quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cristianismo 27

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= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.


Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.


Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.


Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso portal (http://www.evangelizo.org/) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Livro de Jonas 3,1-10.

A palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez a Jonas nestes termos:
«Levanta-te e vai a Nínive, à grande cidade e apregoa nela o que Eu te ordenar.»
Jonas levantou-se e foi a Nínive, segundo a ordem do Senhor. Nínive era uma cidade imensamente grande e eram precisos três dias para a percorrer.
Jonas entrou na cidade e andou um dia inteiro a apregoar: «Dentro de quarenta dias Nínive será destruída.»
Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, ordenaram um jejum e vestiram-se de saco, do maior ao menor.
A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o seu manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
Em seguida, foi publicado na cidade, por ordem do rei e dos príncipes, este decreto: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas não comam nada, não sejam levados a pastar nem bebam água.
Os homens e animais cubram-se de roupas grosseiras e clamem a Deus com força; converta-se cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos.
Quem sabe se Deus não se arrependerá e acalmará o ardor da sua ira de modo que não pereçamos?»
Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho e arrependendo-se da justiça que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez.


Livro de Salmos 130(129),1-2.3-4ab.7-8.

Do fundo do abismo clamo a ti, Senhor,
Senhor, ouve a minha prece.
Estejam teus ouvidos atentos
à voz da minha súplica.

Se tiveres em conta os nossos pecados,
Senhor, quem poderá resistir?
Mas em ti encontramos o perdão;
por isso te fazes respeitar.

No Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante a redenção.
Ele há-de livrar Israel
de todos os seus pecados.



Evangelho segundo S. Lucas 10,38-42.

Naquele tempo, Jesus Cristo entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-O em sua casa.
Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra.
Marta, porém andava atarefada com muitos serviços e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.»
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas;
mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada.»


São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir
Do Tratado
Como Receber o Sagrado Corpo de Nosso Senhor


«Marta recebeu-O em sua casa. [...] Maria [...] escutava a Sua palavra»

Depois de recebermos Nosso Senhor na Eucaristia e O termos presente no nosso corpo, não havemos de O deixar só e de nos ocuparmos doutras coisas sem fazer mais caso d'Ele [...], mas de ter n'Ele todo o nosso sentido. Dirijamo-nos a Ele com ferventes preces e convivamos com Ele em fervente meditação. Digamos como o profeta: «Escutarei o que diz o Senhor dentro de mim» (Sl 85(84),9). Assim, [...] se Lhe dermos toda a nossa atenção, Ele não deixará de pronunciar, no mais íntimo do nosso ser, esta ou aquela palavra e com ela nos proporcionar grande conforto espiritual e proveito para a nossa alma.

Sejamos, ao mesmo tempo, Marta e Maria. Como Marta, façamos de tal sorte que toda a nossa actividade exterior a Ele se restrinja e consista em acolhê-Lo como devemos: primeiro a Ele e de seguida a cada um dos que O acompanham — a todos aqueles que não são apenas Seus discípulos, mas Ele próprio: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40). [...] Esforcemo-nos, pois, por conservar o nosso Hóspede. Digamos-Lhe, como os dois discípulos ao entrar no povoado de Emaús, «Fica connosco, [Senhor]» (Lc 24,29). Então com toda a certeza não Se afastará mais de nós a não ser que O rejeitemos com a nossa própria ingratidão.



Livro de Jonas 4,1-11.

Jonas ficou profundamente aborrecido com isto e, muito irritado,
dirigiu ao Senhor esta oração: «Ah! Senhor! Porventura não era isto que eu dizia quando ainda estava na minha terra? Por isso é que, precavendo-me, quis fugir para Társis porque sabia que és um Deus misericordioso e clemente, paciente, cheio de bondade e pronto a renunciar aos castigos.
Agora, Senhor, peço-te que me mates porque é melhor para mim a morte que a vida.»
O Senhor respondeu-lhe: «Julgas que tens razão para te afligires assim?»
Jonas saiu da cidade e sentou-se a oriente da mesma. Ali fez para si uma cabana e sentou-se à sua sombra para ver o que ia acontecer na cidade.
O Senhor Deus fez crescer um rícino que se levantou acima de Jonas para fazer sombra à sua cabeça e o proteger do Sol. Jonas alegrou-se grandemente por aquele rícino.
Ao outro dia, porém, ao romper da manhã, enviou Deus um verme que roeu as raízes do rícino e este secou.
Quando o Sol se levantou, Deus fez soprar um vento quente do oriente e o Sol dardejou os seus raios sobre a cabeça de Jonas de forma que ele, desfalecido, desejou a morte e disse: «Melhor é para mim morrer do que viver.»
Então Deus disse a Jonas: «Julgas tu que tens razão para te indignares por causa deste rícino?» Jonas respondeu: «Sim, tenho razão para me indignar até desejar a morte.»
Disse-lhe Deus: «Sentes pena de um rícino que não te custou trabalho algum para o fazeres crescer, que nasceu numa noite e numa noite pereceu!

E não hei-de Eu compadecer-me da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda e um grande número de animais?»


Livro de Salmos 86(85),3-4.5-6.9-10.

Senhor, tem compaixão de mim,
que a Ti clamo todo o dia.
Alegra o espírito do teu servo,
pois para ti, Senhor, elevo a minha alma.

Porque Tu, Senhor, és bom e indulgente,
cheio de misericórdia para quantos Te invocam.
Senhor, ouve a minha oração,
atende os gritos da minha súplica.

Todas as nações que criaste, virão adorar-te, Senhor,
e darão glória ao Teu nome.
Porque só Tu és grande e realizas maravilhas.
És o único Deus.



Evangelho segundo S. Lucas 11,1-4.

Naquele tempo, estava Jesus Cristo em oração em certo lugar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar como João também ensinou os seus discípulos.»
Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;
dá-nos o nosso pão de cada dia;
perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; não nos deixes cair em tentação.»


São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja
Homilia sobre a
Transfiguração, 10; PG 96, 545


«Jesus Cristo estava algures a orar»

Jesus Cristo «orava em particular» (Lc 9,18). A fonte da oração reside no silêncio da paz interior; é aí que se manifesta a glória de Deus (cf Lc 9,29) porque, quando cerramos os olhos e os ouvidos e nos encontramos no interior, na presença de Deus; quando nos libertamos da agitação do mundo exterior e nos encontramos no interior de nós próprios, então veremos claramente na nossa alma o Reino de Deus. Porque o Reino dos céus ou, se preferirmos, o Reino de Deus, está em nós próprios: é Jesus Cristo Nosso Senhor quem no-lo diz (Lc 17,21).

No entanto, os crentes e o Senhor oram de uma maneira diferente. Os servos, com efeito, aproximam-se do Senhor, na oração, com amor e confiança e a oração torna-se para eles viagem para Deus e para a união com Ele; alimenta-os com a Sua própria substância e fortalece-os. Mas como orará Jesus Cristo, cuja alma santa está unida ao Verbo de Deus? Como Se apresentará o Mestre em oração, como assumirá Ele a atitude de quem pede? Mas fá-lo e ao fazê-lo, não será porque, tendo revestido a nossa natureza, nos quer instruir e mostrar-nos o caminho que, pela oração, nos faz elevar-nos a Deus? Não quererá Ele ensinar-nos que a oração abriga no seu seio a glória de Deus?



Livro de Malaquias 3,13-20a.

Tendes pronunciado palavras ofensivas contra mim – diz o Senhor. E, contudo, perguntais: 'Que temos nós dito contra ti?'
E ainda vos interrogais: ‘De que vale servir a Deus? Que lucrámos em ter observado os seus preceitos e em ter andado de luto diante do Senhor do universo?
E agora temos de chamar ditosos aos arrogantes, pois eles fazem o mal e prosperam; põem Deus à prova e ficam impunes’.
Assim falavam uns com os outros, aqueles que crêem no Senhor. Mas o Senhor ouviu atento. Na sua presença foi escrito um livro de memórias: ‘Dos que crêem no Senhor e prezam o seu nome.’
Eles serão meus, no dia em que Eu agir – diz o Senhor do universo. Terei compaixão deles como um pai se compadece do filho que o serve.
Então vereis de novo a diferença entre o justo e o ímpio, entre quem serve a Deus e quem não o serve.
Pois eis que vem um dia abrasador como uma fornalha. Todos os soberbos e todos os que cometem a iniquidade serão como a palha; este dia que vai chegar queimá-los-á – diz o Senhor do universo – e nada ficará deles: nem raiz, nem ramos.
Mas para vós que respeitais o meu nome, brilhará o sol de justiça (Cristo), trazendo a cura nos seus raios; saireis e saltareis como bezerros para fora do estábulo.


Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
antes põe o seu enlevo na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como a árvore plantada à beira da água corrente:
dá fruto na estação própria
e a sua folhagem não murcha;
em tudo o que faz é bem sucedido.

Mas os ímpios não são assim!
São como a palha que o vento leva.
O Senhor conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios conduz à perdição.



Evangelho segundo S. Lucas 11,5-13.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo e for ter com ele a meio da noite e lhe disser: 'Amigo, empresta-me três pães,
pois um amigo meu chegou agora de viagem e não tenho nada para lhe oferecer',
e se ele lhe responder lá de dentro: 'Não me incomodes, a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados; não posso levantar-me para tos dar'.
Eu vos digo: embora não se levante para lhos dar por ser seu amigo, ao menos, levantar-se-á, devido à impertinência dele e dar-lhe-á tudo quanto precisar.»
«Digo-vos, pois: Pedi (o que for bom, do Bem) e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á;
porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra e ao que bate, abrir-se-á.
Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente?
Ou se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!»


Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo Sermão 17, para a segunda-feira antes do Ascensão


«Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia» (Mt 6,11)

Devemos considerar como e para que rezamos. Quando o homem (e a mulher) se quer entregar à oração, deve antes de mais trazer o seu coração para dentro de si, afastá-lo das errâncias e das devassidões onde se perdia e cair com grande humildade aos pés de Deus, pedir-Lhe generosamente esmola, bater à porta do coração do Pai e mendigar o Seu pão, ou seja, a caridade. [...] Seguidamente, devemos pedir que Deus nos conceda e nos ensine a pedir aquilo que mais Lhe agrada na nossa oração e o que nos será mais útil. […]

Nem todos os homens sabem rezar em espírito, alguns têm de recorrer à oração vocal. Neste caso, dirigir-te-ás a Nosso Senhor com as palavras mais amáveis, mais amigáveis e mais afectuosas que possas imaginar e isso estimulará também a tua caridade e o teu coração. Pede ao Pai celeste que, através do Seu único Filho, Ele mesmo Se dê a ti, da forma mais agradável, como objecto da tua oração. E quando tiveres encontrado uma forma de oração que, mais do que qualquer outra, te agrade e estimule a tua devoção [...], preserva essa forma de rezar e dá-lhe a tua preferência. [...] É necessário bater à porta com diligente perseverança porque «aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo» (cf. Mt 10,22; 2Tm 2,5). [...] «Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!»



Livro de Joel 1,13-15.2,1-2.

Cingi-vos, sacerdotes, e chorai. Lamentai-vos, ministros do altar. Vinde, passai a noite vestidos de saco, ministros do meu Deus porque da casa do vosso Deus desapareceram as ofertas e libações.
Ordenai um jejum, proclamai uma reunião sagrada. Reuni, anciãos, todos os habitantes do país na casa do Senhor, vosso Deus, e clamai ao Senhor.
Ai que Dia! Pois o Dia do Senhor está próximo. E virá como a devastação da parte do devastador.
Tocai a trombeta em Sião, elevai um clamor sobre o meu monte santo! Estremeçam todos os habitantes da Terra porque se aproxima o Dia do Senhor! Ele está próximo!
Dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e sombras. Como a luz da aurora sobre os montes, assim se difunde um povo numeroso e forte como nunca houve semelhante desde o princípio nem depois haverá outro no decorrer dos séculos!


Livro de Salmos 9(9A),2-3.6.16.8-9.

Quero louvar-te, Senhor, com todo o coração
e narrar todas as tuas maravilhas.
Em Ti exultarei de alegria
e cantarei salmos ao teu nome, ó Altíssimo.

Ameaçaste os pagãos, exterminaste os ímpios,
apagaste o seu nome para sempre.
Os pagãos caíram no fosso que fizeram;
os seus pés ficaram presos na rede que esconderam.

Mas o Senhor é rei pelos séculos,
Ele preparou o seu trono para o julgamento.
E assim julgará o mundo com justiça,
governará as nações com equidade.



Evangelho segundo S. Lucas 11,15-26.

Naquele tempo, Jesus Cristo expulsou um demónio, mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, chefe dos demónios, que Ele expulsa os demónios.»
Outros, para o experimentarem, reclamavam um sinal do Céu.
Mas Jesus Cristo, que conhecia os seus pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino, dividido contra si mesmo, será devastado e cairá casa sobre casa.
Se Satanás também está dividido contra si mesmo, como há-de manter-se o seu reino? Pois vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Se é por Belzebu que Eu expulso os demónios, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pela mão de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os seus bens estão em segurança;
mas se aparece um mais forte e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos.
Quem não está comigo está contra mim e quem não junta comigo, dispersa.»
«Quando um espírito maligno sai de um homem, vagueia por lugares áridos em busca de repouso; e, não o encontrando, diz: 'Vou voltar para minha casa de onde saí.'
Ao chegar, encontra-a varrida e arrumada.
Vai então e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, instalam-se ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro.»


São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja Vida de São Francisco, legenda maior, cap. 12


«Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então chegou até vós o Reino de Deus» (Mt 12,28)

Em todas as suas acções, Francisco foi auxiliado pelo «Espírito do Senhor» de Quem recebeu «a unção e a missão» (Is 61,1) e por «Jesus Cristo, virtude e sabedoria de Deus» (1Co 1,24). [...] A sua palavra era um fogo ardente que penetrava até ao fundo dos corações e enchia de admiração todos quantos o ouviam, pois não exibia ornamentos inventados por uma inteligência humana, mas apenas espalhava o perfume das verdades reveladas por Deus.

Tal tornou-se bem perceptível um dia em que, tendo de pregar na presença do Papa e dos seus cardeais [...], tinha memorizado um sermão cuidadosamente composto. [...] Mas uma vez diante da assembleia, esqueceu-se completamente dele, sem conseguir recordar-se de uma única palavra. Confessou-o com humildade, recolheu-se para invocar a graça do Espírito Santo e de imediato encontrou uma eloquência tão persuasiva, tão poderosa sobre a alma dos seus ilustres ouvintes que se tornou bem claro que já não era ele quem falava, mas o Espírito do Senhor [...].

Não tinha por hábito afagar os vícios dos grandes, mas tratá-los com vigor; nem condescender com a vida dos pecadores, mas admoestá-los severamente. Com a mesma firmeza de espírito censurava pequenos e grandes e tinha a mesma alegria em falar a pequenos grupos ou a multidões. Homens e mulheres, jovens e velhos, acorriam para ver e ouvir este homem novo enviado do Céu; ele percorria as várias regiões, anunciando com fervor o Evangelho e «o Senhor cooperava, confirmando a palavra com os sinais que a acompanhavam» (Mc 16,20). De facto, em nome do Senhor, este arauto da verdade expulsava os demónios, curava os enfermos (Mc 1, 34).



Livro de Joel 4,12-21.

Eis o que diz o senhor: «Nações, levantai-vos e vinde ao Vale de Josafat; aí me sentarei para julgar as nações vindas de toda a parte.
Metei a foice porque a messe está madura, vinde pisar porque o lagar está cheio, as cubas transbordam porque a malícia deles é muito grande.
Multidões e multidões no Vale do Julgamento porque o Dia do Senhor está perto no Vale do Julgamento.
O Sol e a Lua obscurecem-se, as estrelas perdem o seu brilho.»
«O Senhor rugirá de Sião! Trovejará de Jerusalém! Então os céus e a Terra serão abalados. Mas para o seu povo, o Senhor será um refúgio, uma fortaleza para os filhos de Israel!
Sabereis então que Eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, minha montanha santa. Jerusalém será um lugar sagrado onde os estrangeiros não tornarão mais a passar.
Acontecerá naquele dia que os montes destilarão vinho novo, o leite manará das colinas, as águas jorrarão em todas as ribeiras de Judá. Uma fonte sairá do templo do Senhor para irrigar o Vale das Acácias.
O Egipto será a desolação e Edom será um deserto desolado, pois trataram com crueldade os filhos de Judá e derramaram, no seu país, o sangue inocente.
Mas Judá será habitada para sempre e Jerusalém, de geração em geração.
Eu vingarei o seu sangue, não os deixarei impunes. E o Senhor habitará em Sião.»


Livro de Salmos 97(96),1-2.5-6.11-12.

O SENHOR é rei: alegre-se a Terra
e rejubile a multidão das ilhas!
Ele está rodeado de nuvens e dia;
a justiça e o direito são a base do seu trono.

As montanhas derretem-se como cera,
diante do Senhor de toda a Terra.
Os céus proclamam a justiça de Deus
e todos os povos contemplam a sua grandeza.

A luz desponta para os justos e a alegria, para os rectos de coração.
Alegrai-vos, justos, no SENHOR, proclamai que o seu nome é santo!



Evangelho segundo S. Lucas 11,27-28.

Naquele tempo, enquanto Jesus Cristo falava à multidão, uma mulher, levantando a voz no meio da multidão, disse: «Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!»
Ele, porém, retorquiu: «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»


Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África do Norte) e doutor da Igreja Sermão sobre o Evangelho de Mateus, n° 25, 7-8; PL 46, 937


«Felizes as entranhas que Te trouxeram»

Tomai atenção ao que Jesus Cristo diz, indicando com a mão os discípulos: «Aí estão Minha mãe e Meus irmãos». E em seguida: «Pois todo aquele que fizer a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe» (Mt 12,49-50). Não fez a Virgem Maria a vontade do Pai, Ela que acreditou pela fé, que concebeu pela fé? [...] Sim, Santa Maria fez a vontade do Pai e, consequentemente, [...] Maria era bem-aventurada porque, antes mesmo de dar à luz o Mestre, trouxe-O no seu seio.

Vede se aquilo que eu digo não é verdade. Enquanto o Senhor caminhava, seguido pela multidão e realizando milagres divinos, uma mulher exclamou: «Felizes as entranhas que Te trouxeram e os seios que Te amamentaram!» E que replicou o Senhor, para evitar que a tónica da felicidade fosse colocada na carne? «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática!» Ou seja, Maria também é feliz porque escutou a palavra de Deus e a pôs em prática; mais do que guardar a carne no seu seio, guardou a verdade na sua alma. A Verdade é Jesus Cristo; a carne é Jesus Cristo. A verdade é Jesus Cristo na alma de Maria; a carne é Jesus Cristo no seio de Maria. Aquilo que está na alma é mais do que o que está no seio. Santa Maria, feliz Maria! […]

Mas vós, meus caros, vede que sois corpo de Jesus Cristo e Seus membros (1Co 12,27). [...] «Pois aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe». [...] Porque só há uma herança. Foi por isso que Jesus Cristo, embora fosse Filho único, não quis permanecer só; na Sua misericórdia, quis que fôssemos herdeiros do Pai, que fôssemos co-herdeiros com Ele (Rm 8,17).


Livro de Isaías 25,6-10a.

Sobre este monte, o Senhor do Universo prepara para todos os povos um banquete de carnes gordas, acompanhadas de vinhos velhos, carnes gordas e saborosas, vinhos velhos e bem tratados.
Neste monte, Ele arrancará o véu de luto que cobre todos os povos, o pano que encobre todas as nações.
Aniquilará a morte para sempre. O Senhor DEUS enxugará as lágrimas de todas as faces e eliminará o opróbrio que pesa sobre o seu povo, sobre toda a nação. Foi o SENHOR quem o proclamou.
Dir-se-á naquele dia: «Este é o nosso Deus, nele confiámos e Ele nos salva. Este é o SENHOR em quem confiámos. Congratulemo-nos e rejubilemos com a sua salvação.
A mão do SENHOR repousará sobre este monte.» Moab, porém, a rebelde, será pisada no seu próprio terreno como se pisa a palha na lixeira.


Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.

O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas,
por amor do seu nome.

Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.


Carta aos Filipenses 4,12-14.19-20.

Irmãos: Sei passar por privações, sei viver na abundância. Em toda e qualquer situação, estou preparado para me saciar e passar fome, para viver na abundância e sofrer carências.
De tudo sou capaz naquele que me dá força.
Entretanto, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação.
E o meu Deus há-de compensar-vos plenamente em todas as necessidades, segundo a sua riqueza, na glória que se tem em Cristo Jesus.
A Deus nosso Pai, a glória pelos séculos dos séculos! Ámen!


Evangelho segundo S. Mateus 22,1-14.

Naquele tempo, Jesus Cristo dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes:
«O Reino do Céu é comparável a um rei (Deus) que preparou um banquete nupcial para o seu filho (Jesus Cristo).
Mandou os servos chamar os convidados (as Igrejas) para as bodas, mas eles não quiseram comparecer.
De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’
Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio.
Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos.
O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade.
Disse, depois, aos servos: 'O banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos.
Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.’
Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados.
Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial (vestes brancas).
E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu.
O rei disse então aos servos: 'Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’
Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos (com as vestes brancas).»


São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho, nº 38



«Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro» (Ap 19, 9)

Compreendestes quem é o Rei, Pai de um Filho que também é Rei? É Aquele acerca de Quem o salmista afirmava: «Ó Deus, dai o Vosso juízo ao rei e a Vossa justiça ao filho do rei» (71, 1). [...] Ele «preparou um banquete nupcial para o seu filho»; ou seja, o Pai celebra as núpcias do Rei Seu Filho, a união da Igreja com Ele, no mistério da incarnação. E o seio da Virgem Maria foi o quarto nupcial deste Esposo. Por isso, há outro salmo que diz: «Do sol fez a Sua tenda, Ele mesmo é como um esposo que sai do seu pavilhão de núpcias» (18, 5-6). […]

Ele mandou os servos convidar os amigos para esta boda. Enviou-os uma vez e depois uma segunda vez, ou seja, primeiro os profetas, depois os apóstolos, a anunciar a incarnação do Senhor. [...] Pelos profetas, anunciou como futura a incarnação do Seu Filho único, pelos apóstolos pregou-a, depois de realizada.

«Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio»; ir para o campo consiste em prestar atenção exclusivamente às tarefas deste mundo; ir para o negócio consiste em procurar avidamente o próprio lucro nos negócios deste mundo. Um e outro esquecem o mistério da encarnação, não conformando a sua vida com ele. [...] Mais grave ainda é o caso daqueles que, não se contentando em desprezar os favores Daquele que os chama, ainda O perseguem. [...] Mas o Senhor não ficará com lugares vazios no festim das núpcias do Rei Seu Filho. Manda procurar outros convivas porque a Palavra de Deus, permanecendo embora ainda ignorada por muitos, encontrará um dia onde repousar. […]

Mas vós, irmãos, que pela graça de Deus já entrastes na sala do festim, isto é, na Santa Igreja, examinai-vos atentamente, não vá acontecer que, ao entrar, o Rei encontre algum reparo a fazer na veste da vossa alma.



Carta aos Romanos 1,1-7.

Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado a ser Apóstolo, escolhido para anunciar o Evangelho de Deus,
que Ele de antemão prometera por meio dos seus profetas, nas santas Escrituras,
acerca do seu Filho, nascido da descendência de David segundo a carne,
constituído Filho de Deus em poder, segundo o Espírito santificador pela ressurreição de entre os mortos, Jesus Cristo Senhor nosso;
por Ele recebemos a graça de sermos Apóstolos a fim de, em honra do seu nome, levarmos à obediência da fé todos os gentios,
entre os quais estais também vós, chamados a ser de Cristo Jesus;
a todos os amados de Deus que estão em Roma, chamados a ser santos: graça e paz a vós, da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo! Oração pelos cristãos de Roma


Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.

Cantai ao Senhor um cântico novo
porque Ele fez maravilhas!
A sua mão direita e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor anunciou a sua vitória,
revelou aos povos a sua justiça.
Lembrou-Se do seu amor e da sua fidelidade
em favor da casa de Israel.

Todos os confins da Terra presenciaram
o triunfo libertador do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.



Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.

Naquele tempo, aglomera-se uma grande multidão à volta de Jesus Cristo e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum a não ser o de Jonas.
Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração.
A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do juízo, contra os homens desta geração e há-de condená-los porque veio dos confins da Terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora aqui está quem é maior do que Salomão!
Os ninivitas hão-de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração e hão-de condená-la porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora aqui está quem é maior do que Jonas.»


São Romano, o Melodista (c. 560), compositor de hinos Hino «Nínive»; SC 99



«Assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração»

Tu previste o desespero de Nínive, desviaste a ameaça já profetizada e a Tua misericórdia venceu a Tua cólera, Senhor. Tem piedade também nos dias de hoje, do Teu povo e da Tua cidade; derruba os nossos adversários com a Tua mão poderosa, por intercessão da Mãe de Deus, acolhendo o nosso arrependimento.

O hospital do arrependimento está aberto a todas as doenças morais: vinde, apressemo-nos a recorrer a ele e a tomar vigor para as nossas almas. Foi pelo arrependimento que a pecadora encontrou a salvação, que Pedro foi libertado das suas negações, que David pôs fim ao sofrimento do seu coração e foi por ele que os ninivitas foram curados (Lc 7,50; 2S 12,13). Portanto, não hesitemos, levantemo-nos, mostremos a nossa ferida ao Salvador e deixemos que Ele nos cure porque Ele ultrapassa todo o nosso desejo, tal é o acolhimento que faz do nosso arrependimento.

Nunca são exigidos honorários aos que O procuram porque eles nunca poderiam oferecer um presente do mesmo valor da cura. Recuperaram a saúde gratuitamente, mas deram o que podiam dar: em vez de presentes, lágrimas que são, para este Libertador, objectos preciosos de amor e desejo. Disso são testemunhas a pecadora, Pedro, David e os ninivitas, pois levaram apenas os seus gemidos quando foram ter aos pés do Libertador e Ele acolheu o seu arrependimento.

As lágrimas são muitas vezes mais fortes que Deus, se assim podemos dizer, e fazem violência sobre Ele; porque o Misericordioso Se deixa alegremente acorrentar pelas lágrimas, pelo menos pelas lágrimas do espírito (cf. 2Cor 7,10). [...] Choremos, portanto, com o coração, à maneira dos ninivitas que, graças à contrição, abriram o céu e chamaram a atenção do Libertador que recebeu o seu arrependimento.
mailto:maria.c.figueiras.portugal@gmail.com

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