domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cristianismo 5

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= CRISTIANISMO =
Eis-nos de volta ao tempo comum, o tempo da nossa caminhada.
“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo”, recorda-nos hoje S. Marcos. E acrescenta: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
Há quase dez anos (faltam poucos meses) que este serviço se dedica a divulgar o Evangelho do dia, num apelo à conversão. Um a um, de boca a orelha, de computador a computador, os nossos leitores têm assumido o papel de arautos, de transmissores da Boa Nova. Mas, como diria o nosso saudoso Papa João Paulo II, “Isso não chega”. É preciso ir mais longe, a mais computadores, a mais orelhas, a mais corações.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: www.evangelhoquotidiano.org; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
O serviço está agora disponível em 10 línguas: português, espanhol, francês, inglês, alemão, neerlandês, italiano, polaco, árabe e arménio.
Carta aos Hebreus 10,32-39.
Recordai os primeiros dias nos quais, depois de terdes sido iluminados, suportastes a grande luta dos sofrimentos, tanto sendo expostos publicamente a insultos e tribulações como sendo solidários com os que assim eram tratados. Tomastes parte nos sofrimentos dos encarcerados, aceitastes com alegria a confiscação dos vossos bens, sabendo que possuís bens melhores e mais duradouros. Não percais, pois a vossa confiança à qual está reservada uma grande recompensa. Na realidade, tendes necessidade de perseverança para que, tendo cumprido a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Pois ainda um pouco, de facto, um pouco apenas e o que há-de vir, virá e não tardará. O meu justo viverá pela fé, mas se ele voltar atrás, a minha alma não encontrará nele satisfação. Nós, porém, não somos daqueles que voltam atrás para a perdição, mas homens de fé para a nossa salvação.
Livro de Salmos 37(36),3-4.5-6.23-24.39-40.
Confia no SENHOR e faz o bem;
habitarás a Terra e viverás tranquilo.
Procura no SENHOR a tua felicidade
e Ele satisfará os desejos do teu coração.
Confia ao SENHOR o teu destino,
confia n'Ele e Ele há-de ajudar-te.
Fará brilhar como luz, a tua justiça,
e como sol do meio-dia, os teus direitos.
O SENHOR assegura os passos do homem
e compraz-se nos seus caminhos.
Se cair, não ficará por terra porque
o SENHOR há-de estender-lhe a mão.
A salvação dos justos vem do SENHOR;
Ele é o seu refúgio na hora da angústia.
O SENHOR os ajuda e liberta, defende-os
dos ímpios e salva-os porque n'Ele se refugiam.
Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34.
Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e finalmente o trigo perfeito na espiga. E quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice porque chegou o tempo da ceifa.» Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.» Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos em particular.
São Cromácio de Aquiléia (? – 407), bispo Sermão 30, 2 (a partir da trad. SC 164, p.137)
A semente lançada à terra dá muito fruto (Jo 12, 24)
O Senhor comparou-Se a Si mesmo a um grão de mostarda: ainda que fosse o Deus da glória e da majestade eterna, tornou-Se muito pequeno, porque quis nascer de uma virgem com um corpo de criança pequena. Foi lançado à terra quando o Seu corpo foi posto no túmulo. Mas, depois de Se ter elevado de entre os mortos pela Sua gloriosa ressurreição, cresceu sobre a Terra até Se tornar uma árvore em cujos ramos habitam os pássaros do céu.
Esta árvore significa a Igreja que a morte de Jesus Cristo ressuscitou na glória. Os seus ramos só se podem entender como sendo os apóstolos porque, tal como os ramos são o ornamento natural da árvore, assim os apóstolos são o ornamento da Igreja de Jesus Cristo pela beleza da graça que receberam. E diz-se que nestes ramos habitam os pássaros do céu. Alegoricamente os pássaros do céu designam-nos a nós que, vindo à Igreja de Jesus Cristo, descansamos sobre o ensino dos apóstolos como os pássaros sobre os ramos.
Carta aos Hebreus 11,1-2.8-19.
Ora a fé é garantia das coisas que se esperam e certeza daquelas que não se vêem. Foi por ela que os antigos foram aprovados. Pela fé, Abraão, ao ser chamado, obedeceu e partiu para um lugar que havia de receber como herança e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, estabeleceu-se como estrangeiro na Terra Prometida, habitando em tendas, tal como Isaac e Jacob, coherdeiros da mesma promessa, pois esperava a cidade bem alicerçada cujo arquitecto e construtor é o próprio Deus. Pela fé, também Sara, apesar da sua avançada idade, recebeu a possibilidade de conceber porque considerou fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso de um só homem e já marcado pela morte, nasceu uma multidão tão numerosa como as estrelas do céu e incontável como a areia da beira-mar. Foi na fé que todos eles morreram, sem terem obtido os bens prometidos, mas tendo-os somente visto e saudado de longe, confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a Terra. Ora os que assim falam, mostram que procuram uma pátria. Se eles tivessem pensado naquela que tinham deixado, teriam tido oportunidade de lá voltar; mas agora eles aspiram a uma pátria melhor, isto é, à pátria celeste. Por isso, Deus não se envergonha de ser chamado o «seu Deus» porque preparou para eles uma cidade. Pela fé, Abraão, quando foi posto à prova, ofereceu Isaac e estava preparado para oferecer o seu único filho, ele que tinha recebido as promessas e a quem tinha sido dito: Por meio de Isaac será assegurada a tua descendência. De facto, ele pensava que Deus tem até poder para ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, recuperou o seu filho.
Lucas 1,69-70.71-72.73-75.
e nos deu um Salvador poderoso da casa de David, seu servo, conforme prometeu pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos; para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam, para mostrar a Sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança;
e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, que nos havia de conceder esta graça: de o servirmos um dia, sem temor, livres das mãos dos nossos inimigos, em santidade e justiça, na sua presença, todos os dias da nossa vida.
Evangelho segundo S. Marcos 4,35-41.
Naquele dia, ao entardecer, disse: «Passemos para a outra margem.» Afastando-se da multidão, levaram-no consigo, no barco onde estava e havia outras embarcações com Ele. Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento e as ondas arrojavam-se contra o barco de forma que este já estava quase cheio de água. Jesus Cristo, à popa, dormia sobre uma almofada. Acordaram-no e disseram-lhe: «Mestre, não te importas que pereçamos?» Ele, despertando, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» O vento serenou e fez-se grande calma. Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África)
e Doutor da Igreja Discursos sobre os salmos, PS 54,10; CCL 39, 664
«Ele falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: 'Cala-te'»
Estás no mar e surge uma tempestade. Não te resta senão gritar: «Salva-me, Senhor!» (Mt 14, 30) Ele estende-te a mão, O que anda sobre as ondas sem temor, que te remove o medo, que assenta n'Ele próprio a tua segurança, que te fala ao coração e te diz: «Pensa no que já suportei. Sofres por causa de um mau irmão, de um inimigo exterior? Não tive Eu também os meus? À minha volta, os que arreganhavam os dentes, mais perto de Mim, o discípulo que Me traiu».
É verdade, a tempestade causa estragos. Mas Jesus Cristo salva-nos «da pequenez da alma e da tempestade» (Sl 54, 9 LXX). O teu navio está agitado? Talvez seja porque em ti Jesus Cristo dorme. Sobre um mar furioso, o barco onde navegavam os discípulos estava agitado e, contudo Jesus Cristo dormia. Por fim, chegou o momento em que estes homens perceberam que estava com eles o Senhor. Aproximaram-se de Jesus Cristo, despertaram-n'O: Jesus Cristo mandou calar os ventos (pelo poder divino que possui) e fez-se uma grande calma.
O teu coração perturba-se com razão, se esqueces em Quem crês e o teu sofrimento torna-se insuportável, se tudo o que Jesus Cristo sofreu por ti permanece distante do teu espírito. Se não pensas em Jesus Cristo, Ele dorme. Desperta Jesus Cristo, recorre à tua fé porque Jesus Cristo dorme em ti quando te esqueces da Sua Paixão; se a recordas, Jesus Cristo vela por ti. Quando tiveres meditado com todo o teu coração no que Jesus Cristo sofreu, não suportarás com mais perseverança as tuas aflições? E talvez te sintas, com alegria, levemente semelhante ao teu Rei no sofrimento. Sim, quando estes pensamentos começarem a consolar-te e a dar-te alegria, saberás que foi Jesus Cristo que Se levantou e que mandou calar os ventos; daí a calma que se faz em ti. «Espero, diz um salmo, Aquele que me salvará da pequenez de alma e da tempestade».
Livro de Sofonias 2,3.3,12-13.
Procurai o Senhor, vós todos, os humildes da Terra que cumpris a Sua lei. Procurai a justiça, buscai a humildade: talvez assim acheis abrigo no dia da cólera do Senhor. Deixarei subsistir no meio de ti um povo pobre e humilde; eles procurarão refúgio no nome do Senhor. O resto de Israel não cometerá mais a iniquidade (= não-equidade) nem proferirá mentiras; não se achará mais na sua boca uma língua enganadora. Eles apascentarão e repousarão sem que ninguém os inquiete.
Livro de Salmos 146,7.8-9.10.
Ele é eternamente fiel à Sua palavra; salva os oprimidos,
dá pão aos que têm fome; o SENHOR liberta os prisioneiros.
O SENHOR dá vista aos cegos, o SENHOR levanta os abatidos;
o SENHOR ama o homem justo.
O SENHOR protege os que vivem em terra estranha e ampara
o órfão e a viúva, mas entrava o caminho aos pecadores.
O SENHOR reinará eternamente!
O teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações!
1ª Carta aos Coríntios 1,26-31.
Considerai, pois, irmãos, a vossa vocação: humanamente falando, não há entre vós muitos sábios, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. Mas o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém se pode vangloriar diante de Deus. É por Ele que vós estais em Cristo Jesus que se tornou para nós sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e redenção a fim de que, como diz a Escritura, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
Evangelho segundo S. Mateus 5,1-12.
Ao ver a multidão, Jesus Cristo subiu a um monte (exactamente para falar à multidão). Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele (como séquito). Então tomou a palavra e começou a ensiná-los (à multidão; não aos discípulos. Não precisava de ensinar os discípulos diante da multidão; eles estavam sempre com Ele), dizendo: «Felizes os pobres em espírito (os eternamente aprendizes) porque deles é o Reino do Céu. Felizes os que choram porque serão consolados. Felizes os mansos porque possuirão a Terra. Felizes os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados. Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de coração (sem maldade) porque verão a Deus. Felizes os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça (por exemplo os contra o despotismo) porque deles é o Reino do Céu. Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós por minha causa. (sereis felizes; conhecereis a felicidade) Exultai e alegrai-vos porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.»
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo Sermão 71, para a festa de Todos os Santos
(a partir da trad. Cerf. 1991, p. 573 rev.)
«Felizes os que choram porque serão consolados»
«Ao ver a multidão, Jesus Cristo subiu a um monte [...] e começou a ensiná-los» A montanha a que Jesus Cristo subiu foi a da Sua própria felicidade e a da Sua essência, na qual Ele é um com Seu Pai. E foi seguido por uma grande multidão: é a multidão dos santos cuja festa se celebra hoje; todos O seguiram, cada um de acordo com a vocação a que Deus o chamou. Nisso devemos imitá-los, prestando antes de mais atenção à nossa vocação para nos assegurarmos daquilo a que Deus nos chama e seguir então esta chamada. [...]
Chegado ao cimo da montanha, Jesus Cristo começou a falar e proclamou as oito bem-aventuranças. [...] «Felizes os pobres em espírito porque deles é o Reino do Céu.» A primeira virtude é a pobreza espiritual porque ela é o início e a base de toda a perfeição. Veremos esta questão de todas as formas; no fundo, será sempre necessário que o homem seja despojado, desamarrado, livre, pobre e desligado de toda a riqueza para que Deus realmente conclua a Sua obra. O homem tem de se desembaraçar de todo e qualquer laço; somente assim Deus poderá estar com ele. [...]
«Felizes os mansos porque possuirão a Terra» por toda a eternidade. Dá-se aqui um passo mais porque, pela verdadeira pobreza, libertamo-nos dos obstáculos, mas com a doçura penetramos mais nas profundezas, expulsamos toda a amargura, toda a irritabilidade e toda a imprudência. [...] Para quem é manso, nada é amargo. Para os que são bons, também tudo é bom; tudo vem do seu fundo bom e puro. [...] Quem é manso possui a Terra, residindo na paz, aconteça-lhe o que lhe acontecer. Mas, se não agires assim, perderás simultaneamente esta virtude e a paz e poder-se-á dizer de ti que és um quezilento e comparar-te a um cão tinhoso.
«Felizes os que choram [...].» Quem são por conseguinte estes que choram? Num certo sentido, são os que sofrem; noutro, são os que choram os seus pecados. Mas os nobres amigos de Deus, que neste aspecto são os mais felizes de todos, terminaram de chorar os seus pecados [...] e, contudo não deixam de chorar: choram os pecados e as faltas do seu próximo. [...] E assim, os verdadeiros amigos de Deus choram devido à cegueira e à miséria dos pecados do mundo.
Carta aos Hebreus 11,32-40.
Que mais direi? Faltar-me-ia o tempo se quisesse falar acerca de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, David e Samuel e dos profetas, os quais, pela fé, conquistaram reinos, exerceram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza, recobraram a força, tornaram-se fortes na guerra e puseram em fuga exércitos estrangeiros. Algumas mulheres recuperaram os seus mortos por meio da ressurreição. Alguns foram torturados, não querendo aceitar a libertação para obterem uma ressurreição melhor; outros sofreram a prova dos escárnios e dos flagelos, das cadeias e da prisão. Foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada; andaram errantes cobertos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, atribulados e maltratados; homens de quem o mundo não era digno, andaram vagueando pelos desertos, pelos montes, pelas grutas e pelas cavidades da Terra. E todos estes, apesar de terem recebido um bom testemunho, graças à sua fé; não alcançaram a realização da promessa porque Deus tinha previsto algo de melhor para nós, de modo que eles não alcançassem a perfeição sem nós.
Livro de Salmos 31,20.21.23.24.
Como é grande, SENHOR, a bondade que reservas
para os que Te são fiéis! Tu a concedes, à vista de todos,
àqueles que em Ti confiam.
Ao Teu abrigo, Tu os guardas das intrigas dos homens;
na Tua tenda os defendes contra as línguas maldizentes.
Na minha ansiedade, eu dizia: "Fui banido da Tua presença."
Tu, porém, ouviste o brado da minha súplica,
quando eu Te invoquei. Amai o SENHOR, todos vós,
que sois Seus amigos! O SENHOR protege os Seus fiéis,
mas castiga com rigor os orgulhosos.
Evangelho segundo S. Marcos 5,1-20.
Chegaram à outra margem do mar, à região dos gerasenos. Logo que Jesus Cristo desceu do barco, veio ao seu encontro, saído dos túmulos, um homem possesso de um espírito maligno. Tinha nos túmulos a sua morada e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma corrente, pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes e despedaçara os grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o dominar. Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras. Avistando Jesus Cristo ao longe, correu, prostrou-se diante d'Ele e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!» Efectivamente, Jesus Cristo dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.» Em seguida, perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é Legião porque somos muitos.» E suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região. Ora ali próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. E os espíritos malignos suplicaram a Jesus Cristo: «Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.» Jesus Cristo consentiu. Então os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos porcos e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se afogou. Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. As pessoas foram ver o que se passara. Ao chegarem junto de Jesus Cristo, viram o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera possuído de uma legião; e ficaram cheias de temor. As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao possesso e o que se passara com os porcos. Então, pediram a Jesus Cristo que se retirasse do seu território. Jesus Cristo voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele. Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.» Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus Cristo fizera por ele e todos se maravilhavam. Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997),
fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade «No Greater Love»
(a partir da trad. de «Il n'y a pas de plus grand amour», Lattès 1997, p. 26)
«O homem que fora possesso suplicou-Lhe que o deixasse andar com Ele. [...] Disse-lhe antes: 'Vai para tua casa, para junto dos teus e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti'»
Somos chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus Cristo (Jo 3, 16). Hoje Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a mim, para que sejamos o Seu amor, a Sua compaixão e a Sua presença através de uma vida de oração, de sacrifícios e de entrega. A resposta que Deus espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo.
Tomemos a palavra de Jesus Cristo a sério e sejamos contemplativos no coração do mundo porque, se temos fé, estamos perpetuamente na Sua presença. Pela contemplação, a alma bebe directamente do coração de Deus as graças que a vida activa está encarregada de distribuir. As nossas vidas devem estar unidas a Jesus Cristo vivo que está em nós. Se não vivermos na presença de Deus, não podemos perseverar.
O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus Cristo. É assim que a compreendo. Amar Jesus Cristo, viver a Sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da Sua. [...] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto obscuro, mas por permitirmos a Jesus Cristo que viva a Sua Paixão, o Seu amor, a Sua humildade em nós, que reze connosco, que esteja connosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De facto, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como mensagem Sua, pessoal, de amor (Mc 16, 15).
Carta aos Hebreus 12,1-4.
Deste modo, também nós, circundados como estamos de tal nuvem de testemunhas, deixando de lado todo o impedimento e todo o pecado, corramos com perseverança a prova que nos é proposta, tendo os olhos postos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé. Ele, renunciando à alegria que lhe fora proposta, sofreu a cruz, desprezando a ignomínia e sentou-se à direita do trono de Deus. Considerai, pois aquele que sofreu tal oposição por parte dos pecadores para que não desfaleçais, perdendo o ânimo. Ainda não resististes até ao sangue na luta contra o pecado.
Livro de Salmos 22(21),26-27.28.30.31-32.
De ti vem o meu louvor na grande assembleia;
cumprirei os meus votos na presença dos Teus fiéis.
Os pobres comerão e serão saciados;
louvarão o SENHOR, os que O procuram.
"Vivam para sempre os vossos corações."
Hão-de lembrar-se do SENHOR e voltar-se
para Ele todos os confins da Terra; hão-de prostrar-se
diante d'Ele todos os povos e nações.
Diante d'Ele hão-de prostrar-se todos os grandes da Terra;
diante d'Ele hão-de inclinar-se todos os que descem
ao pó e assim deixam de viver.
Uma nova geração O servirá e narrará
aos vindouros as maravilhas do Senhor;
ao povo que vai nascer dará a conhecer
a Sua justiça, contará o que Ele fez.
Evangelho segundo S. Marcos 5,21-43.
Depois de Jesus Cristo ter atravessado, no barco, para a outra margem, reuniu-se uma grande multidão junto d'Ele, que continuava à beira-mar. Chegou, então, um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo, e, ao vê-lo, prostrou-se a seus pés e suplicou instantemente: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva.» Jesus Cristo partiu com ele, seguido por numerosa multidão, que O apertava. Certa mulher, vítima de um fluxo de sangue havia doze anos, que sofrera muito nas mãos de muitos médicos e gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus Cristo, veio por entre a multidão e tocou-lhe, por detrás, nas vestes, pois dizia: «Se ao menos tocar nem que seja as suas vestes, ficarei curada.» De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue e sentiu no corpo que estava curada do seu mal. Imediatamente Jesus Cristo, sentindo que saíra d'Ele uma força (a Sua aura enfraqueceu porque se transferiu para ela que devia ter na altura uma aura muito fraquinha), voltou-se para a multidão e perguntou: «Quem tocou as minhas vestes?» Os discípulos responderam: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados e ainda perguntas: 'Quem me tocou?’» Mas Ele continuava a olhar em volta para ver aquela que tinha feito isso. Então a mulher, cheia de medo e a tremer, sabendo o que lhe tinha pedido e acontecido, foi prostrar-se diante d'Ele e disse toda a verdade. Disse-lhe Ele: «Filha, a tua fé salvou-te; vai em paz e sê curada do teu mal.» Ainda Ele estava a falar quando, da casa do chefe da sinagoga, vieram dizer: «A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?» Mas Jesus Cristo, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas receio; crê somente.» E não deixou que ninguém O acompanhasse a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar. Entrando, disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.» Mas faziam troça d'Ele (gente de cerviz dura!). Jesus Cristo pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia. Tomando-lhe a mão, disse: «Talitha qûm!», isto é, «Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!» E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados. Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.
São Jerónimo (347-420), presbítero,
tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de São Marcos, n°3
(a partir da trad. SC 494, p. 129 rev.)
«Levanta-te»
«Tomando-lhe a mão, disse: 'Talitha qûm', que significa: 'Menina [...], levanta-te!'» «Porque nasceste segunda vez, serás chamada 'menina'. Menina, levanta-te por Mim, não porque o mereças, mas pela acção da Minha graça. Levanta-te portanto por Mim: a tua cura não provém da tua força.» «E logo a menina se levantou e começou a andar.» Que Jesus Cristo nos toque, a nós também, e logo começaremos a andar. Embora estejamos paralisados, embora as nossas obras sejam más e não possamos andar, embora estejamos deitados no leito dos nossos pecados [...], se Jesus Cristo nos tocar, ficaremos imediatamente curados. A sogra de Pedro estava atormentada pela febre: Jesus Cristo tocou-lhe com a mão, ela levantou-se e serviu-O imediatamente (Mc 1, 31). [...]
«Todos ficaram assombrados. Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido.» Eis a razão porque Ele mandou sair toda aquela multidão para fazer um milagre. Ele mandou e não só mandou, mas ordenou que ninguém soubesse. Ele ordenou aos três apóstolos e ordenou também aos pais que ninguém soubesse. O Senhor ordenou a todos, mas a menina não pôde ficar calada, ela que se tornou a levantar.
«E mandou dar de comer à menina» para que a sua ressurreição não fosse considerada como a aparição de um fantasma. E Ele próprio, depois da Sua ressurreição, comeu peixe e um bolo de mel (Lc 24, 42). [...] Suplico-te, Senhor, que também a nós que estamos deitados, nos toques com a Tua mão; levanta-nos do leito dos nossos pecados e põe-nos a andar. Quando estivermos a andar, manda darem-nos de comer. Deitados, não podemos comer; se não estivermos levantados, não seremos capazes de receber o Corpo de Jesus Cristo.
Livro de Malaquias 3,1-4.
«Eis que Eu vou enviar o meu mensageiro a fim de que ele prepare o caminho à minha frente. E imediatamente entrará no seu santuário o Senhor, que vós procurais, e o mensageiro da aliança, que vós desejais. Ei-lo que chega! – diz o Senhor do universo. Quem suportará o dia da sua chegada? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor e como a barrela das lavadeiras. Ele sentar-se-á como fundidor e purificador. Purificará os filhos de Levi e os refinará como se refinam o ouro e a prata e assim eles serão para o Senhor os que apresentam a oferta legítima. Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
Livro de Salmos 24,7.8.9.10.
Ó portas, levantai os vossos umbrais!
Alteai-vos, pórticos eternos, que vai entrar o rei glorioso.
Quem é esse rei glorioso? É o SENHOR, poderoso herói,
o SENHOR, herói na batalha.
Ó portas, levantai os vossos umbrais!
Alteai-vos, pórticos eternos, que vai entrar o rei glorioso.
Quem é Ele, esse rei glorioso? É o Senhor do universo!
É Ele, o rei glorioso.
Evangelho segundo S. Lucas 2,22-40.
Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor» e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas. Ora vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor. Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus Cristo a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito. Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a Tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo porque os meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.» Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia d'Ele. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a Sua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.» Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações. Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré. Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria e a graça de Deus estava com Ele.
Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo Homilias sobre o Evangelho de São Lucas, n.º 15
(a partir da trad. SC 87, p. 233, rev.)
«Ir em paz»
«Uma mulher tocou na orla do manto de Jesus Cristo e ficou curada» (Mt 9, 20). Se esta mulher, ao tocar a extremidade do Seu manto, daí retirou tantos benefícios, o que dizer de Simeão, que «O tomou nos braços» e, tomando-O, deu largas à sua alegria vendo que segurava a criança vinda ao mundo para libertar os cativos (Lc 4, 18) e que ele próprio se veria em breve liberto dos laços do corpo? Simeão sabia que ninguém podia fazer sair fosse quem fosse da prisão do corpo com os olhos postos na vida futura a não ser Aquele que segurava nos seus braços. E assim se dirige a Ele: «Agora, Senhor, deixarás ir em paz o Teu servo porque todo o tempo que não tive a Cristo, todo o tempo que O não apertei nos meus braços, estive prisioneiro e não pude sair desses laços».
De resto, não é só acerca de Simeão, mas de todo o género humano, que temos de entender estas palavras. Se alguém deixa este mundo, se alguém se liberta desta prisão e desta morada de cativos para alcançar a realeza, que pegue em Jesus Cristo com as suas mãos e O aconchegue nos seus braços; que O tenha todo junto ao coração e assim, doido de alegria, se dirija aonde quiser.
Carta aos Hebreus 12,18-19.21-24.
Na verdade, não vos aproximastes de uma realidade palpável, de fogo ardente, das trevas, da obscuridade ou da tempestade, nem do som da trombeta ou do ruído das palavras, cujos ouvintes pediam que não se lhes falasse mais e o espectáculo era tão terrível que Moisés disse: Estou apavorado e a tremer. Vós, porém, aproximastes-vos do monte Sião e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste, de miríades de anjos, da reunião festiva, da assembleia dos primogénitos inscritos nos céus, do juiz que é o Deus de todos, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição, de Jesus Cristo, o Mediador da Nova Aliança, e de um sangue de aspersão que fala melhor que o de Abel.
Livro de Salmos 48(47),2-3.4.9.10-11.
Grande é o SENHOR e digno de louvor,
na cidade do nosso Deus, no Seu monte santo.
Belo em altura, alegria de toda a Terra, o monte Sião,
nas alturas do Norte, é a cidade do grande rei.
No meio das Suas fortalezas,
Deus mostrou um refúgio seguro.
Como nos contaram, assim o vimos,
na cidade do SENHOR do universo,
na cidade do nosso Deus.
Meditamos, ó Deus, sobre o Teu amor,
no interior do Teu templo.
Como o Teu nome, ó Deus, assim o Teu louvor
chega aos confins da Terra;
a Tua direita está cheia de justiça.
Evangelho segundo S. Marcos 6,7-13.
Chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos malignos. Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto; que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas (para passarem despercebidos e não despertarem a cobiça de ninguém, pondo assim a sua vida em perigo, se a despertassem). E disse-lhes também: «Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos numa localidade, se os seus habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.» Eles partiram e pregavam o arrependimento, expulsavam numerosos demónios, ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos.
São Francisco de Assis (1182-1226), fundador dos frades menores Primeira Regra, §§ 8-9 (a partir da trad. Desbonnets et Vorreux, Documentos, pp. 62-64 rev.)
«Nem dinheiro no cinto»
O Senhor ordena no Evangelho: Evitai cuidadosamente as preocupações deste mundo e as preocupações materiais (cf Mt 6, 25). É por isso que um irmão, quer pernoite numa casa ou esteja em viagem, não deve de modo nenhum aceitar para si ou mandar que aceitem por sua conta, nem moedas de ouro nem moedas pequenas, nem para comprar vestuário ou livros, nem à laia de salário por qualquer trabalho (“todo o trabalhador tem direito ao seus salário”), nem sob qualquer pretexto, excepto em caso de necessidade evidente para os irmãos enfermos porque não devemos considerar o ouro e as moedas como sendo mais úteis ou preciosos que as pedras. O diabo tenta cegar aqueles que cobiçam o dinheiro ou que lhe atribuem mais valor do que às pedras. Nós que deixámos tudo, não vamos perder por tão pouca coisa o Reino dos Céus (Mc 10, 24.28). Se por acaso encontrarmos alguma moeda, não lhe prestemos mais atenção do que à poeira que pisamos: pois isso é vaidade das vaidades e tudo é vaidade (Eccl 1, 2). [...]
Todos os irmãos se aplicarão a seguir a humildade e a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo. [...] Devem regozijar-se quando se encontram no meio de pessoas de baixa condição e desprezadas, entre os pobres e os enfermos, os doentes e os leprosos e os pedintes das ruas. Se for necessário, irão mendigar. Que não se envergonhem: devem lembrar-se de que Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo e todo-poderoso [...], foi pobre e sem abrigo e viveu de esmolas, tanto Ele como a bem aventurada Virgem Maria e os Seus discípulos. ♥
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cristianismo 4

Os meus blogues
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= CRISTIANISMO =
Eis-nos de volta ao tempo comum, o tempo da nossa caminhada.
“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo”, recorda-nos hoje S. Marcos. E acrescenta: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
Há quase dez anos (faltam poucos meses) que este serviço se dedica a divulgar o Evangelho do dia, num apelo à conversão. Um a um, de boca a orelha, de computador a computador, os nossos leitores têm assumido o papel de arautos, de transmissores da Boa Nova. Mas, como diria o nosso saudoso Papa João Paulo II, “Isso não chega”. É preciso ir mais longe, a mais computadores, a mais orelhas, a mais corações.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: www.evangelhoquotidiano.org; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
O serviço está agora disponível em 10 línguas: português, espanhol, francês, inglês, alemão, neerlandês, italiano, polaco, árabe e arménio.
Carta aos Hebreus 7,25-28.8,1-6.
Sendo assim Ele pode salvar de um modo definitivo os que por meio d'Ele se aproximam de Deus, pois Ele está vivo para sempre a fim de interceder por eles. Tal é, com efeito, o Sumo Sacerdote que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado acima dos céus, que não tem necessidade, como os outros sacerdotes têm de oferecer vítimas todos os dias, primeiro pelos seus próprios pecados e depois pelos do povo porque Ele o fez uma vez por todas, oferecendo-se a Si mesmo. A Lei, com efeito, constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à debilidade; mas a palavra do juramento, posterior à Lei, constitui o Filho Perfeito para sempre. O ponto principal do que estamos a dizer é que temos um Sumo Sacerdote que se sentou nos céus à direita do trono da Majestade como ministro do santuário e da verdadeira tenda, construída pelo Senhor e não pelo homem. Todo o Sumo Sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; daí a necessidade de também ele ter algo para oferecer. Se Jesus Cristo estivesse na Terra, nem sequer seria sacerdote, pois já existem aqueles que oferecem os dons segundo a Lei. Esses prestam um culto que é uma imagem e uma sombra das realidades celestes como foi revelado a Moisés quando estava para construir a tenda. Foi-lhe dito: Presta atenção, faz tudo segundo o modelo que te foi mostrado no monte. Mas, de facto, ele obteve um ministério tanto mais elevado quanto maior é a aliança de que é mediador, a qual foi estabelecida sobre melhores promessas.
Livro de Salmos 40(39),7-8.9.10.17.
Não quiseste sacrifícios nem oblações,
mas abriste-me os ouvidos para escutar;
não pediste holocaustos nem vítimas.
Então eu disse: "Aqui estou! No Livro da Lei
está escrito aquilo que devo fazer."
Esse é o meu desejo, ó meu Deus;
a Tua Lei está dentro do meu coração.
Anunciei a tua justiça na grande assembleia;
Tu bem sabes, SENHOR, que não fechei os meus lábios.
Mas alegrem-se e exultem em Ti todos os que Te procuram.
Digam sem cessar os que desejam a Tua salvação:
"O SENHOR é grande!"
Evangelho segundo S. Marcos 3,7-12.
Jesus Cristo retirou-se para o mar com os discípulos. Seguiu-o uma imensa multidão vinda da Galileia e da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, de além-Jordão e das cercanias de Tiro e de Sídon, uma grande multidão veio ter com Ele, ao ouvir dizer o que Ele fazia. E disse aos discípulos que lhe aprontassem um barco a fim de não ser molestado pela multidão, pois tinha curado muita gente e, por isso, os que sofriam de enfermidades caíam sobre Ele para lhe tocarem. Os espíritos malignos, ao vê-lo, prostravam-se diante dele e gritavam: «Tu és o Filho de Deus!» Ele, porém, proibia-lhes severamente que O dessem a conhecer.
Santo Afonso-Maria de Liguori (1696-1787), bispo e Doutor da Igreja 5º Discurso para a Novena do Natal (trad. Éds Saint-Paul 1993, p. 76 rev.)
«Todos os que padeciam de enfermidades caíam sobre Ele para Lhe tocarem»
«Dizei a todos os que têm o coração despedaçado: Tomai coragem e não tenhais medo. [...] O próprio Deus virá salvar-vos» (Is 35, 4). Esta profecia realizou-se. Seja-me pois permitido gritar de júbilo: Alegrai-vos, filhos de Adão, alegrai-vos; deixai para trás todo o desalento! Perante a vossa fraqueza e a vossa incapacidade de resistir a tantos inimigos, «abandonai todo o receio, o próprio Deus virá salvar-vos». Como é que Ele veio salvar-nos? Dando-nos a força necessária para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos que se opõem à nossa salvação. E como é que o Redentor nos deu essa força? Fazendo-Se fraco, de forte e todo-poderoso que era; Ele tomou sobre Si toda a nossa fraqueza e comunicou-nos a Sua força. [...]
Deus é todo-poderoso: «Senhor, clamava Isaías, quem resistirá à força do Teu braço?» (40, 10). [...] Mas as feridas feitas no homem pelo pecado tinham-no enfraquecido tanto que ele era incapaz de resistir aos seus inimigos. O que fez o Verbo eterno, o que fez a palavra de Deus? De forte e todo-poderoso que era, tornou-Se fraco; revestiu-se da fraqueza corporal do homem para dar ao homem, pelos Seus méritos, a força de alma necessária [...]; tornou-Se criança [...] e no fim da Sua vida, no Jardim das Oliveiras, encheu-Se de laços, dos quais não Se pode libertar. No Sinédrio, foi preso à coluna para ser flagelado. Depois com a cruz aos ombros, caiu várias vezes no caminho com falta de forças. Pregado na cruz, não conseguiu libertar-Se. [...] E nós somos fracos? Ponhamos a nossa confiança em Jesus Cristo e seremos todo-poderosos: «Tudo posso n'Aquele que me dá força» dizia o Apóstolo Paulo (Fil 4,13). Eu sou todo-poderoso, não pelas minhas forças, mas pelas forças que me foram dadas pelos méritos do meu Redentor.
Carta aos Hebreus 8,6-13.
Mas, de facto, ele obteve um ministério tanto mais elevado quanto maior é a Aliança de que é mediador, a qual foi estabelecida sobre melhores promessas. Se, na verdade, a primeira fosse perfeita, não haveria lugar para a segunda. De facto, censurando-os, diz: Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova, não como a aliança que fiz com os seus pais no dia em que os tomei pela mão para os fazer sair do Egipto porque eles não permaneceram na minha aliança, também Eu me desinteressei deles – diz o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a Casa de Israel depois daqueles dias. Diz o Senhor: Porei as minhas leis na sua mente e as imprimirei nos seus corações; serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Ninguém ensinará o seu próximo nem o seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor’; porque todos Me conhecerão do mais pequeno ao maior, pois perdoarei as suas iniquidades e não mais me lembrarei dos seus pecados. Ao falar de uma aliança nova, Deus declara antiquada a primeira; ora o que se torna antiquado e envelhece está prestes a desaparecer.
Livro de Salmos 85,8.10.11-12.13-14.
Mostra-nos, SENHOR, a Tua misericórdia,
concede-nos a Tua salvação.
A salvação está perto dos que O adoram
e a Sua glória habitará na nossa Terra.
O amor e a fidelidade vão encontrar-se.
Vão beijar-se a justiça e a paz.
Da terra vai brotar a verdade
e a justiça descerá do céu.
O próprio SENHOR nos dará os Seus bens
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará diante d'Ele e a paz,
no rasto dos Seus passos.
Evangelho segundo S. Marcos 3,13-19.
Jesus Cristo subiu depois a um monte, chamou os que Ele queria e foram ter com Ele. Estabeleceu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar, com o poder de expulsar demónios. Estabeleceu estes doze: Simão, ao qual pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que O entregou.
Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897),
Carmelita, Doutora da Igreja MS A, 2 r°-v° (Manuscritos autobiográficos, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1960, tradução de F. Pires Lopes, S.J.)
O mistério da vocação
Não vou fazer outra coisa senão começar a cantar o que eternamente devo repetir – «As misericórdias do Senhor»!!! (Sl 88,1) [...] Abrindo [...] o santo Evangelho, os meus olhos caíram sobre estas palavras: «Tendo Jesus subido a um monte, chamou a Si aqueles que lhe aprouve e vieram para Ele».
Eis todo o mistério da minha vocação, da minha vida inteira e, sobretudo, o mistério dos privilégios de Jesus Cristo para com a minha alma... Não chama aqueles que são dignos, mas aqueles que Lhe apraz ou, como diz São Paulo: «Deus tem piedade de quem Ele quer e faz misericórdia a quem Ele quer fazer misericórdia. Não é portanto do que quer nem do que corre, mas de Deus que faz misericórdia» (Rom 9, 15-16).
Durante muito tempo me perguntei porque é que Deus tinha preferências porque é que nem todas as almas recebiam igual medida de graças; admirava-me ao vê-Lo prodigalizar favores extraordinários aos Santos que o tinham ofendido, como São Paulo, Santo Agostinho e que Ele forçava, por assim dizer, a receber as Suas graças; ou então, ao ler a vida dos santos que Nosso Senhor Se comprazia em acarinhar, desde o berço à sepultura, sem permitir no seu caminho qualquer obstáculo que os impedisse de se elevarem para Ele. [...] Jesus Cristo dignou-se instruir-me acerca deste mistério. Colocou diante de mim o livro da natureza e compreendi que todas as flores que Ele criou são belas. [...] Quis criar os grandes santos que podem ser comparados aos lírios e às rosas; mas criou também outras, mais pequenas e estas devem contentar-se com ser margaridas ou violetas, destinadas a deleitar os olhares de Deus quando as curva aos Seus pés. A perfeição consiste em fazer a Sua vontade, em ser o que Ele quer que sejamos...
Carta aos Hebreus 9,2-3.11-14.
Foi construída uma tenda, a primeira, chamada o Santo, na qual se encontrava o candelabro e a mesa dos pães da oferenda. Por detrás do segundo véu estava a tenda chamada Santo dos Santos, mas Jesus Cristo veio como Sumo Sacerdote dos bens futuros, através de uma tenda maior e mais perfeita que não é feita por mão humana, isto é, não pertence a este mundo criado. Entrou uma só vez no Santuário, não com o sangue de carneiros ou de vitelos, mas com o seu próprio sangue, tendo obtido uma redenção eterna. Se, de facto, o sangue dos carneiros e dos touros e a cinza da vitela com que se aspergem os impuros, os santifica, purificando-os no corpo, quanto mais o sangue de Jesus Cristo, que pelo Espírito Eterno se ofereceu a si mesmo a Deus, sem mácula, purificará a nossa consciência das obras mortas para que prestemos culto ao Deus vivo!
Livro de Salmos 47(46),2-3.6-7.8-9.
Povos todos, batei palmas, aclamai
a Deus com brados de alegria
porque o SENHOR, o Altíssimo, é poderoso;
Ele é o grande Rei de toda a Terra.
Deus subiu por entre aclamações,
o SENHOR subiu ao som da trombeta.
Cantai a Deus, cantai!
Cantai ao nosso rei, cantai!
Pois Deus é o Rei de toda a Terra,
cantai-lhe um poema de louvor!
Deus reina sobre as nações,
Deus está sentado no Seu trono santo.
Evangelho segundo S. Marcos 3,20-21.
Tendo Jesus Cristo chegado a casa, de novo a multidão acorreu, de tal maneira que nem podiam comer. E quando os seus familiares ouviram isto, saíram a ter mão nele, pois diziam: «Está fora de si!».
São Tomás de Aquino (1225-1274),
teólogo dominicano, Doutor da Igreja
Opúsculo para a festa do Corpo de Cristo (a partir da trad. breviário)
Jesus Cristo dá-Se inteiramente: dá-Se a Si próprio a comer
O Filho único de Deus, querendo fazer-nos participar da Sua divindade, tomou a nossa natureza a fim de divinizar os homens, Ele que Se fez homem. Por outro lado, o que tomou de nós, deu-no-lo inteiramente para a nossa salvação. Com efeito, sobre o altar da cruz, ofereceu o Seu corpo em sacrifício a Deus (e ao) Pai a fim de nos reconciliar com Eles e derramou o Seu sangue para ser, ao mesmo tempo, nosso resgate e nosso baptismo: resgatados de uma lamentável escravidão, seríamos assim purificados de todos os nossos pecados.
E para que guardemos sempre a memória de um tão grande benefício, deixou aos fiéis o Seu corpo a comer e o Seu sangue a beber, sob o aspecto externo de pão e de vinho. [...] Haverá coisa mais preciosa do que este banquete, onde já não nos propõem, como na antiga Lei, que comamos a carne dos veados e dos cabritos, mas o Jesus Cristo que é verdadeiramente Deus? Haverá coisa mais admirável que este sacramento? [...] Ninguém é capaz de exprimir as delícias deste sacramento, dado que nele se prova a doçura espiritual na sua fonte e nele se celebra a memória deste amor inultrapassável que Jesus Cristo mostrou na Sua Paixão.
Ele queria que a imensidão deste amor se gravasse mais profundamente no coração dos fiéis. Foi por isso que na última Ceia, depois de ter celebrado a Páscoa com os Seus discípulos, quando ia passar deste mundo para o Pai, instituiu este sacramento como memorial perpétuo da Sua Paixão, cumprimento das antigas prefigurações, o maior de todos os Seus milagres e àqueles a quem a Sua ausência enchia de tristeza, deixou este sacramento como conforto incomparável.
Livro de Isaías 8,23.9,1-3.
Não haverá senão obscuridade e angústia nesta terra. No tempo passado, o SENHOR humilhou a terra de Zabulão e o país de Neftali; no futuro cobrirá de glória o caminho do mar, do outro lado do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles. Multiplicaste a alegria, aumentaste o júbilo; alegram-se diante de Ti como os que se alegram no tempo da colheita, como se regozijam os que repartem os despojos, pois Tu quebraste o seu jugo pesado, a vara que lhe feria o ombro e o bastão do seu capataz, como na jornada de Madiã.
Livro de Salmos 27,1.4.13-14.
O SENHOR é minha luz e salvação: de quem terei medo?
O SENHOR é o baluarte da minha vida: quem me assustará?
Uma só coisa peço ao SENHOR e ardentemente a desejo:
é habitar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida
para saborear o Seu encanto e ficar em vigília no Seu templo.
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade
do SENHOR, na terra dos vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso e confia no SENHOR!
1ª Carta aos Coríntios 1,10-13.17.
Peço-vos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que estejais todos de acordo e que não haja divisões entre vós; permanecei unidos num mesmo espírito e num mesmo pensamento. Pois, meus irmãos, fui informado pelos da casa de Cloé, que há discórdias entre vós. Refiro-me ao facto de cada um dizer: «Eu sou de Paulo» ou «Eu sou de Apolo» ou «Eu sou de Cefas» ou «Eu sou de Cristo». Estará Jesus Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Ou fostes baptizados em nome de Paulo? Na verdade, Jesus Cristo não me enviou a baptizar, mas a pregar o Evangelho e sem recorrer à sabedoria da linguagem para não esvaziar da sua eficácia, a cruz de Jesus Cristo.
Evangelho segundo S. Mateus 4,12-23.
Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus Cristo retirou-se para a Galileia. Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz. A partir desse momento, Jesus Cristo começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.» Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus Cristo viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-n'O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-n'O. Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades.
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia
e em seguida Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de Mateus, n°14, 2
«Vinde Comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»
Que pescaria admirável, a do Salvador! Admirai a fé e a obediência dos discípulos. Como sabeis, a pesca exige uma atenção ininterrupta. Ora no meio da sua labuta, eles ouvem o chamamento de Jesus Cristo e não hesitam um instante; não dizem: «Deixa-nos ir a casa falar com a nossa família». Não, eles deixam tudo e seguem-n'O, como Eliseu fizera com Elias (1R 19, 20). Esta é a obediência que Jesus Cristo nos pede, sem a menor hesitação, mesmo que necessidades aparentemente mais urgentes nos pressionem. É por isso que, quando um jovem que queria segui-l'O perguntou se podia ir sepultar o pai, nem isso Ele o deixou fazer (Mt 8, 21). Seguir Jesus Cristo, obedecer à Sua palavra, é um dever que tem prioridade sobre todos os outros.
Dir-me-ás talvez que a promessa que Ele lhes fazia era demasiado grande? É por isso que os admiro tanto: embora não tendo ainda assistido a nenhum milagre, eles acreditaram nessa promessa tão grande e renunciaram a tudo para O seguir! Foi porque acreditaram que, com as mesmas palavras com que eles próprios haviam sido como que pescados, também eles poderiam pescar outros.
Carta aos Hebreus 9,15.24-28.
Por isso, Ele é o mediador de uma nova Aliança, um novo testamento; para que, intervindo a morte para a remissão das transgressões cometidas sob a primeira aliança, os chamados recebam a herança eterna prometida. Na realidade, Jesus Cristo não entrou num santuário feito por mão humana, figura do verdadeiro santuário, mas entrou no próprio céu para se apresentar agora diante de Deus em nosso favor. E nem entrou para se oferecer a si mesmo muitas vezes, tal como o Sumo Sacerdote, que entra cada ano no santuário com sangue alheio; nesse caso, deveria ter sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo. Agora, porém, na plenitude dos tempos, apareceu uma só vez para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E assim como está determinado que os homens morram uma só vez e depois tenha lugar o julgamento, assim também Jesus Cristo que se ofereceu uma só vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá uma segunda vez, não já por causa do pecado, mas para dar a salvação àqueles que O esperam.
Livro de Salmos 98,1.2-3.4.5-6.
Cantai ao SENHOR um cântico novo
porque Ele fez maravilhas!
A Sua mão direita e o Seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O SENHOR anunciou a Sua vitória,
revelou aos povos a Sua justiça.
Lembrou-se do Seu amor e da Sua
fidelidade em favor da casa de Israel.
Todos os confins da Terra presenciaram
o triunfo libertador do nosso Deus.
Aclamai o SENHOR, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Cantai hinos ao SENHOR, ao som da harpa,
ao som da harpa e da lira;
ao som de cornetins e trombetas,
aclamai o nosso Rei e SENHOR.
Evangelho segundo S. Marcos 3,22-30.
E os doutores da Lei que tinham descido de Jerusalém, afirmavam: «Ele tem Belzebu!» E ainda: «É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios.» Então, Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar e se uma família se dividir contra si mesma, essa família não pode subsistir. Se, portanto, Satanás se levanta contra si próprio, está dividido e não poderá subsistir; é o seu fim. Ninguém consegue entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens sem primeiro o amarrar; só depois poderá saquear-lhe a casa. Em verdade vos digo: todos os pecados e todas as blasfémias que proferirem os filhos dos homens, tudo lhes será perdoado; mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão: é réu de pecado eterno.» Disse-lhes isto porque eles afirmavam: «Tem um espírito maligno.»
Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo Homilias sobre o Êxodo, n.º 1, 5 (a partir da trad. da Irmã Isabelle de la Source, Lire la Bible, Médiaspaul 1990, t. 2, p. 14)
«Ele expulsa os demónios»
Reconhecei-o: «em ti se levantou um novo rei, um rei do Egipto» (Ex 1, 8). É ele quem te requisita para o trabalho, quem te obriga a fazer para ele os tijolos e a argamassa. É ele quem te impõe capatazes e encarregados, quem te força com a vergasta e o chicote ao trabalho da terra e te obriga a construir cidades. É ele quem te incita a percorrer o mundo e a mover montanhas para satisfazeres os teus apetites. [...]
Este rei do Egipto sabia que uma guerra assim era inevitável, pois pressentiu a vinda d' «Aquele que pode despojar Poderes e Autoridades e triunfar deles com audácia, cravando-os na cruz» (Cl 2, 14-15). [...] Sente próxima a hora da destruição do seu povo e por isso declara: «O povo de Israel é mais poderoso do que nós!» (Ex 1, 9). Pudesse ele dizer o mesmo de nós e achar-nos mais fortes do que ele! Como? Se não acolhermos maus pensamentos e apetites perversos, que ele nos inspira, se repelirmos «as suas setas incendiadas com o escudo da fé» (Ef 6, 16), se, de cada vez que ele fizer qualquer insinuação à nossa alma, lhe dissermos, lembrando-nos de Jesus Cristo, Nosso Senhor: «Fora, Satanás! Está escrito: é ao Senhor, teu Deus, que adorarás e só a Ele servirás» (Dt 6, 13/Mt 4, 10).
Com efeito, o Senhor Jesus Cristo veio para submeter a Si «Poderes, Autoridades e Dominações» (Cl 1, 16), para poupar os filhos de Israel à violência dos seus inimigos [...], para nos ensinar de novo a ver o Espírito do Senhor [Is 61, 1-2/Lc 4, 18-22], a abandonar o trabalho do faraó, a sair da terra do Egipto e renunciar aos seus bárbaros costumes, a «despojar-nos completamente do homem velho e das suas obras e a revestir-nos do homem novo criado em conformidade com Deus» (Ef 4, 22-24/Cl 3, 9-10), a «renovar-nos sem cessar, dia após dia» (2Cor 4, 16) à imagem d' Aquele que nos criou, Cristo Jesus, Nosso Senhor, a quem seja dada a glória e o poder pelos séculos dos séculos, Ámen.
Livro dos Actos dos Apóstolos 22,3-16.
«Sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui educado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel, em todo o rigor da Lei dos nossos pais e cheio de zelo pelas coisas de Deus como todos vós sois agora. Persegui de morte esta «Via», algemando e entregando à prisão homens e mulheres como o podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todos os anciãos. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco, onde ia para prender os que lá se encontrassem e trazê-los agrilhoados a Jerusalém a fim de serem castigados. Ia a caminho e já próximo de Damasco quando, por volta do meio dia, uma intensa luz, vinda do Céu, me rodeou com a sua claridade. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque me persegues?’ Respondi: ‘Quem és Tu, Senhor?’ Ele disse-me, então: ‘Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues.’ Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz de quem me falava. E prossegui: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’ O Senhor respondeu-me: ‘Ergue-te, vai a Damasco e lá te dirão o que se determinou que fizesses.’ Mas como eu não via, devido ao brilho daquela luz, fui levado pela mão dos meus companheiros e cheguei a Damasco. Ora um certo Ananias, homem piedoso e cumpridor da Lei, muito respeitado por todos os judeus da cidade, foi procurar-me e disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista.’ E, no mesmo instante, comecei a vê-lo. Ele prosseguiu: ‘O Deus dos nossos pais predestinou-te para conheceres a Sua vontade, para veres o Justo e para ouvires as palavras da Sua boca porque serás testemunha diante de todos os homens acerca do que viste e ouviste. E agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o baptismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o Seu nome.’
Livro de Salmos 117,1.2.
Louvai o SENHOR todas as nações!
Exaltai-O, todos os povos!
Porque o Seu amor para connosco não tem limites
e a fidelidade do SENHOR é eterna!
Evangelho segundo S. Marcos 16,15-18.
E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas, apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.»
São Cirilo de Jerusalém (313-350), Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja Catequese baptismal 10
(a partir da trad. Bouvet, Soleil Levant 1961, pp. 201ss.)
«Não é aquele que nos perseguia?» (Act 9,21)
«Não nos anunciamos a nós mesmos, mas anunciamos Jesus Cristo; somos vossos servos por causa de Jesus» (2Cor 4, 5). Quem é então esta testemunha que anuncia Jesus Cristo? É aquele que outrora O perseguia. Que maravilha! Eis que o perseguidor de antigamente anuncia Jesus Cristo. Por quê? Será que foi comprado? Mas ninguém poderia persuadi-lo desta maneira. Terá sido a visão de Jesus Cristo nesta Terra que o cegou? Mas Jesus Cristo já tinha subido ao céu. Saulo saíra de Jerusalém para perseguir a Igreja de Jesus Cristo e três dias depois, em Damasco, o perseguidor transformara-se em pregador. Sob que influência? Há quem cite como testemunhas a favor dos seus amigos pessoas do seu partido. Eu, ao invés, apresento como testemunha um antigo inimigo.
Ainda duvidas? Grande é o testemunho de Pedro e João, mas [...] eles eram gente da casa. Quando a testemunha é um antigo inimigo, de um homem que mais tarde morrerá pela causa de Jesus Cristo, quem poderá duvidar do valor do seu testemunho? Admiro o plano do Espírito Santo [...]: Ele concede que Paulo, o antigo perseguidor, escreva as suas catorze epístolas. [...] Como não se podiam contestar os seus ensinamentos, permitiu que aquele que fora outrora o inimigo e o perseguidor escrevesse mais do que Pedro e João; é assim que a fé de todos nós pode ser fortalecida. Com efeito, todos ficaram estupefactos com Paulo: «Não é aquele que nos perseguia? Não terá vindo aqui para nos prender?» (Act 9, 21). Não fiqueis surpreendidos, diz Paulo. Eu percebo-vos; para mim «é duro revoltar-me contra a espora» (Act 26,14). «Não sou digno de ser chamado apóstolo porque persegui a Igreja de Deus» (1Cor 15, 9); «Ele foi misericordioso para comigo: o que eu fazia, fazia-o por ignorância.» [...] «A graça de Deus superabundou em mim» (1Tim 1, 13-14).
2ª Carta a Timóteo 1,1-8.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, por desígnio de Deus, segundo a promessa de vida que há em Cristo Jesus, a Timóteo, meu filho querido: graça, misericórdia e paz de Deus (e do) Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor. Agradeço a Deus, a quem sirvo em consciência pura, como já o fizeram os meus antepassados, ao recordar-te constantemente nas minhas orações, noite e dia. Ao lembrar-me das tuas lágrimas, anseio ver-te para completar a minha alegria, pois trago à memória a tua fé sem fingimento que se encontrava já na tua avó Loide e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontra também em ti. Por isso recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos, pois Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso. Portanto, não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas compartilha o meu sofrimento pelo Evangelho, apoiado na força de Deus.
Livro de Salmos 96(95),1-2.3.7-8.10.
Cantai ao SENHOR um cântico novo,
cantai ao SENHOR, terra inteira!
Cantai ao SENHOR, bendizei o Seu nome,
proclamai, dia após dia, a Sua salvação.
Anunciai aos pagãos a Sua glória e a todos
os povos, as Suas maravilhas.
Dai ao SENHOR, famílias das nações,
dai ao SENHOR glória e poder.
Dai ao SENHOR a glória do Seu nome,
entrai nos Seus átrios e fazei-lhe ofertas.
Proclamai entre os povos: "O Senhor é Rei!"
Por isso, a Terra está firme, não vacila;
Deus governa os povos com equidade.
Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à Sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho (porquê? Para não despertar a atenção e a cobiça de salteadores e assim porem a sua vida em perigo). Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' E se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus já está próximo de vós.'
Catecismo da Igreja Católica §§ 863-865
Timóteo e Tito, sucessores dos apóstolos
Toda a Igreja é apostólica na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos Apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a actividade do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Jesus Cristo à Terra inteira» (Vaticano II, Apostolicam Actuositatem, 2).
«Sendo Jesus Cristo, enviado do Pai, a fonte e a origem de todo o apostolado da Igreja», é evidente que a fecundidade do apostolado, tanto dos ministros ordenados como dos leigos, depende da sua união vital a Jesus Cristo (ibid., 6). Segundo as vocações, as exigências dos tempos e os vários dons do Espírito Santo, o apostolado toma as formas mais diversas, mas é sempre a caridade, haurida principalmente na Eucaristia, «que é como que a alma de todo o apostolado» (ibid., 3).
A Igreja é una, santa, católica e apostólica na sua identidade profunda e última porque é nela que existe desde já e será consumado no fim dos tempos, «o Reino dos céus», «o Reino de Deus» (Ap 19, 6) que veio até nós na Pessoa de Jesus Cristo e que cresce misteriosamente no coração dos que n'Ele estão incorporados até à sua plena manifestação escatológica. Então todos os homens (e mulheres) por Ele resgatados e n' Ele tornados «santos e imaculados na presença de Deus no amor» (Ef 1, 4), serão reunidos como o único povo de Deus, «a Esposa do Cordeiro» (Ap 21, 9) «a Cidade santa descida do céu, de junto de Deus, trazendo em si a glória do mesmo Deus» (Ap 21, 10-11). E «a muralha da cidade assenta sobre doze alicerces, cada um dos quais tem o nome de um dos Doze apóstolos do Cordeiro» (Ap 21, 14).
Carta aos Hebreus 10,19-25.
Temos, pois, irmãos, plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus Cristo. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade e, tendo um Sumo Sacerdote à frente da casa de Deus, aproximemo-nos dele com um coração sincero, com a plena segurança da fé, com os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água pura. Conservemos firmemente a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. Estejamos atentos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras sem abandonarmos a nossa assembleia – como é costume de alguns – mas animando-nos tanto mais quanto mais próximo vedes o Dia.
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4.5-6.
Ao SENHOR pertence a Terra e o que nela existe,
o mundo inteiro e os que nele habitam;
pois Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre os abismos.
Quem poderá subir à montanha do SENHOR
e apresentar-se no Seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração limpo,
o que não ergue o espírito para as coisas vãs,
nem jura pelo que é falso.
Este há-de receber a bênção do SENHOR
e a recompensa de Deus, seu salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
dos que buscam o Deus de Jacob.
Evangelho segundo S. Marcos 4,21-25.
Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos e ainda vos será acrescentado. Pois àquele que tem (fé), (tudo lhe)será dado; e ao que não tem (fé), mesmo aquilo que tem lhe será tirado (porque está na morte, no vazio).»
Paulo VI, Papa de 1963-1978 Exortação apostólica «Evangelii nuntiandi» § 80
(trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
A candeia sobre o candelabro
Outro apelo aqui neste ponto [pela evangelização nos dias de hoje], inspira-se no fervor que se pode observar sempre na vida dos grandes pregadores e evangelizadores que se consagraram ao apostolado. [...] Eles souberam superar muitos obstáculos que se opunham à evangelização. De tais obstáculos, que são também dos nossos tempos, limitar-nos-emos a assinalar a falta de fervor tanto mais grave pelo próprio facto de provir de dentro, do interior de quem a experimenta. Essa falta de fervor manifesta-se no cansaço e na desilusão, no acomodamento e no desinteresse e, sobretudo, na falta de alegria e de esperança de numerosos evangelizadores. E assim, exortamos todos aqueles que, por qualquer título e em alguma escala, têm a tarefa de evangelizar, a alimentarem sempre o fervor espiritual. [...]
Conservemos o fervor do espírito, portanto; conservemos a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas! Que isto constitua para nós como para João Batista, para Pedro e para Paulo, para os outros apóstolos e para uma multidão de admiráveis evangelizadores no decurso da história da Igreja, um impulso interior que ninguém nem nada possam extinguir. Que isto constitua ainda a grande alegria das nossas vidas consagradas e que o mundo do nosso tempo que procura, ora na angústia, ora com esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios, não de evangelizadores tristes e angustiados, impacientes ou ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois foram quem recebeu primeiro em si a alegria de Jesus Cristo e são aqueles que aceitaram arriscar a sua própria vida para que o Reino seja anunciado e a Igreja seja implantada no meio do mundo. ♥
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