segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cristianismo 17

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= CRISTIANISMO =
«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.
Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.
Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
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Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.
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Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Livro dos Actos dos Apóstolos 5,34-42.
Ergueu-se, então, um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei, respeitado por todo o povo. Mandou sair os acusados por alguns momentos
e, tomando a palavra, disse: «Homens de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens!
Nos últimos tempos, apareceu Teudas que se dizia alguém e ao qual seguiram cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada.
Depois dele, apareceu também Judas, o galileu, nos dias do recenseamento e arrastou o povo atrás dele. Morreu igualmente e todos os seus adeptos foram dispersos.
E agora digo-vos: não vos metais com esses homens, deixai-os. Se o seu empreendimento é dos homens, esta obra acabará por si própria;
mas se vem de Deus, não conseguireis destruí-los sem correrdes o risco de entrardes em guerra contra Deus.» Concordaram então com as suas palavras.
Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar, proibiram-lhes de falar no nome de Jesus Cristo e libertaram-nos.
Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria, por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus.
E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa-Nova de Jesus, o Messias.

Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O SENHOR é minha luz e salvação: de quem terei medo? O SENHOR é o baluarte da minha vida: quem me assustará?
Uma só coisa peço ao SENHOR e ardentemente a desejo: é habitar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida para saborear o seu encanto e ficar em vigília no seu templo.
Creio firmemente vir a contemplar a bondade do SENHOR na terra dos vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso e confia no SENHOR!

Evangelho segundo S. João 6,1-15.
Depois disto, Jesus Cristo foi para a outra margem do lago da Galileia ou de Tiberíades.
Seguia-O uma grande multidão porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes.
Jesus Cristo subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos.
Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus.
Erguendo o olhar e reparando que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus Cristo disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?»
Dizia isto para o pôr à prova, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu-lhe:
«Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.»
Disse-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro:
«Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?»
Jesus Cristo disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora havia muita erva no local. Os homens (não contando as mulheres e crianças) sentaram-se, pois em número de uns cinco mil.
Então Jesus Cristo tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados tal como os peixes e eles comeram quanto quiseram.
Quando se saciaram, disse aos seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca».
Recolheram-nos então e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham estado a comer.
Aquela gente ao ver o sinal milagroso que Jesus Cristo tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!»
Por isso Jesus Cristo, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

Santo Alberto Magno (c. 1200-1280), dominicano
Livro sobre o sacramento

«Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os»
Senhor, lavados e purificados no mais profundo de nós mesmos, vivificados pelo Teu Espírito Santo, saciados pela Tua Eucaristia, faz com que tenhamos parte na graça que tiveram os santos apóstolos e os discípulos que receberam o sacramento das Tuas mãos. Desenvolve em nós a solicitude e a diligência para Te seguirmos como membros Teus (1Cor 12,27) para que sejamos dignos de receber de Ti o sentido e a experiência do Teu alimento espiritual. Desenvolve em nós o zelo de Pedro para destruirmos toda a vontade que seja contrária à Tua (Jo 18,10), esse zelo que Pedro concebeu durante a Ceia. [...] Desenvolve em nós a paz interior, a resolução e a alegria que foram saboreadas por São João quando se inclinou sobre o Teu peito (Jo 13,25); que assim possamos usufruir da Tua sabedoria, que tomemos o gosto da Tua doçura, da Tua bondade. Desenvolve em nós a rectidão da fé, uma esperança firme e uma caridade perfeita.
Pela intercessão de todos os santos apóstolos e de todos os Teus bem-aventurados discípulos, faz com que recebamos da Tua mão o sacramento, faz com que evitemos perseverantemente a traição de Judas e inspira ao nosso espírito o que o Teu Espírito inspirou aos santos que estão já no céu, realizando em si mesmos a perfeição da beatitude. Concede-nos tudo isto, Tu que vives e reinas com o Pai na unidade do mesmo Espírito desde antes de todo o começo e muito para além dos séculos. Ámen.

Livro dos Actos dos Apóstolos 6,1-7.
Por esses dias, como o número de discípulos ia aumentando, houve queixas dos helenistas contra os hebreus porque as suas viúvas eram esquecidas no serviço diário.
Os Doze convocaram então a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém deixarmos a palavra de Deus para servirmos às mesas.
Irmãos, é melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria; confiar-lhes-emos essa tarefa.
Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra.»
A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.
Foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos.
A palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e grande número de sacerdotes obedeciam à Fé.

Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.18-19.
Exultai, ó justos, no SENHOR; louvai-O, rectos de coração.
Louvai o SENHOR com a cítara; cantai-lhe salmos com a harpa de dez cordas.
As palavras do SENHOR são verdadeiras, as Suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a rectidão e a justiça; a Terra está cheia da Sua bondade.

Os olhos do SENHOR velam pelos Seus fiéis, por aqueles que esperam na Sua bondade,
para os libertar da morte e os manter vivos no tempo da fome.

Evangelho segundo S. João 6,16-21.
Ao cair da tarde, os seus discípulos desceram até ao lago
e, subindo para um barco, foram atravessando o lago em direcção a Cafarnaúm.
Já tinha escurecido e Jesus Cristo ainda não fora ter com eles. Soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se.
Depois de terem remado mais ou menos uma légua, avistaram Jesus Cristo que se aproximava do barco, caminhando sobre o lago e tiveram medo.
Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu, não tenhais medo!»
Quiseram recebê-lo logo no barco e o barco chegou imediatamente à terra para onde iam.

São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Pedagogo, III, 12, 101

«O barco chegou imediatamente à terra para onde iam»
Oremos ao Verbo, a Palavra de Deus: Sê propício aos Teus filhos, Mestre, Pai, guia de Israel, Filho e Pai, um e dois em simultâneo, Senhor! Permite-nos, uma vez que obedecemos aos Teus mandamentos, que alcancemos a plena semelhança da imagem (Gn 1,26), que compreendamos segundo as nossas forças o Deus da bondade, o juiz sem dureza. Oferece-nos tudo Tu próprio: vivermos na Tua paz, sermos transportados para a Tua cidade, atravessarmos sem soçobrar as tempestades do pecado; sermos levados por sobre as águas calmas pelo Espírito Santo, pela Sabedoria inexprimível. Possibilita-nos cantar de noite e de dia, até ao último dia, os nossos louvores e as nossas acções de graças ao Único – Pai e Filho, Filho e Pai, Filho, Pedagogo (1Cor 4,15) e Mestre e também ao Espírito Santo.
Tudo pertence ao Único, Àquele que é o tudo, através do Qual tudo é um, através do Qual existe a eternidade de que todos somos membros (1Cor 12,27). A Ele pertencem a glória e os séculos; tudo pertence ao Bom, tudo ao Belo, tudo ao Sábio, tudo ao Justo! A Ele a glória, agora e pelos séculos, Ámen!
Livro dos Actos dos Apóstolos 2,14.22-33.
De pé, com os Onze, Pedro ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.
Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por Seu intermédio, como vós próprios sabeis,
este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós O matastes, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-O, libertando-O dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte.
David diz a seu respeito: ‘Eu via constantemente o Senhor diante de mim porque Ele está à minha direita a fim de eu não vacilar.
Por isso o meu coração se alegrou e a minha língua exultou e até a minha carne repousará na esperança
porque Tu não abandonarás a minha vida na habitação dos mortos, nem permitirás que o teu Santo conheça a decomposição.
Deste-me a conhecer os caminhos da Vida, hás-de encher-me de alegria com a Tua presença.’
Irmãos, seja-me permitido falar-vos sem rodeios: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se, ainda hoje, entre nós.
Mas como era profeta e sabia que Deus lhe prometera, sob juramento, que um dos descendentes do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Jesus Cristo por estas palavras: ‘Não foi abandonado na habitação dos mortos e a Sua carne não conheceu a decomposição.’
Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disto nós somos testemunhas.
Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-o como vedes e ouvis.

Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.
Defende-me, ó Deus, porque em ti me refugio.
Digo ao SENHOR: "Tu és o meu Deus, és o meu bem e nada existe acima de ti."
SENHOR, minha herança e meu cálice, a minha sorte está nas Tuas mãos.
Bendirei o SENHOR porque Ele me aconselha até durante a noite a minha consciência me adverte.

Tenho sempre o SENHOR diante dos meus olhos; com Ele a meu lado jamais vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e o meu corpo repousará em segurança.
Pois Tu não me entregarás à morada dos mortos, nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.
Hás-de ensinar-me o caminho da vida, saciar-me de alegria na Tua presença e de delícias eternas, à Tua direita.

1ª Carta de S. Pedro 1,17-21.
E se invocais como Pai aquele que, sem parcialidade, julga cada um consoante as suas obras, comportai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação;
sabendo que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver herdada dos vossos pais, não a preço de bens corruptíveis, prata ou ouro,
mas pelo sangue precioso de Jesus Cristo, qual cordeiro sem defeito nem mancha,
predestinado já antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por causa de vós;
vós que por meio d'Ele tendes a fé em Deus que O ressuscitou dos mortos e O glorificou a fim de que a vossa fé e a vossa esperança estejam postas em Deus.

Evangelho segundo S. Lucas 24,13-35.
Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia, chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém;
e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera.
Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus Cristo e pôs-se com eles a caminho;
os seus olhos, porém, estavam impedidos de O reconhecer.
Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!»
Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
como os sumos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados porque foram ao sepulcro de madrugada
e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos que afirmavam que Ele vivia.
Então alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele, não O viram.»
Jesus Cristo disse-lhes então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?
»
E começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante.
Os outros, porém, insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles.
E quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho.
Então os seus olhos abriram-se e reconheceram-n'O; mas Ele desapareceu da Sua presença (o Seu corpo já estava ressuscitado, preparado para o mundo aéreo).
Disseram então um ao outro: «Não nos ardia o coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros
que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!»
E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.

João Paulo II
Carta apostólica «Mane nobiscum Domine» §§19-20
(© copyright Libreria Editrice Vaticana)

«Fica connosco»
Ao pedido dos discípulos de Emaús para que ficasse «com» eles, Jesus Cristo responde com um dom muito maior: através do sacramento da Eucaristia, encontrou o modo de permanecer «dentro» deles. Receber a Eucaristia é entrar em comunhão profunda com Jesus Cristo. «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15,4). Esta relação de íntima e recíproca «permanência» permite-nos antecipar de algum modo o céu na Terra. Não é porventura este o maior anseio do homem? Não foi isso mesmo o que Deus Se propôs, ao realizar na história o Seu desígnio de salvação? Ele colocou no coração do homem a «fome» da Sua Palavra (Am 8,11), uma fome que ficará saciada apenas na plena união com Ele. A comunhão eucarística foi-nos dada para «nos saciarmos» de Deus sobre esta Terra, à espera da saciedade plena no céu.
Mas esta intimidade especial que se realiza na «comunhão» eucarística, não pode ser adequadamente compreendida nem plenamente vivida fora da comunhão eclesial. [...] A Igreja é o corpo de Jesus Cristo: caminha-se «com Jesus Cristo» na medida em que se está em relação «com o Seu corpo». Jesus Cristo providencia a geração e fomento desta unidade com a efusão do Espírito Santo. E Ele mesmo não cessa de promovê-la através da Sua presença eucarística. Com efeito, é precisamente o único Pão eucarístico que nos torna um só corpo. Afirma-o o apóstolo Paulo: «Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo porque todos participamos do mesmo pão» (1Cor 10,17).
Livro dos Actos dos Apóstolos 6,8-15.
Cheio de graça e força, Estêvão fazia extraordinários milagres e prodígios entre o povo.
Ora alguns membros da sinagoga, chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e da Ásia, vieram para discutir com Estêvão;
mas era-lhes impossível resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava.
Subornaram então uns homens para dizerem: «Ouvimo-lo proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.»
Provocaram assim a ira do povo, dos anciãos e dos escribas; depois, surgindo-lhe na frente, arrebataram-no e levaram-no ao Sinédrio.
apresentaram falsas testemunhas que declararam: «Este homem não cessa de falar contra este Lugar Santo e contra a Lei,
pois ouvimo-lo afirmar que Jesus, o Nazareno, destruiria este lugar e mudaria as regras que Moisés nos legou.»
Todos os membros do Sinédrio tinham os olhos fixos nele e viram que o seu rosto era como o rosto de um Anjo.

Livro de Salmos 119(118),23-24.26-27.29-30.
Ainda que os grandes conspirem contra mim, o Teu servo meditará nas Tuas leis.
Os Teus preceitos são as minhas delícias; são eles os meus conselheiros.
Expus-te os meus caminhos e Tu me respondeste; ensina-me as Tuas leis.
Faz-me compreender o caminho dos Teus preceitos para meditar nas Tuas maravilhas.

Afasta-me dos caminhos da mentira; concede-me a graça da Tua lei.
Escolhi o caminho da verdade e preferi as Tuas sentenças.

Evangelho segundo S. João 6,22-29.
No dia seguinte, a multidão que ficara do outro lado do lago reparou que ali não estivera mais do que um barco e que Jesus Cristo não tinha entrado no barco com os seus discípulos, mas que estes tinham partido sozinhos.
Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades até ao lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças.
Quando viu que nem Jesus Cristo nem os seus discípulos estavam ali, a multidão subiu para os barcos e foi para Cafarnaúm à procura de Jesus Cristo.
Ao encontrá-lo no outro lado do lago, perguntaram-lhe: «Rabi, quando chegaste cá?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-me, não por terdes visto sinais miraculosos, mas porque comestes dos pães e vos saciastes.
Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna (o pão eucarístico, a prática do Bem, a Fé) e que o Filho do Homem vos dará; pois a este é que Deus, o Pai, confirma com o seu selo.»
Disseram-lhe então: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou

Santo Hilário (315?-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja
Tratado sobre a Trindade, I, 37-8; PL 10, 48-9 (trad. do Breviário)

«A obra de Deus é esta: crer n'Aquele que Ele enviou.»
É de Vós, Deus Pai Omnipotente, que depende conceder o que se pede, estar presente quando se procura, abrir a quem bate à porta (Lc 11,9). Quando se trata de compreender as verdades que se referem a Vós, vemo-nos impedidos por um certo entorpecimento preguiçoso da nossa natureza e sentimo-nos limitados pela nossa inevitável ignorância e debilidade; esperamos portanto que façais progredir o nosso tímido esforço inicial, que consolideis o seu desenvolvimento crescente e o leveis à união com o espírito dos Profetas e dos Apóstolos para que compreendamos o sentido exacto das suas palavras e interpretemos o seu verdadeiro significado.
Vamos falar do que eles pregaram no sacramento: que Vós sois o Deus eterno, Pai do Unigénito Deus eterno; que só Vós sois sem nascimento e que há um só Senhor Jesus Cristo que de Vós procede por nascimento eterno; não afirmamos que Ele seja outro Deus diverso de Vós, mas proclamamos que foi gerado de Vós que sois o único Deus e confessamos que Ele é Deus verdadeiro, nascido de Vós que sois verdadeiro Deus e Pai.
Abri-nos, portanto, o significado autêntico das palavras, dai-nos a luz da inteligência, a perfeição da linguagem, a verdadeira fé. Fazei que sejamos capazes de exprimir a nossa fé: que Vós sois o único Deus Pai e que há um só Senhor Jesus Cristo e fazei que saibamos afirmar que Vós sois Deus com o Filho e que proclamemos sem erro a Sua divindade.
Livro dos Actos dos Apóstolos 7,51-60.8,1.
Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, sempre vos opondes ao Espírito Santo; como foram os vossos pais assim sois vós também.
Qual foi o profeta que os vossos pais não tenham perseguido? Mataram os que predisseram a vinda do Justo a quem traístes e assassinastes,
vós que recebestes a Lei pelo ministério dos anjos, mas não a guardastes!
»
Ao ouvirem tais palavras, encheram-se intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão.
Mas este, cheio do Espírito Santo e de olhos fixos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus Cristo de pé, à direita de Deus.
«Olhai, disse ele, eu vejo o Céu aberto e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus.»
Eles então soltaram um grande grito e taparam os ouvidos; depois, à uma, atiraram-se a ele
e, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo
. As testemunhas depuseram as capas aos pés de um jovem chamado Saulo.
E enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito
Depois, posto de joelhos, bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» Dito isto, adormeceu.
Saulo aprovava também essa morte. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria.

Livro de Salmos 31(30),3cd-4.6ab.7b.8a.17.21ab.
Inclina-Te para mim; apressa-Te a libertar-me. Sê para mim uma rocha de refúgio, uma fortaleza que me salve.
Tu és o meu rochedo e a minha fortaleza; por amor do Teu nome, guia-me e conduz-me.
A Ti entrego o meu espírito; SENHOR, Deus fiel, salva-me.
Detesto os que adoram ídolos falsos; eu, por mim, confio no SENHOR.

Hei-de alegrar-me e regozijar-me com a Tua misericórdia, pois viste a minha miséria e conheceste a angústia da minha alma.
Brilhe sobre o Teu servo a Tua luz; salva-me pela Tua misericórdia."
Ao abrigo de Ti, Tu os guardas das intrigas dos homens; na Tua tenda os defendes contra as línguas maldizentes.

Evangelho segundo S. João 6,30-35.
Eles replicaram: «Que sinal realizas Tu então para nós vermos e crermos em ti? Que obra realizas Tu?
Os nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele deu-lhes a comer o pão vindo do Céu.»
E Jesus cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu, mas é o meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do Céu,
pois o pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo.
»
Disseram-lhe então: «Senhor, dá-nos sempre desse pão!»
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Eu sou o pão da Vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede.

São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Sequência para a festa do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, «Lauda Sion»

«Eu sou o pão da vida»
Louva Sião o Salvador,
louva o teu Pastor e o teu Guia
com hinos e com cantares.

Louva-O o mais que puderes:
supera todo o louvor,
nem bastante O louvarás!

Não há mais sublime assunto
que nos possa ser proposto: 
o pão vivo que dá a vida!

O mesmo que já foi dado
ao grupo dos doze Apóstolos
quando da última Ceia!

Seja perfeito e sonoro
este louvor e alegria
que brota das nossas almas. [...]

Nesta mesa de um Rei novo,
a Páscoa da Nova Lei
fez findar a Páscoa antiga.

Suplantando os velhos ritos:
dissipa a verdade as sombras 
como a luz dissipa a noite!

O que Cristo fez na Ceia
ordenou que se fizesse
em memória de Si mesmo. [...]

Carne é o pão e vinho é o Sangue (Jo 6,55);
mas sob as duas espécies
palpita Jesus inteiro!

Não se parte nem divide
por aqueles que O recebem:
é tomado tal qual é!

Quer sejam mil, quer um só,
todos recebem o mesmo,
sem por isso O consumir! [...]

Eis aqui o pão dos anjos (Sl 78,25)
dado em viático aos homens;
verdadeiro pão dos filhos,
nunca jamais para os cães! (Mt 15,26)

Foi já predito em figuras:
na imolação de Isaac (Gn 22),
no Cordeiro pascal
e no maná do deserto.

Ó bom Pastor, pão autêntico!
Ó Jesus, que olhais por nós!
Alimentai-nos! Valei-nos!
Dai-nos a ver o bem supremo,
na Terra dos que já vivem! (Sl 26,13)

Tudo sabeis e podeis,
Vós que nos alimentais:
fazei-nos Vossos convivas,
herdeiros e companheiros,
na pátria de Vossos santos!
Livro dos Actos dos Apóstolos 8,1-8.
Saulo aprovava também essa morte. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria.
Entretanto, homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele grandes lamentações.
Quanto a Saulo, devastava a Igreja (Cristã): ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e entregava-os à prisão.
Os que tinham sido dispersos foram de aldeia em aldeia, anunciando a palavra da Boa-Nova.
Foi assim que Filipe desceu a uma cidade da Samaria e aí começou a pregar Jesus Cristo.
Ao ouvi-lo falar e ao vê-lo realizar milagres, as multidões aderiam unanimemente à pregação de Filipe.
De facto, de muitos possessos saíam espíritos malignos, soltando grandes gritos e numerosos paralíticos e coxos foram curados.
E houve grande alegria naquela cidade.

Livro de Salmos 66(65),1-3a.4-5.6-7a.
Aclamai a Deus, Terra inteira,
cantai a glória do Seu nome, proclamai os Seus louvores.
Dizei a Deus: "São admiráveis as Tuas obras! O Teu poder é tão grande, que os Teus inimigos se curvam diante de Ti
Toda a Terra Te adora e canta louvores; entoa hinos ao Teu nome."

Vinde e admirai as obras de Deus, as obras admiráveis que Ele fez diante dos homens.
Converteu o mar em terra firme e puderam atravessar a pé enxuto. Por isso nos alegramos n'Ele!
Com o Seu poder governa para sempre e vigia as nações para que os rebeldes não se ensoberbeçam.

Evangelho segundo S. João 6,35-40.
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede.
Mas já vo-lo disse: vós vistes-me e não credes.
Todos os que o Pai me dá, virão a mim e quem vier a mim Eu não o rejeitarei
porque desci do Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade d'Aquele que me enviou.
E a vontade d'Aquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia.
Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e n'Ele crê tenha a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia.»

João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Carta Apostólica «Novo Millennio Inuente», §§16-17
(trad. © Libreria Editrice Vaticana)

«Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e n'Ele crê tenha a vida eterna»
«Queríamos ver a Jesus» (Jo 12,21). Este pedido, feito ao apóstolo Filipe por alguns gregos que tinham ido em peregrinação a Jerusalém por ocasião da Páscoa, ecoou espiritualmente também aos nossos ouvidos. [...] Como aqueles peregrinos de há dois mil anos, os homens do nosso tempo, talvez sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes «falem» de Jesus Cristo, mas também que de certa forma Lho façam «ver». E não é porventura a missão da Igreja reflectir a luz de Jesus Cristo em cada época da história e por conseguinte fazer resplandecer o Seu rosto também diante das gerações do novo milénio?
Mas o nosso testemunho seria excessivamente pobre, se não fôssemos primeiro contemplativos do Seu rosto. [...] A contemplação do rosto de Jesus Cristo não pode inspirar-se senão naquilo que se diz d'Ele na Sagrada Escritura que está, do princípio ao fim, permeada pelo Seu mistério; este aparece obscuramente esboçado no Antigo Testamento e revelado plenamente no Novo [...]. Permanecendo ancorados na Sagrada Escritura, abrimo-nos à acção do Espírito (cf Jo 15,26) que está na origem dos seus livros e simultaneamente ao testemunho dos Apóstolos (cf Jo 15,27) que fizeram a experiência viva de Jesus Cristo, o Verbo da vida: viram-n'O com os seus olhos, escutaram-n'O com os seus ouvidos, tocaram-n'O com as suas mãos (cf 1 Jo 1,1). Por seu intermédio, chega-nos uma visão de fé, sustentada por um testemunho histórico concreto.
Livro dos Actos dos Apóstolos 8,26-40.
O Anjo do Senhor falou a Filipe e disse-lhe: «Põe-te a caminho e dirige-te para o Sul, pela estrada que desce de Jerusalém para Gaza, a qual se encontra deserta.»
Ele pôs-se a caminho e foi para lá. Ora um etíope, eunuco e alto funcionário da rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém,
regressava, na mesma altura, sentado no seu carro, a ler o profeta Isaías.
O Espírito disse a Filipe: «Vai e acompanha aquele carro.»
Filipe, acorrendo, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e perguntou-lhe: «Compreendes, verdadeiramente, o que estás a ler?»
Respondeu ele: «E como poderei compreender, sem alguém que me oriente?» E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele.
A passagem da Escritura que ele estava a ler era a seguinte: Como ovelha levada ao matadouro e como cordeiro sem voz diante daquele que o tosquia, assim Ele não abre a Sua boca.
Na humilhação se consumou o Seu julgamento e quem poderá contar a sua geração? Da face da Terra foi tirada a sua vida!
Dirigindo-se a Filipe, o eunuco disse-lhe: «Peço-te que me digas: De quem fala o profeta? De si mesmo ou de outra pessoa?»
Então Filipe tomou a palavra e, partindo desta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Boa-Nova de Jesus Cristo.
Pelo caminho fora, encontraram uma nascente de água e o eunuco disse: «Está ali água! Que me impede de ser baptizado?»
Filipe respondeu: «Se acreditas com todo o coração, isso é possível.» O eunuco respondeu: «Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus
E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o eunuco e Filipe baptizou-o.
Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco não o viu mais, seguindo o seu caminho cheio de alegria.
Filipe encontrou-se em Azoto e, partindo dali, foi anunciando a Boa-Nova a todas as cidades até que chegou a Cesareia.

Livro de Salmos 66(65),8-9.16-17.20.
Bendizei, ó povos, o nosso Deus, fazei ressoar a voz do seu louvor.
Foi Ele quem salvou a nossa vida e não permitiu que os nossos pés resvalassem.
Vinde e ouvi, todos os que temeis a Deus; vou narrar-vos o que Ele fez por mim.
Por Ele gritou a minha boca e o seu louvor andava já na minha língua.

Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração nem me retirou a Sua misericórdia.

Evangelho segundo S. João 6,44-51.
Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.
Está escrito nos profetas: E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a mim.
Não é que alguém tenha visto o Pai a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai.
Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna.
Eu sou o pão da vida.
Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram.
Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá.
Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne pela vida do mundo

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Manuscritos Autobiográficos C
(Livraria Apostolado da Imprensa, Porto 1959, pp. 315-316)

«Ninguém pode vir a Mim, se o Pai que Me enviou o não atrair»
Minha Madre, creio que é necessário dar-vos ainda algumas explicações sobre a passagem do Cântico dos cânticos:  «Arrasta-me atrás de ti. Corramos!» (cf Ct 1,4) [...] «Ninguém [disse Jesus] pode vir a Mim, se Meu Pai que Me enviou o não atrair». Em seguida, [...] ensina-nos que basta bater para que abram, procurar para encontrar e estender humildemente a mão para receber o que se pede (Lc 11,9ss.). Diz-nos ainda que tudo o que se pede a Seu Pai em Seu nome Ele o concede (Jo 16,23). [...]


Que vem a ser pedir para ser «atraído», senão unir-se de maneira íntima ao objecto que seduz o coração? Se o fogo e o ferro tivessem razão e este último dissesse ao outro: «Atrai-me», não provaria acaso que deseja identificar-se com o fogo de maneira que ele o penetre e o embeba da sua substância ardente e pareça não fazer senão uma só coisa com ele? Madre minha querida, eis a minha oração, peço a Jesus Cristo que me atraia para as chamas do Seu amor, que me una estreitamente a Si, que viva e opere em mim. Sinto que quanto mais o fogo do amor me abrasar o coração, tanto mais direi: «Atraí-me», tanto mais também as almas que se aproximarem de mim (pobre pedacinho de ferro inútil, se me afastasse da fogueira divina), tanto mais estas almas correrão com rapidez ao odor dos perfumes do seu Bem-Amado porque a alma abrasada de amor não pode continuar inactiva: sem dúvida mantém-se como Maria aos pés de Jesus Cristo, escutando a Sua palavra doce e inflamada. Parecendo não dar nada, dá muito mais do que Marta (Lc 10,39ss.).

Livro do Apocalipse 21,1-5.
Vi então um novo céu e uma nova Terra (os originais, eternos como nós somos por aqueles seres celestes que nos habitam e nos fazem ser o que somos), pois o primeiro céu e a primeira Terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu esposo.
E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: «Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus.
Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor porque as primeiras coisas passaram.»
O que estava sentado no trono afirmou: «Eu renovo todas as coisas.» E acrescentou: «Escreve, porque estas palavras são dignas de fé e verdadeiras.»

Livro de Judite 13,18-19.
Uzias disse: «Bendita sejas tu, filha, pelo Deus altíssimo, mais do que todas as mulheres sobre a Terra e bendito seja o Senhor Deus que criou os céus e a Terra, Ele que te conduziu para cortares a cabeça do chefe dos nossos inimigos.
A tua esperança não abandonará o coração dos homens, ao recordarem a força de Deus para sempre.

Evangelho segundo S. Mateus 12,46-50.
Estava Ele ainda a falar à multidão, quando apareceram sua mãe e seus irmãos que, do lado de fora, procuravam falar-lhe.
Disse-lhe alguém: «A tua mãe e os teus irmãos estão lá fora e querem falar-te.»
Jesus Cristo respondeu ao que lhe falara: «Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?»
E indicando com a mão os discípulos, acrescentou: «Aí estão minha mãe e meus irmãos;
pois, todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.(A partir do momento em que formou comunidade(s), a família de Jesus Cristo deixou de ser a Sua família natural e passaram a ser todos os membros das Suas comunidades)»

Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», §§ 61-62

«Todo aquele que fizer a vontade de Meu Pai que está no Céu, esse é que é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe»
A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade em simultâneo com a incarnação do Verbo, por disposição da Divina Providência foi na Terra a nobre Mãe do Divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a Jesus Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a Sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão, nossa Mãe na ordem da graça.
Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção. [...] De facto, depois de elevada ao céu, não abandona esta missão salvadora, mas com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida com amor maternal dos irmãos do seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na Terra até chegarem à pátria bem-aventurada. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira. [...]
Nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo encarnado e redentor; mas, assim como o sacerdócio de Jesus Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas cooperações diversas que participam dessa única fonte.

Livro dos Actos dos Apóstolos 1,15-17.20-26.
Por aqueles dias, Pedro levantou-se do meio dos irmãos; encontravam-se reunidas cerca de cento e vinte pessoas e disse:
«Irmãos, era necessário que se cumprisse o que o Espírito Santo anunciou na Escritura pela boca de David a respeito de Judas (Iscariotes), que foi o guia dos que prenderam Jesus.
Ele efectivamente era um dos nossos e tinha recebido uma parte do nosso ministério.
Está realmente escrito no Livro dos Salmos: ‘Fique deserta a sua habitação e não haja quem nela resida’. E ainda: ‘Receba outro o seu encargo.’
Portanto, de entre os homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós,
a partir do baptismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado para o Alto, é indispensável que um deles se torne, connosco, testemunha da sua ressurreição.»
Designaram dois: José, de apelido Barsabas, chamado Justo, e Matias.
Fizeram então a seguinte oração: «Senhor, Tu que conheces o coração de todos, indica-nos qual destes dois escolheste
para ocupar no ministério apostólico, o lugar abandonado por Judas, que foi para o lugar que merecia.»
Depois tiraram à sorte e a sorte caiu em Matias, que foi incluído entre os onze Apóstolos.

Livro de Salmos 113(112),1-2.3-4.5-6.7-8.
Louvai, servos do SENHOR, louvai o nome do SENHOR.
Bendito seja o nome do SENHOR, agora e para sempre.
Desde o nascer ao pôr-do-sol, seja louvado o nome do SENHOR.
O SENHOR reina sobre todas as nações, a Sua majestade está acima dos céus.

Quem é como o SENHOR, nosso Deus, que tem o Seu trono nas alturas?
Ele se inclina, lá do alto, para observar o céu e a Terra.
Ele levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria
para o fazer sentar entre os grandes, entre os grandes do seu povo.

Evangelho segundo S. João 15,9-17.
«Assim como o Pai me tem amor assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no Seu amor.
Manifestei-vos estas coisas para que esteja em vós a minha alegria e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei.
Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai.
Não fostes vós que me escolhes-tes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto e fruto que permaneça e assim tudo o que pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vo-lo concederá.
É isto o que vos mando: que vos ameis uns aos outros

Beato John Henry Newman (1801-90), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo
Sermão Do jugo de Jesus Cristo, PPS, vol. 7, n.º 8

«Permanecei no Meu amor [...] para que esteja em vós a Minha alegria e a vossa alegria seja completa»
Jesus Cristo havia partido. Claro que os Apóstolos possuíam ainda em maior abundância a paz e a alegria do que enquanto Jesus Cristo estivera com eles. E não era a alegria «como a dá o mundo» (Jo 14,27). Era a Sua alegria, nascida da aflição e do sofrimento. Foi essa alegria que Matias recebeu quando fizeram dele Apóstolo. [...] Os outros haviam sido escolhidos por assim dizer, durante a sua infância, eram sem dúvida herdeiros do Reino, mas ainda estavam «sob o domínio de tutores e administradores» (Gl 4,2). Por muito que fossem Apóstolos, não compreendiam ainda a sua vocação e mantinham pensamentos e desejos de ambição e de riqueza e assim foi durante algum tempo. (“os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros”)[...] São Matias entrou imediatamente na herança. Mal foi escolhido, tomou sobre si tanto o poder de Apóstolo como o preço a pagar. Ao trono que se erguia sobre o túmulo do discípulo que fora passado pelo crivo [Judas] e que caíra à sombra da Cruz d'Aquele a quem traíra, não podia sequer aflorar a sombra de um sonho de sucesso terreno.
Sim, São Matias pode muito bem repetir-nos as palavras de Nosso Senhor: «Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim» (Mt 11,29), porquanto o carregou de imediato. Logo a partir da sua juventude apostólica, levou o jugo do Senhor e, embarcando sem demora na sua longa Quaresma, alcançou assim a alegria. [...] «Se alguém quiser vir Comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16,24). Ir com Jesus Cristo é ir no Seu caminho; tomar a Sua cruz é carregar o Seu jugo (“que é leve”)e se Ele nos diz que é leve, é porque é o Seu jugo. É Ele Quem o torna leve sem, no entanto, deixar de ser um jugo trabalhoso. [...]  Não quer dizer, como é óbvio, que à vida no seguimento de Jesus Cristo falte a alegria e a paz, muito pelo contrário. «O Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve» (Mt 11,30). Mas é a graça que o faz assim leve, mesmo que permaneça austero. [...] Pois é uma cruz.
Livro dos Actos dos Apóstolos 2,14.36-41.
De pé, com os Onze, Pedro ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.
Saiba toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado.»
Ouvindo estas palavras, ficaram emocionados até ao fundo do coração e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?»
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo para a remissão dos seus pecados; recebereis então o dom do Espírito Santo.
Na verdade, a promessa de Deus é para vós, para os vossos filhos assim como para todos os que estão longe: para todos os que o Senhor nosso Deus quiser chamar.»
Com estas e muitas outras palavras, Pedro exortava-os e dizia-lhes: «Afastai-vos desta geração perversa.»
Os que aceitaram a sua palavra receberam o baptismo e, naquele dia, juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas.

Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes.
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas,
por amor do Seu nome.

Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.

1ª Carta de S. Pedro 2,20-25.
Aliás, que mérito tem suportar que vos batam, se vos portais mal? Mas se, fazendo o bem, sofreis com paciência, isso é uma coisa meritória diante de Deus.
Ora foi para isto que fostes chamados; visto que Jesus Cristo também padeceu por vós, deixando-vos o exemplo para que sigais os Seus passos.
Ele não cometeu pecado, nem na Sua boca se encontrou engano;
ao ser insultado, não respondia com insultos; ao ser maltratado, não ameaçava, mas entregava-se Àquele que julga com justiça;
subindo ao madeiro, Ele levou os nossos pecados no Seu corpo para que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas Suas chagas fostes curados.
Na verdade, éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao Pastor e Guarda das vossas almas.

Evangelho segundo S. João 10,1-10.
«Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador.
Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
A esse, o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e fá-las sair.
Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas e as ovelhas seguem-no porque reconhecem a sua voz.
Mas a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele porque não reconhecem a voz dos estranhos.»
Jesus Cristo propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia.
Então Jesus Cristo retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas.
Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção.
Eu sou a porta (do Reino de Deus). Se alguém entrar por mim, estará salvo; há-de entrar e sair e achará pastagem.
O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

Guilherme de Saint-Thierry (c.1085-1148), monge beneditino, posteriormente cisterciense
Orações meditativas, VI, 6-10

«Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas»
Não foi somente a João, Teu discípulo bem-amado, que foi mostrada a porta aberta no Céu (Ap 4,1).  Declaraste-a a todos, publicamente [...]: «Eu sou a porta: se alguém entrar por Mim, estará salvo».
Tu, portanto, és a porta [...]. Vemos a grande porta aberta no Céu, nós que estamos na Terra; mas a que se nos aproveita, a nós, que não podemos subir às alturas? Paulo responde: «Aquele que desceu é precisamente O mesmo que subiu» (Ef 4,10). Aquele é quem? Aquele é o Amor. De facto, Senhor, o amor que está em nós sobe até Ti, nas alturas porque o amor que está em Ti desceu até nós cá na Terra. Porque nos amaste, desceste até cá, junto de nós; amando-Te, elevar-nos-emos às alturas, até Ti.
Pois que Tu mesmo disseste: «Eu sou a porta»; por Ti Te peço, abre-Te a nós para nos mostrares, com mais evidência, de que morada és a porta. [...] A morada de que és a porta, já o dissemos, é o Céu; é onde o Pai mora, de quem nós lemos: «O Senhor tem nos céus o Seu trono» (Sl 10,4). Eis pois porque ninguém pode ir ao Pai senão por Ti (Jo 14,6) que és a porta [...]. Para Ti tendemos, pois a Ti aspiramos. Responde, peço-Te: «Mestre, onde moras?» (Jo 1,38). E logo tu respondes: «Eu estou no Pai e o Pai está em Mim» (Jo 14,11). E noutro passo «Nesse dia, compreendereis que Eu estou no Meu Pai e vós em Mim e Eu em vós» (Jo 14,20). [...] A Tua morada, portanto, é o Pai e Tu és a do Pai. Mas não será apenas assim: porque nós somos também a Tua morada e Tu, a nossa.

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