quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cristianismo 16

Livro dos Actos dos Apóstolos 3,11-26.
E como ele não deixasse Pedro e João, todo o povo, cheio de assombro, se juntou a eles sob o chamado pórtico de Salomão.
Ao ver isto, Pedro dirigiu a palavra ao povo: «Homens de Israel, porque vos admirais com isto? Porque nos olhais como se tivéssemos feito andar este homem por nosso próprio poder ou piedade?
O Deus de Abraão, de Isaac e Jacob, o Deus dos nossos pais, glorificou o seu servo Jesus que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a libertá-lo.
Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino.
Destes a morte ao Príncipe da Vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos e disso nós somos testemunhas.
Pela fé no Seu nome, este homem que vedes e conheceis, recobrou as forças. Foi a fé que d'Ele nos vem que curou completamente este homem na vossa presença.
Agora, irmãos, sei que agistes por ignorância como também os vossos chefes.
Dessa forma, Deus cumpriu o que antecipadamente anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Messias havia de padecer.
Arrependei-vos, portanto e convertei-vos para que os vossos pecados sejam apagados;
e assim o Senhor vos conceda os tempos de conforto quando Ele enviar aquele que vos foi destinado, o Messias Jesus
que deve permanecer no Céu até ao momento da restauração de todas as coisas de que Deus falou outrora pela boca dos seus santos profetas.
Moisés disse: ‘O Senhor Deus suscitar-vos-á um Profeta como eu de entre os vossos irmãos. Escutá-lo-eis em tudo quanto vos disser.
Quem não escutar esse Profeta, será exterminado do meio do povo.’
E por outro lado, todos os profetas que falaram desde Samuel anunciaram igualmente estes dias.
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus concluiu com os vossos pais quando disse a Abraão: ‘Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra.’
Foi primeiramente para vós que Deus suscitou o seu Servo e o enviou para vos abençoar e para se afastar cada um de vós das suas más acções.»

Livro de Salmos 8,2a.5.6-7.8-9.
Ó SENHOR, nosso Deus, como é admirável o Teu nome em toda a Terra! Adorarei a Tua majestade mais alta do que os céus.
que é o homem para Te lembrares dele, o filho do homem para com ele Te preocupares?
Quase fizeste dele um ser divino; de glória e de honra o coroaste.
Deste-lhe domínio sobre as Tuas obras, tudo submeteste a seus pés:

rebanhos e gado, sem excepção e até mesmo os animais bravios;
as aves do céu e os peixes do mar, tudo o que percorre os caminhos do oceano.

Evangelho segundo S. Lucas 24,35-48.
E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a conhecer ao partir o pão.
Enquanto isto diziam, Jesus Cristo apresentou-se no meio deles (
surgindo do nada, sem passar pela porta. O Seu corpo já estava adaptado ao mundo aéreo, ao céu. Assim foi o seu corpo preparado durante os três dias) e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes então: «
Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés:
sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos como verificais que Eu tenho.»
Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como, na sua alegria, não queriam acreditar de assombrados que estavam, Ele perguntou-lhes: «
Tendes aí alguma coisa que se coma?»
Deram-lhe um bocado de peixe assado;
e, tomando-o, comeu diante deles.
Depois disse-lhes: «
Estas foram as palavras que vos disse quando ainda estava convosco: que era necessário que se cumprisse tudo quanto a meu respeito está escrito em Moisés, nos Profetas e nos Salmos
Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «
Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia;
que havia de ser anunciada, em Seu nome,
a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém.
Vós sois as testemunhas destas coisas
.
Santo Inácio de Antioquia (?-c. 110), bispo e mártir Carta à Igreja de Esmirna

«Vede as Minhas mãos e os Meus pés. [...] Tocai-Me»
Agradeço a Jesus Cristo nosso Senhor por nos ter inspirado tal sabedoria. Descobri que estáveis unidos numa fé inabalável, pregados de corpo e alma, se assim posso dizer, à cruz do Senhor Jesus Cristo, fortalecidos pelo Seu sangue no amor, inteiramente convencidos de que Nosso Senhor é verdadeiramente «filho de David pela carne» (Rom 1, 3), filho de Deus pela vontade e o poder divinos; verdadeiramente nascido de uma virgem, baptizado por João «para cumprir toda a justiça» (Mt 3, 15); verdadeiramente trespassado por pregos por nós na Sua carne por ordem de Pôncio Pilatos e do tetrarca Herodes. E é ao fruto da cruz, à Sua divina e bem aventurada Paixão, que nós devemos a nossa existência. Pois pela Sua ressurreição Ele «eleva o Seu estandarte» (Is 5, 26) sobre os séculos vindouros a fim de escolher os Seus santos e os Seus fiéis de entre judeus e pagãos e reuni-los num só corpo, o da Sua Igreja (Ef 2, 16).
Ele aceitou todos estes sofrimentos por nós, pela nossa salvação. E sofreu verdadeiramente, tal como verdadeiramente ressuscitou. E a Sua Paixão não foi, como afirmam certos descrentes, uma simples aparência. [...] Quanto a mim, sei e acredito que, mesmo após a Sua ressurreição, Jesus Cristo era carne. Quando Se aproximou de Pedro e dos seus companheiros, disse-lhes: «Tocai-Me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos». Eles tocaram n'Ele e acreditaram. Esta comunhão estreita com a Sua carne e o Seu espírito ajudou-os a enfrentar a morte e a ser mais fortes do que ela. Após a ressurreição, Jesus Cristo comeu e bebeu com eles como um ser de carne, quando Se tinha tornado um só espírito com o Pai. Recordo-vos estas verdades, bem-amados, sabendo que esta é também a vossa profissão de fé.

Livro dos Actos dos Apóstolos 4,1-12.
Estando eles a falar ao povo, surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus,
irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus Cristo, a ressurreição dos mortos.
Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde.
No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé e o número dos crentes elevou-se
a cerca de cinco mil.
No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém
com o Sumo Sacerdote Anás e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes.
Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?»
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos,
já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado,
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós.
Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular.
E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.»
Livro de Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.
Louvai o SENHOR porque Ele é bom, porque o Seu amor é eterno.
Diga a casa de Israel: «O Seu amor é eterno.»
Digam os que crêem no SENHOR: «O Seu amor é eterno.»
pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular.

Isto foi obra do SENHOR e é um prodígio aos nossos olhos.
Este é o dia da vitória do SENHOR: cantemos e alegremo-nos nele!
SENHOR, salva-nos! SENHOR, dá-nos a vitória!
Bendito o que vem em nome do SENHOR!
Da casa do SENHOR nós vos abençoamos.

O SENHOR é Deus; Ele tem-nos iluminado!
Entrançai as ramagens de festa até às hastes do altar.
Evangelho segundo S. João 21,1-14.
Algum tempo depois, Jesus Cristo apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu (João Evangelista e Tiago) e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-se na margem, mas
os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus Cristo disse-lhes então: «
Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «
Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então o discípulo que Jesus Cristo amava (João Evangelista) disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa porque estava sem mais roupa e lançou-se à água.
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus Cristo disse-lhes: «
Trazei dos peixes que apanhastes agora
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus Cristo: «
Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?» porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus Cristo aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi
a terceira vez que Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.
São Pedro Crisólogo (406?-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja Sermão 78, PL 52, 420

«Jesus apresentou-Se na margem»
Depois da Sua Paixão, cujo tumulto surpreendeu a terra, assustou o céu, assombrou os séculos e desolou os infernos, o Senhor veio até à beira-mar e reparou que os discípulos erravam nas águas em plena noite, sujeitos a uma obscura ondulação. O sol ainda vinha longe e nem a luz da lua, nem o céu estrelado conseguiam acalmar a angústia duma noite assim. Diz o Evangelho que «ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele». A Criação inteira fugira ao ultraje infligido ao seu Criador, a terra assistira ao tremor das suas fundações e à sua falência, o sol desaparecera para não ter de olhar, o dia retirara-se para não ter de assistir e, apesar da sua dureza, as rochas fenderam-se. O inferno vê o seu próprio Juiz chegar às suas entranhas e, vencido, solta os seus cativos com um grito de dor (Mt 27,45-52).
O mundo inteiro fora lançado na confusão e nem sequer duvidara que, com a morte do Criador, fora mergulhado de novo nas trevas primordiais e no antigo caos (Gn 1,2). Mas de repente, na luz da Sua Ressurreição, o Senhor resgata o dia e devolve ao mundo o seu aspecto de sempre. Vem para fazer ressurgir com Ele, na Sua glória, todos os que andavam abatidos de tristeza: «Ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-Se na margem». Em primeiro lugar, vem reconduzir a Sua Igreja à segurança da fé, já que encontrou os Seus discípulos privados dela e despojados das suas forças. Estavam lá Pedro, que O negou, Tomé, que não acreditou, João e por isso não lhes fala como a valentes soldados, mas como a crianças assustadas: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?». Deste modo os discípulos serão chamados à graça pela Sua humanidade, à confiança pelo pão e à fé pelo sustento. Com efeito, só acreditariam na Ressurreição do Seu corpo se O vissem ceder às vicissitudes da existência e comer. Por isso pede comida Aquele que é a abundância de todos os bens e come Ele próprio do pão porque tem fome não de alimento, mas do amor dos Seus: ««Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-Lhe: «Não»». E o que podiam eles ter, uma vez que já não tinham consigo a Jesus Cristo – embora Ele estivesse ali, no meio deles – e não viam o Senhor, se bem que O tivessem diante dos olhos? «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar».

Livro dos Actos dos Apóstolos 2,42-47.
Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações.
Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos.
Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum.
Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um.
Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração.
Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.
Livro de Salmos 118(117),2-4.13-15.22-24.
Diga a casa de Israel: «O seu amor é eterno.»
Diga a casa de Aarão: «O seu amor é eterno.»
Digam os que crêem no SENHOR: «O seu amor é eterno.»
Empurraram-me com violência para eu cair, mas o SENHOR veio em meu auxílio.

SENHOR é o meu refúgio e a minha força; Ele é a minha salvação.
Ouvem-se vozes de alegria e de vitória nas tendas dos justos: «A mão do SENHOR fez maravilhas,
a pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular.
Isto foi obra do SENHOR e é um prodígio aos nossos olhos.

Este é o dia da vitória do SENHOR: cantemos e alegremo-nos n'Ele!
1ª Carta de S. Pedro 1,3-9.
Bendito seja Deus, Pai do Nosso Senhor Jesus Cristo, que na sua grande misericórdia nos gerou de novo – através da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos – para uma esperança viva,
para uma herança incorruptível, imaculada e indefectível, reservada no Céu para vós,
a quem o poder de Deus guarda, pela fé, até alcançardes a salvação que está pronta para se manifestar no momento final.
É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações;
deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo.
Sem o terdes visto, vós o amais; sem o ver ainda, credes nele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante,
alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas.
Evangelho segundo S. João 20,19-31.
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus Cristo, pôs-se no meio deles (o corpo de Jesus Cristo já preparado para o mundo celeste) e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito (onde estavam as chagas dos pregos e a ferida da espada). Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor.
E Ele voltou a dizer-lhes: «
A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós
Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «
Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.
»
Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus Cristo veio.
Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.»
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus Cristo veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!»
Depois disse a Tomé: «
Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.»
Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!»
Disse-lhe Jesus Cristo: «
Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto». Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus Cristo, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando, terdes a vida n'Ele.
Celebração eucarística em sufrágio de João Paulo II
Regina Caeli de 3 de Abril de 2005, o dia seguinte ao falecimento de João Paulo II (trad. © Libreria Editrice Vaticana)

«Mostrou-lhes as mãos e o peito»
O Papa João Paulo II tinha indicado o tema da meditação para o Regina Caeli do 2º Domingo de Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia. No final da concelebração eucarística presidida pelo Cardeal Angelo Sodano na Praça de São Pedro, Mons. Leonardo Sandri proferiu as seguintes palavras, antes de ler o texto do Santo Padre: «Fui encarregado de vos ler um texto preparado por indicação do Santo Padre João Paulo II. [...]»

Caríssimos Irmãos e Irmãs!
Hoje ressoa igualmente o alegre Aleluia da Páscoa. A hodierna página do Evangelho de João sublinha que o Ressuscitado, na tarde daquele dia, apareceu aos Apóstolos e «mostrou-lhes as mãos e o lado» (Jo 20, 20), isto é, os sinais da dolorosa paixão impressos de modo indelével no Seu corpo mesmo depois da ressurreição. Aquelas chagas gloriosas que oito dias depois deu a tocar ao incrédulo Tomé, revelando a misericórdia de Deus que «tanto amou o mundo que lhe deu o seu Filho unigénito» (Jo 3, 16). Este mistério da morte está no centro da hodierna liturgia do Domingo in Albis, dedicado ao culto da Divina Misericórdia.
À humanidade, que no momento parece desfalecida e dominada pelo poder do mal, do egoísmo e do medo, o Senhor ressuscitado oferece como dom o seu amor que perdoa, reconcilia e abre novamente o ânimo à esperança. Quanta necessidade tem o mundo de compreender e de acolher a Divina Misericórdia! Senhor, que com a Tua morte e ressurreição revelas o amor do Pai, nós cremos em Ti e com confiança Te repetimos no dia de hoje: Jesus Cristo eu confio em Ti, tem misericórdia de nós e do mundo inteiro.
A solenidade litúrgica da Anunciação, que celebraremos amanhã, leva-nos a contemplar com os olhos de Maria o imenso mistério deste amor misericordioso que sai do Coração de Jesus Cristo. Ajudados por Ela, possamos compreender o sentido verdadeiro da alegria pascal que se fundamenta nesta certeza: Aquele que a Virgem trouxe em seu ventre, que sofreu e morreu por nós, ressuscitou verdadeiramente. Aleluia!

Livro dos Actos dos Apóstolos 4,23-31.
Logo que foram postos em liberdade, foram ter com os seus e contaram-lhes tudo quanto os sumos sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito.
Depois de tudo terem ouvido, ergueram a voz a Deus numa só alma e disseram: «Senhor, Tu é que fizeste o Céu, a Terra, o mar e tudo o que neles se encontra.
Tu disseste pelo Espírito Santo e pela boca do nosso pai David, teu servo: ‘Porque bramiram as nações e os povos formaram vãos projectos?
Levantaram-se os reis da Terra e os chefes coligaram-se contra o Senhor e contra o seu Ungido.’
Sim, realmente, Herodes e Pôncio Pilatos coligaram-se nesta cidade com as nações e os povos de Israel, contra o teu Santo Servo Jesus, a quem ungiste,
para levarem a cabo tudo quanto determinaste antecipadamente, pelo teu poder e sabedoria.
Agora, Senhor, tem em conta as suas ameaças e concede aos teus servos poderem anunciar a tua palavra com todo o desassombro,
estendendo a tua mão para se operarem curas, milagres e prodígios, em nome do teu Santo Servo Jesus.»
Tinham acabado de orar,
quando o lugar em que se encontravam reunidos estremeceu e todos ficaram cheios do Espírito Santo, começando a anunciar a palavra de Deus com desassombro.
Livro de Salmos 2,1-3.4-6.7-9.
Porque se amotinam as nações e os povos fazem planos insensatos?
Revoltam-se os reis da terra e os príncipes conspiram juntos contra o SENHOR e contra o seu ungido:
"Quebremos as algemas e atiremos para longe de nós o seu jugo!"
Aquele que habita nos céus sorri; o Senhor escarnece deles.

Depois atemoriza-os com a sua ira e com a sua cólera confunde-os:
"Fui Eu que consagrei o meu rei sobre o meu monte santo de Sião!"
Vou anunciar o decreto do SENHOR. Ele disse-me: "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e Eu te darei povos como herança e os confins da Terra por domínio.

Hás-de governá-los com ceptro de ferro e destruí-los como um vaso de barro."
Evangelho segundo S. João 3,1-8.
Entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos, um chefe dos judeus.
Veio ter com Jesus Cristo de noite e disse-lhe: «Rabi, nós sabemos que Tu vieste da parte de Deus, como Mestre, porque ninguém pode realizar os sinais portentosos que Tu fazes, se Deus não estiver com ele.»
Em resposta, Jesus Cristo declarou-lhe: «
Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer do Alto não pode ver o Reino de Deus.»
Perguntou-lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de sua mãe outra vez e nascer?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «
Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus (receber o Baptismo).
Aquilo que nasce da carne, é carne e aquilo que nasce do Espírito, é espírito.
Não te admires por Eu te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz,
mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.»

Missal Romano
Orações da catequese baptismal da Vigília Pascal

Um povo renascido da água e do Espírito
Senhor Deus de bondade, Pai supremo dos fiéis, que pela graça da adopção multiplicais na terra os filhos da promessa e, pelo sacrifício pascal, fizestes do Vosso servo Abraão o pai de todas as nações como tínheis prometido, concedei ao Vosso povo a graça de corresponder dignamente ao Vosso chamamento. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Senhor, também em nossos dias vemos brilhar as Vossas antigas maravilhas: se outrora manifestastes o Vosso poder libertando um só povo da perseguição do faraó, hoje assegurais a salvação de todas as nações fazendo-as nascer pela água do baptismo; fazei que todos os povos da Terra se tornem filhos de Abraão e membros do Vosso povo eleito. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Senhor, nosso Deus, que fazeis crescer continuamente a Vossa Igreja chamando para Ela todos os povos, defendei com a Vossa protecção os que purificais nas águas do baptismo. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Deus, Nosso Senhor, poder imutável e luz sem ocaso, olhai com bondade para a Vossa Igreja, sacramento da Nova Aliança, e confirmai na paz, segundo os Vosso desígnios eternos, a obra da salvação humana para que todo o mundo veja e reconheça como o abatido se levanta, o envelhecido se renova e tudo volta à sua integridade original por meio d'Aquele que é o princípio de todas as coisas, Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus Convosco na unidade do Espírito Santo.

1ª Carta aos Coríntios 15,1-8.
Lembro-vos, irmãos, o evangelho que vos anunciei, que vós recebestes, no qual permaneceis firmes
e pelo qual sereis salvos, se o guardardes tal como eu vo-lo anunciei; de outro modo, teríeis acreditado em vão.
Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi:
Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e depois aos Doze.
Em seguida,
apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maior parte dos quais ainda vive, enquanto alguns já morreram.
Depois
apareceu a Tiago e, a seguir, a todos os Apóstolos.
Em último lugar,
apareceu-me também a mim, como a um aborto.
Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das Suas mãos.
Um dia passa ao outro esta mensagem e uma noite dá conhecimento à outra noite.
Não são palavras nem discursos cujo sentido se não perceba.
O Seu eco ressoou por toda a Terra e a Sua Palavra, até aos confins do mundo. Deus fez, lá no alto, uma tenda para o Sol.
Evangelho segundo S. João 14,6-14.
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim.
Se ficastes a conhecer-me, conhecereis também o meu Pai. E já o conheceis, pois estais a vê-lo

Disse-lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta!»
Jesus Cristo disse-lhe: «
Há tanto tempo que estou convosco e não me ficaste a conhecer, Filipe? Quem me vê, vê o Pai. Como é que me dizes, então, 'mostra-nos o Pai'?
Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim? As coisas que Eu vos digo não as manifesto por mim mesmo: é o Pai que, estando em mim, realiza as Suas obras.
Crede-me: Eu estou no Pai e o Pai está em mim;
crede, ao menos, por causa dessas mesmas obras.
Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo e fará obras maiores do que estas porque Eu vou para o Pai
e o que pedirdes em meu nome Eu o farei de modo que, no Filho, se manifeste a glória do Pai.
Se me pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o farei
Concílio Vaticano II
Constituição dogmática sobre a Igreja «Lumen gentium» §23

Os bispos, sucessores dos apóstolos
Cada um dos Bispos é princípio e fundamento visível da unidade nas suas respectivas igrejas, formadas à imagem da Igreja universal, das quais e pelas quais existe a Igreja católica, una e única. Pelo que cada um dos Bispos representa a sua igreja e, todos em união com o Papa, no vínculo da paz, do amor e da unidade, a Igreja inteira.
Cada um dos Bispos que estão à frente de igrejas particulares desempenha a acção pastoral sobre o porção do Povo de Deus a ele confiada, não sobre as outras igrejas nem sobre a Igreja universal. Porém, enquanto membros do colégio episcopal e legítimos sucessores dos Apóstolos, estão obrigados, por instituição e preceito de Jesus Cristo, à solicitude sobre toda a Igreja a qual, embora não se exerça por um acto de jurisdição, concorre contudo, grandemente para o bem da Igreja universal. Todos os Bispos devem, com efeito, promover e defender a unidade da fé e disciplina comum a toda a Igreja; formar os fiéis no amor pelo Corpo místico de Jesus Cristo, principalmente pelos membros pobres, sofredores e que padecem perseguição por amor da justiça (cf. Mt 5, 10); devem finalmente promover todas as actividades que são comuns a toda a Igreja, sobretudo para que a fé se difunda e a luz da verdade total nasça para todos os homens (e mulheres). [...]
O cuidado de anunciar o Evangelho em todas as partes da Terra pertence ao corpo dos pastores, aos quais em conjunto, deu Jesus Cristo o mandato, impondo este comum dever. [...] Cada um dos Bispos, quanto o desempenho do seu próprio ministério o permitir, está obrigado a colaborar com os demais Bispos e com o sucessor de Pedro a quem, dum modo especial, foi confiado o nobre encargo de propagar o Cristianismo.

Livro dos Actos dos Apóstolos 5,17-26.
Surgiu, então, o Sumo Sacerdote com todos os seus sequazes, isto é, o partido dos saduceus; encheram-se de inveja
e deitaram as mãos aos Apóstolos, metendo-os na prisão pública.
Mas durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, depois de os ter conduzido para fora, disse-lhes:
«Ide para o templo e anunciai ao povo a Palavra da Vida.»
Obedientes a essas ordens, entraram no templo de manhã cedo e começaram a ensinar. Entretanto, chegou o Sumo Sacerdote com os seus sequazes; convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos filhos de Israel e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia.
Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão e voltaram, declarando:
«Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta, mas, depois de a abrirmos, não encontrámos ninguém no interior.»
Esta notícia pôs os sumos sacerdotes e o comandante do templo numa grande perplexidade acerca dos Apóstolos e perguntavam a si próprios o que poderia significar tudo aquilo.
Veio então alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na prisão estão agora no templo a ensinar o povo.»
O comandante do templo dirigiu-se imediatamente para lá com os guardas e trouxe os Apóstolos, mas não à força, pois receavam ser apedrejados pelo povo.
Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.
Em todo o tempo, bendirei o SENHOR; o Seu louvor estará sempre nos meus lábios.
A minha alma gloria-se no SENHOR! Que os humildes saibam e se alegrem.
Enaltecei comigo o SENHOR; exaltemos juntos o Seu nome.
Procurei o SENHOR e Ele respondeu-me, livrou-me de todos os meus temores.

Aqueles que O contemplam ficam radiantes, não ficarão de semblante abatido.
Quando um pobre invoca o SENHOR, Ele atende-o e liberta-o das suas angústias.
O anjo do SENHOR protege os que O adoram e livra-os do perigo.
Saboreai e vede como o SENHOR é bom; feliz o homem (e mulher) que nele confia!

Evangelho segundo S. João 3,16-21.
Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigénito a fim de que todo o que n'Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem n'Ele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado por não crer no Filho Unigénito de Deus.
E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo e os homens preferiram as trevas à Luz porque as suas obras eram más.
De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas.
Mas quem pratica a verdade, aproxima-se da Luz de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.»
Liturgia Romana Hino de Santo Ambrósio para as laudes, «Splendor paternae gloriae»

«A Luz veio ao mundo»

Esplendor da glória do Pai,
Luz nascida da Luz,
Fonte viva de claridade,
Dia que ilumina do dia.

Verdadeiro sol resplandecente, desce sobre nós,
Brilha numa luz sem fim,
Faz luzir nos nossos corações
Os raios do Espírito divino.

Que nos seja dado cantar
O Pai da eterna glória,
O Pai todo-poderoso
Que apaga as nossas faltas.

Que Ele dê força ao nosso agir,
Que Ele destrua o inimigo
Que nos dê na provação
A graça para actuar.

Dirija a nossa inteligência,
Que Ele guarde o nosso corpo,
Que a nossa fé seja ardente,
Simples e sem retorno.

Seja Jesus Cristo nosso alimento,
A fé a nossa bebida,
Que a sóbria embriaguez do Espírito
Seja a alegria deste dia.

Que o dia decorra alegre
Na pureza da manhã,
Que ao meio-dia brilhe a fé
Que vença as sombras da noite.

Como o sol que brilha aos nossos olhos,
Venham até nós com a aurora
O Filho nos braços do Pai
E o Pai nos braços do Filho.

Livro dos Actos dos Apóstolos 5,27-33.
Trouxeram-nos, pois e levaram-nos à presença do Sinédrio. O Sumo Sacerdote, interrogando-os,
disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.»
Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou com a Sua direita como Príncipe e Salvador a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas juntamente com o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.»
Enraivecidos com tal linguagem, pensaram a sério em matá-los.

Livro de Salmos 34(33),2.9.17-18.19-20.
Em todo o tempo, bendirei o SENHOR; o Seu louvor estará sempre nos meus lábios.
Saboreai e vede como o SENHOR é bom; feliz o homem que n'Ele confia!
A ira do SENHOR volta-se contra os malfeitores para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o SENHOR atendeu os e livrou os das suas angústias.

O SENHOR está perto dos corações contritos e salva os espíritos abatidos.
Muitas são as tribulações do justo, mas o SENHOR o livra de todas elas.


Evangelho segundo S. João 3,31-36.
Aquele que vem do Alto está acima de tudo. Quem é da Terra à Terra pertence e fala da Terra. Aquele que vem do Céu, está acima de tudo
e dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho.
Quem aceita o Seu testemunho, reconhece que Deus é verdadeiro;
pois aquele que Deus enviou, transmite as palavras de Deus porque dá o Espírito sem medida.
O Pai ama o Filho e tudo põe na sua mão.
Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se nega a crer no Filho, não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus.

João Paulo II
Carta encíclica «Dominum et vivificantem», §10 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)

Deus dá o Espírito sem medida
Na Sua vida íntima, Deus «é Amor» (1Jo 4,8), amor essencial, comum às três Pessoas divinas: amor pessoal é o Espírito Santo como Espírito do Pai e do Filho. Por isso Ele «perscruta as profundezas de Deus» (1Cor 2,10) como Amor-Dom incriado. Pode-se dizer que, no Espírito Santo, a vida íntima de Deus uno e trino se torna totalmente dom, permuta de amor recíproco entre as Pessoas divinas e ainda que no Espírito Santo Deus «existe» à maneira de Dom. O Espírito Santo é a expressão pessoal desse doar-se, desse ser-amor. É Pessoa-Amor. É Pessoa-Dom. Temos aqui uma riqueza insondável da realidade e um aprofundamento inefável do conceito de pessoa em Deus que só a Revelação divina nos dá a conhecer.
Ao mesmo tempo, o Espírito Santo, enquanto consubstancial ao Pai e ao Filho na divindade, é Amor e Dom (incriado) do qual deriva como de uma fonte, [...] toda a dádiva em relação às criaturas (dom criado): a doação da existência a todas as coisas, mediante a criação e a doação da graça aos homens (e mulheres), mediante toda a economia da salvação. Como escreve o Apóstolo São Paulo: «O amor de Deus foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo, que nos foi dado» (Rom 5,5).

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