi para Ele se manifestar a Israel que eu vim baptizar com água.» E João testemunhou: «Vi o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia sobre Ele. E eu não o conhecia, mas quem me enviou a baptizar com água, é que me disse: 'Aquele sobre quem vires descer o Espírito e poisar sobre Ele, é o que baptiza com o Espírito Santo'. Pois bem: eu vi e dou testemunho de que este é o Filho de Deus.»
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja Sobre Isaías, IV, 2
(a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, lire la Bible, t. 6, p. 116)
«Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo»
«Cantai, ó céus, a obra do Senhor! Exultai de alegria, ó profundezas da Terra! Saltai de júbilo, vós, montanhas, e tu, bosque, com todas as tuas árvores porque o Senhor resgatou Jacob, manifestou a Sua glória em Israel» (Is 44, 23). Pode-se facilmente concluir desta passagem de Isaías que a remissão dos pecados, a conversão e redenção dos homens (e mulheres), anunciada pelos profetas, se cumpre em Jesus Cristo nos últimos dias. Com efeito, quando Deus, o Senhor, nos apareceu, quando Se fez homem, vivendo com os habitantes da Terra, Ele, o verdadeiro Cordeiro que tira o pecado do mundo; Ele, a vítima totalmente pura, que grande motivo de júbilo para as forças do alto e os espíritos celestiais, para todas as ordens dos santos anjos! Eles cantavam, eles cantavam o Seu nascimento segundo a carne: «Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens do Seu agrado» (Lc 2, 14).
Se é verdade, conforme a palavra do Senhor – e é absolutamente verdade – que «haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converta» (Lc 15, 7), como duvidar de que haja alegria e júbilo nos espíritos do alto, quando Jesus Cristo traz à Terra inteira o conhecimento da Verdade, chama à conversão, justifica pela fé, torna brilhante de luz pela santificação? «Os céus rejubilam porque Deus teve misericórdia», não apenas para com Israel segundo a carne, mas para com Israel compreendido segundo o espírito. «Os fundamentos da Terra», ou seja, os ministros sagrados da pregação do Evangelho, «tocaram a trombeta». A sua voz retumbante chegou a toda a parte; como as trombetas sagradas, ela ressoou em todas as partes. Eles anunciaram a glória do Salvador por todos os lugares, chamaram ao conhecimento de Jesus Cristo tanto os judeus como os pagãos.
Carta aos Hebreus 5,1-10.
Todo o Sumo Sacerdote tomado de entre os homens é constituído em favor dos homens (e das mulheres), nas coisas respeitantes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Pode compadecer-se dos ignorantes e dos que erram, pois também ele está cercado de fraqueza; por isso, deve oferecer sacrifícios, tanto pelos seus pecados, como pelos do povo. E ninguém tome esta honra para si mesmo, mas somente quem é chamado por Deus, tal como Aarão. Assim também Jesus Cristo não se atribuiu a glória de se tornar Sumo Sacerdote, mas concedeu-lha aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Eu hoje te gerei. E como diz noutro passo: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec. Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas Àquele que o podia salvar da morte, com grande clamor e lágrimas e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna, tendo sido proclamado por Deus Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedec.
Livro de Salmos 110,1.2.3.4.
Disse o SENHOR ao meu senhor: «Senta-te à minha direita
e Eu farei dos teus inimigos um estrado para os teus pés.»
De Sião, o SENHOR estenderá o ceptro do teu poder.
Dominarás os teus inimigos na batalha!
A tua família é de nobres, desde o dia em que nasceste;
no esplendor do santuário, das entranhas da madrugada,
como orvalho, Eu te gerei. O SENHOR jurou e não voltará atrás:
«Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.»
Evangelho segundo S. Marcos 2,18-22.
Estando os discípulos de João e os fariseus a jejuar, vieram dizer-lhe: «Porque é que os discípulos de João e os dos fariseus guardam jejum e os teus discípulos não jejuam?» Jesus Cristo respondeu: «Poderão os convidados para a boda jejuar enquanto o esposo está com eles? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar. Dias virão em que o esposo lhes será tirado; e então, nesses dias, hão-de jejuar.» «Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, pois o pano novo puxa o tecido velho e o rasgão fica maior. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho romperá os odres e perde-se o vinho, tal como os odres. Mas vinho novo, em odres novos.»
João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005 Carta apostólica «Mulieris dignitatem» §§ 23,26
(trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
A Igreja, esposa de Jesus Cristo
As palavras da Carta aos Efésios têm uma importância fundamental: «Maridos, amai as vossas mulheres como Jesus Cristo amou a Igreja e se entregou a Si mesmo por ela a fim de santificá-la, purificando-a com o banho de água juntamente com a Palavra para apresentá-la a Si próprio resplandecente de glória, sem mancha, nem ruga. [...] Por isso, o homem deixará pai e mãe, unir-se-á à sua mulher e passarão os dois a formar uma só carne. Grande mistério é este; digo-o referindo-me a Jesus Cristo e à Igreja» (5, 25-32). (Que grande confusão!)
O mistério pascal revela plenamente o amor esponsal de Deus. Jesus Cristo é o Esposo porque «Se entregou a Si mesmo»: o Seu corpo foi dado, o Seu sangue foi derramado (cf. Lc 22, 19-20). Deste modo «amou até ao fim» (Jo 13, 1). O dom sincero expresso no sacrifício da Cruz ressalta de modo definitivo o sentido esponsal do amor de Deus. Jesus Cristo é o Esposo da Igreja, como redentor do mundo. A Eucaristia torna presente e de modo sacramental realiza novamente o acto redentor de Jesus Cristo que cria a Igreja, Seu corpo. A este corpo, Jesus Cristo une-Se como o esposo com a esposa. Tudo isto está presente na Carta aos Efésios. No «grande mistério» de Jesus Cristo e da Igreja é introduzida a eterna «unidade dos dois», constituída desde o princípio entre o homem e a mulher. (???????????????)
Carta aos Hebreus 6,10-20.
De facto, Deus não é injusto para esquecer as vossas obras e o amor que mostrastes pelo Seu nome, pondo-vos ao serviço dos santos e servindo-os ainda agora. Desejamos, porém, que cada um de vós mostre o mesmo zelo para a plena realização da sua esperança até ao fim, de modo que não vos torneis preguiçosos, mas imiteis aqueles que, pela fé e pela perseverança, se tornam herdeiros das promessas. Quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha ninguém maior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: Na verdade, Eu te abençoarei e multiplicarei a tua descendência. E assim, Abraão, tendo esperado com paciência, alcançou a promessa. Ora, os homens juram por alguém maior do que eles e o juramento é para eles uma garantia que põe fim a toda a controvérsia. Por isso, querendo Deus mostrar mais claramente aos herdeiros da promessa que a Sua decisão era imutável, interveio com um juramento para que, graças a duas acções imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, encontrássemos grande estímulo, nós os que procurámos refúgio n'Ele, agarrando-nos à esperança proposta. Nessa esperança temos como que uma âncora segura e firme da alma que penetra até ao interior do véu onde Jesus Cristo entrou como nosso precursor, tornando-se Sumo Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.
Livro de Salmos 111(110),1-2.4-5.9-10.
Louvarei o SENHOR de todo o coração,
no conselho dos justos e na assembleia.
Grandes são as obras do SENHOR,
dignas de meditação para quem as ama.
Deixou-nos um memorial das Suas maravilhas.
O SENHOR é bondoso e compassivo;
dá sustento aos que O temem e jamais
se esquece da Sua aliança.
Enviou a redenção ao Seu povo,
firmou com ele uma aliança para sempre;
santo e venerável é o Seu nome.
Adorar o SENHOR é o princípio da sabedoria;
são prudentes todos os que o praticam.
O seu louvor permanece eternamente.
Evangelho segundo S. Marcos 2,23-28.
Ora num dia de sábado, indo Jesus Cristo através das searas, os discípulos puseram-se a colher espigas pelo caminho. Os fariseus diziam-lhe: «Repara! Porque fazem eles ao sábado o que não é permitido?» Ele disse: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os que estavam com ele? Como entrou na casa de Deus, ao tempo do Sumo Sacerdote Abiatar, e comeu os pães da oferenda que apenas aos sacerdotes era permitido comer e também os deu aos que estavam com ele?» E disse-lhes: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. O Filho do Homem até do sábado é Senhor.»
Afraate (?- c. 345), monge e bispo perto de Mossul,
Santo da Igrejas Ortodoxas Exposições, n°13, 1-2.13 (a partir da trad. SC 359, pp. 589ss.)
O Senhor do sábado
Por intermédio de Moisés, Seu servo, o Senhor pediu aos filhos de Israel que observassem o sábado. Disse-lhes: «Trabalharás durante seis dias e farás todo o teu trabalho. Mas o sétimo dia é o sábado consagrado ao Senhor, teu Deus» (Ex 20, 9-10). [...] E avisou-os : «Não farás trabalho algum, tu, o teu filho e a tua filha, o teu servo e a tua serva, os teus animais». E até acrescentou: «O mercenário e o estrangeiro repousarão igualmente assim como todos os animais que penam ao teu serviço» (cf. Ex 23, 12). [...] O sábado não foi imposto como uma prova, uma escolha entre a vida e a morte, entre a justiça e o pecado, como os outros preceitos pelos quais o homem pode viver ou morrer. Não: o sábado, nessa altura, foi dado ao povo tendo em vista o descanso – não apenas dos homens, como também dos animais. [...]
Agora escuta qual é o sábado que agrada a Deus. Isaías disse: «Deixem descansar os fatigados» (28, 12). E também: «Os [...] que guardaram os Meus sábados [sem os profanar] são os que escolheram o que Me é agradável e se afeiçoaram à Minha aliança» (56, 4). [...] O sábado não traz qualquer benefício aos maus, aos assassinos, aos ladrões. Mas àqueles que optam por aquilo que agrada a Deus e guardam as suas mãos do mal, nesses, habita Deus; Ele faz deles Sua morada, segundo a Sua palavra: «Habitarei e andarei no meio deles» (Lv 26, 11-12; 2Cor 6, 16). [...] Portanto, guardemos fielmente o sábado do Senhor, quer dizer, aquilo que agrada ao Seu coração. Assim entraremos no sábado do grande repouso, no sábado do céu e da Terra em que toda a criatura repousará.
Carta aos Hebreus 7,1-3.15-17.
Este Melquisedec, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, foi ao encontro de Abraão quando ele voltava da derrota infligida aos reis e abençoou-o; Abraão concedeu-lhe o dízimo de todas as coisas; o seu nome significa, em primeiro lugar, rei de justiça, e depois, «rei de Salém», que quer dizer «rei de paz». Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, assemelha-se ao Filho de Deus e permanece sacerdote para sempre. E isto é ainda mais evidente, quando aparece outro sacerdote à semelhança de Melquisedec, instituído, não segundo o mandamento de uma lei humana, mas segundo o poder de uma vida indestrutível. Na verdade, dele se testemunha: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.
Evangelho segundo S. Marcos 3,1-6.
Novamente entrou na sinagoga. E estava lá um homem que tinha uma das mãos paralisada. Ora eles observavam-n'O para ver se iria curá-lo ao sábado a fim de O poderem acusar. Jesus Cristo disse ao homem da mão paralisada: «Levanta-te e vem para o meio.» E a eles perguntou: «É permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar uma vida ou matá-la?» Eles ficaram calados. Então, olhando-os com indignação e magoado com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão.» Estendeu-a e a mão ficou curada. Assim que saíram, os fariseus reuniram-se com os partidários de Herodes para deliberar como haviam de matar Jesus Cristo.
Santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa Diário, Fátima, Ed. Marianos Imaculada Conceição, 2003, § 72
Magoado com a dureza dos seus corações
Jesus Cristo, Verdade Eterna, nossa vida, invoco e suplico a Vossa misericórdia para os pobres pecadores. Ó dulcíssimo Coração do meu Senhor, cheio de compaixão e insondável misericórdia, imploro-Vos pelos pobres pecadores. Ó Coração Sacratíssimo, fonte de misericórdia da qual brotam raios de luz incompreensíveis para todo o género humano, suplico-Vos luz para os pobres pecadores. Ó Jesus Cristo, lembrai-Vos da Vossa amarga Paixão e não permitais que se percam almas remidas com o Vosso Preciosíssimo e Sacratíssimo Sangue. Ó Jesus Cristo, quando medito sobre o grande mérito do Vosso Sangue, rejubilo com a sua imensidade, pois uma só gota teria sido suficiente para todos os pecadores. Embora o pecado seja um abismo de maldade e de ingratidão, contudo a dádiva entregue por nós nunca é comparável. Por isso, que toda a alma confie na Paixão do Senhor, que tenha esperança na misericórdia, que Deus a ninguém negará a Sua misericórdia. O céu e a Terra poderão passar, mas não se esgotará a misericórdia divina. Oh, como se consome de alegria o meu coração quando contemplo essa Vossa inconcebível bondade, ó meu Jesus Cristo! Desejo trazer a Vossos pés todos os pecadores para que louvem a Vossa misericórdia pelos séculos sem fim.♥
mailto:eu.maria.figueiras@gmail.com/

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cristianismo 2

Os meus blogues
para Recordar
Lagos no coração-3
Lagos no coração
Problemas do português
Cristianismo
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http://www.institutosacarneiro.pt/ “Europa” - Maria de Portugal
http://www.psd.pt/ Homepage (rodapé) - “Povo Livre”
2010 superou 2009, para mim e 2011 tem expectativas de superar 2010 o que me deixa muito feliz. Tenho praticamente publicado o meu primeiro livro – Século XV – Lagos Henriquina e pós-Henriquina que tenho divulgado em vários portais. Este livro tem preço de venda – 12€ e uma edição de 550 exemplares e é a chiadoeditora@gmail.com que devem contactar. Conto convosco para que esgote num instante. Modéstia aparte sei que é um trabalho excelente e com bastante nova informação que vai muito para além da história de Lagos, sendo Lagos apenas o átomo da vida nacional e internacional que perpassa os anos quatrocentos até à revolução industrial que estabelece um novo patamar na história universal, no século XIX.
Partindo de LAGOS, é um novo patamar que se escreve na história universal – os Descobrimentos e o início da era do comércio internacional – que vão modificar o mundo, mas foi em LAGOS que tudo começou!
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From Chiado Editora site:
“Dear International Colleagues, Welcome to our Foreign Rights page. Feel free to browse our online catalogues by categories of your interest. You can access additional information for each of our publications by clicking on its title.If you are interested in considering any of our books for translation, please do not hesitate to send us any translation query to the e-mail: foreignrights.chiado@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar. We look forward to working with you.Kind regards,
Your Foreign Right Team”
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= CRISTIANISMO =
Eis-nos de volta ao tempo comum, o tempo da nossa caminhada.
“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo”, recorda-nos hoje S. Marcos. E acrescenta: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
Há quase dez anos (faltam poucos meses) que este serviço se dedica a divulgar o Evangelho do dia, num apelo à conversão. Um a um, de boca a orelha, de computador a computador, os nossos leitores têm assumido o papel de arautos, de transmissores da Boa Nova. Mas, como diria o nosso saudoso Papa João Paulo II, “Isso não chega”. É preciso ir mais longe, a mais computadores, a mais orelhas, a mais corações.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: www.evangelhoquotidiano.org; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
O serviço está agora disponível em 10 línguas: português, espanhol, francês, inglês, alemão, neerlandês, italiano, polaco, árabe e arménio.
1ª Carta de S. João 4,11-18.
Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros. A Deus nunca ninguém o viu; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o Seu amor chegou à perfeição em nós. Damos conta de que permanecemos n'Ele e Ele em nós, por nos ter feito participar do seu Espírito. Nós O contemplámos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Quem confessar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece n'Ele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos n'Ele. Deus é amor (Afectos bons) e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. É nisto que em nós o amor se mostra perfeito: em estarmos cheios de confiança no dia do juízo, pelo facto de sermos neste mundo como Ele foi. No amor não há temor; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o temor; de facto, o temor pressupõe castigo e quem teme não é perfeito no amor.
Livro de Salmos 72(71),1-2.10-13.
Ó Deus, concede ao rei a tua rectidão e a tua justiça ao filho do reipara que julgue o Teu povo com justiça e os Teus pobres com equidade.Os reis de Társis e das ilhas oferecerão tributos; os reis de Sabá e de Seba trarão suas ofertas.
Todos os reis se prostrarão diante d'Ele; todas as nações O servirão.Ele socorrerá o pobre que O invoca e o indigente que não tem quem o ajude.Terá compaixão do humilde e do pobre e salvará a vida dos oprimidos.
Evangelho segundo S. Marcos 6,45-52.
Jesus Cristo obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a irem à frente para o outro lado, rumo a Betsaida, enquanto Ele próprio despedia a multidão. Depois de os ter despedido, foi orar para o monte. Era já noite, o barco estava no meio do mar e Ele sozinho em terra. Vendo-os cansados de remar porque o vento lhes era contrário, foi ter com eles de madrugada, andando sobre o mar e fez menção de passar adiante, mas vendo-o andar sobre o mar, julgaram que fosse um fantasma e começaram a gritar, pois todos o viram e se assustaram. Mas Ele logo lhes falou: «Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!» A seguir subiu para o barco, para junto deles e o vento amainou. E sentiram um enorme espanto, pois ainda não tinham entendido o que se dera com os pães: tinham o coração endurecido. Bem-aventurado John Henry Newman (1801-1890), presbítero,
fundador de comunidade religiosa, teólogo «Lead, kindly Light», Verses on Various Occasions
«Ele veio até eles caminhando sobre o mar»
Guia, terna Luz, no meio destas trevas, guia-me mais longe. A noite é sombria e eu estou longe da minha casa, guia-me mais longe. Guarda os meus passos: que me importa ver o horizonte distante? Um único passo me basta. Nem sempre Te pedi como hoje para seres assim Tu o meu Guia. Gostaria então de escolher e conhecer o meu caminho; doravante sê o meu Guia. Eu amava o brilho do dia; apesar dos meus medos o orgulho dominava a minha vida: esquece todo esse passado. Muitas vezes, estou certo, o Teu poder me abençoou, apenas para ser meu Guia por entre pântanos e marés e rochas e torrentes, enquanto dura a noite. E com a manhã sorrir-me-ão aqueles rostos que sempre amei e que um dia perdi.
1ª Carta de S. João 4,19-21.5,1-4.
Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos d'Ele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão. Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus e todo aquele que ama quem o gerou, ama também quem por Ele foi gerado. É por isto que reconhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos; pois o amor de Deus consiste precisamente em que guardemos os seus mandamentos e os seus mandamentos não são uma carga porque todo aquele que nasceu de Deus, vence o mundo. E este é o poder vitorioso que venceu o mundo: a nossa fé.
Livro de Salmos 72,2.14-15.17.
para que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade.Há-de livrá-los da opressão e da violência porque o seu sangue é precioso a seus olhos.
Enquanto viver, ser-lhe-á dado ouro de Sabá! Por ele hão-de rezar sempre e todos os dias será abençoado.
O Seu nome permanecerá pelos séculos e durará enquanto o Sol brilhar; todos n'Ele se sentirão abençoados.
Evangelho segundo S. Lucas 4,14-22.
Impelido pelo Espírito de Deus, Jesus Cristo voltou para a Galileia e a sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e todos O elogiavam. Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.» Depois enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura que acabais de ouvir.» Todos davam testemunho em Seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da Sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?»
Santo Ireneu de Lion (c. 130-v. 208), bispo, teólogo e mártir Contra as heresias, III, 17 (a partir da trad. Cerf 19898, p. 356)
«O Espírito do Senhor está sobre Mim»
O Espírito do Senhor está sobre Mim porque Me ungiu» (Is 61, 1). Ele é o Espírito de quem o Senhor disse: «Não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai que falará em vós» (Mt 10, 20). Do mesmo modo, quando deu aos Seus discípulos o poder de fazer os homens renascerem em Deus, disse-lhes: «Ide, ensinai todas as nações, baptizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19). Com efeito Ele prometera através dos profetas difundir este Espírito sobre os Seus servos e servas nos últimos tempos, a fim de que eles profetizassem (Jl 3, 1-2).
Eis a razão por que este Espírito desceu sobre o Filho de Deus tornado Filho do Homem: deste modo, habituou-Se a partilhar o género humano, a repousar nos homens, a residir na obra moldada por Deus. Realizou neles a vontade do Pai e renovou-os fazendo-os trocar o seu antigo modo de vida pela novidade de Jesus Cristo.
1ª Carta de S. João 5,5-13.
E quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus? Este, Jesus Cristo, é aquele que veio com água e com sangue e não só com a água, mas com a água e com o sangue. E é o Espírito quem dá testemunho porque o Espírito é a Verdade. Pois são três os que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue; e os três coincidem no mesmo testemunho. Se aceitamos o testemunho dos homens, maior é o testemunho de Deus e o testemunho de Deus está em que foi Ele a dar testemunho a respeito do seu Filho. Quem crê no Filho de Deus tem esse testemunho consigo. Quem não crê em Deus, faz de Deus mentiroso uma vez que não crê no testemunho que Deus deixou a favor do seu Filho. E este é o testemunho: Deus deu-nos a vida eterna e esta vida está no seu Filho. Quem tem o Filho de Deus tem a vida; quem não tem o Filho, também não tem a vida. Escrevi-vos estas coisas, a vós que credes no Nome do Filho de Deus, para que tenhais a certeza de ter convosco a vida eterna.
Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica, Jerusalém, o SENHOR;
louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou os ferrolhos das tuas portas
e abençoou os teus filhos dentro de ti.
Ele estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e saciou-te com a flor do trigo.
Ele manda as suas ordens à Terra
e a Sua Palavra corre velozmente.
Ele revela os Seus planos a Jacob,
os Seus preceitos e as Suas sentenças a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
não lhes deu a conhecer os Seus mandamentos.
Evangelho segundo S. Lucas 5,12-16.
Encontrando-se Jesus Cristo numa das cidades, apareceu um homem coberto de lepra. Ao ver Jesus Cristo, caiu com a face por terra e dirigiu-lhe esta súplica: «Senhor, se quiseres, podes purificar-me.» Jesus Cristo estendeu a mão e tocou-lhe, dizendo: «Quero, fica purificado.» E imediatamente a lepra o deixou. Ordenou-lhe, então, que a ninguém o dissesse; no entanto, acrescentou: «Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés ordenou para lhe servir de prova.» A sua fama espalhava-se cada vez mais, juntando-se grandes multidões para O ouvirem e para que os curasse dos seus males. Mas Ele retirava-se para lugares solitários e aí se entregava à oração.
São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja Vida de S. Francisco, Legenda Major, cap. 1
(a partir da trad. cf. Vorreux, Éds franciscaines 1951, p. 572)
«Jesus Cristo estendeu a mão e tocou-lhe» (Lc 5, 13)
Um dia em que Francisco rezava em solidão e, levado pelo fervor, estava todo absorvido em Deus, o Senhor apareceu-lhe na Cruz. A esta visão, «a sua alma derreteu-se» (Ct 5, 6) e a memória da Paixão de Jesus Cristo atingiu-o tão profundamente que a partir de então mal podia conter as lágrimas e os suspiros assim que se punha a pensar no Crucificado; ele próprio o confessou um dia, pouco tempo antes de morrer. E assim ficou a compreender que era a ele que eram dirigidas as palavras do Evangelho: «Se alguém quiser vir Comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16, 24).
A partir de então, abandonou-se ao espírito de pobreza, ao sabor da humildade e aos rasgos duma profunda piedade. Enquanto que outrora não só a companhia, mas até a vista de um leproso, mesmo ao longe, o enchia de repugnância, daí em diante pôs-se a prestar-lhes todos os serviços possíveis com uma completa indiferença por si próprio, sempre humilde e todo humano, por causa de Jesus Cristo crucificado que, segundo as palavras do profeta, foi considerado e «desprezado como um leproso» (Is 53, 3-4).
1ª Carta de S. João 5,14-21.
Esta é a plena confiança que n'Ele temos: se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos. Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte. Nós bem sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, mas o Filho de Deus o guarda e o Maligno não o apanha. E bem sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro, é Deus e é vida eterna. Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6.9.
Cantai ao SENHOR um cântico novo;
louvai-O na assembleia dos fiéis!
Alegre-se Israel no seu Criador;
regozije-se o povo de Sião no seu Rei!
Louvem o Seu nome com danças;
cantem-lhe ao som de harpas e tambores!
O SENHOR ama o Seu povo
e honra os humildes com a vitória!
Exultem de alegria os fiéis pelo triunfo de Deus
e cantem jubilosos em seus leitos!
Entoem bem alto os louvores a Deus,
com a espada de dois gumes na mão
para lhes aplicarem a sentença que estava
determinada. Esta é a glória de todos os Seus fiéis.
Evangelho segundo S. João 3,22-30.
Depois disto, Jesus Cristo foi com os seus discípulos para a região da Judeia e ali convivia com eles e baptizava. Também João estava a baptizar em Enon, perto de Salim, porque havia ali águas abundantes e vinha gente para ser baptizada. João, de facto, ainda não tinha sido lançado na prisão. Então levantou-se uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, acerca dos ritos de purificação. Foram ter com João e disseram-lhe: «Rabi, aquele que estava contigo na margem de além-Jordão, aquele de quem deste testemunho, está a baptizar, e toda a gente vai ter com Ele.» João declarou: «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Messias, mas apenas o enviado à Sua frente.' O esposo é aquele a quem pertence a esposa; mas o amigo do esposo, que está ao seu lado e o escuta, sente muita alegria com a voz do esposo. Pois esta é a minha alegria! E tornou-se completa! Ele é que deve crescer e eu diminuir.»
João Escoto Erígena (?-c. 870), beneditino irlandês Homilia sobre o Prólogo do Evangelho de João, cap. 16
(a partir da trad. SC 151, p. 281 rev.)
«Ele é que deve crescer e eu diminuir.»
«João não era a Luz, mas dava testemunho da Luz» (Jo 1, 8). O precursor da Luz não era a Luz. Então por que se lhe dá o nome da lamparina acesa (Jo 5, 35) e de estrela da manhã? Ele era uma lamparina acesa, uma lamparina que ilumina, mas o fogo com que ardia não era o seu, a luz com que brilhava não era a sua. Ele era a estrela da manhã, mas não era a fonte da sua própria luz; era a graça d'Aquele de Quem ele era o precursor que ardia e resplandecia nele. Ele não era a Luz, mas participava desta Luz; aquilo que brilhava nele e por ele não era dele. [...]
Com efeito, criatura alguma, por muito dotada de razão ou de inteligência que seja, é luz por si mesma, na sua própria substância; todas participam da Luz única e verdadeira, da Luz substancial que está em todas as coisas que a nossa inteligência vê brilhar.
Livro de Isaías 42,1-4.6-7.
«Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito para que leve às nações a verdadeira justiça. Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas. Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça. Não desanimará, nem desfalecerá, até estabelecer na Terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam d'Ele. Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão, os que vivem nas trevas.
Livro de Salmos 29(28),1-2.3-4.9-10.
Filhos de Deus, prestai ao SENHOR,
prestai ao SENHOR glória e honra.
Prestai ao Senhor a glória do Seu nome,
adorai o SENHOR no Seu átrio sagrado.
A voz do SENHOR ressoa sobre as águas,
o Deus glorioso faz ecoar o Seu trovão,
o SENHOR está sobre a vastidão das águas.
A voz do SENHOR é poderosa,
a voz do SENHOR é cheia de majestade.
A voz do SENHOR retorce os carvalhos,
despoja as árvores dos bosques.
No Seu santuário todos exclamam: "Glória!"
Para além do dilúvio, está sentado o SENHOR;
o SENHOR está sentado como Rei Eterno.
Livro dos Actos dos Apóstolos 10,34-38.
Então, Pedro tomou a palavra e disse: «Reconheço, na verdade, que Deus não faz acepção de pessoas, mas que, em qualquer povo, quem o adora e põe em prática a justiça, lhe é agradável. Enviou a Sua Palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a Boa-Nova da paz, por Jesus Cristo, Ele que é o Senhor de todos. Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo porque Deus estava com Ele.
Evangelho segundo S. Mateus 3,13-17.
Então, veio Jesus Cristo da Galileia ao Jordão ter com João para ser baptizado por ele. João opunha-se, dizendo: «Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por ti e Tu vens a mim?» Jesus Cristo, porém, respondeu-lhe: «Deixa por agora. Convém que cumpramos assim toda a justiça.» João, então, concordou. Uma vez baptizado, Jesus Cristo saiu da água e eis que se rasgaram os céus e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre Ele (Jesus Cristo). E uma voz vinda do Céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu enlevo.»
Homilia atribuída a Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero e mártir
Homilia do século IV para a Epifania, A Santa Epifania PG 10, 852
(a partir da trad. Orval et Delhougne, p. 336 rev.)
«No Qual pus todo o Meu enlevo»
Jesus Cristo, desceu do céu como o orvalho, deu-Se a conhecer como uma fonte, expandiu-Se como um rio (Os 6, 3; Jo 4, 14; 7, 38) e foi baptizado no Jordão. [...] A fonte inalcançável, da qual brota a vida para todos os homens (e mulheres) e que não tem fim, foi oculta por águas pobres e efémeras. Aquele que está presente em toda a parte, que de parte alguma Se encontra ausente, Aquele que é inalcançável pelos anjos e que é invisível aos homens, recebe o baptismo por Sua vontade. [...]
«E eis que se rasgaram os céus e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre Ele. E uma voz vinda do Céu dizia: 'Este é o Meu Filho muito amado, no Qual pus todo o Meu enlevo'.» O bem-amado gera amor, a luz imaterial gera «a luz inacessível» (1Tim 6, 16). «Este é o Meu Filho muito amado». [...] Na arca de Noé, a pomba manifestou o amor de Deus pelos homens (Gn 8, 11). Nesta altura, o Espírito desceu sob a mesma forma, uma forma semelhante àquela que trouxe um ramo de oliveira e deteve-Se sobre Aquele de Quem deu testemunho. Por quê? Para que se compreendesse com certeza que se tratava efectivamente da voz do Pai [...]: «A voz do Senhor sobre as águas, o Deus da glória desencadeou o trovão, o Senhor sobre a massa das águas» (Sl 28, 3). O que diz esta voz? «Este é o Meu Filho muito amado, no Qual pus todo o Meu enlevo». É Aquele a quem chamam o Filho de José e é o Meu Filho único segundo Deus. «Este é o Meu Filho muito amado»: tem fome e alimentou numerosas multidões, sofre e consola aqueles que sofrem; não teve onde repousar a cabeça, mas tem o universo na Sua mão, sofre e cura as dores. Dão-Lhe bofetadas, mas Ele concede a liberdade ao mundo, trespassam-Lhe o lado, mas Ele reparou o lado de Adão.
Carta aos Hebreus 1,1-6.
Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos (vivia-se os tempos conturbados da mudança de paradigma – da escravatura para o feudalismo), Deus falou-nos por meio do Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o mundo. Este Filho que é resplendor da Sua glória e imagem fiel da Sua substância e que tudo sustenta com a Sua palavra poderosa, depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade nas alturas, tão superior aos anjos quanto superior ao deles é o nome que recebeu em herança. Com efeito, a qual dos anjos disse Deus alguma vez: Tu és meu Filho, Eu hoje te gerei? E ainda: Eu serei para Ele um Pai e Ele será para mim um Filho? E de novo, quando introduz o Primogénito no mundo, diz: Adorem-n'O todos os anjos de Deus.
Livro de Salmos 97(96),1-2.6-7.9.
O SENHOR é Rei: alegre-se a Terra
e rejubile a multidão das ilhas!
Ele está rodeado de nuvens e escuridão;
a justiça e o direito são a base do Seu trono.
Os céus proclamam a justiça de Deus
e todos os povos contemplam a Sua grandeza.
Fiquem confundidos os que adoram ídolos,
os que se gloriam em divindades inúteis;
todas as divindades se prostram diante do Senhor.
Porque Tu, SENHOR, és soberano em toda a Terra,
estás muito acima de todas as divindades.
Evangelho segundo S. Marcos 1,14-20.
Depois de João ter sido preso, Jesus Cristo foi para a Galileia e proclamava o Evangelho de Deus, dizendo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho.» Passando ao longo do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. E disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens.» Deixando logo as redes, seguiram-no. Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco a consertar as redes e logo os chamou. E eles deixaram no barco seu pai Zebedeu com os assalariados e partiram com Ele.
Santa Teresa Benedita da Cruz Edith Stein (1891-1942),
carmelita, mártir, co-padroeira da Europa Das Weihnachtsgeheimnis
(a partir da trad. La Crèche et la croix, Ad Solem 1995, p. 35)
«Completou-se o tempo [....]. Vinde Comigo.»
O Menino do presépio é o Rei dos reis, Aquele que reina sobre a vida e a morte, Aquele que diz «Segue-Me» e que, quem não é por Ele é contra Ele (Lc 11, 23). E também no-lo diz a nós, colocando-nos perante a necessidade de escolher a luz (o dia) ou as trevas (a noite). Ignoramos onde pretende o Menino Deus conduzir-nos neste mundo e não nos compete perguntar antes do tempo. Sabemos apenas que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam o Senhor (Rom 8, 28) e que os caminhos traçados pelo Senhor nos conduzem ao outro mundo (do Bem, da Vida com Afectos Bons, dos Afectos Bons).
Ao tomar corpo, o Criador do género humano oferece-nos a Sua natureza divina. Deus fez-Se homem para que os homens pudessem tornar-se filhos de Deus. «Oh admirável comércio!» Foi para isto que o Salvador veio ao mundo. Um de nós tinha quebrado o elo da nossa filiação divina, era um de nós que tinha de o restabelecer e de expiar a falta. Mas nenhum ramo da antiga árvore, doente e degenerada, teria capacidade para tal; era preciso que neste tronco fosse enxertada uma planta nova, sã e nobre. E assim Ele tornou-Se um de nós e simultaneamente mais do que isso: tornou-Se um connosco. É isso que o género humano tem de maravilhoso: o facto de sermos uma unidade. [...] Ele veio formar um corpo misterioso connosco, um corpo de que Ele é o chefe, a cabeça e nós os membros (Ef, 5, 23.30).
Se aceitarmos dar as mãos ao Menino Deus, se respondermos «Sim» ao Seu «Segue-Me», seremos Seus e teremos aberto o caminho para que a Sua vida divina passe por nós. É esse o começo da vida eterna em nós. Não é ainda a visão beatifica na luz da glória, estamos ainda na obscuridade da fé, mas já não é a obscuridade deste mundo – estamos já no Reino de Deus.
Carta aos Hebreus 2,5-12.
Deus não submeteu aos anjos o mundo futuro de que falamos. Mas alguém, em certo lugar, atesta, dizendo: Que é o homem para que te recordes dele ou o Filho do Homem para que cuides d'Ele? Fizeste-o por um pouco inferior aos anjos, coroaste-o de honra e de glória, submeteste tudo aos seus pés. Ora ao submeter-lhe tudo, nada deixou que não lhe estivesse sujeito. Contudo, ainda não vemos que tudo lhe esteja sujeito. Vemos, porém, Jesus Cristo que foi feito por um pouco inferior aos anjos, coroado de glória e de honra por causa da morte que sofreu a fim de que, pela graça de Deus, experimentasse a morte em favor de todos. Convinha, com efeito, que aquele por quem e para quem existem todas as coisas, querendo levar muitos filhos à salvação, levasse à perfeição, por meio dos sofrimentos, o autor da sua salvação. De facto, tanto o que santifica como os que são santificados, provêm todos de um só; razão pela qual não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: Anunciarei o teu nome aos meus irmãos, no meio da assembleia te louvarei.
Livro de Salmos 8,2.5.6-7.8-9.
Ó SENHOR, nosso Deus, como é admirável
o Teu nome em toda a Terra!
Adorarei a Tua majestade,
mais alta do que os céus.
Que é o homem para te lembrares dele,
o Filho do Homem para com ele te preocupares?
Quase fizeste d'Ele um ser divino;
de glória e de honra o coroaste.
Deste-lhe domínio sobre as obras das Tuas mãos,
tudo submeteste a seus pés:
rebanhos e gado, sem excepção,
e até mesmo os animais bravios;
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que percorre os caminhos do oceano.
Evangelho segundo S. Marcos 1,21-28.
Entraram em Cafarnaúm. Chegado o sábado, Jesus Cristo veio à sinagoga e começou a ensinar. E maravilhavam-se com o Seu ensinamento, pois os ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei. Na sinagoga deles, encontrava-se um homem com um espírito maligno que começou a gritar: «Que tens a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus.» Jesus Cristo repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem.» Então, o espírito maligno, depois de o sacudir com força, saiu dele dando um grande grito. Tão assombrados ficaram que perguntavam uns aos outros: «Que é isto? Eis um novo ensinamento e feito com tal autoridade que até manda aos espíritos malignos e eles obedecem-lhe!» E a Sua fama logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.
Catecismo da Igreja Católica, §§ 2851-2854
«Vieste para nos arruinar?»
«Mas livrai-nos do mal». Nesta petição, o Mal não é uma abstracção, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus. O «Diabo» («dia-bolos») é aquele que «se atravessa» no desígnio de Deus e na sua «obra de salvação» realizada em Jesus Cristo. «Assassino desde o princípio, [...] mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), «Satanás, que seduz o universo inteiro» (Ap 12, 9), foi por ele que (pelo egoísmo) o pecado e a morte entraram no mundo e é pela sua derrota definitiva que toda a criação será «liberta do pecado e da morte» (Missal Romano). «Sabemos que ninguém que nasceu de Deus peca porque o preserva Aquele que foi gerado por Deus e o Maligno assim, não o atinge. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sujeito ao Maligno» (1 Jo 5, 18-19). [...]
A vitória sobre o «príncipe deste mundo» (Jo 14, 30) foi alcançada de uma vez para sempre, na «Hora» em que Jesus Cristo livremente Se entregou à morte para nos dar a Sua vida. Foi o julgamento deste mundo e o príncipe deste mundo foi «lançado fora» (Jo 12, 31). «Pôs-se a perseguir a Mulher» (Ap 12, 13-16), mas não logrou alcançá-la: a nova Eva, «cheia da graça» do Espírito Santo, foi preservada do pecado e da corrupção da morte [...]. Então «furioso contra a Mulher, foi fazer guerra contra o resto da sua descendência» (Ap 12, 17). Eis porque o Espírito e a Igreja rogam: «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 17.20), já que a Sua vinda nos libertará do Maligno.
Ao pedirmos para sermos libertados do Maligno, pedimos igualmente para sermos livres de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador. Nesta última petição, a Igreja leva à presença do Pai toda a desolação do mundo. Com a libertação dos males que pesam sobre a humanidade, a Igreja implora o dom precioso da paz e a graça da espera perseverante do regresso de Jesus Cristo. Orando assim, antecipa na humildade da fé a recapitulação de todos e de tudo n'Aquele que «tem as chaves da morte e da morada dos mortos» (Ap 1, 18), «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Todo-Poderoso» (Ap 1, 8).
Carta aos Hebreus 2,14-18.
Pois tal como os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Ele partilhou a condição deles a fim de destruir, pela sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, e libertar aqueles que, por medo da morte, passavam toda a vida dominados pela escravidão. Ele, de facto, não veio em auxílio dos anjos, mas veio em auxílio da descendência de Abraão. Por isso, Ele teve de assemelhar-se em tudo aos seus irmãos para se tornar um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel em relação a Deus a fim de expiar os pecados do povo. É precisamente porque Ele mesmo sofreu e foi posto à prova que pode socorrer os que são postos à prova.
Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9.
Louvai o SENHOR, aclamai o Seu nome,
anunciai entre os povos as Suas obras.
Cantai-lhe hinos e salmos,
proclamai as Suas maravilhas.
Orgulhai-vos do Seu nome santo;
alegre-se o coração dos que procuram o SENHOR.
Recorrei ao SENHOR e ao Seu poder
e buscai sempre a Sua presença.
Vós, descendentes de Abraão, Seu servo,
filhos de Jacob, Seu escolhido.
Ele é o SENHOR, nosso Deus,
e governa sobre a Terra!
Ele recordará sempre a Sua aliança, a promessa
que jurou manter por mil gerações,
pacto que fez com Abraão e aquele
juramento que fez a Isaac.
Evangelho segundo S. Marcos 1,29-39.
Saindo da sinagoga, foram para casa de Simão e André, com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama com febre e logo lhe (a Jesus Cristo) falaram dela. Aproximando-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos e a cidade inteira estava reunida junto à porta. Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios porque sabiam quem Ele era. De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração. Simão e os que estavam com Ele seguiram-n'O. E tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te procuram.» Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.» E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.
Homilia do século V sobre a oração Erradamente atribuída a São João Crisóstomo; PG 64, 461
(a partir da trad. Breviário)
«Foi para um lugar solitário e ali Se pôs em oração»
O bem supremo é a oração, o encontro familiar com Deus. [...] A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens. Por ela, a alma eleva-se ao céu e cinge-se a Deus num abraço inexprimível. Como uma criança chorando ao encontro da sua mãe, ela exprime a profundidade do seu desejo. Ela exprime a sua vontade profunda e recebe dádivas que ultrapassam toda a natureza visível. Porque a oração se apresenta como uma embaixadora poderosa, ela alegra, ela apazigua a alma.
Quando falo da oração, não imagines que se trata de palavras. Ela é um impulso para Deus, um amor indizível que não vem dos homens e do qual o apóstolo Paulo fala assim: «Não sabemos o que devemos pedir em nossas orações, mas é o próprio Espírito que intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rom 8, 26). Uma oração assim, se Deus a concede a alguém, é para esse uma riqueza imutável, um alimento celeste que satisfaz a alma. Quem a provou é tomado por um desejo constante do Senhor, como um fogo devorador que lhe envolve o coração. ♥
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cristianismo 1

2010 superou 2009, para mim e 2011 tem expectativas de superar 2010 o que me deixa muito feliz. Tenho praticamente publicado o meu primeiro livro – Século XV – Lagos Henriquina e pós-Henriquina que tenho divulgado em vários portais. Este livro tem preço de venda – 12€ e uma edição de 550 exemplares e é a chiadoeditora@gmail.com que devem contactar. Conto convosco para que esgote num instante. Modéstia aparte sei que é um trabalho excelente e com bastante nova informação que vai muito para além da história de Lagos, sendo Lagos apenas o átomo da vida nacional e internacional que perpassa os anos quatrocentos até à revolução industrial que estabelece um novo patamar na história universal, no século XIX.
Partindo de LAGOS, é um novo patamar que se escreve na história universal – os Descobrimentos e o início da era do comércio internacional – que vão modificar o mundo, mas foi em LAGOS que tudo começou!
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From Chiado Editora site:
“Dear International Colleagues, Welcome to our Foreign Rights page. Feel free to browse our online catalogues by categories of your interest. You can access additional information for each of our publications by clicking on its title.If you are interested in considering any of our books for translation, please do not hesitate to send us any translation query to the e-mail: foreignrights.chiado@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar . We look forward to working with you.Kind regards,
Your Foreign Right Team”
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= CRISTIANISMO =
"O Verbo encarnou e habitou entre nós", diz S. João no prólogo do seu Evangelho.
Neste Natal 2010 queremos dar graças a Deus por esta maravilha de se ter feito um de nós, para caminhar connosco e nos conduzir à felicidade para a qual fomos criados. Mas queremos agradecer-lhe também este chamamento que nos fez a sermos, dia a dia, arautos desta vinda, portadores deste Verbo junto de tantos e tantos dos Seus filhos.
Não podemos passar estas Festas sem partilhar convosco a alegria que irradia da gruta de Belém. Desejamo-vos um Santo e feliz Natal e que a Luz que iluminou as trevas brilhe nos vossos corações ao longo de todo o ano que se aproxima.
Com muita amizade saúda-vos toda a equipa do Evangelho Quotidiano em língua portuguesa.
P.S. Já ofereceram hoje o EAQ a algum amigo? Alguns deles estão mesmo à espera desse presente de Natal!...
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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: www.evangelhoquotidiano.org; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
O serviço está agora disponível em 10 línguas: português, espanhol, francês, inglês, alemão, neerlandês, italiano, polaco, árabe e arménio.
1ª Carta de S. João 1,5-10.2,1-2.
Eis a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é luz e n'Ele não há nenhuma espécie de trevas. Se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Pelo contrário, se caminhamos na luz (no dia), como Ele, que está na luz (no dia); então temos comunhão uns com os outros e o sangue do seu Filho Jesus purifica-nos de todo o pecado. Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessamos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a iniquidade (não-equidade). Se dizemos que não somos pecadores, fazemo-lo mentiroso e a Sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, escrevo-vos estas coisas para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos junto do Pai um advogado, Jesus Cristo, o Justo, pois Ele é a vítima que expia os nossos pecados e não somente os nossos, mas também os de todo o mundo.
Livro de Salmos 124(123),2-3.4-5.7-8.
Se o Senhor não estivesse do nosso lado
quando os homens se levantaram contra nós,
ter-nos-iam engolido vivos quando
a sua fúria ardia contra nós.
As águas ter-nos-iam submergido,
a torrente teria passado sobre nós.
Então, sim, teriam passado sobre nós
as águas turbulentas!
A nossa vida escapou como um pássaro do laço
de caçadores; rompeu-se o laço e nós libertámo-nos.
O nosso auxílio está no nome do SENHOR,
que fez o céu e a Terra.
Evangelho segundo S. Mateus 2,13-18.
Depois de partirem, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise; pois Herodes procurará o menino para o matar.» E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egipto, permanecendo ali até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciou pelo profeta: Do Egipto chamei o meu filho. Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o seu território, da idade de dois anos para baixo, conforme o tempo que, diligentemente, tinha inquirido dos magos. Cumpriu-se, então, o que o profeta Jeremias dissera: Ouviu-se uma voz em Ramá, uma lamentação e um grande pranto: É Raquel que chora os seus filhos e não quer ser consolada porque já não existem.
Eusébio Galicano (século V), monge, depois bispo Sermão 219; PL 39, 2150
(a partir da trad. Solesmes, Lectionnaire, t. 1, p. 1097 rev.)
«Onde está o Rei dos judeus, que acaba de nascer?» (Mt 2, 2)
Herodes, o rei traidor, enganado pelos magos, envia os seus esbirros a Belém e arredores para matar todas as crianças com menos de dois anos. [...] Nada porém conseguiste obter, bárbaro cruel e arrogante: podes fazer mártires, mas não conseguirás encontrar Jesus Cristo. O infeliz tirano estava convencido de que o advento do Senhor, nosso Salvador, o faria cair de seu trono real. Mas não foi assim, pois Jesus Cristo não tinha vindo usurpar a glória de outro, mas ofertar-nos a Sua. Ele não tinha vindo apoderar-Se de um reino terreno, mas dar-nos o Reino dos Céus. Ele não tinha vindo roubar dignidades, mas sofrer injúrias e sevícias. Ele não tinha vindo preparar a sagrada cabeça para um diadema de pedrarias, mas para uma coroa de espinhos. Ele não tinha vindo para se instalar gloriosamente acima dos ceptros, mas para ser ultrajado e crucificado.
Ao nascimento do Senhor, «o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele» (Mt 2, 3). Não é de espantar que a impiedade se perturbe com o nascimento da bondade. Eis que um homem que domina exércitos se assusta diante de uma criança deitada numa manjedoura, que um rei orgulhoso treme diante do humilde, que aquele que se veste de púrpura receia um pequenino envolto em panos. [...] Fingiu querer adorar Aquele que procurava destruir (Mt 2, 8). Mas a Verdade não receia as emboscadas da mentira. [...] A traição não consegue encontrar Jesus Cristo porque não é pela crueldade, mas pelo amor (Afectos Bons) que se deve procurar a Deus, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Ámen.
1ª Carta de S. João 2,3-11.
Sabemos que o conhecemos por isto: se guardamos os seus mandamentos. Quem diz: «Eu conheço-O», mas não guarda os Seus mandamentos é um mentiroso e a verdade não está nele; ao passo que quem guarda a Sua palavra, nesse é que o amor de Deus é verdadeiramente perfeito; por isto reconhecemos que estamos n'Ele. Quem diz que permanece em Deus também deve caminhar como Ele caminhou. Caríssimos, não vos escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo que já tínheis desde o princípio: este mandamento antigo é a Palavra que ouvistes. É, contudo, um mandamento novo o que vos escrevo – o que é verdade nele e em vós – pois as trevas passaram e a luz verdadeira já brilha. Quem diz que está na luz, mas tem ódio a seu irmão, ainda está nas trevas. Quem ama o seu irmão permanece na luz e não corre perigo de tropeçar. Mas quem tem ódio ao seu irmão está nas trevas e nas trevas caminha, sem saber para onde vai porque as trevas lhe cegaram os olhos.
Livro de Salmos 96(95),1-3.5-6.
Cantai ao SENHOR um cântico novo,
cantai ao SENHOR, Terra inteira!
Cantai ao SENHOR, bendizei o Seu nome,
proclamai, dia após dia, a Sua salvação.
Anunciai aos pagãos a Sua glória
e a todos os povos, as Suas maravilhas.
As divindades dos pagãos não valem nada;
foi o SENHOR quem criou os céus.
Na Sua presença há majestade e esplendor,
no Seu santuário há poder e beleza.
Evangelho segundo S. Lucas 2,22-35.
Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor» e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas. Ora vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor. Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus Cristo a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito. Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a Tua palavra, deixarás ir em paz o Teu servo porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.» Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia d'Ele. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a Sua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.»
Santo Inácio de Antioquia (?-c. 110), bispo e mártir Carta aos Romanos, 5-7
(a partir da trad. Quéré, Les Pères apostoliques, Seuil 1980, p. 136)
«Agora, Senhor, segundo a Tua palavra, deixarás ir em paz o Teu servo»
Hoje, começo a ser discípulo. Que criatura alguma, visível ou invisível, me impeça de ir ter com Jesus Cristo. [...] Nem os mais cruéis suplícios me perturbam, a única coisa que desejo é estar com Jesus Cristo. De que me servem as doçuras deste mundo e os impérios da Terra? Mais vale morrer por Cristo Jesus que reinar até aos confins do universo. É a Ele que procuro, a Ele que morreu por nós; é a Ele que desejo, a Ele que ressuscitou por nós.
Aproxima-se o momento do meu nascimento. [...] Deixai-me abraçar a luz puríssima. Nessa altura, serei um homem. Permiti-me imitar a paixão do meu Deus. [...] Os meus desejos terrenos estão crucificados, já não tenho em mim fogo para amar a matéria, mas apenas a «água viva» (Jo 7, 38) que murmura e me segreda ao coração: «Vem para junto do Pai.» Não quero continuar a saborear os alimentos perecíveis nem as doçuras desta vida. É do pão de Deus que tenho fome, da carne de Jesus Cristo, Filho de David e como bebida quero o Seu sangue, que é o amor incorruptível.
1ª Carta de S. João 2,12-17.
Eu vo-lo escrevo, filhinhos: Os vossos pecados estão-vos perdoados pelo nome de Jesus Cristo. Eu vo-lo escrevo, pais: vós conheceis aquele que existe desde o princípio. Eu vo-lo escrevo, jovens: vós vencestes o maligno. Eu vo-lo escrevi, filhinhos: vós conhecestes o Pai. Eu vo-lo escrevi, pais: vós conheceis aquele que existe desde o princípio. Eu vo-lo escrevi, jovens: vós sois fortes, a palavra de Deus permanece em vós e vós vencestes o Maligno. Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o estilo de vida orgulhoso – não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa e também as suas concupiscências, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre.
Livro de Salmos 96(95),7-8.9.10.
Dai ao SENHOR, famílias das nações,
dai ao SENHOR glória e poder.
Dai ao SENHOR a glória do Seu nome,
entrai nos Seus átrios e fazei-lhe ofertas.
Adorai o SENHOR com vestes sagradas.
Trema diante dele a Terra inteira!
Proclamai entre os povos: "O Senhor é Rei!"
Por isso, a Terra está firme, não vacila;
Deus governa os povos com equidade.
Evangelho segundo S. Lucas 2,36-40.
Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações. Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré. Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria e a graça de Deus estava com Ele.
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja 2ª homilia sobre o Cântico dos Cânticos, §8 (a partir da trad. Seuil 1953, p. 98)
Pôs-se a louvar a Deus e a falar do Menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Ó rebento de Jessé, Tu que és um sinal para todos os povos, quantos reis e profetas desejaram ver-Te e não Te viram! Feliz daquele que, na sua velhice, foi cumulado com o dom divino da Tua vinda! Ele tremeu em desejo de ver o sinal, viu-o e alegrou-se. Tendo recebido o beijo da paz, deixou este mundo com a paz no coração, não sem antes proclamar que Jesus Cristo tinha nascido para ser um sinal de contradição. E essa profecia cumpriu-se: mal apareceu, o sinal da paz foi contraditado, mas por aqueles que têm ódio à paz porque Ele é a paz para os homens de boa vontade, mas para os mal-intencionados é pedra de tropeço. Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. O Senhor veio a ele, mas os Seus não o receberam. Felizes os pobres pastores que, velando na noite, foram considerados dignos de ver este sinal!
Já nesse tempo Ele Se escondia aos pretensos sábios e prudentes, revelando-Se aos humildes. Aos pastores, o anjo disse: «Eis o sinal para vós.» Ele é para vós, os humildes e obedientes, para vós que não vos jactais de ciência orgulhosa, mas que velais noite e dia, meditando na lei de Deus. Eis o sinal para vós! Aquele que os anjos prometiam, Aquele que os povos reclamavam, Aquele que os profetas anunciaram. [...]
Eis, pois, o sinal para vós; mas sinal de quê? De perdão, de graça, de paz, de uma paz que não terá fim. Eis o sinal para vós: um Menino envolto em panos e reclinado numa manjedoura. Mas Deus está n'Ele, reconciliando o mundo Consigo. [...] Este Menino é o beijo de Deus, o Mediador entre Deus e os homens, Jesus - homem e Cristo, que vive e reina pelos séculos dos séculos.
1ª Carta de S. João 2,18-21.
Filhinhos, estamos na última hora. Ouvistes dizer que há-de vir um antiCristo; pois bem, já apareceram muitos anticristos; por isso reconhecemos que é a última hora. Eles saíram de entre nós, mas não eram dos nossos porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido connosco; mas aconteceu assim para que ficasse claro que nenhum deles é dos nossos. Vós, porém, tendes uma unção recebida do Santo e todos estais instruídos. Não vos escrevi por não saberdes a verdade, mas porque a sabeis e também que da verdade não vem nenhuma mentira.
Livro de Salmos 96(95),1-2.11-12.13.
Cantai ao SENHOR um cântico novo,
cantai ao SENHOR, Terra inteira!
Cantai ao SENHOR, bendizei o Seu nome,
proclamai, dia após dia, a Sua salvação.
Alegrem-se os céus, exulte a Terra!
Ressoe o mar e tudo o que nele existe!
Alegrem-se os campos e todos os seus frutos,
exultem de alegria todas as árvores dos bosques
na presença do SENHOR que se aproxima
e vem para governar a Terra! Ele governará
o mundo com justiça e os povos,
com a sua fidelidade.
Evangelho segundo S. João 1,1-18.
No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus. No princípio Ele estava em Deus. Por Ele é que tudo começou a existir e sem Ele nada veio à existência. Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz (o dia) dos homens. A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus que se chamava João. Este vinha como testemunha para dar testemunho da Luz (do dia) e todos crerem por meio d'Ele. Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz (do dia). O Verbo era a Luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu e os seus não o receberam. Mas a quantos o receberam, aos que n'Ele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a Sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade. João deu testemunho d'Ele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O que vem depois de mim, passou-me à frente porque existia antes de mim.'» Sim, todos nós participamos da Sua plenitude, recebendo graças sobre graças. É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo. A Deus jamais alguém o viu (porque é Invisível). O Filho Unigénito que está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.
São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo Sermão 10 sobre o Natal do Senhor, PL 57, 24
(a partir da trad. Année en fêtes, Migne 2000, p. 78 rev.)
«Nascido do Pai antes de todos os séculos [...] fez-Se homem [...] e nasceu da Virgem Maria (Credo)
Caríssimos irmãos, há dois nascimentos em Jesus Cristo e tanto um como o outro são a expressão de um poder divino que nos ultrapassa absolutamente. Por um lado, Deus gera o Seu Filho a partir de Si mesmo; por outro, Ele é concebido por uma virgem por intervenção de Deus. [...] Por um lado, Ele nasce para criar a vida; por outro, para eliminar a morte. Ali, nasce de Seu Pai; aqui, é trazido ao mundo pelos homens. Por ter sido gerado pelo Pai, está na origem do homem; por ter nascido humanamente, liberta o homem. Uma e outra formas de nascimento são propriamente inexprimíveis e ao mesmo tempo inseparáveis. [...]
Quando ensinamos que há dois nascimentos em Jesus Cristo, não queremos com isto dizer que o Filho de Deus nasça duas vezes; mas afirmamos a dualidade de natureza num só e mesmo Filho de Deus. Por um lado, nasceu Aquele que já existia; por outro, foi produzido Aquele que ainda não existia. O bem-aventurado evangelista João afirma isto mesmo com as seguintes palavras: «No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus» e ainda: «E o Verbo fez-Se homem».
Assim, pois Deus, que estava junto de Deus, saiu d'Ele e a carne de Deus, que não estava n'Ele, saiu de uma mulher. Assim, o Verbo fez-Se carne, não de maneira que Deus Se diluísse no homem, mas para que o homem fosse gloriosamente elevado em Deus. É por isso que Deus não nasce duas vezes; mas por estes dois géneros de nascimentos – a saber, o de Deus e o do homem – o Filho único do Pai quis ser, a um tempo, Deus e homem na mesma pessoa: «E quem poderá contar o Seu nascimento?» (Is 53, 8 Vulg)
Livro de Números 6,22-27.
O Senhor disse a Moisés: «Fala a Aarão e a seus filhos: Assim abençoareis os filhos de Israel. Dizei-lhes: ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua presença e te favoreça! O Senhor se volte para ti e te dê a paz!’ Invocarão o Meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei!»
Livro de Salmos 67(66),2-3.5.6.8.
Deus se compadeça de nós e nos abençoe,
faça brilhar sobre nós a Sua luz.
Sejam conhecidos na Terra os Teus caminhos
e entre as nações, a Tua salvação!
Alegrem-se e exultem as nações
porque julgas os povos com justiça
e governas as nações sobre a Terra.
Que os povos Te louvem, ó Deus!
Todos os povos Te louvem!
Que Deus nos abençoe e o seu Amor
chegue aos confins da Terra!
Carta aos Gálatas 4,4-7.
Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei a fim de recebermos a adopção de filhos e porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do Seu Filho, que clama: “Abbá! – Pai!” Deste modo, já não és escravo, mas filho e, se és filho, és também herdeiro, por graça de Deus.
Evangelho segundo S. Lucas 2,16-21.
Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram, se admiravam do que lhes diziam os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido conforme lhes fora anunciado. Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus indicado pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno.
São Leão Magno (?-c. 461), papa e Doutor da Igreja 6º sermão para o Natal, 2, 3, 5
(a partir da trad. bréviaire; cf SC 22 bis, pp. 139ss.)
Maria, Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz (Is 11, 5)
A festa do Natal renova para nós os primeiros instantes da vida de Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria. E acontece que, adorando o nascimento do nosso Salvador, celebramos a nossa própria origem. Com efeito, quando Jesus Cristo veio ao mundo, começou o povo cristão: o aniversário da cabeça é o aniversário do corpo.
Ora que mais podemos encontrar nos tesouros da generosidade divina que seja tão adequado à dignidade da festa do Natal como esta paz proclamada pelo cântico dos anjos aquando do nascimento do Senhor (Lc 2, 14)? Pois é a paz que gera filhos de Deus, que favorece o amor, que produz a amizade, que é o repouso dos bem-aventurados, a morada da eternidade. A sua obra própria, o seu particular benefício, consiste em unir a Deus aqueles que separa deste mundo. [...] Assim, pois aqueles que «não nasceram do sangue nem da vontade carnal, nem da vontade do homem, mas de Deus» (Jo 1, 13) devem oferecer ao Pai a vontade unânime dos filhos artesãos da paz. Todos aqueles que se tornaram membros de Jesus Cristo por adopção devem acorrer a venerar o primogénito da nova criação; Aquele que veio, não para fazer a Sua vontade, mas a d'Aquele que O enviou (Jo 6, 38). Os herdeiros adoptados pela graça do Pai não são herdeiros divididos nem separados; têm os mesmos sentimentos e o mesmo amor. Aqueles que foram recriados segundo a única Imagem (Heb 1, 3; Gn 1, 27) têm de ter uma alma que se assemelhe a Ele. O nascimento do Senhor Jesus Cristo é o nascimento da paz. Como diz São Paulo, «Ele [Jesus Cristo] é a nossa paz» (Ef 2, 14).
Livro de Isaías 60,1-6.
Levanta-te e resplandece, Jerusalém, que está a chegar a tua luz! A glória do SENHOR amanhece sobre ti! Olha: as trevas cobrem a Terra e a escuridão, os povos, mas sobre ti amanhecerá o SENHOR. A Sua glória vai aparecer sobre ti. As nações caminharão à Tua luz e os reis ao esplendor da Tua aurora. Levanta os olhos e vê à tua volta: todos esses se reuniram para vir ao teu encontro. Os teus filhos chegam de longe e as tuas filhas são transportadas nos braços. Quando vires isto, ficarás radiante de alegria; o teu coração palpitará e se dilatará porque para ti afluirão as riquezas do mar e a ti virão os tesouros das nações. Serás invadida por uma multidão de camelos, pelos dromedários de Madian e de Efá. De Sabá virão todos trazendo ouro e incenso e proclamando os louvores do SENHOR.
Livro de Salmos 72(71),1-2.7-8.10-11.12-13.
Ó Deus, concede ao rei a Tua rectidão
e a Tua justiça ao filho do rei
para que julgue o Teu povo com justiça
e os Teus pobres com equidade.
Em Seus dias florescerá a justiça
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da Terra.
Os reis de Társis e das ilhas oferecerão tributos;
os reis de Sabá e de Seba trarão suas ofertas.
Todos os reis se prostrarão diante d'Ele;
todas as nações O servirão.
Ele socorrerá o pobre que O invoca
e o indigente que não tem quem o ajude.
Terá compaixão do humilde e do pobre
e salvará a vida dos oprimidos.
Carta aos Efésios 3,2-3.5-6.
Com certeza, ouvistes falar da graça de Deus que me foi dada para vosso benefício a fim de realizar o seu plano que, por revelação, me foi dado conhecer o mistério, tal como antes o descrevi resumidamente que não foi dado a conhecer aos filhos dos homens em gerações passadas, como agora foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas, no Espírito: os gentios são admitidos à mesma herança, membros do mesmo Corpo e participantes da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
Evangelho segundo S. Mateus 2,1-12.
Tendo Jesus Cristo nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente e perguntaram: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a Sua estrela (bola de luz) no Oriente e viemos adorá-lo.» Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E reunindo todos os sumos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades da Judeia porque de ti vai sair o Príncipe que há-de apascentar o meu povo de Israel.» Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exactas sobre a data em que a estrela (a bola de luz, o novo sol) lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: «Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do menino e, depois de o encontrardes, vinde comunicar-mo para eu ir também prestar-lhe homenagem.» Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho e a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles (como o milagre do sol (bola de luz) em Fátima) até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho.
São Bruno de Segni (c. 1045-1123), bispo 1º sermão sobre a Epifania; PL 165, 863
(a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 334)
Ouro, incenso e mirra.
Guiados pela estrela, os magos que vieram do Oriente até Belém entraram na casa onde a Bem-aventurada Virgem Maria se encontrava com o Menino e, abrindo os seus tesouros, ofereceram três coisas ao Senhor: ouro, incenso e mirra, pelos quais confessaram que Ele era verdadeiramente rei, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
São também estes os dons que a Santa Igreja não cessa de oferecer a Deus, seu Salvador. Oferece o incenso, quando crê e confessa que Ele é o verdadeiro Senhor, o Criador do universo; oferece a mirra, quando afirma que Ele tomou a substância da nossa carne, na qual quis sofrer e morrer pela nossa salvação; oferece o ouro quando não hesita em proclamar que Ele reina eternamente, com o Pai e o Espírito Santo. [...]
Esta oferenda pode ainda adquirir outro sentido místico. Segundo Salomão, o ouro significa a sabedoria celeste: «O tesouro mais desejável encontra-se na boca do sábio» (Pr 21, 10). [...] De acordo com o salmista, o incenso simboliza a oração pura: «Senhor, que a minha oração se eleve na Tua presença como nuvens de incenso» (Sl 140, 2), pois quando a nossa oração é pura, exala em direcção a Deus um perfume mais puro que o fumo do incenso e, assim como este fumo se eleva para o céu, assim a nossa oração se dirige ao Senhor. A mirra simboliza a mortificação da nossa carne. Assim, pois oferecemos ouro ao Senhor quando resplandecemos na Sua presença pela luz da sabedoria celeste. [...] Oferecemos-Lhe incenso quando elevamos para Ele uma oração pura. E oferecemos-Lhe mirra quando, por meio da abstinência, «mortificando a nossa carne, com os seus vícios e as suas cobiças» (Ga 5, 24), levamos a cruz atrás de Jesus Cristo.
1ª Carta de S. João 3,22-24.4,1-6.
E recebemos d'Ele tudo o que pedirmos porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável. E este é o Seu mandamento: que acreditemos no Nome de seu Filho, Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, conforme o mandamento que Ele nos deu. Aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele e é por isto que reconhecemos que Ele permanece em nós: graças ao Espírito que nos deu. Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, pois muitos falsos profetas apareceram no mundo. Reconheceis que o espírito é de Deus por isto: todo o espírito que confessa Jesus Cristo que veio em carne mortal é de Deus e todo o espírito que não faz esta confissão de fé acerca de Jesus Cristo não é de Deus. Esse é o espírito do antiCristo (do homem das trevas), do qual ouvistes dizer que tem de vir; pois bem, ele já está no mundo. Meus filhinhos, vós sois de Deus e venceste-los porque é mais poderoso o espírito que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo; por isso falam a linguagem do mundo e o mundo ouve-os. Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus, ouve-nos; quem não é de Deus, não nos ouve. É por isto que nós reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
Livro de Salmos 2,7-8.10-11.
Vou anunciar o decreto do SENHOR.
Ele disse-me: "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e Eu te darei povos como herança
e os confins da Terra por domínio.
E agora, prestai atenção, ó reis!
Deixai-vos instruir, juízes da Terra!
Servi o SENHOR com amor, prestai-lhe
homenagem com adoração.
Evangelho segundo S. Mateus 4,12-17.23-25.
Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus Cristo retirou-se para a Galileia. Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz. A partir desse momento, Jesus Cristo começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos porque está próximo o Reino do Céu.» Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. A Sua fama estendeu-se por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam doenças e tormentos, os possessos, os epilépticos e os paralíticos e Ele curou-os. E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.
São Romano, o Melodista (? – c. 560), compositor de hinos 2º hino para a Epifania, 1, 3, 8 (a partir da trad. SC 110, pp. 271ss. rev.)
Aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz.
Sobre Adão, cego no Éden, ergue-se um sol que surgiu em Belém e que lhe abriu os olhos, lavando-os nas águas do Jordão. Sobre aquele que jazia na sombra e nas trevas elevou-se a luz que nunca mais se extinguirá. Acabou para ele a noite, para ele tudo é dia; chegou para ele o momento da aurora porque foi no crepúsculo que ele se escondeu, como diz a Escritura (Gn 3, 8). Aquele que caíra ao entardecer, encontrou a aurora que o ilumina, escapou à escuridão, avança em direcção à manhã que se manifestou e que tudo ilumina. [...]
Canta, Adão, canta e adora Aquele que vem a ti; quando tu te afastavas, Ele manifestou-Se a ti para que pudesses vê-Lo, tocar-Lhe, acolhê-Lo. Aquele que temias quando foste enganado, fez-Se por ti semelhante a ti. Desceu à Terra para te levar para o céu, tornou-Se mortal para que tu te tornasses Deus e te revestisses da tua beleza inicial. Desejando abrir-te de novo as portas do Éden, habitou em Nazaré. Por tudo isso, canta-Lhe, ó homem, glorifica com salmos Aquele que Se manifestou e que tudo iluminou. [...]
Os olhos dos filhos da Terra receberam a força de contemplar o rosto celeste; os olhos dos seres de barro (Gn 2, 7) viram o brilho sem sombras da luz imaterial que os profetas e os reis não viram, mas desejaram ver (Mt 13, 17). O grande Daniel foi chamado homem de desejos porque desejou contemplar Aquele que nós contemplamos. Também David esperou este decreto. Aquilo que estava oculto pode agora ser compreendido: é que Ele manifestou-Se e tudo iluminou.
1ª Carta de S. João 4,7-10.
Caríssimos, amemo-nos uns aos outros porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama, nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama (vive no egoísmo) não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito para que, por Ele, tenhamos a vida. É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.
Livro de Salmos 72(71),1-2.3-4.7-8.
Ó Deus, concede ao rei a Tua rectidão
e a Tua justiça ao filho do rei,
para que julgue o Teu povo com justiça
e os Teus pobres com equidade.
Que os montes tragam a paz ao povo
e as colinas, a justiça.
Que o rei proteja os humildes do povo,
ajude os necessitados e esmague os opressores!
Em Seus dias florescerá a justiça
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da Terra.
Evangelho segundo S. Marcos 6,34-44.
Ao desembarcar, Jesus Cristo viu uma grande multidão e teve compaixão deles porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. A hora já ia muito adiantada, quando os discípulos se aproximaram e disseram: «O lugar é deserto e a hora vai adiantada. Manda-os embora para irem aos campos e aldeias comprar de comer.» Jesus Cristo respondeu: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Eles disseram-lhe: «Vamos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?» Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes? Ide ver.» Depois de se informarem, responderam: «Cinco pães e dois peixes.» Ordenou-lhes que os mandassem sentar por grupos na erva verde. E sentaram-se, por grupos de cem e cinquenta. Jesus Cristo tomou, então, os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e dava-os aos seus discípulos para que eles os repartissem. Dividiu também os dois peixes por todos. Comeram até ficarem saciados. E havia ainda doze cestos com os bocados de pão e os restos de peixe. Ora os que tinham comido daqueles pães eram cinco mil homens.
Papa Bento XVI Homilia para o Congresso eucarístico italiano, 29/05/05
(trad. Osservatore Romano rev.; cf DC 2339, p. 634 © Libreria Editrice Vaticana)
Jesus Cristo tomou, então, os cinco pães [...], pronunciou a bênção, partiu os pães e deu-os aos discípulos.
«Sem o Domingo não podemos viver». No ano 304, quando o imperador Diocleciano proibiu os cristãos, sob pena de morte, de possuírem as Escrituras, de se reunirem ao domingo para celebrar a Eucaristia, [...] em Abitene, uma pequena localidade na actual Tunísia, 49 cristãos foram surpreendidos a um domingo enquanto, reunidos em casa de Octávio Félix, celebravam a Eucaristia [...]; foram presos e levados para Cartago para serem interrogados [...]. Um deles respondeu: «Sine dominico non possumus»: sem nos reunirmos em assembleia ao domingo para celebrar a Eucaristia, não podemos viver. Faltar-nos-iam as forças para enfrentar as dificuldades quotidianas sem sucumbir. [...]
O Filho de Deus, tendo-Se feito carne, podia tornar-Se pão e ser assim alimento do Seu povo que está neste mundo a caminho da terra prometida do céu. Precisamos deste pão para enfrentar as fadigas e o cansaço da viagem. O Domingo, Dia do Senhor, é a ocasião propícia para haurir a força d'Ele, que é o Senhor da Vida. Por conseguinte, o preceito festivo não é um dever imposto do exterior, um peso sobre os nossos ombros. Ao contrário, participar na celebração dominical, alimentar-se do Pão eucarístico e experimentar a comunhão dos irmãos e irmãs em Jesus Cristo é uma necessidade para o cristão, é uma alegria. É assim que ele pode encontrar a energia necessária para o caminho que tem de percorrer todas as semanas.♥
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