domingo, 9 de outubro de 2011

Cristianismo 26

Os meus blogues








http://www.institutosacarneiro.pt/ “Europa” - Maria de Portugal

http://www.psd.pt/ Homepage (rodapé) - “Povo Livre” - salvar (=guardar)






-----------------------------------------------------

= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.


Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.


Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.


Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja. Com 70 voluntários espalhados pelo mundo, Evangelho Quotidiano é enviado a quase 500 000 leitores, inscritos no serviço de envio diário por correio electrónico.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso portal (http://www.evangelizo.org/) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Livro de Zacarias 8,20-23.

Assim fala o Senhor do universo: «Virão povos e habitantes de grandes cidades.
E os habitantes de uma cidade irão para outra, dizendo: ‘Vamos implorar a misericórdia do Senhor! – Eu também irei procurar o Senhor do universo!’
E numerosos povos e nações poderosas virão procurar o Senhor do universo em Jerusalém e implorar a misericórdia do Senhor.»
Assim fala o Senhor do universo: «Naqueles dias, dez homens de todas as línguas das nações tomarão um judeu pela dobra do seu manto e dirão: ‘Nós queremos ir convosco porque soubemos que Deus está convosco’.»


Livro de Salmos 87(86),1-3.4-5.6-7.

O Senhor ama a cidade
por Ele fundada sobre os montes santos;
ama as portas de Sião mais do que todas as moradas de Jacob.

Gloriosas coisas se dizem de ti,
ó cidade de Deus.
Incluirei o Egipto e a Babilónia na lista dos que me conhecem;
a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.

Mas de Sião há-de dizer-se: "Todos lá nasceram;
o próprio Altíssimo a fortaleceu."
O Senhor escreverá no registo dos povos, anotando:
"Este nasceu em Sião."

E eles dirão, cantando e dançando:
"A minha única fonte está em Ti."



Evangelho segundo S. Lucas 9,51-56.

Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus Cristo dirigiu-se resolutamente para Jerusalém
e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos a fim de lhe prepararem hospedagem.
Mas não o receberam porque ia a caminho de Jerusalém.
Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?»
Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os. (porque os do Bem, da Vida com Afectos Bons, dos Afectos Bons não praticam o mal ou irão para o Mal)
E foram para outra povoação.


São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja Itinerário da alma para Deus, 7 (trad: Breviário)



Jesus Cristo dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém

Jesus Cristo é o caminho e a porta. Jesus Cristo é a escada e o veículo, [...] e o sacramento escondido desde os séculos. Quem olha para este propiciatório de rosto plenamente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na cruz com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem. E assim por meio da vara da cruz, atravessa o Mar Vermelho. [...] Nesta passagem, se for perfeita, é necessário que se deixem todas as operações intelectivas e que o ápice mais sublime do amor seja transferido e transformado totalmente em Deus. Isto porém é uma realidade mística e ocultíssima que «ninguém conhece a não ser quem recebe» (Ap 2,17), que ninguém recebe senão quem deseja, nem deseja senão aquele que é inflamado até à medula da alma pelo fogo do Espírito Santo que Jesus Cristo enviou à Terra. Por isso diz o Apóstolo que esta sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo.

Se pretendes saber como isto sucede, interroga a graça e não a ciência [...], a nuvem e não a claridade. Não interrogues a luz, mas o fogo que tudo inflama e transfere para Deus, com unção suavíssima e ardentíssimos afectos. Este fogo é Deus; «a Sua fornalha está em Jerusalém» (Is 31,9). Jesus Cristo acendeu-o na chama da Sua ardentíssima Paixão. [...] Quem ama esta morte pode juntar-se a Deus porque é indubitavelmente verdade que «nenhum homem poderá ver-Me e continuar a viver» (Ex 33,20).

Morramos, pois e entremos nessa nuvem; imponhamos silêncio às preocupações terrenas, paixões e imaginações; passemos, com Jesus Cristo crucificado, «deste mundo para o Pai» (Jo 13,1) a fim de que, ao manifestar-se-nos o Pai, digamos com o apóstolo Filipe: «Isso nos basta» (Jo 14,8) e ouçamos com São Paulo: «Basta-te a Minha graça» (2Cor 12,9) e exultemos com David, exclamando: «Desfalece a minha carne e o meu coração: Deus é o meu refúgio e a minha herança para sempre» (Sl 72,26).



Livro de Neemias 2,1-8.

No mês de Nisan, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, como o vinho estivesse diante do rei, tomei-o e ofereci-lho. Ora jamais eu estivera triste na sua presença.
O rei disse-me: «Porque tens o semblante tão sombrio? Não estás doente. Portanto, isso só pode ser tristeza do coração.» Eu fiquei muito conturbado
e respondi ao rei: «Viva o rei para sempre! Como não hei-de estar triste quando a cidade onde se encontram os túmulos dos meus pais está em ruínas e as suas portas consumidas pelo fogo?»
E o rei disse-me: «Que queres?» Então fiz uma oração ao Deus do céu
e disse ao rei: «Se aprouver ao rei e se o teu servo achar graça diante de ti, deixa-me ir ao país de Judá, à cidade onde se encontram os túmulos dos meus pais a fim de a reconstruir.»
O rei, junto de quem a rainha se sentara, perguntou-me: «Quanto tempo durará essa viagem? Quando será o regresso?» Aprouve ao rei deixar-me partir e eu indiquei-lhe a data do regresso.
Prossegui: «Se o rei achar bem, dêem-me cartas para os governadores da outra margem do rio, de modo que me deixem passar para Judá
e também outra carta para Asaf, o intendente da floresta real a fim de que me forneça madeira para construir as portas da cidadela do templo, para as muralhas da cidade e para a casa que eu habitar.» O rei concordou com o meu pedido porque me favorecia a bondosa mão de Deus.


Livro de Salmos 137(136),1-2.3.4-5.6.

Junto aos rios da Babilónia nos sentámos a chorar,
recordando-nos de Sião.
Nos salgueiros das suas margens,
pendurámos as nossas harpas.

Os que nos levaram para ali cativos
pediam-nos um cântico;
e os nossos opressores, uma canção de alegria:
«Cantai-nos um cântico de Sião.»

Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor,
estando numa terra estranha?
Se me esquecer de ti, Jerusalém,
fique ressequida a minha mão direita!

Pegue-se-me a língua ao paladar,
se eu não me lembrar de ti,
se não fizer de Jerusalém
a minha suprema alegria!



Evangelho segundo S. Lucas 9,57-62.

Naquele tempo, enquanto Jesus Cristo e os seus discípulos iam a caminho de Jerusalém, alguém disse-Lhe: «Hei-de seguir-te para onde quer que fores.»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.»
E disse a outro: «Segue-me.» Mas ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.»
Jesus Cristo disse-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos (há aqui 2 significados diferentes para a mesma palavra: “mortos” = sem vida do corpo material; “mortos” = sem vida = sem aura = sem corpo celeste da Vida). Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.»
Disse-lhe ainda outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não está apto para o Reino de Deus.»


Um companheiro de São Francisco de Assis (séc. XIII) Sacrum commercium, 22


«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça»

Ó Senhora Pobreza, o filho do Pai soberano enamorou-Se da tua formosura (Sb 8,2) [...], sabendo que serias a mais fiel das companheiras. Antes de Ele ter descido da Sua pátria luminosa, foste tu quem lhe preparou um lugar conveniente, um trono onde Se sentar, um leito onde descansar: a paupérrima Virgem, de quem nasceu. Desde o Seu nascimento estiveste à Sua cabeceira; deitaram-nO «numa manjedoura por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2,7). E tu acompanhaste-O sempre, enquanto Ele esteve na Terra: «as raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça». Quando começou a ensinar, depois de ter deixado os profetas falarem em Seu nome, foi a ti quem primeiro Ele elogiou: «Felizes os pobres em espírito porque deles é o Reino do Céu!» (Mt 5,3).

Depois, ao escolher alguns amigos como Suas testemunhas para a salvação da humanidade, não foi por comerciantes ricos que optou, mas por modestos pescadores, para a todos mostrar o quanto a estima que te tem, Senhora Pobreza, devia gerar amor por ti. Por fim, como se fosse necessária uma prova gloriosa e definitiva do teu valor, da tua nobreza, da tua coragem e da tua proeminência sobre as outras virtudes, foste a única a manter-te ligada ao Rei da glória, enquanto os amigos escolhidos o abandonaram.

Companheira fiel, terna amante, nem por um instante O deixaste; a Ele cada vez mais ligada ficaste, à medida que O vias mais e mais universalmente desprezado [...]. Foste tu a única a consolá-lO. Não O deixaste até à morte, «e morte de cruz» (Fl 2,8), nu, com os braços abertos em esforço, com as mãos e os pés trespassados por pregos [...], de tal forma que nada mais Lhe restava para mostrar da Sua glória para além de ti.



Livro de Daniel 7,9-10.13-14.

«Continuava eu a olhar, até que foram preparados uns tronos e um Ancião sentou-se. Branco como a neve era o seu vestuário e os cabelos da cabeça eram como de lã pura; o trono era feito de chamas, com rodas de fogo flamejante.
Corria um rio de fogo que jorrava da parte da frente dele. Mil milhares o serviam, dez mil miríades lhe assistiam. O tribunal reuniu-se em sessão e foram abertos os livros.
Contemplando sempre a visão nocturna, vi aproximar-se, sobre as nuvens do céu, um ser semelhante a um filho de homem. Avançou até ao Ancião, diante do qual o conduziram.
Foram-lhe dadas as soberanias, a glória e a realeza. Todos os povos, todas as nações e as gentes de todas as línguas o serviram. O seu império é um império eterno que não passará jamais e o seu reino nunca será destruído.»


Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.4-5.

Agradeço-Te, SENHOR, de todo o coração,
na presença dos poderosos te hei-de louvar.
Inclino-me voltado para o teu santo templo
e louvarei o teu nome.

hei-de louvar o teu nome,
pela tua bondade e pela tua fidelidade
porque foste mais além das tuas promessas.
Quando te invoquei, atendeste-me
e aumentaste as forças da minha alma.

Todos os reis da terra te louvarão, SENHOR,

ao ouvirem as palavras da tua boca.
Celebrarão os caminhos do SENHOR,

pois grande é a sua glória.



Evangelho segundo S. João 1,47-51.

Naquele tempo, Jesus Cristo viu Natanael que vinha ao seu encontro e disse dele: «Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.»
Disse-lhe Natanael: «Donde me conheces?» Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!»
Respondeu Natanael: «Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!»
Retorquiu-lhe Jesus Cristo: «Tu crês por Eu te ter dito: 'Vi-te debaixo da figueira'? Hás-de ver coisas maiores do que estas!»
E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem.»


São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja 1º Sermão para a festa de São Miguel



«Bendizei o Senhor todos os Seus anjos, [...] que executais a Sua vontade» (Sl 102,20-21)

Celebramos hoje a festa dos santos anjos. [...] Mas que podemos dizer destes espíritos angélicos? Eis o que nos diz a fé: acreditamos que eles gozam da presença e da visão de Deus, que possuem uma felicidade sem fim, os bens do Senhor que «nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passaram pelo pensamento do homem» (1Cor 2,9). O que pode um simples mortal dizer sobre este assunto a outros mortais, ele que é incapaz de conceber tais coisas? [...] Se é impossível falar da glória dos santos anjos em Deus, podemos pelo menos falar da graça e do amor que eles manifestam relativamente a nós, pois gozam, não apenas de uma dignidade incomparável, mas também de um espírito de serviço cheio de bondade. [...] Não podendo compreender a sua glória, deixamo-nos prender tanto mais fortemente à misericórdia de que estão cheios estes familiares de Deus, cidadãos do céu e príncipes do paraíso.

O próprio apóstolo Paulo, que contemplou com os seus olhos a corte celestial e que conheceu os seus segredos (2Cor 12,2), atesta que todos os anjos são «espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação» (2Cor 12,2). Não tomeis tal afirmação por inconcebível, pois o Criador, o próprio Rei dos anjos, «não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos» (Mc 10,45). Que anjo desdenharia pois tal serviço, onde o precedeu Aquele que os anjos servem no céu com pressa e alegria?



Livro de Baruc 1,15-22.

Ao Senhor, nosso Deus, pertence a justiça; para nós, porém, a vergonha, estampada no rosto, como acontece hoje para os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém,
para os nossos reis e príncipes, os sacerdotes, os profetas e os nossos antepassados
porque pecámos contra o Senhor.
Desobedecemos ao Senhor nosso Deus, não ouvimos a sua voz nem seguimos os mandamentos que Ele nos deu.
Desde o dia em que o Senhor tirou os nossos pais da terra do Egipto até hoje, temos desobedecido ao Senhor, nosso Deus e, na nossa leviandade, recusámos ouvir a sua voz.
Por isso, agora, persegue-nos o infortúnio e a maldição que o Senhor predissera pela boca de Moisés, seu servo, quando tirou os nossos pais da terra do Egipto a fim de nos dar uma terra onde mana leite e mel.
Nós, porém, não escutámos a voz do Senhor, nosso Deus, conforme a palavra dos profetas que Ele nos enviou.
Cada um de nós, andou segundo as inclinações do seu mau coração, servindo deuses estrangeiros e praticando o mal aos olhos do Senhor, nosso Deus”.


Livro de Salmos 79(78),1-2.3-5.8.9.

Ó Deus, os pagãos invadiram a tua herança,
profanaram o teu santo templo
e reduziram Jerusalém a um montão de ruínas.
Deram os cadáveres dos teus servos
em alimento às aves do céu
e os corpos dos teus fiéis, às feras selvagens.

Derramaram o seu sangue em torno de Jerusalém
e ninguém lhes deu sepultura.
Tornámo-nos motivo de escárnio para os vizinhos,
de irrisão e opróbrio para os que nos rodeiam.

Até quando, Senhor, estarás ainda irritado?
Será a tua indignação como um fogo abrasador?
Não recordes contra nós as faltas dos nossos antepassados;

venha depressa ao nosso encontro a tua misericórdia.


Socorre-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do teu nome;
livra-nos e perdoa-nos
pelo amor do teu nome.



Evangelho segundo S. Lucas 10,13-16.

Naquele tempo, disse Jesus: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sídon se tivessem operado os milagres que entre vós se realizaram, de há muito que teriam feito penitência, vestidas de saco e na cinza.
Por isso, no Dia do Juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós.
E tu, Cafarnaúm, porventura serás exaltada até ao céu? É até ao inferno que serás precipitada.
Quem vos ouve é a mim que ouve e quem vos rejeita é a mim que rejeita; mas, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.»


Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja Discursos sobre os salmos, Salmo 49, §23


«Quem vos ouve é a Mim que ouve»

Alguém que ouvira o versículo «Oferece a Deus um sacrifício de louvor» (Sl 49,14), pensou: «Todos os dias, ao acordar, irei à igreja e aí entoarei um hino da manhã; ao final do dia, um hino da noite e depois, em minha casa, um terceiro e um quarto hinos. Deste modo, farei todos os dias um sacrifício de louvor que oferecerei ao meu Deus». Fazer isto é bom, se realmente o fizeres, mas livra-te de ficares tranquilo com o que fazes e vê que, enquanto a tua língua fala bem perante Deus, a tua vida não fale mal à Sua frente. [...] Toma cuidado e não vivas mal (não contradigas as tuas palavras com as tuas acções) enquanto falas bem.

Porquê? Porque Deus disse ao pecador: «Que tens tu de recitar os Meus mandamentos, com a Minha aliança na boca [, tu que rejeitas as Minhas palavras por trás]?» (v. 16-17) Eis o amor com que devemos falar. [...] Vós, meus irmãos, estais em segurança: se ouvirdes dizer coisas boas, é Deus que ouvis, qualquer que seja a boca que fala convosco. Mas Deus não quis deixar de repreender aqueles que falam, com receio de que adormeçam em segurança numa vida de desordem, afirmando que falam do bem e pensando: «Deus não quererá condenar-nos, pois foi através de nós que quis dizer coisas tão boas ao Seu povo». Portanto, vós que falais, quem quer que sejais, escutai o que dizeis; vós que quereis ser ouvidos, ouvi-vos em primeiro lugar. [...] Possa eu ser o primeiro a ouvir, possa eu ouvir e ouvir melhor do que todos, «aquilo que o Senhor Deus diz em mim, pois Ele diz palavras de paz ao Seu povo» (Sl 84,9).



Livro de Baruc 4,5-12.27-29.

Coragem, povo meu, que trazes o nome de Israel!
Fostes vendidos às nações, mas não para serdes aniquilados.

Porque provocastes a ira de Deus, fostes entregues aos inimigos.
Irritastes o vosso criador, oferecendo sacrifícios aos demónios e não a Deus.
Esquecestes o vosso criador, o Deus eterno, e contristastes Jerusalém que vos alimentou.
Quando viu precipitar-se sobre vós o castigo de Deus, disse: «Escutai, nações vizinhas de Sião! Deus enviou-me um grande tormento.
Vi o cativeiro dos meus filhos e filhas que o Eterno lhes infligiu.
Eu tinha-os criado com alegria e despedi-os com lágrimas e tristeza.
Que ninguém se regozije com a minha viuvez e o meu desamparo! Se estou deserta, é por causa dos pecados dos meus filhos porque se afastaram da Lei de Deus.
Coragem, meus filhos, clamai ao Senhor porque aquele mesmo que vos provou, há-de lembrar-se de vós.
Se um dia quisestes afastar-vos de Deus, convertei-vos agora e procurai-o com um empenho dez vezes maior;
pois aquele que vos enviou o castigo, vos trará a alegria eterna da vossa salvação.»


Livro de Salmos 69(68),33-35.36-37.

Que os humildes vejam isto e se alegrem
e os que buscam a Deus se encham de coragem
porque o Senhor escuta os necessitados e não despreza o seu povo cativo.
Louvem-n'O o céu e a Terra,
os mares e quanto neles se move.

Sim, Deus há-de salvar Sião, reconstruir as cidades de Judá;
eles ali habitarão e tomarão posse dela.
Os descendentes dos seus servos hão-de recebê-la em herança
e os que amam o seu nome serão os seus moradores.



Evangelho segundo S. Lucas 10,17-24.

Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios se sujeitaram a nós, em teu nome!»
Disse-lhes Ele: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago.
Olhai que vos dou poder para pisar aos pés serpentes e escorpiões e domínio sobre todo o poderio do inimigo; nada vos poderá causar dano.
Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Céu
Nesse mesmo instante, Jesus Cristo estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho houver por bem revelar-lho.»
Voltando-se, depois para os discípulos, disse-lhes em particular: «Felizes os olhos que vêem o que estais a ver
porque digo-vos, muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não o ouviram!»


São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e posteriormente bispo de Constantinopla; doutor da Igreja Homilia 1 sobre a 1ª carta aos Tessalonicenses



«Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo»

«Vós fizestes-vos imitadores nossos e do Senhor», diz Paulo. Como? «Acolhendo a Palavra em plena tribulação, com a alegria do Espírito Santo» (1Ts 1,6). [...] A prova afecta a parte material do nosso ser; a alegria brilha nas alturas espirituais. Passo a explicar: os acidentes da vida são tristes e penosos, mas os resultados são alegres, assim o querendo o Espírito. É portanto possível que não nos alegremos ao sofrer, se estivermos a sofrer pelos nossos pecados, mas até deixaremos que nos flagelem com alegria, se for por Jesus Cristo (cf. Act 5,41).

É a isto que o apóstolo chama a «alegria do Espírito»; respiramo-la naquilo que a natureza rejeita com horror. Suscitaram em vós mil penas, diz ele, fostes perseguidos, mas o Espírito não vos abandonou nessas provas. Tal como os três jovens foram envolvidos por uma suave brisa matinal na fornalha (cf. Dn 3,50), vós também estais a ser provados. Certamente que a brisa matinal não dependia da natureza do fogo e só podia ser causada pelo sopro do Espírito. Também não está na natureza da provação alegrar-vos e essa alegria só pode vir dum sofrimento suportado por Jesus Cristo, da brisa matinal do Espírito, que transforma num local de repouso a fornalha da provação. «Com alegria» diz ele e não com uma alegria qualquer, mas com uma alegria inesgotável; é isso que é preciso entender, desde que o Espírito seja o seu autor.



Livro de Isaías 5,1-7.

Vou cantar em nome do meu amigo o cântico do seu amor pela sua vinha: Sobre uma fértil colina, o meu amigo possuía uma vinha.
Cavou-a, tirou-lhe as pedras e plantou-a de bacelo escolhido. Edificou-lhe uma torre de vigia e nela construiu um lagar. Depois esperou que lhe desse boas uvas, mas ela só produziu agraços.
«Agora, pois, habitantes de Jerusalém e vós, homens de Judá, sede juízes, por favor, entre mim e a minha vinha.
Que mais poderia Eu fazer pela minha vinha, que não tenha feito? Porque é que, esperando Eu que desse boas uvas, apenas produziu agraços?
Agora, pois mostrar-vos-ei o que hei-de fazer à minha vinha: destruirei a vedação para que sirva de pasto e derrubar-lhe-ei a sebe para que seja pisada.
Deixá-la-ei deserta, não será podada nem cavada; crescerão nela os espinhos e os abrolhos; mandarei às nuvens que não derramem chuva sobre ela.»
A vinha do SENHOR do universo é a casa de Israel; os homens de Judá são a sua cepa predilecta. Esperou deles a justiça e eis que só há injustiça; esperou a rectidão e eis que só há lamentações.


Livro de Salmos 80(79),9.12.13-14.15-16.19-20.

Arrancaste uma videira do Egipto,
expulsaste outros povos para a plantar.
As suas ramagens estenderam-se até ao mar
e os seus rebentos, até ao rio.

Porque derrubaste os seus muros, deixando que a vindimem
quantos passam no caminho?
É devastada pelo javali da selva,
serve de pasto aos animais dos campos.

Ó Deus do universo, volta, por favor,
olha lá do céu e vê: cuida desta vinha!
Trata da cepa que a tua mão direita plantou,
dos rebentos que fizeste crescer para Vós.

E nunca mais nos afastaremos de Ti;
conserva-nos a vida e invocaremos o teu nome.
Senhor do universo, volta-te para nós!
Mostra-nos o teu rosto e seremos salvos!



Carta aos Filipenses 4,6-9.

Irmãos: Por nada vos deixeis inquietar; pelo contrário: em tudo, pela oração e pela prece, apresentai os vossos pedidos a Deus em acções de graças.
Então a paz de Deus, que ultrapassa toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
De resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é respeitável, tudo o que possa ser virtude e mereça louvor, tende isso em mente.
E o que aprendestes e recebestes, ouvistes de mim e vistes em mim, ponde isso em prática. Então o Deus da paz estará convosco.



Evangelho segundo S. Mateus 21,33-43.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Escutai outra parábola: Um chefe de família (Deus) plantou uma vinha (Igreja), cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns vinhateiros (responsáveis pela Igreja) e ausentou-se para longe (céu).
Quando chegou a época das vindimas (de receber a Sua Igreja no céu), enviou os seus servos (anjos) aos vinhateiros, para receberem os frutos que lhe pertenciam.
Os vinhateiros, porém, apoderaram-se dos servos, bateram num, mataram outro e apedrejaram o terceiro.
Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que os primeiros e trataram-nos da mesma forma.
Finalmente, enviou-lhes o seu próprio filho (Jesus Cristo), dizendo: 'Hão-de respeitar o meu filho.’
Mas os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro. Matemo-lo e ficaremos com a sua herança (bens da Igreja).’
E agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.
Ora bem, quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?»
Eles responderam-lhe: «Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros (outros responsáveis pela Igreja) que lhe entregarão os frutos na altura devida.»
Jesus Cristo disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, transformou-se em pedra angular (tem dois sentidos: pedra de arremesso, lançada para atingir um alvo e pedra-base de uma construção)? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?
Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos (que os anteriores não produziram; tudo está em evolução).


São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia, na Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 5 sobre o Hexâmeron, 6


Dar fruto

O Senhor está permanentemente a comparar a alma humana com uma vinha: «O meu amigo possuía uma vinha numa colina fértil» (Is 5,1); «plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe» (Mt 21,33). É, evidentemente, à alma humana que Jesus Cristo chama a Sua vinha, foi a ela que cercou como se fosse uma sebe, com a segurança que proporcionam os Seus mandamentos e a protecção dos Seus anjos porque «o anjo do Senhor assenta os seus arraiais em redor dos que O temem» (Sl 33,8). Em seguida, ergueu em nosso redor uma paliçada, estabelecendo na Igreja «primeiro, apóstolos, segundo, profetas, terceiro, doutores» (1Cor 12,28). Por outro lado, através dos exemplos dos homens santos de outrora, eleva-nos os pensamentos, não os deixando cair por terra aonde mereciam ser pisados. Deseja que os abraços da caridade, quais sarmentos de uma vinha, nos liguem ao nosso próximo e nos levem a repousar n'Ele. Assim, mantendo permanentemente o impulso em direcção aos céus, elevar-nos-emos como vinhas trepadeiras até aos mais altos cumes.

O Senhor pede-nos também que consintamos em ser podados. Ora uma alma é podada quando afasta para longe de si os cuidados do mundo que são um fardo para o nosso coração. Assim aquele que afasta de si mesmo o amor carnal e a ligação às riquezas ou que tem por detestável e desprezível a paixão pela miserável vanglória foi, por assim dizer, podado e voltou a respirar, liberto do fardo inútil das preocupações deste mundo.

Mas – e mantendo ainda a linha da parábola – não podemos produzir apenas lenha, ou seja, viver com ostentação ou procurar os louvores dos de fora. Temos de dar fruto, reservando as nossas obras para as mostrarmos ao verdadeiro agricultor (Jo 15,1).



Livro de Jonas 1,1-17.2,1.11.

A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amitai, nestes termos:
«Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e anuncia-lhe que a sua maldade subiu até à minha presença.»
Jonas pôs-se a caminho, mas na direcção de Társis, fugindo da presença do Senhor. Desceu a Jafa onde encontrou um navio que partia para Társis; pagou a sua passagem e embarcou nele para ir com os outros passageiros a Társis, longe da presença do Senhor.
Porém o Senhor fez vir sobre o mar um vento impetuoso e levantou no mar uma tão grande tempestade que a embarcação ameaçava despedaçar-se.
Cheios de medo, os marinheiros puseram-se a invocar cada um o seu deus e alijaram ao mar toda a carga do navio para assim o aliviar. Entretanto Jonas tinha descido ao porão do navio e, deitando-se ali, dormia profundamente.
O capitão do navio foi ter com ele e disse-lhe: «Dormes? Que fazes aqui? Levanta-te, invoca o teu Deus, a ver se porventura se lembra de nós e nos livra da morte.»
Em seguida disseram uns para os outros: «Vinde e deitemos sortes para sabermos quem é a causa deste mal.» Lançaram sortes e a sorte caiu sobre Jonas.
Disseram-lhe então: «Diz-nos porque nos aconteceu este mal. Qual é a tua profissão? Donde vens? Qual a tua terra e a que povo pertences?»
Ele respondeu-lhes: «Sou hebreu e adoro o Senhor, Deus do céu, que fez os mares e a Terra.»
Então aqueles homens ficaram possuídos de grande medo e disseram-lhe: «Porque fizeste isto?» Com efeito, compreenderam, ao ouvir a confissão de Jonas que ele fugia do Senhor.
Disseram-lhe: «Que te havemos de fazer para que o mar se nos acalme?» De facto, o mar estava cada vez mais embravecido.
Ele respondeu-lhes: «Pegai em mim e lançai-me ao mar e o mar se acalmará porque por minha causa é que vos sobreveio esta grande tempestade.»
Os homens remavam para ver se conseguiam ganhar a terra, mas em vão porque o mar cada vez se embravecia mais contra eles.
Então clamaram ao Senhor, dizendo: «Senhor, não nos faças perecer por causa da vida deste homem nem nos tornes responsáveis do sangue inocente porque Tu, ó Senhor, fizeste como foi do teu agrado.»
Depois pegaram em Jonas e lançaram-no ao mar e a fúria do mar acalmou-se.
Então estes homens temeram o Senhor; ofereceram um sacrifício ao Senhor e fizeram-lhe votos.
O Senhor fez com que ali aparecesse um grande peixe para engolir Jonas e Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe.
Então o Senhor ordenou ao peixe e este vomitou Jonas em terra firme.



Livro de Jonas 2,2.3.4.5.8.

«Na minha aflição invoquei o Senhor
e Ele ouviu-me.
Clamei a ti do meio da morada dos mortos
e Tu ouviste a minha voz.
Lançaste-me ao abismo, ao seio dos mares
e as correntes das águas envolveram-me.
Todas as tuas vagas e todas as tuas ondas
passaram por cima de mim.
E eu já dizia:
'Fui rejeitado diante dos teus olhos.
Acaso me será dado ver
ainda o teu santo templo?'
Quando desfalecia a minha alma,
lembrei-me do Senhor;
a minha oração chegou junto de ti
até ao teu santo templo.



Evangelho segundo S. Lucas 10,25-37.

Naquele tempo, levantou-se um doutor da Lei e perguntou a Jesus Cristo para O experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?»
Disse-lhe Jesus Cristo: «Que está escrito na Lei? Como lês?»
O outro respondeu: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo
Disse-lhe Jesus Cristo: «Respondeste bem; faz isso e viverás (terás Vida eterna).»
Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus Cristo: «E quem é o meu próximo?»
Tomando a palavra, Jesus Cristo respondeu: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando-o meio morto.
Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que ao vê-lo, passou ao largo.
Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e ao vê-lo, passou adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: 'Trata bem dele e o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.'
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?»
Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus Cristo retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.»


Santo Efraim (c. 306-373), diácono na Síria; doutor da Igreja Comentário do Diatessaron, cap. 16, 9/23



Jesus Cristo vem em auxílio da humanidade ferida

«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Jesus Cristo disse-lhe: 'Amarás ao Senhor, teu Deus [...] e amarás ao teu próximo como a ti mesmo'» (Mt 22,36-39). O amor de Deus poupa-nos da morte e o amor do homem poupa-nos do pecado, pois ninguém peca contra aquele a quem ama. Mas que coração poderá possuir em plenitude o amor pelo seu próximo? Que alma poderá fazer frutificar em si mesma para com toda a gente, o amor nela semeado por este preceito: «Amarás ao teu próximo como a ti mesmo»? Os nossos meios são incapazes, por si sós, de ser instrumentos da vontade rápida e rica de Deus: para isso é necessário o fruto da caridade semeado pelo próprio Deus.

Deus pode, pela Sua natureza, realizar tudo o que quer; ora Ele quer dar a vida aos homens. Os anjos, os reis, os profetas [...] passaram, mas os homens não foram salvos – até que descesse dos céus Aquele que nos toma pela mão e nos ressuscita.
mailto:maria.c.figueiras.portugal@gmail.com



Sem comentários:

Enviar um comentário