terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cristianismo 22

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= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.

Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso portal (http://www.evangelizo.org/) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

Livro dos Actos dos Apóstolos 2,1-11.
Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar.
De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento que encheu toda a casa onde eles se encontravam.
Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem.
Ora residiam em Jerusalém judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu.
Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam: «Mas esses que estão a falar não são todos galileus?
Que se passa então para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna?
Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia,
da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma,
judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas línguas, as maravilhas de Deus!»



Livro de Salmos 104(103),1ab.24ac.29bc-30.31.34.

Bendiz, ó minha alma, o SENHOR! SENHOR, meu Deus, como Tu és grande! Estás revestido de esplendor e majestade!
SENHOR, como são grandes as Tuas obras! Todas elas são fruto da Tua sabedoria! A Terra está cheia das Tuas criaturas!
Se deles Te escondes, ficam perturbados; se lhes tiras o alento, morrem e voltam ao pó donde saíram.
Se lhes envias o Teu espírito, voltam à vida e assim renovas a face da Terra.

Glória ao SENHOR por toda a eternidade! Que o SENHOR se alegre em Suas obras!
Que o meu cântico lhe seja agradável, pois no SENHOR encontro a minha alegria.

1ª Carta aos Coríntios 12,3b-7.12-13.
Por isso quero que saibais que ninguém, falando sob a acção do Espírito Santo, pode dizer: «Jesus seja anátema» e ninguém pode dizer: «Jesus é Senhor», senão pelo Espírito Santo.
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo;
há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo;
há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum.
Pois como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo assim também Jesus Cristo.
De facto num só Espírito, fomos todos baptizados para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito.


Evangelho segundo S. João 20,19-23.
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana (domingo), estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam com medo das autoridades judaicas, veio Jesus Cristo, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco! (Shalom)»
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor.
E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.»
Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»




Santo Efraim (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja
Sobre a Efusão do Santo Espírito, in S. Ephraem Syri, 25, 5, 15, 20, Oxford 1865, pp. 95ss.



«Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós»

Os apóstolos estavam sentados no Cenáculo, na sala de cima, à espera da vinda do Espírito. Ali estavam, quais pavios dispostos à espera de serem alumiados pelo Espírito Santo para iluminarem a criação inteira com o Seu ensinamento. [...] Ali estavam, quais agricultores que, trazendo a semente na aba de seus casacos, esperam o momento de receber ordem para semear. Ali estavam, quais marinheiros cuja barca, presa ao porto do comando do Filho, espera a chegada do doce vento do Espírito. Ali estavam, quais pastores que acabando de receber das mãos do Grande Pastor de todo o redil, seus bordões, aguardam que lhes sejam distribuídos os rebanhos.

«Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem.» (Esta epifania não me parece que esteja bem interpretada; não se trata de, pela graça do Espírito Santo, os discípulos falarem várias línguas ao mesmo tempo; mas sim de, pela graça do Espírito Santo, os discípulos falarem com sabedoria e desassombro e toda a assembleia, falasse que línguas falasse, compreendesse tudo o que era dito pelos discípulos na sua língua. Deus faz-se compreender por todos os animais, homens, mulheres, (…) sejam eles de onde forem porque Deus é comunicação. Nós só começámos a necessitar de línguas quando nos desligámos de Deus. Onde Deus está, todos se compreendem sem necessidade de falarem uma língua comum. Cada qual pode falar a sua própria língua que todos se vão entender porque Deus está, o Santo Espírito) Ó Cenáculo, amassadouro onde foi lançado o fermento que fez elevar-se todo o universo! Cenáculo, mãe de todas as Igrejas; Cenáculo que viu o milagre da sarça ardente (Ex 3). Cenáculo que espantou Jerusalém com um prodígio muito maior do que o da fornalha que maravilhou os habitantes de Babilónia (Dn 3). O fogo da fornalha consumia em chamas os que estavam em redor, mas protegia os que estavam no seu centro; o fogo do Cenáculo reúne aqueles que, vindo de fora, desejam vê-lo, enquanto conforta os que o recebem. Ó fogo, fogo cuja vinda é verbo, cujo silêncio é luz, fogo que elevas os corações em acções de graças! […]

Diziam alguns que se opunham ao Santo Espírito: «Esta gente bebeu vinho doce, estão embriagados». Na verdade, o que dizeis é verdadeiro, mas não como credes. Não foi vinho das vinhas o que eles beberam. É um vinho novo que corre do céu. É um vinho recentemente espremido no Gólgota. Os apóstolos deram-no a beber e assim embriagaram a criação inteira. É um vinho que foi espremido com a cruz.



Livro de Eclesiástico 39,8-14.

Ensinará ele próprio a doutrina que aprendeu e porá a sua glória na Lei da Aliança do Senhor.
Muitos louvarão a sua sabedoria que jamais ficará no esquecimento. A sua recordação não desaparecerá e o seu nome viverá de geração em geração.
As nações proclamarão a sua sabedoria, a assembleia publicará o seu louvor.
Se viver muito, terá maior reputação do que mil outros e se ele morre, quanto fez é suficiente.
Falarei ainda das minhas reflexões porque estou repleto como a Lua-cheia.
Escutai-me, filhos piedosos, e florescei como uma roseira que cresce à beira das águas;
como o incenso, espalhai um aroma suave, desabrochai em flores como o lírio, difundi perfume e entoai cânticos, bendizei o Senhor por todas as Suas obras.


Livro de Salmos 19(18),8-11.

A lei do SENHOR é perfeita, reconforta o espírito; as ordens do SENHOR são firmes, dão sabedoria ao homem simples.
Os mandamentos do SENHOR são rectos, alegram o coração; os preceitos do SENHOR são claros, iluminam os olhos.
A fé no SENHOR é pura, permanece para sempre. As sentenças do SENHOR são verdadeiras, todas elas são justas.
São mais desejáveis que o ouro, o ouro mais fino; são mais doces que o mel, o puro mel dos favos.



Evangelho segundo S. Mateus 5,13-19.

«Vós sois o sal da Terra. Ora se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;
nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro e assim alumia a todos os que estão em casa.
Assim brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está no Céu.»
«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição.
Porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a Terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino do Céu.


São Cromácio de Aquileia (? - 407), Bispo
Tratado 5 sobre São Mateus, 1.3-4: CCL 9405-406.407




«Vós sois a luz do mundo»

Diz São João na sua epístola: «Deus é luz» (1Jo 1,5); aquele que permanece em Deus está na luz como Ele próprio está na luz. Uma vez que temos a alegria de estar livres das trevas e do erro, devemos caminhar sempre na luz (uma boa aura que significa uma boa fé) como verdadeiros filhos da luz. [...] É por isso que o Apóstolo diz: «Brilhais como astros no mundo. Conservai a palavra da vida.» (Fl 2,15-16). Se não o fizermos, dir-se-á que, pela nossa infidelidade, para nossa desgraça e dos outros, obscurecemos e cobrimos com um véu uma luz tão necessária e benfazeja. […]

Por isso, essa lâmpada brilhante que foi acesa para a nossa salvação deve luzir em nós sem parar. Com efeito, possuímos a luz da lei celeste e da graça espiritual sobre a qual David disse: «A Tua palavra é farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sl 118,105). [...] Não podemos, pois esconder dos nossos olhos essa luz da lei e da fé, mas elevá-la na Igreja como um candelabro para que gozemos realmente da luz da Verdade e para que todos os crentes sejam por ela iluminados.




2ª Carta aos Coríntios 8,1-9.

Queremos dar-vos a conhecer, irmãos, a graça que Deus concedeu às igrejas da Macedónia.
No meio das muitas tribulações com que foram provadas, a sua superabundante alegria e extrema pobreza transbordaram em tesouros de generosidade.
Sou testemunha de que, segundo as suas possibilidades e até além delas, com toda a espontaneidade
e com muita insistência, pediram-nos a graça de participar neste serviço em favor dos santos.
E indo além das nossas expectativas, deram-se a si mesmos, primeiro ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus.
Por isso, pedimos a Tito que, tal como a havia começado, levasse a bom termo entre vós esta obra de generosidade.
Mas dado que tendes tudo em abundância: fé, dom da palavra, ciência, toda a espécie de zelo e amor que em vós despertámos, cuidai também de sobressair nesta obra de caridade.
Não o digo como quem manda, mas para pôr ainda à prova a sinceridade do vosso amor, servindo-me do zelo dos outros.
Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza.


Livro de Salmos 146(145),2.5-6.7.8-9a.

Hei-de louvar o SENHOR, enquanto viver; enquanto existir, hei-de cantar hinos ao meu Deus.
Feliz de quem tem por auxílio o Deus de Jacob, de quem põe a sua esperança no SENHOR, seu Deus.
Ele criou os céus, a terra e o mar e tudo o que neles existe.
Ele é eternamente fiel à Sua palavra; salva os oprimidos, dá pão aos que têm fome; o SENHOR liberta os prisioneiros.

O SENHOR dá vista aos cegos, o SENHOR levanta os abatidos; o SENHOR ama o homem justo.
O SENHOR protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva, mas entrava o caminho aos pecadores.



Evangelho segundo S. Mateus 5,43-48.

«Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores.
Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos?
E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.»

(nas minhas orações diárias, peço “Tudo o que tiver para perdoar, está perdoado e esquecido e tudo o que tiver para ser perdoado, peço perdão e tudo entrego a Deus e Seus colaboradores, ao Senhor Jesus Cristo e Seus colaboradores, ao Pai do Céu e seus colaboradores.”)


São Francisco de Assis (1182-1226), fundador dos Irmãos menores
Primeira Regra, §22



«Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos»

Nós, todos os irmãos, acatamos atentamente o que diz o Senhor: «Amai os vossos inimigos, fazei o bem a quem vos odeia». Nosso Senhor Jesus Cristo, cujos passos devemos seguir (1Pe 2,21), deu o nome de amigo a quem O traía (Mt 26,50) e ofereceu-Se voluntariamente aos que O iam crucificar. Por conseguinte, são nossos amigos todos aqueles que nos infligem injustamente adversidades e angústias, afrontas e ofensas, dores e tormentos, o martírio e a morte. Devemos amá-los muito porque os ferimentos que nos causam proporcionar-nos-ão a vida eterna.




2ª Carta aos Coríntios 9,6-11.

Ficai sabendo: Quem pouco semeia, também pouco colherá; mas quem semeia com generosidade, com generosidade também colherá.
Cada um dê como dispôs em seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria.
E Deus tem poder para vos cumular de toda a espécie de graça para que, tendo sempre e em tudo quanto vos é necessário, ainda vos sobre para as boas obras de todo o género.
Como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre.
Aquele que dá a semente ao semeador e o pão em alimento, também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça.
Assim sereis enriquecidos em tudo para exercer toda a espécie de generosidade que suscitará, por nosso intermédio, a acção de graças de Deus.


Livro de Salmos 112(111),1-2.3-4.9.

Feliz o homem que adora o SENHOR e se compraz nos Seus mandamentos. (Ama a Deus acima de todas as coisas; ama o próximo como a ti mesmo.)
A Sua descendência será poderosa sobre a Terra e bendita, a geração dos justos.
Haverá na sua casa abundância e riqueza e a sua prosperidade durará para sempre.
Brilha para os homens rectos como luz nas trevas: ele é piedoso, clemente e compassivo.
Reparte do que é seu com os pobres; a sua generosidade subsistirá para sempre e o seu poder crescerá em glória.



Evangelho segundo S. Mateus 6,1-6.16-18.

«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu.
Quando, pois deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa.
Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita
a fim de que a tua esmola permaneça em segredo e teu Pai, que vê o oculto, há-de premiar-te
«Quando orardes, não sejais como os hipócritas que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te.
«E quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio como os hipócritas que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto
para que o teu jejum (sofrimento) não seja conhecido dos homens, mas apenas do teu Pai que está presente no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.»


Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona, norte de África, e Doutor da Igreja
Sermão 150, 6

O jejum, a oração e a esmola

Os epicuristas que não esperam vida alguma depois da morte, que não esperam outra coisa senão os prazeres da carne, dizem assim: «comamos e bebamos que amanhã morreremos» (1Cor 15,32). Mas os cristãos, acreditando de verdade numa outra vida depois da morte, uma vida muito mais feliz, não digam «comamos e bebamos que amanhã morreremos». Sem esquecer que amanhã morreremos, digam antes «jejuemos e rezemos que amanhã morreremos» e esse jejum que aqui refiro vos sirva, em terceiro lugar, como preceito irrecusável e indescurável para assim matar a fome a quem é pobre. Se não puderdes jejuar, dai antes de comer àqueles cuja saciedade vos alcançará misericórdia e digam então os cristãos: «jejuemos, rezemos e demos aos pobres que amanhã morreremos».

Mas exijo ainda outra coisa, uma terceira condição, pois não quero silenciar aquilo que é necessário observar acima de tudo: que o vosso jejum sirva para saciar a fome do pobre. Se não podeis jejuar, aplicai-vos ainda mais a alimentar aquele cuja fome apaziguada vos obterá o perdão. Eis, pois aquilo que os cristãos devem dizer: «jejuemos, rezemos e demos aos pobres que amanhã morreremos».



2ª Carta aos Coríntios 11,1-11.

Oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez da minha parte! Mas de certo ma suportareis.
Sinto por vós um ciúme semelhante ao ciúme de Deus, pois vos desposei com um único esposo, Jesus Cristo, a quem devo apresentar-vos como virgem pura.
Mas receio que, como a serpente seduziu Eva com a sua astúcia, os vossos pensamentos se deixem corromper, desviando-se da simplicidade que é devida a Jesus Cristo.
Pois de boamente aceitais alguém que surge a pregar-vos outro Jesus diferente daquele que nós pregámos ou acolheis um espírito diferente daquele que recebestes ou um Evangelho diverso daquele que abraçastes.
Ora eu penso que em nada sou inferior a esses superapóstolos.
E embora seja menos perito na palavra, não o sou, certamente, na ciência. Em tudo e de todas as maneiras vo-lo temos demonstrado.
Porventura cometi alguma falta ao humilhar-me para vos exaltar quando vos anunciei gratuitamente o Evangelho de Deus?
Despojei outras igrejas, recebendo delas o sustento para vos servir
e encontrando-me necessitado no meio de vós, não fui pesado a ninguém, pois os irmãos vindos da Macedónia é que proveram às minhas necessidades. Em tudo me guardei de vos ser molesto e continuarei a fazê-lo.
Pela verdade de Jesus Cristo que está em mim, não me será tirado este motivo de glória nas regiões da Acaia.
E porquê? Porque não vos amo? Deus o sabe!


Livro de Salmos 111(110),1-2.3-4.7-8.

Louvarei o SENHOR de todo o coração no conselho dos justos e na assembleia.
Grandes são as obras do SENHOR, dignas de meditação para quem as ama.
As Suas obras têm majestade e esplendor; a Sua justiça permanece para sempre.
Deixou-nos um memorial das Suas maravilhas. O SENHOR é bondoso e compassivo;

As obras das Suas mãos são rectas e justas, são imutáveis todos os Seus preceitos.
Foram estabelecidos pelos séculos dos séculos e baseiam-se na verdade e na rectidão.



Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.

Nas vossas orações, não sejais como os gentios que usam de vãs repetições porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos.
Não façais como eles porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.»
«Rezai, pois assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o Teu nome, venha o Teu Reino; faça-se a Tua vontade como no Céu assim também na Terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’
Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós.
Se, porém não perdoardes aos homens as suas ofensas também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»


Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, doutora da Igreja
O Caminho da Perfeição, cap. 32



«Faça-se a Tua vontade»

«Seja feita a Vossa vontade assim na Terra como no céu». Porque todos os avisos que vos tenho dado neste livro vão dirigidos a este ponto de nos darmos de todo ao Criador e pormos a nossa vontade na Sua, de nos desapegarmos das criaturas e já tereis entendido o muito que isto importa, nada mais digo; somente direi o motivo porque o nosso bom Mestre põe aqui estas sobreditas palavras como Quem sabe quanto ganharemos em prestar este serviço a Seu eterno Pai a fim de nos dispormos para, com muita brevidade, nos vermos com o caminho acabado de andar e bebendo da água viva da fonte que fica dita. Porque sem darmos totalmente a nossa vontade ao Senhor para que, em tudo o que nos toca, Ele faça conforme a Sua vontade, nunca nos deixará beber dela.

Isto é contemplação de que me dissestes que escrevesse. E nisto [...] nenhuma coisa fazemos da nossa parte: nem trabalhamos, nem negociamos, nada mais é preciso porque tudo o mais estorva e impede de dizer «fiat voluntas tua»: cumpra-se em mim, Senhor, a Vossa vontade. Com efeito, tudo o que quiséssemos fazer pelo nosso trabalho e pela nossa competência, tendo em vista alcançar para nós a quietude, não nos serviria senão de obstáculo e de impedimento.

Cumpra-se em mim, Senhor, a Vossa vontade de todos os modos e maneiras que Vós, Senhor meu, quiserdes. Se quereis com trabalhos, dai-me esforço e venham; se com perseguições e enfermidades e desonras e necessidade, aqui estou, não voltarei o rosto, Pai meu, nem é razão para voltar as costas. Seria indigno de mim recuar. Pois Vosso filho Vos deu esta minha vontade dando-Vos a vontade de todos, não é razoável que falhe por minha parte; mas sim me façais Vós mercê de me dar o Vosso Reino para que eu possa fazê-lo, pois Ele mo pediu, e disponde em mim como de coisa Vossa, conforme a Vossa vontade.



2ª Carta aos Coríntios 11,18.21b-30.

Já que muitos se gloriam por motivos humanos, também eu o vou fazer.
Para nossa vergonha o digo: como fracos nos mostramos. Mas daquilo de que alguém se faz forte, eu falo como insensato também eu me posso fazer.
São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendentes de Abraão? Também eu.
São ministros de Jesus Cristo? Falo a delirar, eu ainda mais: muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte.
Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um.
Três vezes fui flagelado com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei e passei uma noite e um dia no alto mar.
Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte dos falsos irmãos!

Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez!
Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a solicitude por todas as igrejas!
Quem é fraco sem que eu o seja também? Quem tropeça sem que eu me sinta queimar de dor?
Se é mesmo preciso gloriar-se, é da minha fraqueza que me gloriarei.


Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.

Em todo o tempo, bendirei o SENHOR; o seu louvor estará sempre nos meus lábios.
A minha alma gloria-se no SENHOR! Que os humildes saibam e se alegrem.
Enaltecei comigo o SENHOR; exaltemos juntos o Seu nome.
Procurei o SENHOR e Ele respondeu-me, livrou-me de todos os meus temores.

Aqueles que O contemplam ficam radiantes, não ficarão de semblante abatido.
Quando um pobre invoca o SENHOR, Ele atende-o e liberta-o das suas angústias.




Evangelho segundo S. Mateus 6,19-23.

«Não acumuleis tesouros na Terra onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros a fim de os roubar.
Acumulai tesouros no Céu (com boas obras e orações) onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam.
Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
A lâmpada do corpo são os olhos; se os teus olhos estiverem sãos, todo o teu corpo andará iluminado (terá uma boa aura).
Se, porém, os teus olhos estiverem doentes, todo o teu corpo andará em trevas (não terá aura). Portanto, se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão essas trevas!


Concílio Vaticano II
Mensagem aos governantes



«Não acumuleis tesouros na Terra»

Neste momento solene, nós, os Padres do XXI Concílio Ecuménico da Igreja Católica, ao dispersarmo-nos depois de quatro anos de oração e de trabalhos, na plena consciência da nossa missão para com a humanidade, dirigimo-nos com respeito e confiança àqueles que têm nas suas mãos o destino dos homens na Terra, a todos os depositários do poder temporal.

Nós proclamamos altamente: prestamos honra à vossa autoridade e à vossa soberania; respeitamos a vossa função; reconhecemos as vossas leis justas; estimamos aqueles que as fazem e aqueles que as aplicam. Mas temos uma palavra sagrada a dizer-vos e é esta: só Deus é grande. Só Deus é o princípio e o fim. Só Deus é a fonte da vossa autoridade e o fundamento das vossas leis.

É a vós que pertence ser na Terra os promotores da ordem e da paz entre os homens. Mas não esqueçais: é Deus, o Deus vivo e verdadeiro, que é o Pai dos homens. E é Jesus Cristo, o Seu Filho eterno, Quem nos veio dizer e ensinar que somos todos irmãos. É Ele o grande artífice da ordem e da paz na Terra porque é Ele Quem dirige a história humana e o Único que pode levar os corações a renunciar às más paixões que geram a guerra e a infelicidade. É Ele Quem abençoa o pão da humanidade, Quem santifica o seu trabalho e o seu sofrimento, Quem lhe dá alegrias que vós não podeis dar, Quem a reconforta nas dores que vós não podeis consolar. Na vossa cidade terrestre e temporal, Ele constrói misteriosamente a Sua cidade espiritual e eterna, a Sua Igreja.
mailto:eu.maria.figueiras@gmail.com

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