quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cristianismo 4

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= CRISTIANISMO =
Eis-nos de volta ao tempo comum, o tempo da nossa caminhada.
“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo”, recorda-nos hoje S. Marcos. E acrescenta: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
Há quase dez anos (faltam poucos meses) que este serviço se dedica a divulgar o Evangelho do dia, num apelo à conversão. Um a um, de boca a orelha, de computador a computador, os nossos leitores têm assumido o papel de arautos, de transmissores da Boa Nova. Mas, como diria o nosso saudoso Papa João Paulo II, “Isso não chega”. É preciso ir mais longe, a mais computadores, a mais orelhas, a mais corações.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: www.evangelhoquotidiano.org; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
O serviço está agora disponível em 10 línguas: português, espanhol, francês, inglês, alemão, neerlandês, italiano, polaco, árabe e arménio.
Carta aos Hebreus 7,25-28.8,1-6.
Sendo assim Ele pode salvar de um modo definitivo os que por meio d'Ele se aproximam de Deus, pois Ele está vivo para sempre a fim de interceder por eles. Tal é, com efeito, o Sumo Sacerdote que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado acima dos céus, que não tem necessidade, como os outros sacerdotes têm de oferecer vítimas todos os dias, primeiro pelos seus próprios pecados e depois pelos do povo porque Ele o fez uma vez por todas, oferecendo-se a Si mesmo. A Lei, com efeito, constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à debilidade; mas a palavra do juramento, posterior à Lei, constitui o Filho Perfeito para sempre. O ponto principal do que estamos a dizer é que temos um Sumo Sacerdote que se sentou nos céus à direita do trono da Majestade como ministro do santuário e da verdadeira tenda, construída pelo Senhor e não pelo homem. Todo o Sumo Sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; daí a necessidade de também ele ter algo para oferecer. Se Jesus Cristo estivesse na Terra, nem sequer seria sacerdote, pois já existem aqueles que oferecem os dons segundo a Lei. Esses prestam um culto que é uma imagem e uma sombra das realidades celestes como foi revelado a Moisés quando estava para construir a tenda. Foi-lhe dito: Presta atenção, faz tudo segundo o modelo que te foi mostrado no monte. Mas, de facto, ele obteve um ministério tanto mais elevado quanto maior é a aliança de que é mediador, a qual foi estabelecida sobre melhores promessas.
Livro de Salmos 40(39),7-8.9.10.17.
Não quiseste sacrifícios nem oblações,
mas abriste-me os ouvidos para escutar;
não pediste holocaustos nem vítimas.
Então eu disse: "Aqui estou! No Livro da Lei
está escrito aquilo que devo fazer."
Esse é o meu desejo, ó meu Deus;
a Tua Lei está dentro do meu coração.
Anunciei a tua justiça na grande assembleia;
Tu bem sabes, SENHOR, que não fechei os meus lábios.
Mas alegrem-se e exultem em Ti todos os que Te procuram.
Digam sem cessar os que desejam a Tua salvação:
"O SENHOR é grande!"
Evangelho segundo S. Marcos 3,7-12.
Jesus Cristo retirou-se para o mar com os discípulos. Seguiu-o uma imensa multidão vinda da Galileia e da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, de além-Jordão e das cercanias de Tiro e de Sídon, uma grande multidão veio ter com Ele, ao ouvir dizer o que Ele fazia. E disse aos discípulos que lhe aprontassem um barco a fim de não ser molestado pela multidão, pois tinha curado muita gente e, por isso, os que sofriam de enfermidades caíam sobre Ele para lhe tocarem. Os espíritos malignos, ao vê-lo, prostravam-se diante dele e gritavam: «Tu és o Filho de Deus!» Ele, porém, proibia-lhes severamente que O dessem a conhecer.
Santo Afonso-Maria de Liguori (1696-1787), bispo e Doutor da Igreja 5º Discurso para a Novena do Natal (trad. Éds Saint-Paul 1993, p. 76 rev.)
«Todos os que padeciam de enfermidades caíam sobre Ele para Lhe tocarem»
«Dizei a todos os que têm o coração despedaçado: Tomai coragem e não tenhais medo. [...] O próprio Deus virá salvar-vos» (Is 35, 4). Esta profecia realizou-se. Seja-me pois permitido gritar de júbilo: Alegrai-vos, filhos de Adão, alegrai-vos; deixai para trás todo o desalento! Perante a vossa fraqueza e a vossa incapacidade de resistir a tantos inimigos, «abandonai todo o receio, o próprio Deus virá salvar-vos». Como é que Ele veio salvar-nos? Dando-nos a força necessária para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos que se opõem à nossa salvação. E como é que o Redentor nos deu essa força? Fazendo-Se fraco, de forte e todo-poderoso que era; Ele tomou sobre Si toda a nossa fraqueza e comunicou-nos a Sua força. [...]
Deus é todo-poderoso: «Senhor, clamava Isaías, quem resistirá à força do Teu braço?» (40, 10). [...] Mas as feridas feitas no homem pelo pecado tinham-no enfraquecido tanto que ele era incapaz de resistir aos seus inimigos. O que fez o Verbo eterno, o que fez a palavra de Deus? De forte e todo-poderoso que era, tornou-Se fraco; revestiu-se da fraqueza corporal do homem para dar ao homem, pelos Seus méritos, a força de alma necessária [...]; tornou-Se criança [...] e no fim da Sua vida, no Jardim das Oliveiras, encheu-Se de laços, dos quais não Se pode libertar. No Sinédrio, foi preso à coluna para ser flagelado. Depois com a cruz aos ombros, caiu várias vezes no caminho com falta de forças. Pregado na cruz, não conseguiu libertar-Se. [...] E nós somos fracos? Ponhamos a nossa confiança em Jesus Cristo e seremos todo-poderosos: «Tudo posso n'Aquele que me dá força» dizia o Apóstolo Paulo (Fil 4,13). Eu sou todo-poderoso, não pelas minhas forças, mas pelas forças que me foram dadas pelos méritos do meu Redentor.
Carta aos Hebreus 8,6-13.
Mas, de facto, ele obteve um ministério tanto mais elevado quanto maior é a Aliança de que é mediador, a qual foi estabelecida sobre melhores promessas. Se, na verdade, a primeira fosse perfeita, não haveria lugar para a segunda. De facto, censurando-os, diz: Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova, não como a aliança que fiz com os seus pais no dia em que os tomei pela mão para os fazer sair do Egipto porque eles não permaneceram na minha aliança, também Eu me desinteressei deles – diz o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a Casa de Israel depois daqueles dias. Diz o Senhor: Porei as minhas leis na sua mente e as imprimirei nos seus corações; serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Ninguém ensinará o seu próximo nem o seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor’; porque todos Me conhecerão do mais pequeno ao maior, pois perdoarei as suas iniquidades e não mais me lembrarei dos seus pecados. Ao falar de uma aliança nova, Deus declara antiquada a primeira; ora o que se torna antiquado e envelhece está prestes a desaparecer.
Livro de Salmos 85,8.10.11-12.13-14.
Mostra-nos, SENHOR, a Tua misericórdia,
concede-nos a Tua salvação.
A salvação está perto dos que O adoram
e a Sua glória habitará na nossa Terra.
O amor e a fidelidade vão encontrar-se.
Vão beijar-se a justiça e a paz.
Da terra vai brotar a verdade
e a justiça descerá do céu.
O próprio SENHOR nos dará os Seus bens
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará diante d'Ele e a paz,
no rasto dos Seus passos.
Evangelho segundo S. Marcos 3,13-19.
Jesus Cristo subiu depois a um monte, chamou os que Ele queria e foram ter com Ele. Estabeleceu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar, com o poder de expulsar demónios. Estabeleceu estes doze: Simão, ao qual pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que O entregou.
Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897),
Carmelita, Doutora da Igreja MS A, 2 r°-v° (Manuscritos autobiográficos, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1960, tradução de F. Pires Lopes, S.J.)
O mistério da vocação
Não vou fazer outra coisa senão começar a cantar o que eternamente devo repetir – «As misericórdias do Senhor»!!! (Sl 88,1) [...] Abrindo [...] o santo Evangelho, os meus olhos caíram sobre estas palavras: «Tendo Jesus subido a um monte, chamou a Si aqueles que lhe aprouve e vieram para Ele».
Eis todo o mistério da minha vocação, da minha vida inteira e, sobretudo, o mistério dos privilégios de Jesus Cristo para com a minha alma... Não chama aqueles que são dignos, mas aqueles que Lhe apraz ou, como diz São Paulo: «Deus tem piedade de quem Ele quer e faz misericórdia a quem Ele quer fazer misericórdia. Não é portanto do que quer nem do que corre, mas de Deus que faz misericórdia» (Rom 9, 15-16).
Durante muito tempo me perguntei porque é que Deus tinha preferências porque é que nem todas as almas recebiam igual medida de graças; admirava-me ao vê-Lo prodigalizar favores extraordinários aos Santos que o tinham ofendido, como São Paulo, Santo Agostinho e que Ele forçava, por assim dizer, a receber as Suas graças; ou então, ao ler a vida dos santos que Nosso Senhor Se comprazia em acarinhar, desde o berço à sepultura, sem permitir no seu caminho qualquer obstáculo que os impedisse de se elevarem para Ele. [...] Jesus Cristo dignou-se instruir-me acerca deste mistério. Colocou diante de mim o livro da natureza e compreendi que todas as flores que Ele criou são belas. [...] Quis criar os grandes santos que podem ser comparados aos lírios e às rosas; mas criou também outras, mais pequenas e estas devem contentar-se com ser margaridas ou violetas, destinadas a deleitar os olhares de Deus quando as curva aos Seus pés. A perfeição consiste em fazer a Sua vontade, em ser o que Ele quer que sejamos...
Carta aos Hebreus 9,2-3.11-14.
Foi construída uma tenda, a primeira, chamada o Santo, na qual se encontrava o candelabro e a mesa dos pães da oferenda. Por detrás do segundo véu estava a tenda chamada Santo dos Santos, mas Jesus Cristo veio como Sumo Sacerdote dos bens futuros, através de uma tenda maior e mais perfeita que não é feita por mão humana, isto é, não pertence a este mundo criado. Entrou uma só vez no Santuário, não com o sangue de carneiros ou de vitelos, mas com o seu próprio sangue, tendo obtido uma redenção eterna. Se, de facto, o sangue dos carneiros e dos touros e a cinza da vitela com que se aspergem os impuros, os santifica, purificando-os no corpo, quanto mais o sangue de Jesus Cristo, que pelo Espírito Eterno se ofereceu a si mesmo a Deus, sem mácula, purificará a nossa consciência das obras mortas para que prestemos culto ao Deus vivo!
Livro de Salmos 47(46),2-3.6-7.8-9.
Povos todos, batei palmas, aclamai
a Deus com brados de alegria
porque o SENHOR, o Altíssimo, é poderoso;
Ele é o grande Rei de toda a Terra.
Deus subiu por entre aclamações,
o SENHOR subiu ao som da trombeta.
Cantai a Deus, cantai!
Cantai ao nosso rei, cantai!
Pois Deus é o Rei de toda a Terra,
cantai-lhe um poema de louvor!
Deus reina sobre as nações,
Deus está sentado no Seu trono santo.
Evangelho segundo S. Marcos 3,20-21.
Tendo Jesus Cristo chegado a casa, de novo a multidão acorreu, de tal maneira que nem podiam comer. E quando os seus familiares ouviram isto, saíram a ter mão nele, pois diziam: «Está fora de si!».
São Tomás de Aquino (1225-1274),
teólogo dominicano, Doutor da Igreja
Opúsculo para a festa do Corpo de Cristo (a partir da trad. breviário)
Jesus Cristo dá-Se inteiramente: dá-Se a Si próprio a comer
O Filho único de Deus, querendo fazer-nos participar da Sua divindade, tomou a nossa natureza a fim de divinizar os homens, Ele que Se fez homem. Por outro lado, o que tomou de nós, deu-no-lo inteiramente para a nossa salvação. Com efeito, sobre o altar da cruz, ofereceu o Seu corpo em sacrifício a Deus (e ao) Pai a fim de nos reconciliar com Eles e derramou o Seu sangue para ser, ao mesmo tempo, nosso resgate e nosso baptismo: resgatados de uma lamentável escravidão, seríamos assim purificados de todos os nossos pecados.
E para que guardemos sempre a memória de um tão grande benefício, deixou aos fiéis o Seu corpo a comer e o Seu sangue a beber, sob o aspecto externo de pão e de vinho. [...] Haverá coisa mais preciosa do que este banquete, onde já não nos propõem, como na antiga Lei, que comamos a carne dos veados e dos cabritos, mas o Jesus Cristo que é verdadeiramente Deus? Haverá coisa mais admirável que este sacramento? [...] Ninguém é capaz de exprimir as delícias deste sacramento, dado que nele se prova a doçura espiritual na sua fonte e nele se celebra a memória deste amor inultrapassável que Jesus Cristo mostrou na Sua Paixão.
Ele queria que a imensidão deste amor se gravasse mais profundamente no coração dos fiéis. Foi por isso que na última Ceia, depois de ter celebrado a Páscoa com os Seus discípulos, quando ia passar deste mundo para o Pai, instituiu este sacramento como memorial perpétuo da Sua Paixão, cumprimento das antigas prefigurações, o maior de todos os Seus milagres e àqueles a quem a Sua ausência enchia de tristeza, deixou este sacramento como conforto incomparável.
Livro de Isaías 8,23.9,1-3.
Não haverá senão obscuridade e angústia nesta terra. No tempo passado, o SENHOR humilhou a terra de Zabulão e o país de Neftali; no futuro cobrirá de glória o caminho do mar, do outro lado do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles. Multiplicaste a alegria, aumentaste o júbilo; alegram-se diante de Ti como os que se alegram no tempo da colheita, como se regozijam os que repartem os despojos, pois Tu quebraste o seu jugo pesado, a vara que lhe feria o ombro e o bastão do seu capataz, como na jornada de Madiã.
Livro de Salmos 27,1.4.13-14.
O SENHOR é minha luz e salvação: de quem terei medo?
O SENHOR é o baluarte da minha vida: quem me assustará?
Uma só coisa peço ao SENHOR e ardentemente a desejo:
é habitar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida
para saborear o Seu encanto e ficar em vigília no Seu templo.
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade
do SENHOR, na terra dos vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso e confia no SENHOR!
1ª Carta aos Coríntios 1,10-13.17.
Peço-vos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que estejais todos de acordo e que não haja divisões entre vós; permanecei unidos num mesmo espírito e num mesmo pensamento. Pois, meus irmãos, fui informado pelos da casa de Cloé, que há discórdias entre vós. Refiro-me ao facto de cada um dizer: «Eu sou de Paulo» ou «Eu sou de Apolo» ou «Eu sou de Cefas» ou «Eu sou de Cristo». Estará Jesus Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Ou fostes baptizados em nome de Paulo? Na verdade, Jesus Cristo não me enviou a baptizar, mas a pregar o Evangelho e sem recorrer à sabedoria da linguagem para não esvaziar da sua eficácia, a cruz de Jesus Cristo.
Evangelho segundo S. Mateus 4,12-23.
Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus Cristo retirou-se para a Galileia. Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz. A partir desse momento, Jesus Cristo começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.» Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus Cristo viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-n'O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-n'O. Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades.
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia
e em seguida Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de Mateus, n°14, 2
«Vinde Comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»
Que pescaria admirável, a do Salvador! Admirai a fé e a obediência dos discípulos. Como sabeis, a pesca exige uma atenção ininterrupta. Ora no meio da sua labuta, eles ouvem o chamamento de Jesus Cristo e não hesitam um instante; não dizem: «Deixa-nos ir a casa falar com a nossa família». Não, eles deixam tudo e seguem-n'O, como Eliseu fizera com Elias (1R 19, 20). Esta é a obediência que Jesus Cristo nos pede, sem a menor hesitação, mesmo que necessidades aparentemente mais urgentes nos pressionem. É por isso que, quando um jovem que queria segui-l'O perguntou se podia ir sepultar o pai, nem isso Ele o deixou fazer (Mt 8, 21). Seguir Jesus Cristo, obedecer à Sua palavra, é um dever que tem prioridade sobre todos os outros.
Dir-me-ás talvez que a promessa que Ele lhes fazia era demasiado grande? É por isso que os admiro tanto: embora não tendo ainda assistido a nenhum milagre, eles acreditaram nessa promessa tão grande e renunciaram a tudo para O seguir! Foi porque acreditaram que, com as mesmas palavras com que eles próprios haviam sido como que pescados, também eles poderiam pescar outros.
Carta aos Hebreus 9,15.24-28.
Por isso, Ele é o mediador de uma nova Aliança, um novo testamento; para que, intervindo a morte para a remissão das transgressões cometidas sob a primeira aliança, os chamados recebam a herança eterna prometida. Na realidade, Jesus Cristo não entrou num santuário feito por mão humana, figura do verdadeiro santuário, mas entrou no próprio céu para se apresentar agora diante de Deus em nosso favor. E nem entrou para se oferecer a si mesmo muitas vezes, tal como o Sumo Sacerdote, que entra cada ano no santuário com sangue alheio; nesse caso, deveria ter sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo. Agora, porém, na plenitude dos tempos, apareceu uma só vez para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E assim como está determinado que os homens morram uma só vez e depois tenha lugar o julgamento, assim também Jesus Cristo que se ofereceu uma só vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá uma segunda vez, não já por causa do pecado, mas para dar a salvação àqueles que O esperam.
Livro de Salmos 98,1.2-3.4.5-6.
Cantai ao SENHOR um cântico novo
porque Ele fez maravilhas!
A Sua mão direita e o Seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O SENHOR anunciou a Sua vitória,
revelou aos povos a Sua justiça.
Lembrou-se do Seu amor e da Sua
fidelidade em favor da casa de Israel.
Todos os confins da Terra presenciaram
o triunfo libertador do nosso Deus.
Aclamai o SENHOR, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Cantai hinos ao SENHOR, ao som da harpa,
ao som da harpa e da lira;
ao som de cornetins e trombetas,
aclamai o nosso Rei e SENHOR.
Evangelho segundo S. Marcos 3,22-30.
E os doutores da Lei que tinham descido de Jerusalém, afirmavam: «Ele tem Belzebu!» E ainda: «É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios.» Então, Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar e se uma família se dividir contra si mesma, essa família não pode subsistir. Se, portanto, Satanás se levanta contra si próprio, está dividido e não poderá subsistir; é o seu fim. Ninguém consegue entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens sem primeiro o amarrar; só depois poderá saquear-lhe a casa. Em verdade vos digo: todos os pecados e todas as blasfémias que proferirem os filhos dos homens, tudo lhes será perdoado; mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão: é réu de pecado eterno.» Disse-lhes isto porque eles afirmavam: «Tem um espírito maligno.»
Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo Homilias sobre o Êxodo, n.º 1, 5 (a partir da trad. da Irmã Isabelle de la Source, Lire la Bible, Médiaspaul 1990, t. 2, p. 14)
«Ele expulsa os demónios»
Reconhecei-o: «em ti se levantou um novo rei, um rei do Egipto» (Ex 1, 8). É ele quem te requisita para o trabalho, quem te obriga a fazer para ele os tijolos e a argamassa. É ele quem te impõe capatazes e encarregados, quem te força com a vergasta e o chicote ao trabalho da terra e te obriga a construir cidades. É ele quem te incita a percorrer o mundo e a mover montanhas para satisfazeres os teus apetites. [...]
Este rei do Egipto sabia que uma guerra assim era inevitável, pois pressentiu a vinda d' «Aquele que pode despojar Poderes e Autoridades e triunfar deles com audácia, cravando-os na cruz» (Cl 2, 14-15). [...] Sente próxima a hora da destruição do seu povo e por isso declara: «O povo de Israel é mais poderoso do que nós!» (Ex 1, 9). Pudesse ele dizer o mesmo de nós e achar-nos mais fortes do que ele! Como? Se não acolhermos maus pensamentos e apetites perversos, que ele nos inspira, se repelirmos «as suas setas incendiadas com o escudo da fé» (Ef 6, 16), se, de cada vez que ele fizer qualquer insinuação à nossa alma, lhe dissermos, lembrando-nos de Jesus Cristo, Nosso Senhor: «Fora, Satanás! Está escrito: é ao Senhor, teu Deus, que adorarás e só a Ele servirás» (Dt 6, 13/Mt 4, 10).
Com efeito, o Senhor Jesus Cristo veio para submeter a Si «Poderes, Autoridades e Dominações» (Cl 1, 16), para poupar os filhos de Israel à violência dos seus inimigos [...], para nos ensinar de novo a ver o Espírito do Senhor [Is 61, 1-2/Lc 4, 18-22], a abandonar o trabalho do faraó, a sair da terra do Egipto e renunciar aos seus bárbaros costumes, a «despojar-nos completamente do homem velho e das suas obras e a revestir-nos do homem novo criado em conformidade com Deus» (Ef 4, 22-24/Cl 3, 9-10), a «renovar-nos sem cessar, dia após dia» (2Cor 4, 16) à imagem d' Aquele que nos criou, Cristo Jesus, Nosso Senhor, a quem seja dada a glória e o poder pelos séculos dos séculos, Ámen.
Livro dos Actos dos Apóstolos 22,3-16.
«Sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui educado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel, em todo o rigor da Lei dos nossos pais e cheio de zelo pelas coisas de Deus como todos vós sois agora. Persegui de morte esta «Via», algemando e entregando à prisão homens e mulheres como o podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todos os anciãos. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco, onde ia para prender os que lá se encontrassem e trazê-los agrilhoados a Jerusalém a fim de serem castigados. Ia a caminho e já próximo de Damasco quando, por volta do meio dia, uma intensa luz, vinda do Céu, me rodeou com a sua claridade. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque me persegues?’ Respondi: ‘Quem és Tu, Senhor?’ Ele disse-me, então: ‘Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues.’ Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz de quem me falava. E prossegui: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’ O Senhor respondeu-me: ‘Ergue-te, vai a Damasco e lá te dirão o que se determinou que fizesses.’ Mas como eu não via, devido ao brilho daquela luz, fui levado pela mão dos meus companheiros e cheguei a Damasco. Ora um certo Ananias, homem piedoso e cumpridor da Lei, muito respeitado por todos os judeus da cidade, foi procurar-me e disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista.’ E, no mesmo instante, comecei a vê-lo. Ele prosseguiu: ‘O Deus dos nossos pais predestinou-te para conheceres a Sua vontade, para veres o Justo e para ouvires as palavras da Sua boca porque serás testemunha diante de todos os homens acerca do que viste e ouviste. E agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o baptismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o Seu nome.’
Livro de Salmos 117,1.2.
Louvai o SENHOR todas as nações!
Exaltai-O, todos os povos!
Porque o Seu amor para connosco não tem limites
e a fidelidade do SENHOR é eterna!
Evangelho segundo S. Marcos 16,15-18.
E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas, apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.»
São Cirilo de Jerusalém (313-350), Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja Catequese baptismal 10
(a partir da trad. Bouvet, Soleil Levant 1961, pp. 201ss.)
«Não é aquele que nos perseguia?» (Act 9,21)
«Não nos anunciamos a nós mesmos, mas anunciamos Jesus Cristo; somos vossos servos por causa de Jesus» (2Cor 4, 5). Quem é então esta testemunha que anuncia Jesus Cristo? É aquele que outrora O perseguia. Que maravilha! Eis que o perseguidor de antigamente anuncia Jesus Cristo. Por quê? Será que foi comprado? Mas ninguém poderia persuadi-lo desta maneira. Terá sido a visão de Jesus Cristo nesta Terra que o cegou? Mas Jesus Cristo já tinha subido ao céu. Saulo saíra de Jerusalém para perseguir a Igreja de Jesus Cristo e três dias depois, em Damasco, o perseguidor transformara-se em pregador. Sob que influência? Há quem cite como testemunhas a favor dos seus amigos pessoas do seu partido. Eu, ao invés, apresento como testemunha um antigo inimigo.
Ainda duvidas? Grande é o testemunho de Pedro e João, mas [...] eles eram gente da casa. Quando a testemunha é um antigo inimigo, de um homem que mais tarde morrerá pela causa de Jesus Cristo, quem poderá duvidar do valor do seu testemunho? Admiro o plano do Espírito Santo [...]: Ele concede que Paulo, o antigo perseguidor, escreva as suas catorze epístolas. [...] Como não se podiam contestar os seus ensinamentos, permitiu que aquele que fora outrora o inimigo e o perseguidor escrevesse mais do que Pedro e João; é assim que a fé de todos nós pode ser fortalecida. Com efeito, todos ficaram estupefactos com Paulo: «Não é aquele que nos perseguia? Não terá vindo aqui para nos prender?» (Act 9, 21). Não fiqueis surpreendidos, diz Paulo. Eu percebo-vos; para mim «é duro revoltar-me contra a espora» (Act 26,14). «Não sou digno de ser chamado apóstolo porque persegui a Igreja de Deus» (1Cor 15, 9); «Ele foi misericordioso para comigo: o que eu fazia, fazia-o por ignorância.» [...] «A graça de Deus superabundou em mim» (1Tim 1, 13-14).
2ª Carta a Timóteo 1,1-8.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, por desígnio de Deus, segundo a promessa de vida que há em Cristo Jesus, a Timóteo, meu filho querido: graça, misericórdia e paz de Deus (e do) Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor. Agradeço a Deus, a quem sirvo em consciência pura, como já o fizeram os meus antepassados, ao recordar-te constantemente nas minhas orações, noite e dia. Ao lembrar-me das tuas lágrimas, anseio ver-te para completar a minha alegria, pois trago à memória a tua fé sem fingimento que se encontrava já na tua avó Loide e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontra também em ti. Por isso recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos, pois Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso. Portanto, não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas compartilha o meu sofrimento pelo Evangelho, apoiado na força de Deus.
Livro de Salmos 96(95),1-2.3.7-8.10.
Cantai ao SENHOR um cântico novo,
cantai ao SENHOR, terra inteira!
Cantai ao SENHOR, bendizei o Seu nome,
proclamai, dia após dia, a Sua salvação.
Anunciai aos pagãos a Sua glória e a todos
os povos, as Suas maravilhas.
Dai ao SENHOR, famílias das nações,
dai ao SENHOR glória e poder.
Dai ao SENHOR a glória do Seu nome,
entrai nos Seus átrios e fazei-lhe ofertas.
Proclamai entre os povos: "O Senhor é Rei!"
Por isso, a Terra está firme, não vacila;
Deus governa os povos com equidade.
Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à Sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho (porquê? Para não despertar a atenção e a cobiça de salteadores e assim porem a sua vida em perigo). Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' E se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus já está próximo de vós.'
Catecismo da Igreja Católica §§ 863-865
Timóteo e Tito, sucessores dos apóstolos
Toda a Igreja é apostólica na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos Apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a actividade do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Jesus Cristo à Terra inteira» (Vaticano II, Apostolicam Actuositatem, 2).
«Sendo Jesus Cristo, enviado do Pai, a fonte e a origem de todo o apostolado da Igreja», é evidente que a fecundidade do apostolado, tanto dos ministros ordenados como dos leigos, depende da sua união vital a Jesus Cristo (ibid., 6). Segundo as vocações, as exigências dos tempos e os vários dons do Espírito Santo, o apostolado toma as formas mais diversas, mas é sempre a caridade, haurida principalmente na Eucaristia, «que é como que a alma de todo o apostolado» (ibid., 3).
A Igreja é una, santa, católica e apostólica na sua identidade profunda e última porque é nela que existe desde já e será consumado no fim dos tempos, «o Reino dos céus», «o Reino de Deus» (Ap 19, 6) que veio até nós na Pessoa de Jesus Cristo e que cresce misteriosamente no coração dos que n'Ele estão incorporados até à sua plena manifestação escatológica. Então todos os homens (e mulheres) por Ele resgatados e n' Ele tornados «santos e imaculados na presença de Deus no amor» (Ef 1, 4), serão reunidos como o único povo de Deus, «a Esposa do Cordeiro» (Ap 21, 9) «a Cidade santa descida do céu, de junto de Deus, trazendo em si a glória do mesmo Deus» (Ap 21, 10-11). E «a muralha da cidade assenta sobre doze alicerces, cada um dos quais tem o nome de um dos Doze apóstolos do Cordeiro» (Ap 21, 14).
Carta aos Hebreus 10,19-25.
Temos, pois, irmãos, plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus Cristo. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade e, tendo um Sumo Sacerdote à frente da casa de Deus, aproximemo-nos dele com um coração sincero, com a plena segurança da fé, com os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água pura. Conservemos firmemente a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. Estejamos atentos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras sem abandonarmos a nossa assembleia – como é costume de alguns – mas animando-nos tanto mais quanto mais próximo vedes o Dia.
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4.5-6.
Ao SENHOR pertence a Terra e o que nela existe,
o mundo inteiro e os que nele habitam;
pois Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre os abismos.
Quem poderá subir à montanha do SENHOR
e apresentar-se no Seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração limpo,
o que não ergue o espírito para as coisas vãs,
nem jura pelo que é falso.
Este há-de receber a bênção do SENHOR
e a recompensa de Deus, seu salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
dos que buscam o Deus de Jacob.
Evangelho segundo S. Marcos 4,21-25.
Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos e ainda vos será acrescentado. Pois àquele que tem (fé), (tudo lhe)será dado; e ao que não tem (fé), mesmo aquilo que tem lhe será tirado (porque está na morte, no vazio).»
Paulo VI, Papa de 1963-1978 Exortação apostólica «Evangelii nuntiandi» § 80
(trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
A candeia sobre o candelabro
Outro apelo aqui neste ponto [pela evangelização nos dias de hoje], inspira-se no fervor que se pode observar sempre na vida dos grandes pregadores e evangelizadores que se consagraram ao apostolado. [...] Eles souberam superar muitos obstáculos que se opunham à evangelização. De tais obstáculos, que são também dos nossos tempos, limitar-nos-emos a assinalar a falta de fervor tanto mais grave pelo próprio facto de provir de dentro, do interior de quem a experimenta. Essa falta de fervor manifesta-se no cansaço e na desilusão, no acomodamento e no desinteresse e, sobretudo, na falta de alegria e de esperança de numerosos evangelizadores. E assim, exortamos todos aqueles que, por qualquer título e em alguma escala, têm a tarefa de evangelizar, a alimentarem sempre o fervor espiritual. [...]
Conservemos o fervor do espírito, portanto; conservemos a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas! Que isto constitua para nós como para João Batista, para Pedro e para Paulo, para os outros apóstolos e para uma multidão de admiráveis evangelizadores no decurso da história da Igreja, um impulso interior que ninguém nem nada possam extinguir. Que isto constitua ainda a grande alegria das nossas vidas consagradas e que o mundo do nosso tempo que procura, ora na angústia, ora com esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios, não de evangelizadores tristes e angustiados, impacientes ou ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois foram quem recebeu primeiro em si a alegria de Jesus Cristo e são aqueles que aceitaram arriscar a sua própria vida para que o Reino seja anunciado e a Igreja seja implantada no meio do mundo. ♥
mailto:eu.maria.figueiras@gmail.com

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