domingo, 31 de julho de 2011

Cristianismo 18

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= CRISTIANISMO =
«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
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Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.
Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
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Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.
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Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Livro dos Actos dos Apóstolos 11,1-18.
Os Apóstolos e os irmãos da Judeia ouviram, entretanto, dizer que também os pagãos tinham recebido a palavra de Deus.
E quando Pedro subiu a Jerusalém, os circuncisos começaram a censurá-lo,
dizendo-lhe: «Tu entraste em casa de incircuncisos e comeste com eles.»
Pedro expôs-lhes então o caso, do princípio ao fim, dizendo:
«Estava eu em oração na cidade de Jope quando, em êxtase, tive uma visão: um objecto semelhante a uma grande toalha, descia do céu, preso pelas quatro pontas e chegou até junto de mim.
Fitando os olhos nele, pus-me a observar e vi os quadrúpedes da terra, os animais ferozes, os répteis e as aves do céu.
Ouvi também uma voz que me dizia: ‘Vamos, Pedro, mata e come.’
Mas eu respondi: ‘De modo algum, Senhor! Nunca entrou na minha boca nada de profano ou impuro!’
A voz fez-se ouvir do Céu pela segunda vez:
‘O que Deus purificou não o consideres tu impuro.’
Isto repetiu-se três vezes; depois tudo foi novamente elevado ao Céu.
Nesse instante, apresentaram-se três homens na casa em que estávamos, enviados de Cesareia à minha presença.
O Espírito disse-me que os acompanhasse sem hesitar. Vieram também comigo os seis irmãos, aqui presentes, e entrámos em casa do homem.
Ele contou-nos que tinha visto um anjo apresentar-se em sua casa, dizendo-lhe: ‘Envia alguém a Jope e manda chamar Simão, cujo sobrenome é Pedro;
ele dir-te-á palavras que te hão-de trazer a salvação, a ti e a toda a tua casa.’
Ora quando principiei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles como sobre nós, ao princípio.
Recordei-me então da palavra do Senhor, quando Ele dizia: ‘João baptizou em água; vós porém, sereis baptizados no Espírito Santo.’
Se Deus, portanto, lhes concedeu o mesmo dom que a nós por terem acreditado no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para me opor a Deus?»
Estas palavras apaziguaram-nos e eles deram glória a Deus, dizendo: «
Deus também concedeu aos pagãos o arrependimento que conduz à Vida!»
Livro de Salmos 42(41),2-3.43(42),3.4.
Como suspira a corça pelas águas correntes assim a minha alma suspira por Ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo! Quando poderei viver na presença de Deus?
Envia a Tua luz e a Tua verdade para que elas me guiem e conduzam à Tua montanha santa, à Tua morada.
Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que é a alegria da minha vida. Ao som da harpa Te louvarei, ó Deus, meu Deus.

Evangelho segundo S. João 10,11-18.
Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
O mercenário e o que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo e abandona as ovelhas e foge e o lobo arrebata-as e espanta-as
porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas.
Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me,
assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai e
ofereço a minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil (da comunidade judaica). Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.
É por isto que meu Pai me tem amor: por Eu oferecer a minha vida para a retomar depois.
Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente.
Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de meu Pai.»
São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja Exposição da fé ortodoxa, 1

Oração de um pastor ao Bom Pastor
Ó Jesus Cristo, meu Senhor, Tu abaixastes-Te para me levares aos ombros, a mim, ovelha perdida (Lc 15,5) e colocaste-me em verdes prados (Sl 22,2). Refrescaste-me nas fontes da verdadeira doutrina (ibid) por intermédio dos Teus pastores, de quem Tu mesmo eras pastor antes de lhes confiares o Teu rebanho. [...] E agora, Senhor, chamaste-me [...] para estar ao serviço dos Teus discípulos, não sei por que desígnio da Tua Providência, pois só Tu o sabes.
Mas, Senhor, aligeira o pesado fardo dos meus pecados que Te ofenderam gravemente; purifica o meu espírito e o meu coração. Guia-me por caminhos rectos (Sl 22,3) como uma lâmpada que me ilumina. Dá-me a coragem de propagar a Tua palavra; que a língua de fogo do Teu Espírito (Act 2,3) me dê uma língua perfeitamente livre e me torne sempre atento à Tua presença.
Sê o meu pastor, Senhor, e sê comigo o pastor das Tuas ovelhas de modo que o meu coração não se desvie nem para a direita nem para a esquerda. Que o Teu Espírito me dirija pelo caminho recto de modo a que as minhas acções se realizem até ao fim segundo a Tua vontade.
Livro dos Actos dos Apóstolos 11,19-26.
Entretanto os que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada por causa de Estêvão, adiantaram-se até à Fenícia, Chipre e Antioquia, mas não anunciavam a palavra senão aos judeus.
Houve porém, alguns deles, homens de Chipre e Cirene que, chegando a Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando-lhes a Boa-Nova do Senhor Jesus.
A mão do Senhor estava com eles e grande foi o número dos que abraçaram a fé e se converteram ao Senhor.
A notícia chegou aos ouvidos da igreja de Jerusalém e mandaram Barnabé a Antioquia.
Assim que ele chegou e viu a graça concedida por Deus, regozijou-se com isso e exortou-os a todos a que se conservassem unidos ao Senhor, de coração firme;
ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão aderiu ao Senhor.
Então Barnabé foi a Tarso procurar Paulo.
Encontrou-o e levou-o para Antioquia. Durante um ano inteiro, mantiveram-se juntos nesta igreja e ensinaram muita gente. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os discípulos começaram a ser tratados pelo nome de «cristãos.»
Livro de Salmos 87(86),1-3.4-5.6-7.
Fundada por Ele sobre o monte santo,
o SENHOR ama a cidade de Sião mais do que todas as moradas de Jacob.
Gloriosas coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus.
Incluirei Raab e Babilónia na lista dos que me conhecem; a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.

Mas de Sião há-de dizer-se: "Todos lá nasceram; o próprio Altíssimo a fortaleceu."
O SENHOR escreverá no registo dos povos, anotando: "Este nasceu em Sião."
E eles dirão, cantando e dançando: "A minha única fonte está em ti."
Evangelho segundo S. João 10,22-30.
Em Jerusalém celebrava-se então a festa da Dedicação do Templo. Era Inverno.
Jesus Cristo passeava pelo templo, debaixo do pórtico de Salomão.
Rodearam-no então os judeus e começaram a perguntar-lhe: «Até quando nos deixarás na incerteza? Se és o Messias, di-lo claramente.»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não credes. As obras que Eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho a meu favor;
mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas.
As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me.
Dou-lhes a vida eterna e nem elas hão-de perecer jamais nem ninguém as arrancará da minha mão.
O que o meu Pai me deu vale mais que tudo e ninguém o pode arrancar da mão do Pai.
Eu e o Pai somos Um.»

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Sobre a Trindade I, 13, 30-31

«Até quando nos deixarás na incerteza?»
Sendo igual ao Pai, o Filho de Deus não recebeu o poder de julgar, mas tem-no em comum com o Pai. Recebeu-o de modo a que os bons e os maus O vejam julgar porque Ele é o Filho do Homem. O Filho do Homem será dado a ver também aos perversos, mas a visão da Sua divindade será dada apenas aos puros de coração porque estes verão a Deus (Mt 5,8). O que é a vida eterna, senão esta visão que será negada aos ímpios? «Esta é a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste» (Jo 17,3). Como conhecerão o próprio Jesus Cristo, senão como Filho do Deus verdadeiro, Ele que Se revelará a todos? Ele apresentar-Se-á cheio de bondade à vista dos corações puros. «Como Deus é bom para Israel, para os que têm coração puro!» (Sl 72,1). Só Deus é bom.
Eis a razão porque alguém que chamou ao Senhor «bom mestre», pedindo-Lhe conselho para chegar à vida eterna, suscitou esta resposta: «Porque Me interrogas sobre o que é bom? Ninguém é bom senão um só: Deus» (Mc 10,17-18). É que este homem que O interrogou não suspeitava a Quem se dirigia e tomou-O simplesmente por um filho de homem. [...] «Este aspecto de que Me revisto é o aspecto do Filho do Homem, aquele que foi assumido, aquele que aparecerá aquando do juízo final, tanto aos ímpios como aos justos. [...] Mas há uma visão da Minha condição divina; quando a tive, não prevaleci do facto de tal condição Me tornar Filho de Deus, antes Me aniquilei a Mim mesmo para assumir a outra condição» (Fil 2,6-7). Por conseguinte Ele, o Deus único, Pai, Filho, Espírito Santo, aparecerá apenas para alegria permanente dos justos.
Livro dos Actos dos Apóstolos 12,24-25.13,1-5.
Entretanto a palavra de Deus crescia e multiplicava-se.
Barnabé e Saulo, depois de terem cumprido a sua missão, regressaram de Jerusalém, levando consigo João, de sobrenome Marcos.
Havia na igreja, estabelecida em Antioquia, profetas e doutores: Barnabé, Simeão, chamado ‘Níger’, Lúcio de Cirene, Manaen, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo.
Estando eles a celebrar o culto em honra do Senhor e a jejuar, disse-lhes o Espírito Santo: «Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que Eu os chamei.»
Então depois de terem jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e deixaram-nos partir.
Enviados, pois pelo Espírito Santo, Barnabé e Saulo desceram a Selêucia e ali meteram-se num barco rumo à ilha de Chipre.
Chegados que foram a Salamina, começaram a anunciar a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. Tinham também João como auxiliar.

Livro de Salmos 67(66),2-3.5.6.8.
Deus se compadeça de nós e nos abençoe, faça brilhar sobre nós a Sua luz.
Sejam conhecidos na Terra os Teus caminhos e entre as nações, a Tua salvação!
Alegrem-se e exultem as nações porque julgas os povos com justiça e governas as nações sobre a Terra.
Que os povos Te louvem, ó Deus! Todos os povos Te louvem!

Que Deus nos abençoe e o seu Amor chegue aos confins da Terra!

Evangelho segundo S. João 12,44-50.
Jesus Cristo levantou a voz e disse: «Quem crê em mim, não é em mim que crê, mas sim n'Aquele que me enviou
e quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.
Eu vim ao mundo como luz para que todo o que crê em mim não fique nas trevas.
Se alguém ouve as minhas palavras e não as cumpre, não sou Eu que o julgo, pois não vim para condenar o mundo, mas sim para o salvar.
Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras tem quem o julgue: a palavra que Eu anunciei, essa é que o há-de julgar no último dia;
porque Eu não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou, é que me encarregou do que devo dizer e anunciar.
E Eu bem sei que este seu mandato traz consigo a vida eterna; por isso, as coisas que Eu anuncio, anuncio-as tal como o Pai as disse a mim.»

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Sobre a Trindade, I, 13, 30-31

«Quem Me vê a Mim, vê Aquele que Me enviou»
Alguém que tinha chamado «bom mestre» a Jesus, pedindo-Lhe conselho para alcançar a vida eterna, recebeu esta resposta: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus» (Mc 10,17-18). [...] Sim, se Me vires na Minha condição divina, Eu sou bom, mas se Me vês somente na condição humana que contemplas agora, porque Me interrogas acerca do que é bom, se és daqueles que apenas "Hão-de olhar para Aquele que trespassaram"?» (Jo 19-37; Zc 12,10). Essa visão trar-lhes-á infelicidade porque será a visão do castigo.
Existe, com efeito, uma visão em que contemplaremos a imutável substância de Deus, invisível aos olhos humanos, e essa visão que só é prometida aos santos, é aquela a que o apóstolo Paulo chama um «face a face» (1Cor 13,12); dessa visão, diz o apóstolo João: «Seremos semelhantes a Ele porque O veremos tal como Ele é» (crer em Deus é entrar num universo imenso, só acessível àqueles que crêem. Aos outros por muito que seja provado, não crerão porque este universo não lhes está acessível. O mesmo se passa para qualquer mundo deste universo: só é compreensível para aqueles para os quais está acessível e basta o jeito de Deus nos burilar para chegarmos à sua compreensão. Por muitas palavras, por muitos exemplos, por muitas provas; nada é suficiente; só Deus torna tudo suficiente) (1Jo 3,2) e o salmista: «Uma só coisa peço ao Senhor e ardentemente a desejo: é habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida» (Sl 26,4). O próprio Senhor o diz: «Eu o amarei e hei-de manifestar-Me a ele» (Jo 14,21). É por essa visão que purificamos os nossos corações na fé para pertencermos ao número dos «puros de coração que verão a Deus» (Mt 5,8). Essa visão e apenas ela é o nosso supremo bem e é para a alcançarmos que temos o dever de fazer tudo o que fazemos de bem.
Livro dos Actos dos Apóstolos 13,13-25.
De Pafos, onde embarcaram Paulo e os companheiros, dirigiram-se a Perga da Panfília. João, porém, separando-se deles, voltou para Jerusalém.
Quanto àqueles, deixaram Perga e, caminhando sempre, chegaram a Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se.
Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram-lhes dizer: «Irmãos, se tiverdes alguma exortação a dirigir ao povo, falai.»
Então Paulo, levantando-se, fez sinal com a mão e disse: «Homens de Israel e vós os tementes a Deus, escutai:
O Deus deste povo, o Deus de Israel, escolheu os nossos pais e engrandeceu este povo durante a sua permanência no Egipto. Depois com a força do seu braço, retirou-o de lá
e durante uns quarenta anos, sustentou-o no deserto.
A seguir, exterminando sete nações na terra de Canaã, conferiu-lhes a posse do seu território,
por cerca de quatrocentos e cinquenta anos. Depois disso, deu-lhes juizes até ao profeta Samuel.
Em seguida, pediram um rei e Deus concedeu-lhes, durante quarenta anos, Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim.
Pondo este de parte, Deus elevou David como rei e a seu respeito deu este testemunho: ‘Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades.’
Da sua descendência, segundo a sua promessa, Deus proporcionou a Israel um Salvador, que é Jesus.
João preparou a sua vinda, anunciando um baptismo de penitência a todo o povo de Israel.
Quase a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas vem depois de mim, alguém cujas sandálias não sou digno de desatar.’

Livro de Salmos 89(88),2-3.21-22.25.27.
Hei-de cantar para sempre o amor do SENHOR; a todas as gerações anunciarei a Sua fidelidade.
Proclamarei que o Teu amor é para sempre e que a Tua fidelidade é eterna como o céu.
Encontrei David, meu servo, e ungi-o com óleo santo.
A minha mão estará sempre com ele e o meu braço há-de torná-lo forte.

A Minha fidelidade e o Meu Amor estarão com ele; pelo Meu nome crescerá o seu poder.
Ele me invocará, dizendo: 'Tu és meu pai, és o meu Deus e o rochedo da minha salvação!'(no sentido “Tu para mim és tudo”)

Evangelho segundo S. João 13,16-20.
Em verdade, em verdade vos digo, não é o servo mais do que o seu Senhor, nem o enviado mais do que aquele que o envia. (então não pode existir obediência cega; só obediência aos mandamentos de Deus: Ama a Deus acima de todas as coisas; ama o próximo como a ti mesmo. As relações devem pautar-se por deveres e direitos para cada um com base no LIVRE ARBÍTRIO que Deus concede a cada um de nós, aos seres humanos. Se é assim que Deus se relaciona connosco, como podem homens e mulheres se relacionar entre si diferentemente, pelo menos os crentes? Foi para isto que Jesus Cristo também deu a vida porque não é assim no povo onde Ele nasceu)
Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática.
Não me refiro a todos vós. Eu bem sei quem escolhi e há-de cumprir-se a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar.
Desde já vo-lo digo, antes que isso aconteça para que, quando acontecer, acrediteis que Eu sou.
Em verdade, em verdade vos digo: quem receber aquele que Eu enviar é a mim que recebe e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.»

Santo [Padre] Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
Ep 3, 707; 2,70

«Quem receber aquele que Eu enviar é a Mim que recebe»
Depois do amor a Nosso Senhor, recomendo-te o amor à Igreja, Sua Esposa. Ela é de algum modo a pomba que incuba e faz nascer os pequeninos do Esposo. Dá sempre graças a Deus por seres filha da Igreja, a exemplo de um tão grande número de almas que nos precederam nesta via bem-aventurada. Tem muita compaixão por todos os pastores, pregadores e guias espirituais espalhados por toda a superfície da Terra. [...] Reza a Deus por eles para que, sendo eles próprios salvos, sejam produtivos e facilitem a salvação das almas.
Ora tanto pelas pessoas pérfidas como pelas fervorosas, ora pelo Santo Padre, por todas as necessidades espirituais e temporais da Igreja porque é ela a nossa mãe. Faz também uma oração especial por todos os que trabalham para a salvação das almas para glória do Pai.
Livro dos Actos dos Apóstolos 13,26-33.
Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que de entre vós são tementes a Deus, a nós é que foi dirigida a palavra de salvação.
Sem dúvida, os habitantes de Jerusalém e os seus chefes não quiseram reconhecer Jesus Cristo, mas, condenando-o cumpriram, sem disso se aperceberem, as profecias que são lidas todos os sábados.
Embora não tivessem encontrado n'Ele motivo algum de morte, exigiram a Pilatos que O mandasse matar.
Quando cumpriram tudo o que acerca dele estava escrito, desceram-n'O do madeiro e sepultaram-n'O.
Mas Deus ressuscitou-O dos mortos
e, durante muitos dias, apareceu aos que tinham subido com Ele da Galileia a Jerusalém, os quais são agora suas testemunhas diante do povo.
E nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais,
Deus a cumpriu em nosso benefício, para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus, como está escrito no Salmo segundo: Tu és meu filho, Eu hoje te gerei!

Livro de Salmos 2,6-7.8-9.10-11.
"Fui Eu que consagrei o meu rei sobre o meu monte santo de Sião!"
Vou anunciar o decreto do SENHOR. Ele disse-me: "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e Eu te darei povos como herança e os confins da Terra por domínio.
Hás-de governá-los com ceptro de ferro e destruí-los como um vaso de barro."

E agora, prestai atenção, ó reis! Deixai-vos instruir, juízes da Terra!
Servi o SENHOR com adoração, prestai-lhe homenagem com solicitude,
Evangelho segundo S. João 14,1-6.
Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar?
E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também.
E para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.»
Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim.

São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Itinerário da mente para Deus, VII, 1-2, 4, 6

«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida»
Aquele que volta propositada e completamente os olhos para Jesus Cristo ao vê-Lo pregado na cruz, com fé, esperança e caridade, devoção, admiração, regozijo, reconhecimento, elogio e júbilo, esse celebra a Páscoa com Ele, ou seja, põe-se a caminho para atravessar o Mar Vermelho graças à bengala da cruz (cf Ex 14,16). Ao deixar o Egipto, entra no deserto para aí provar o «maná escondido» (Ap 2,17) e repousar com Jesus Cristo no túmulo, exteriormente como morto, mas experimentando – na medida em que os seus progressos lho permitem – o que foi dito na cruz ao malfeitor, companheiro de Jesus Cristo: «Hoje mesmo estarás coMigo no Paraíso» (Lc 23,43). [...]
Nesta travessia, se queremos ser perfeitos, importa abandonar toda a especulação intelectual. Qualquer ponta de desejo deve ser transportada e transformada em Deus. Eis o segredo dos segredos que «ninguém conhece excepto aquele que o recebe» (Ap 2,17). [...] Se procuras saber como é que isto se produz, interroga a graça e não o saber, a tua aspiração profunda e não o teu intelecto, o gemido da tua prece e não a tua paixão pela leitura. Interroga o Esposo e não o professor, Deus e não o homem.
Livro dos Actos dos Apóstolos 13,44-52.
No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra do Senhor.
A presença da multidão encheu os judeus de inveja e responderam com blasfémias ao que Paulo dizia.
Então desassombradamente Paulo e Barnabé afirmaram: «Era primeiramente a vós que a palavra de Deus devia ser anunciada. Visto que a repelis e vós próprios vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os pagãos,
pois assim nos ordenou o Senhor: Estabeleci-te como luz dos povos para levares a salvação até aos confins da Terra.»
Ao ouvirem isto, os pagãos encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé.
Assim a palavra do Senhor divulgava-se por toda aquela região.
Mas os judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade, desencadeando uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e expulsaram-nos do seu território.
Estes, sacudindo contra eles o pó dos pés, foram para Icónio.
Quanto aos discípulos, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.
Cantai ao SENHOR um cântico novo porque Ele fez maravilhas! A Sua mão direita e o Seu santo braço lhe deram a vitória.
O SENHOR anunciou a Sua vitória, revelou aos povos a Sua justiça.
Lembrou-se do Seu amor e da Sua fidelidade em favor da casa de Israel. Todos os confins da Terra presenciaram o triunfo libertador do nosso Deus.
Aclamai o SENHOR, Terra inteira, exultai de alegria e cantai.

Evangelho segundo S. João 14,7-14.
Se ficastes a conhecer-me, conhecereis também o meu Pai. E já o conheceis, pois estais a vê-lo.(em Jesus Cristo)»
Disse-lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta!»
Jesus Cristo disse-lhe: «Há tanto tempo que estou convosco e não me ficaste a conhecer, Filipe? Quem me vê, vê o Pai. Como é que me dizes, então, 'mostra-nos o Pai'?
Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim? As coisas que Eu vos digo não as manifesto por mim mesmo: é o Pai que, estando em mim, realiza as Suas obras.
Crede-me: Eu estou no Pai e o Pai está em mim; crede, ao menos, por causa dessas mesmas obras.
Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo e fará obras maiores do que estas porque Eu vou para o Pai
e o que pedirdes em Meu nome Eu o farei de modo que, no Filho, se manifeste a glória do Pai.
Se me pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o farei.»

São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas
Conferência de 2/5/1659

«Quem crê em Mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas»
Nosso Senhor Jesus Cristo disse: «Bem-aventurados os pobres em espírito» (Mt 5,3); deste modo, a Sabedoria eterna mostra quanto os trabalhadores evangélicos devem evitar a magnificência das acções e das palavras e assumir uma maneira de agir e de falar humilde, fácil e comum. É o demónio que nos entrega a essa tirania de querer ter sucesso e que, ao ver-nos executar uma tarefa com simplicidade, nos diz: «Eis uma coisa baixa; isto é demasiado banal e muito indigno da majestade cristã». Armadilha do demónio! Tomai cuidado, Senhores, renunciai a essas vaidades. [...] Tende presente os modos de Nosso Senhor, tão humilde e tão adverso a isso.
Ele poderia dar um grande realce às Suas obras e uma potência soberana às Suas palavras, mas não o fez. «Vós fareis, dizia aos Seus discípulos, as obras que Eu realizo e fareis obras maiores do que estas.» Mas, Senhor, porque quereis que, ao fazer o que haveis feito, façam mais que Vós? É que Nosso Senhor quer deixar-Se ultrapassar nas acções públicas para Se distinguir nas humildes e secretas; Ele deseja os frutos do Evangelho e não os barulhos do mundo e, para isso, fez mais por meio dos Seus servidores do que por Si mesmo.
Ele quis que São Pedro convertesse, de uma vez três mil e de outra cinco mil pessoas (Act 2,41; 4,4) e que toda a Terra fosse iluminada pelos apóstolos. Quanto a Ele, embora tenha sido a luz do mundo (Jo 8,12), só pregou em Jerusalém e nos arredores e pregou aí sabendo que obteria menos resultados que noutros lugares. [...] Fez, pois poucas coisas e os Seus pobres discípulos, ignorantes e grosseiros, animados pela Sua força, fizeram mais do que Ele. Porquê? Foi porque Ele quis ser humilde naquilo que fez.
Livro dos Actos dos Apóstolos 6,1-7.
Por esses dias, como o número de discípulos ia aumentando, houve queixas dos helenistas contra os hebreus porque as suas viúvas eram esquecidas no serviço diário.
Os Doze convocaram então a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém deixarmos a palavra de Deus para servirmos às mesas.
Irmãos, é melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria; confiar-lhes-emos essa tarefa.
Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra.»
A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.
Foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos.
A palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e grande número de sacerdotes obedeciam à Fé.

Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.18-19.
Exultai, ó justos, no SENHOR; louvai-O, rectos de coração.
Louvai o SENHOR com a cítara; cantai-lhe salmos com a harpa de dez cordas.
As palavras do SENHOR são verdadeiras, as suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a rectidão e a justiça; a Terra está cheia da Sua bondade.

Os olhos do SENHOR velam pelos Seus fiéis, por aqueles que esperam na Sua bondade,
para os libertar da morte e os manter vivos no tempo da fome.

1ª Carta de S. Pedro 2,4-9.
Aproximando-vos dele, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus,
também vós – como pedras vivas – entrais na construção de um edifício espiritual, em função de um sacerdócio santo, cujo fim é oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.
Por isso se diz na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida, preciosa; quem crer nela não será confundido
A honra é então para vós, os crentes; mas para os incrédulos, a pedra que os construtores rejeitaram, esta mesma tornou-se a pedra angular
e também uma pedra que faz tropeçar, uma pedra de escândalo. Tropeçam nela porque não creram na palavra; para isso estavam destinados.
Vós, porém, sois linhagem escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido em propriedade a fim de proclamardes as maravilhas d'Aquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável.

Evangelho segundo S. João 14,1-12.
Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar?
E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também.
E para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.»
Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim.
Se ficastes a conhecer-me, conhecereis também o meu Pai. E já o conheceis, pois estais a vê-lo.»
Disse-lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta!»
Jesus Cristo disse-lhe: «Há tanto tempo que estou convosco e não me ficaste a conhecer, Filipe? Quem me vê, vê o Pai. Como é que me dizes, então, 'mostra-nos o Pai'?
Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim? As coisas que Eu vos digo não as manifesto por mim mesmo: é o Pai que, estando em mim, realiza as Suas obras.
Crede-me: Eu estou no Pai e o Pai está em mim; crede, ao menos, por causa dessas mesmas obras.
Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo e fará obras maiores do que estas porque Eu vou para o Pai.

Beato João Paulo II
Encíclica «Dives in misericordia, sobre a misericórdia divina» §2

«Quem Me vê, vê o Pai»
Deus que «habita numa luz inacessível» (1 Tm 6,16), fala também ao homem através da linguagem de todo o universo: «Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, tanto o Seu poder eterno como a Sua divindade, tornam-se reconhecíveis quando as obras por Ele realizadas são consideradas pela mente humana» (Rm 1,20). Este conhecimento indirecto e imperfeito [...] não é ainda «visão do Pai». «Ninguém jamais viu a Deus» (porque Deus é invisível, não tem corpo, mas tem o corpo de todos aqueles(as) que levam uma vida saudável), escreve São João, para dar maior relevo à verdade segundo a qual «o Filho unigénito que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer» (1,18).
A «revelação» manifesta Deus no insondável mistério do Seu ser ─ uno e trino ─ rodeado de «luz inacessível». Mediante esta «revelação» de Jesus Cristo, conhecemos a Deus, antes de mais nada, na Sua relação de amor para com o homem [...]» (cf. Tt 3,4).
É precisamente aqui que «as Suas perfeições invisíveis» se tornam, de maneira particular, «reconhecíveis», incomparavelmente mais reconhecíveis do que através de todas as outras «obras por Ele realizadas». Tornam-se visíveis em Jesus Cristo e por meio de Jesus Cristo, por intermédio das Suas acções e palavras e, por fim, mediante a Sua morte na cruz e a Sua ressurreição. Deste modo, em Jesus Cristo e por Jesus Cristo, Deus, com a Sua misericórdia, torna-se também particularmente visível.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cristianismo 17

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Livro dos Actos dos Apóstolos 5,34-42.
Ergueu-se, então, um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei, respeitado por todo o povo. Mandou sair os acusados por alguns momentos
e, tomando a palavra, disse: «Homens de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens!
Nos últimos tempos, apareceu Teudas que se dizia alguém e ao qual seguiram cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada.
Depois dele, apareceu também Judas, o galileu, nos dias do recenseamento e arrastou o povo atrás dele. Morreu igualmente e todos os seus adeptos foram dispersos.
E agora digo-vos: não vos metais com esses homens, deixai-os. Se o seu empreendimento é dos homens, esta obra acabará por si própria;
mas se vem de Deus, não conseguireis destruí-los sem correrdes o risco de entrardes em guerra contra Deus.» Concordaram então com as suas palavras.
Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar, proibiram-lhes de falar no nome de Jesus Cristo e libertaram-nos.
Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria, por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus.
E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa-Nova de Jesus, o Messias.

Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O SENHOR é minha luz e salvação: de quem terei medo? O SENHOR é o baluarte da minha vida: quem me assustará?
Uma só coisa peço ao SENHOR e ardentemente a desejo: é habitar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida para saborear o seu encanto e ficar em vigília no seu templo.
Creio firmemente vir a contemplar a bondade do SENHOR na terra dos vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso e confia no SENHOR!

Evangelho segundo S. João 6,1-15.
Depois disto, Jesus Cristo foi para a outra margem do lago da Galileia ou de Tiberíades.
Seguia-O uma grande multidão porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes.
Jesus Cristo subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos.
Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus.
Erguendo o olhar e reparando que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus Cristo disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?»
Dizia isto para o pôr à prova, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu-lhe:
«Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.»
Disse-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro:
«Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?»
Jesus Cristo disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora havia muita erva no local. Os homens (não contando as mulheres e crianças) sentaram-se, pois em número de uns cinco mil.
Então Jesus Cristo tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados tal como os peixes e eles comeram quanto quiseram.
Quando se saciaram, disse aos seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca».
Recolheram-nos então e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham estado a comer.
Aquela gente ao ver o sinal milagroso que Jesus Cristo tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!»
Por isso Jesus Cristo, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

Santo Alberto Magno (c. 1200-1280), dominicano
Livro sobre o sacramento

«Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os»
Senhor, lavados e purificados no mais profundo de nós mesmos, vivificados pelo Teu Espírito Santo, saciados pela Tua Eucaristia, faz com que tenhamos parte na graça que tiveram os santos apóstolos e os discípulos que receberam o sacramento das Tuas mãos. Desenvolve em nós a solicitude e a diligência para Te seguirmos como membros Teus (1Cor 12,27) para que sejamos dignos de receber de Ti o sentido e a experiência do Teu alimento espiritual. Desenvolve em nós o zelo de Pedro para destruirmos toda a vontade que seja contrária à Tua (Jo 18,10), esse zelo que Pedro concebeu durante a Ceia. [...] Desenvolve em nós a paz interior, a resolução e a alegria que foram saboreadas por São João quando se inclinou sobre o Teu peito (Jo 13,25); que assim possamos usufruir da Tua sabedoria, que tomemos o gosto da Tua doçura, da Tua bondade. Desenvolve em nós a rectidão da fé, uma esperança firme e uma caridade perfeita.
Pela intercessão de todos os santos apóstolos e de todos os Teus bem-aventurados discípulos, faz com que recebamos da Tua mão o sacramento, faz com que evitemos perseverantemente a traição de Judas e inspira ao nosso espírito o que o Teu Espírito inspirou aos santos que estão já no céu, realizando em si mesmos a perfeição da beatitude. Concede-nos tudo isto, Tu que vives e reinas com o Pai na unidade do mesmo Espírito desde antes de todo o começo e muito para além dos séculos. Ámen.

Livro dos Actos dos Apóstolos 6,1-7.
Por esses dias, como o número de discípulos ia aumentando, houve queixas dos helenistas contra os hebreus porque as suas viúvas eram esquecidas no serviço diário.
Os Doze convocaram então a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém deixarmos a palavra de Deus para servirmos às mesas.
Irmãos, é melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria; confiar-lhes-emos essa tarefa.
Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra.»
A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.
Foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos.
A palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e grande número de sacerdotes obedeciam à Fé.

Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.18-19.
Exultai, ó justos, no SENHOR; louvai-O, rectos de coração.
Louvai o SENHOR com a cítara; cantai-lhe salmos com a harpa de dez cordas.
As palavras do SENHOR são verdadeiras, as Suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a rectidão e a justiça; a Terra está cheia da Sua bondade.

Os olhos do SENHOR velam pelos Seus fiéis, por aqueles que esperam na Sua bondade,
para os libertar da morte e os manter vivos no tempo da fome.

Evangelho segundo S. João 6,16-21.
Ao cair da tarde, os seus discípulos desceram até ao lago
e, subindo para um barco, foram atravessando o lago em direcção a Cafarnaúm.
Já tinha escurecido e Jesus Cristo ainda não fora ter com eles. Soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se.
Depois de terem remado mais ou menos uma légua, avistaram Jesus Cristo que se aproximava do barco, caminhando sobre o lago e tiveram medo.
Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu, não tenhais medo!»
Quiseram recebê-lo logo no barco e o barco chegou imediatamente à terra para onde iam.

São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Pedagogo, III, 12, 101

«O barco chegou imediatamente à terra para onde iam»
Oremos ao Verbo, a Palavra de Deus: Sê propício aos Teus filhos, Mestre, Pai, guia de Israel, Filho e Pai, um e dois em simultâneo, Senhor! Permite-nos, uma vez que obedecemos aos Teus mandamentos, que alcancemos a plena semelhança da imagem (Gn 1,26), que compreendamos segundo as nossas forças o Deus da bondade, o juiz sem dureza. Oferece-nos tudo Tu próprio: vivermos na Tua paz, sermos transportados para a Tua cidade, atravessarmos sem soçobrar as tempestades do pecado; sermos levados por sobre as águas calmas pelo Espírito Santo, pela Sabedoria inexprimível. Possibilita-nos cantar de noite e de dia, até ao último dia, os nossos louvores e as nossas acções de graças ao Único – Pai e Filho, Filho e Pai, Filho, Pedagogo (1Cor 4,15) e Mestre e também ao Espírito Santo.
Tudo pertence ao Único, Àquele que é o tudo, através do Qual tudo é um, através do Qual existe a eternidade de que todos somos membros (1Cor 12,27). A Ele pertencem a glória e os séculos; tudo pertence ao Bom, tudo ao Belo, tudo ao Sábio, tudo ao Justo! A Ele a glória, agora e pelos séculos, Ámen!
Livro dos Actos dos Apóstolos 2,14.22-33.
De pé, com os Onze, Pedro ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.
Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por Seu intermédio, como vós próprios sabeis,
este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós O matastes, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-O, libertando-O dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte.
David diz a seu respeito: ‘Eu via constantemente o Senhor diante de mim porque Ele está à minha direita a fim de eu não vacilar.
Por isso o meu coração se alegrou e a minha língua exultou e até a minha carne repousará na esperança
porque Tu não abandonarás a minha vida na habitação dos mortos, nem permitirás que o teu Santo conheça a decomposição.
Deste-me a conhecer os caminhos da Vida, hás-de encher-me de alegria com a Tua presença.’
Irmãos, seja-me permitido falar-vos sem rodeios: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se, ainda hoje, entre nós.
Mas como era profeta e sabia que Deus lhe prometera, sob juramento, que um dos descendentes do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Jesus Cristo por estas palavras: ‘Não foi abandonado na habitação dos mortos e a Sua carne não conheceu a decomposição.’
Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disto nós somos testemunhas.
Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-o como vedes e ouvis.

Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.
Defende-me, ó Deus, porque em ti me refugio.
Digo ao SENHOR: "Tu és o meu Deus, és o meu bem e nada existe acima de ti."
SENHOR, minha herança e meu cálice, a minha sorte está nas Tuas mãos.
Bendirei o SENHOR porque Ele me aconselha até durante a noite a minha consciência me adverte.

Tenho sempre o SENHOR diante dos meus olhos; com Ele a meu lado jamais vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e o meu corpo repousará em segurança.
Pois Tu não me entregarás à morada dos mortos, nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.
Hás-de ensinar-me o caminho da vida, saciar-me de alegria na Tua presença e de delícias eternas, à Tua direita.

1ª Carta de S. Pedro 1,17-21.
E se invocais como Pai aquele que, sem parcialidade, julga cada um consoante as suas obras, comportai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação;
sabendo que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver herdada dos vossos pais, não a preço de bens corruptíveis, prata ou ouro,
mas pelo sangue precioso de Jesus Cristo, qual cordeiro sem defeito nem mancha,
predestinado já antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por causa de vós;
vós que por meio d'Ele tendes a fé em Deus que O ressuscitou dos mortos e O glorificou a fim de que a vossa fé e a vossa esperança estejam postas em Deus.

Evangelho segundo S. Lucas 24,13-35.
Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia, chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém;
e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera.
Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus Cristo e pôs-se com eles a caminho;
os seus olhos, porém, estavam impedidos de O reconhecer.
Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!»
Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
como os sumos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados porque foram ao sepulcro de madrugada
e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos que afirmavam que Ele vivia.
Então alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele, não O viram.»
Jesus Cristo disse-lhes então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?
»
E começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante.
Os outros, porém, insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles.
E quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho.
Então os seus olhos abriram-se e reconheceram-n'O; mas Ele desapareceu da Sua presença (o Seu corpo já estava ressuscitado, preparado para o mundo aéreo).
Disseram então um ao outro: «Não nos ardia o coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros
que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!»
E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.

João Paulo II
Carta apostólica «Mane nobiscum Domine» §§19-20
(© copyright Libreria Editrice Vaticana)

«Fica connosco»
Ao pedido dos discípulos de Emaús para que ficasse «com» eles, Jesus Cristo responde com um dom muito maior: através do sacramento da Eucaristia, encontrou o modo de permanecer «dentro» deles. Receber a Eucaristia é entrar em comunhão profunda com Jesus Cristo. «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15,4). Esta relação de íntima e recíproca «permanência» permite-nos antecipar de algum modo o céu na Terra. Não é porventura este o maior anseio do homem? Não foi isso mesmo o que Deus Se propôs, ao realizar na história o Seu desígnio de salvação? Ele colocou no coração do homem a «fome» da Sua Palavra (Am 8,11), uma fome que ficará saciada apenas na plena união com Ele. A comunhão eucarística foi-nos dada para «nos saciarmos» de Deus sobre esta Terra, à espera da saciedade plena no céu.
Mas esta intimidade especial que se realiza na «comunhão» eucarística, não pode ser adequadamente compreendida nem plenamente vivida fora da comunhão eclesial. [...] A Igreja é o corpo de Jesus Cristo: caminha-se «com Jesus Cristo» na medida em que se está em relação «com o Seu corpo». Jesus Cristo providencia a geração e fomento desta unidade com a efusão do Espírito Santo. E Ele mesmo não cessa de promovê-la através da Sua presença eucarística. Com efeito, é precisamente o único Pão eucarístico que nos torna um só corpo. Afirma-o o apóstolo Paulo: «Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo porque todos participamos do mesmo pão» (1Cor 10,17).
Livro dos Actos dos Apóstolos 6,8-15.
Cheio de graça e força, Estêvão fazia extraordinários milagres e prodígios entre o povo.
Ora alguns membros da sinagoga, chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e da Ásia, vieram para discutir com Estêvão;
mas era-lhes impossível resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava.
Subornaram então uns homens para dizerem: «Ouvimo-lo proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.»
Provocaram assim a ira do povo, dos anciãos e dos escribas; depois, surgindo-lhe na frente, arrebataram-no e levaram-no ao Sinédrio.
apresentaram falsas testemunhas que declararam: «Este homem não cessa de falar contra este Lugar Santo e contra a Lei,
pois ouvimo-lo afirmar que Jesus, o Nazareno, destruiria este lugar e mudaria as regras que Moisés nos legou.»
Todos os membros do Sinédrio tinham os olhos fixos nele e viram que o seu rosto era como o rosto de um Anjo.

Livro de Salmos 119(118),23-24.26-27.29-30.
Ainda que os grandes conspirem contra mim, o Teu servo meditará nas Tuas leis.
Os Teus preceitos são as minhas delícias; são eles os meus conselheiros.
Expus-te os meus caminhos e Tu me respondeste; ensina-me as Tuas leis.
Faz-me compreender o caminho dos Teus preceitos para meditar nas Tuas maravilhas.

Afasta-me dos caminhos da mentira; concede-me a graça da Tua lei.
Escolhi o caminho da verdade e preferi as Tuas sentenças.

Evangelho segundo S. João 6,22-29.
No dia seguinte, a multidão que ficara do outro lado do lago reparou que ali não estivera mais do que um barco e que Jesus Cristo não tinha entrado no barco com os seus discípulos, mas que estes tinham partido sozinhos.
Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades até ao lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças.
Quando viu que nem Jesus Cristo nem os seus discípulos estavam ali, a multidão subiu para os barcos e foi para Cafarnaúm à procura de Jesus Cristo.
Ao encontrá-lo no outro lado do lago, perguntaram-lhe: «Rabi, quando chegaste cá?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-me, não por terdes visto sinais miraculosos, mas porque comestes dos pães e vos saciastes.
Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna (o pão eucarístico, a prática do Bem, a Fé) e que o Filho do Homem vos dará; pois a este é que Deus, o Pai, confirma com o seu selo.»
Disseram-lhe então: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou

Santo Hilário (315?-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja
Tratado sobre a Trindade, I, 37-8; PL 10, 48-9 (trad. do Breviário)

«A obra de Deus é esta: crer n'Aquele que Ele enviou.»
É de Vós, Deus Pai Omnipotente, que depende conceder o que se pede, estar presente quando se procura, abrir a quem bate à porta (Lc 11,9). Quando se trata de compreender as verdades que se referem a Vós, vemo-nos impedidos por um certo entorpecimento preguiçoso da nossa natureza e sentimo-nos limitados pela nossa inevitável ignorância e debilidade; esperamos portanto que façais progredir o nosso tímido esforço inicial, que consolideis o seu desenvolvimento crescente e o leveis à união com o espírito dos Profetas e dos Apóstolos para que compreendamos o sentido exacto das suas palavras e interpretemos o seu verdadeiro significado.
Vamos falar do que eles pregaram no sacramento: que Vós sois o Deus eterno, Pai do Unigénito Deus eterno; que só Vós sois sem nascimento e que há um só Senhor Jesus Cristo que de Vós procede por nascimento eterno; não afirmamos que Ele seja outro Deus diverso de Vós, mas proclamamos que foi gerado de Vós que sois o único Deus e confessamos que Ele é Deus verdadeiro, nascido de Vós que sois verdadeiro Deus e Pai.
Abri-nos, portanto, o significado autêntico das palavras, dai-nos a luz da inteligência, a perfeição da linguagem, a verdadeira fé. Fazei que sejamos capazes de exprimir a nossa fé: que Vós sois o único Deus Pai e que há um só Senhor Jesus Cristo e fazei que saibamos afirmar que Vós sois Deus com o Filho e que proclamemos sem erro a Sua divindade.
Livro dos Actos dos Apóstolos 7,51-60.8,1.
Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, sempre vos opondes ao Espírito Santo; como foram os vossos pais assim sois vós também.
Qual foi o profeta que os vossos pais não tenham perseguido? Mataram os que predisseram a vinda do Justo a quem traístes e assassinastes,
vós que recebestes a Lei pelo ministério dos anjos, mas não a guardastes!
»
Ao ouvirem tais palavras, encheram-se intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão.
Mas este, cheio do Espírito Santo e de olhos fixos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus Cristo de pé, à direita de Deus.
«Olhai, disse ele, eu vejo o Céu aberto e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus.»
Eles então soltaram um grande grito e taparam os ouvidos; depois, à uma, atiraram-se a ele
e, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo
. As testemunhas depuseram as capas aos pés de um jovem chamado Saulo.
E enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito
Depois, posto de joelhos, bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» Dito isto, adormeceu.
Saulo aprovava também essa morte. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria.

Livro de Salmos 31(30),3cd-4.6ab.7b.8a.17.21ab.
Inclina-Te para mim; apressa-Te a libertar-me. Sê para mim uma rocha de refúgio, uma fortaleza que me salve.
Tu és o meu rochedo e a minha fortaleza; por amor do Teu nome, guia-me e conduz-me.
A Ti entrego o meu espírito; SENHOR, Deus fiel, salva-me.
Detesto os que adoram ídolos falsos; eu, por mim, confio no SENHOR.

Hei-de alegrar-me e regozijar-me com a Tua misericórdia, pois viste a minha miséria e conheceste a angústia da minha alma.
Brilhe sobre o Teu servo a Tua luz; salva-me pela Tua misericórdia."
Ao abrigo de Ti, Tu os guardas das intrigas dos homens; na Tua tenda os defendes contra as línguas maldizentes.

Evangelho segundo S. João 6,30-35.
Eles replicaram: «Que sinal realizas Tu então para nós vermos e crermos em ti? Que obra realizas Tu?
Os nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele deu-lhes a comer o pão vindo do Céu.»
E Jesus cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu, mas é o meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do Céu,
pois o pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo.
»
Disseram-lhe então: «Senhor, dá-nos sempre desse pão!»
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Eu sou o pão da Vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede.

São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Sequência para a festa do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, «Lauda Sion»

«Eu sou o pão da vida»
Louva Sião o Salvador,
louva o teu Pastor e o teu Guia
com hinos e com cantares.

Louva-O o mais que puderes:
supera todo o louvor,
nem bastante O louvarás!

Não há mais sublime assunto
que nos possa ser proposto: 
o pão vivo que dá a vida!

O mesmo que já foi dado
ao grupo dos doze Apóstolos
quando da última Ceia!

Seja perfeito e sonoro
este louvor e alegria
que brota das nossas almas. [...]

Nesta mesa de um Rei novo,
a Páscoa da Nova Lei
fez findar a Páscoa antiga.

Suplantando os velhos ritos:
dissipa a verdade as sombras 
como a luz dissipa a noite!

O que Cristo fez na Ceia
ordenou que se fizesse
em memória de Si mesmo. [...]

Carne é o pão e vinho é o Sangue (Jo 6,55);
mas sob as duas espécies
palpita Jesus inteiro!

Não se parte nem divide
por aqueles que O recebem:
é tomado tal qual é!

Quer sejam mil, quer um só,
todos recebem o mesmo,
sem por isso O consumir! [...]

Eis aqui o pão dos anjos (Sl 78,25)
dado em viático aos homens;
verdadeiro pão dos filhos,
nunca jamais para os cães! (Mt 15,26)

Foi já predito em figuras:
na imolação de Isaac (Gn 22),
no Cordeiro pascal
e no maná do deserto.

Ó bom Pastor, pão autêntico!
Ó Jesus, que olhais por nós!
Alimentai-nos! Valei-nos!
Dai-nos a ver o bem supremo,
na Terra dos que já vivem! (Sl 26,13)

Tudo sabeis e podeis,
Vós que nos alimentais:
fazei-nos Vossos convivas,
herdeiros e companheiros,
na pátria de Vossos santos!
Livro dos Actos dos Apóstolos 8,1-8.
Saulo aprovava também essa morte. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria.
Entretanto, homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele grandes lamentações.
Quanto a Saulo, devastava a Igreja (Cristã): ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e entregava-os à prisão.
Os que tinham sido dispersos foram de aldeia em aldeia, anunciando a palavra da Boa-Nova.
Foi assim que Filipe desceu a uma cidade da Samaria e aí começou a pregar Jesus Cristo.
Ao ouvi-lo falar e ao vê-lo realizar milagres, as multidões aderiam unanimemente à pregação de Filipe.
De facto, de muitos possessos saíam espíritos malignos, soltando grandes gritos e numerosos paralíticos e coxos foram curados.
E houve grande alegria naquela cidade.

Livro de Salmos 66(65),1-3a.4-5.6-7a.
Aclamai a Deus, Terra inteira,
cantai a glória do Seu nome, proclamai os Seus louvores.
Dizei a Deus: "São admiráveis as Tuas obras! O Teu poder é tão grande, que os Teus inimigos se curvam diante de Ti
Toda a Terra Te adora e canta louvores; entoa hinos ao Teu nome."

Vinde e admirai as obras de Deus, as obras admiráveis que Ele fez diante dos homens.
Converteu o mar em terra firme e puderam atravessar a pé enxuto. Por isso nos alegramos n'Ele!
Com o Seu poder governa para sempre e vigia as nações para que os rebeldes não se ensoberbeçam.

Evangelho segundo S. João 6,35-40.
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede.
Mas já vo-lo disse: vós vistes-me e não credes.
Todos os que o Pai me dá, virão a mim e quem vier a mim Eu não o rejeitarei
porque desci do Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade d'Aquele que me enviou.
E a vontade d'Aquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia.
Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e n'Ele crê tenha a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia.»

João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Carta Apostólica «Novo Millennio Inuente», §§16-17
(trad. © Libreria Editrice Vaticana)

«Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e n'Ele crê tenha a vida eterna»
«Queríamos ver a Jesus» (Jo 12,21). Este pedido, feito ao apóstolo Filipe por alguns gregos que tinham ido em peregrinação a Jerusalém por ocasião da Páscoa, ecoou espiritualmente também aos nossos ouvidos. [...] Como aqueles peregrinos de há dois mil anos, os homens do nosso tempo, talvez sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes «falem» de Jesus Cristo, mas também que de certa forma Lho façam «ver». E não é porventura a missão da Igreja reflectir a luz de Jesus Cristo em cada época da história e por conseguinte fazer resplandecer o Seu rosto também diante das gerações do novo milénio?
Mas o nosso testemunho seria excessivamente pobre, se não fôssemos primeiro contemplativos do Seu rosto. [...] A contemplação do rosto de Jesus Cristo não pode inspirar-se senão naquilo que se diz d'Ele na Sagrada Escritura que está, do princípio ao fim, permeada pelo Seu mistério; este aparece obscuramente esboçado no Antigo Testamento e revelado plenamente no Novo [...]. Permanecendo ancorados na Sagrada Escritura, abrimo-nos à acção do Espírito (cf Jo 15,26) que está na origem dos seus livros e simultaneamente ao testemunho dos Apóstolos (cf Jo 15,27) que fizeram a experiência viva de Jesus Cristo, o Verbo da vida: viram-n'O com os seus olhos, escutaram-n'O com os seus ouvidos, tocaram-n'O com as suas mãos (cf 1 Jo 1,1). Por seu intermédio, chega-nos uma visão de fé, sustentada por um testemunho histórico concreto.
Livro dos Actos dos Apóstolos 8,26-40.
O Anjo do Senhor falou a Filipe e disse-lhe: «Põe-te a caminho e dirige-te para o Sul, pela estrada que desce de Jerusalém para Gaza, a qual se encontra deserta.»
Ele pôs-se a caminho e foi para lá. Ora um etíope, eunuco e alto funcionário da rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém,
regressava, na mesma altura, sentado no seu carro, a ler o profeta Isaías.
O Espírito disse a Filipe: «Vai e acompanha aquele carro.»
Filipe, acorrendo, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e perguntou-lhe: «Compreendes, verdadeiramente, o que estás a ler?»
Respondeu ele: «E como poderei compreender, sem alguém que me oriente?» E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele.
A passagem da Escritura que ele estava a ler era a seguinte: Como ovelha levada ao matadouro e como cordeiro sem voz diante daquele que o tosquia, assim Ele não abre a Sua boca.
Na humilhação se consumou o Seu julgamento e quem poderá contar a sua geração? Da face da Terra foi tirada a sua vida!
Dirigindo-se a Filipe, o eunuco disse-lhe: «Peço-te que me digas: De quem fala o profeta? De si mesmo ou de outra pessoa?»
Então Filipe tomou a palavra e, partindo desta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Boa-Nova de Jesus Cristo.
Pelo caminho fora, encontraram uma nascente de água e o eunuco disse: «Está ali água! Que me impede de ser baptizado?»
Filipe respondeu: «Se acreditas com todo o coração, isso é possível.» O eunuco respondeu: «Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus
E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o eunuco e Filipe baptizou-o.
Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco não o viu mais, seguindo o seu caminho cheio de alegria.
Filipe encontrou-se em Azoto e, partindo dali, foi anunciando a Boa-Nova a todas as cidades até que chegou a Cesareia.

Livro de Salmos 66(65),8-9.16-17.20.
Bendizei, ó povos, o nosso Deus, fazei ressoar a voz do seu louvor.
Foi Ele quem salvou a nossa vida e não permitiu que os nossos pés resvalassem.
Vinde e ouvi, todos os que temeis a Deus; vou narrar-vos o que Ele fez por mim.
Por Ele gritou a minha boca e o seu louvor andava já na minha língua.

Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração nem me retirou a Sua misericórdia.

Evangelho segundo S. João 6,44-51.
Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.
Está escrito nos profetas: E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a mim.
Não é que alguém tenha visto o Pai a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai.
Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna.
Eu sou o pão da vida.
Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram.
Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá.
Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne pela vida do mundo

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Manuscritos Autobiográficos C
(Livraria Apostolado da Imprensa, Porto 1959, pp. 315-316)

«Ninguém pode vir a Mim, se o Pai que Me enviou o não atrair»
Minha Madre, creio que é necessário dar-vos ainda algumas explicações sobre a passagem do Cântico dos cânticos:  «Arrasta-me atrás de ti. Corramos!» (cf Ct 1,4) [...] «Ninguém [disse Jesus] pode vir a Mim, se Meu Pai que Me enviou o não atrair». Em seguida, [...] ensina-nos que basta bater para que abram, procurar para encontrar e estender humildemente a mão para receber o que se pede (Lc 11,9ss.). Diz-nos ainda que tudo o que se pede a Seu Pai em Seu nome Ele o concede (Jo 16,23). [...]


Que vem a ser pedir para ser «atraído», senão unir-se de maneira íntima ao objecto que seduz o coração? Se o fogo e o ferro tivessem razão e este último dissesse ao outro: «Atrai-me», não provaria acaso que deseja identificar-se com o fogo de maneira que ele o penetre e o embeba da sua substância ardente e pareça não fazer senão uma só coisa com ele? Madre minha querida, eis a minha oração, peço a Jesus Cristo que me atraia para as chamas do Seu amor, que me una estreitamente a Si, que viva e opere em mim. Sinto que quanto mais o fogo do amor me abrasar o coração, tanto mais direi: «Atraí-me», tanto mais também as almas que se aproximarem de mim (pobre pedacinho de ferro inútil, se me afastasse da fogueira divina), tanto mais estas almas correrão com rapidez ao odor dos perfumes do seu Bem-Amado porque a alma abrasada de amor não pode continuar inactiva: sem dúvida mantém-se como Maria aos pés de Jesus Cristo, escutando a Sua palavra doce e inflamada. Parecendo não dar nada, dá muito mais do que Marta (Lc 10,39ss.).

Livro do Apocalipse 21,1-5.
Vi então um novo céu e uma nova Terra (os originais, eternos como nós somos por aqueles seres celestes que nos habitam e nos fazem ser o que somos), pois o primeiro céu e a primeira Terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu esposo.
E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: «Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus.
Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor porque as primeiras coisas passaram.»
O que estava sentado no trono afirmou: «Eu renovo todas as coisas.» E acrescentou: «Escreve, porque estas palavras são dignas de fé e verdadeiras.»

Livro de Judite 13,18-19.
Uzias disse: «Bendita sejas tu, filha, pelo Deus altíssimo, mais do que todas as mulheres sobre a Terra e bendito seja o Senhor Deus que criou os céus e a Terra, Ele que te conduziu para cortares a cabeça do chefe dos nossos inimigos.
A tua esperança não abandonará o coração dos homens, ao recordarem a força de Deus para sempre.

Evangelho segundo S. Mateus 12,46-50.
Estava Ele ainda a falar à multidão, quando apareceram sua mãe e seus irmãos que, do lado de fora, procuravam falar-lhe.
Disse-lhe alguém: «A tua mãe e os teus irmãos estão lá fora e querem falar-te.»
Jesus Cristo respondeu ao que lhe falara: «Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?»
E indicando com a mão os discípulos, acrescentou: «Aí estão minha mãe e meus irmãos;
pois, todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.(A partir do momento em que formou comunidade(s), a família de Jesus Cristo deixou de ser a Sua família natural e passaram a ser todos os membros das Suas comunidades)»

Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», §§ 61-62

«Todo aquele que fizer a vontade de Meu Pai que está no Céu, esse é que é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe»
A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade em simultâneo com a incarnação do Verbo, por disposição da Divina Providência foi na Terra a nobre Mãe do Divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a Jesus Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a Sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão, nossa Mãe na ordem da graça.
Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção. [...] De facto, depois de elevada ao céu, não abandona esta missão salvadora, mas com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida com amor maternal dos irmãos do seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na Terra até chegarem à pátria bem-aventurada. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira. [...]
Nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo encarnado e redentor; mas, assim como o sacerdócio de Jesus Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas cooperações diversas que participam dessa única fonte.

Livro dos Actos dos Apóstolos 1,15-17.20-26.
Por aqueles dias, Pedro levantou-se do meio dos irmãos; encontravam-se reunidas cerca de cento e vinte pessoas e disse:
«Irmãos, era necessário que se cumprisse o que o Espírito Santo anunciou na Escritura pela boca de David a respeito de Judas (Iscariotes), que foi o guia dos que prenderam Jesus.
Ele efectivamente era um dos nossos e tinha recebido uma parte do nosso ministério.
Está realmente escrito no Livro dos Salmos: ‘Fique deserta a sua habitação e não haja quem nela resida’. E ainda: ‘Receba outro o seu encargo.’
Portanto, de entre os homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós,
a partir do baptismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado para o Alto, é indispensável que um deles se torne, connosco, testemunha da sua ressurreição.»
Designaram dois: José, de apelido Barsabas, chamado Justo, e Matias.
Fizeram então a seguinte oração: «Senhor, Tu que conheces o coração de todos, indica-nos qual destes dois escolheste
para ocupar no ministério apostólico, o lugar abandonado por Judas, que foi para o lugar que merecia.»
Depois tiraram à sorte e a sorte caiu em Matias, que foi incluído entre os onze Apóstolos.

Livro de Salmos 113(112),1-2.3-4.5-6.7-8.
Louvai, servos do SENHOR, louvai o nome do SENHOR.
Bendito seja o nome do SENHOR, agora e para sempre.
Desde o nascer ao pôr-do-sol, seja louvado o nome do SENHOR.
O SENHOR reina sobre todas as nações, a Sua majestade está acima dos céus.

Quem é como o SENHOR, nosso Deus, que tem o Seu trono nas alturas?
Ele se inclina, lá do alto, para observar o céu e a Terra.
Ele levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria
para o fazer sentar entre os grandes, entre os grandes do seu povo.

Evangelho segundo S. João 15,9-17.
«Assim como o Pai me tem amor assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no Seu amor.
Manifestei-vos estas coisas para que esteja em vós a minha alegria e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei.
Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai.
Não fostes vós que me escolhes-tes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto e fruto que permaneça e assim tudo o que pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vo-lo concederá.
É isto o que vos mando: que vos ameis uns aos outros

Beato John Henry Newman (1801-90), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo
Sermão Do jugo de Jesus Cristo, PPS, vol. 7, n.º 8

«Permanecei no Meu amor [...] para que esteja em vós a Minha alegria e a vossa alegria seja completa»
Jesus Cristo havia partido. Claro que os Apóstolos possuíam ainda em maior abundância a paz e a alegria do que enquanto Jesus Cristo estivera com eles. E não era a alegria «como a dá o mundo» (Jo 14,27). Era a Sua alegria, nascida da aflição e do sofrimento. Foi essa alegria que Matias recebeu quando fizeram dele Apóstolo. [...] Os outros haviam sido escolhidos por assim dizer, durante a sua infância, eram sem dúvida herdeiros do Reino, mas ainda estavam «sob o domínio de tutores e administradores» (Gl 4,2). Por muito que fossem Apóstolos, não compreendiam ainda a sua vocação e mantinham pensamentos e desejos de ambição e de riqueza e assim foi durante algum tempo. (“os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros”)[...] São Matias entrou imediatamente na herança. Mal foi escolhido, tomou sobre si tanto o poder de Apóstolo como o preço a pagar. Ao trono que se erguia sobre o túmulo do discípulo que fora passado pelo crivo [Judas] e que caíra à sombra da Cruz d'Aquele a quem traíra, não podia sequer aflorar a sombra de um sonho de sucesso terreno.
Sim, São Matias pode muito bem repetir-nos as palavras de Nosso Senhor: «Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim» (Mt 11,29), porquanto o carregou de imediato. Logo a partir da sua juventude apostólica, levou o jugo do Senhor e, embarcando sem demora na sua longa Quaresma, alcançou assim a alegria. [...] «Se alguém quiser vir Comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16,24). Ir com Jesus Cristo é ir no Seu caminho; tomar a Sua cruz é carregar o Seu jugo (“que é leve”)e se Ele nos diz que é leve, é porque é o Seu jugo. É Ele Quem o torna leve sem, no entanto, deixar de ser um jugo trabalhoso. [...]  Não quer dizer, como é óbvio, que à vida no seguimento de Jesus Cristo falte a alegria e a paz, muito pelo contrário. «O Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve» (Mt 11,30). Mas é a graça que o faz assim leve, mesmo que permaneça austero. [...] Pois é uma cruz.
Livro dos Actos dos Apóstolos 2,14.36-41.
De pé, com os Onze, Pedro ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.
Saiba toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado.»
Ouvindo estas palavras, ficaram emocionados até ao fundo do coração e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?»
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo para a remissão dos seus pecados; recebereis então o dom do Espírito Santo.
Na verdade, a promessa de Deus é para vós, para os vossos filhos assim como para todos os que estão longe: para todos os que o Senhor nosso Deus quiser chamar.»
Com estas e muitas outras palavras, Pedro exortava-os e dizia-lhes: «Afastai-vos desta geração perversa.»
Os que aceitaram a sua palavra receberam o baptismo e, naquele dia, juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas.

Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes.
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas,
por amor do Seu nome.

Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.

1ª Carta de S. Pedro 2,20-25.
Aliás, que mérito tem suportar que vos batam, se vos portais mal? Mas se, fazendo o bem, sofreis com paciência, isso é uma coisa meritória diante de Deus.
Ora foi para isto que fostes chamados; visto que Jesus Cristo também padeceu por vós, deixando-vos o exemplo para que sigais os Seus passos.
Ele não cometeu pecado, nem na Sua boca se encontrou engano;
ao ser insultado, não respondia com insultos; ao ser maltratado, não ameaçava, mas entregava-se Àquele que julga com justiça;
subindo ao madeiro, Ele levou os nossos pecados no Seu corpo para que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas Suas chagas fostes curados.
Na verdade, éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao Pastor e Guarda das vossas almas.

Evangelho segundo S. João 10,1-10.
«Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador.
Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
A esse, o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e fá-las sair.
Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas e as ovelhas seguem-no porque reconhecem a sua voz.
Mas a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele porque não reconhecem a voz dos estranhos.»
Jesus Cristo propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia.
Então Jesus Cristo retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas.
Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção.
Eu sou a porta (do Reino de Deus). Se alguém entrar por mim, estará salvo; há-de entrar e sair e achará pastagem.
O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

Guilherme de Saint-Thierry (c.1085-1148), monge beneditino, posteriormente cisterciense
Orações meditativas, VI, 6-10

«Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas»
Não foi somente a João, Teu discípulo bem-amado, que foi mostrada a porta aberta no Céu (Ap 4,1).  Declaraste-a a todos, publicamente [...]: «Eu sou a porta: se alguém entrar por Mim, estará salvo».
Tu, portanto, és a porta [...]. Vemos a grande porta aberta no Céu, nós que estamos na Terra; mas a que se nos aproveita, a nós, que não podemos subir às alturas? Paulo responde: «Aquele que desceu é precisamente O mesmo que subiu» (Ef 4,10). Aquele é quem? Aquele é o Amor. De facto, Senhor, o amor que está em nós sobe até Ti, nas alturas porque o amor que está em Ti desceu até nós cá na Terra. Porque nos amaste, desceste até cá, junto de nós; amando-Te, elevar-nos-emos às alturas, até Ti.
Pois que Tu mesmo disseste: «Eu sou a porta»; por Ti Te peço, abre-Te a nós para nos mostrares, com mais evidência, de que morada és a porta. [...] A morada de que és a porta, já o dissemos, é o Céu; é onde o Pai mora, de quem nós lemos: «O Senhor tem nos céus o Seu trono» (Sl 10,4). Eis pois porque ninguém pode ir ao Pai senão por Ti (Jo 14,6) que és a porta [...]. Para Ti tendemos, pois a Ti aspiramos. Responde, peço-Te: «Mestre, onde moras?» (Jo 1,38). E logo tu respondes: «Eu estou no Pai e o Pai está em Mim» (Jo 14,11). E noutro passo «Nesse dia, compreendereis que Eu estou no Meu Pai e vós em Mim e Eu em vós» (Jo 14,20). [...] A Tua morada, portanto, é o Pai e Tu és a do Pai. Mas não será apenas assim: porque nós somos também a Tua morada e Tu, a nossa.